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Gênero, corpo, saúde e direitos : experiência e narrativas de homens (trans) e homens (boys) em espaços públicosCORDEIRO, Ana Carolina Silva 02 August 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-08-02 / CAPES / CNPq / Este trabalho tem como foco pessoas que tiveram seus corpos assignados ao nascer como femininos, mas se identificam como homens e que estão presentes em espaços públicos na Região Metropolitana de Recife- RMR. Possui como interlocutores indivíduos com uma diversidade de classe, raça, vivência de gênero e sexualidade. Para ter acesso a esses foram estabelecidas parcerias com várias instituições de direitos, saúde e educação. Foi realizada uma análise dos sentidos e significados construídos sobre saúde, corpo, gênero e direitos, focando nos desafios para o reconhecimento como homens na sociedade a partir das narrativas dos interlocutores. Além dos interlocutores que se identificam como (trans), há, na pesquisa, interlocutores que se identificam como homens, mas utilizam outros termos, como (boys). Os diferentes espaços de interlocução indicam inserção em grupos sociais diferentes. Os interlocutores homens (boys) se identificam como pertencentes às classes populares, enquanto entre os homens(trans), a maioria se identifica como pertencentes às classes médias. Nas estratégias metodológicas para desenvolver os objetivos e as questões apresentadas, utilizaram-se: revisão de literatura, análise de documentos, e procedimentos etnográficos que incluíram entrevistas semi-estruturadas, história oral, observação participante, tudo registrado no Diário de campo. Foram realizadas entrevistas formais com 15 homens (trans), 6 homens (boys), 3 militantes transativistas e 5 profissionais. Há experiências comuns entre os interlocutores em se tratando da transição do gênero: o processo de auto-identificação e auto-definição como homens, geradas a partir da inadequação com as imposições atribuídas sócio-culturalmente ao gênero feminino; os relacionamentos afetivo-sexuais e conjugalidades são importantes nesse processo, sobretudo, a presença do sentimento de ser homem; a experimentação do estigma de diferentes formas; a maneira de significar o corpo e o desejo de masculinização do corpo. É quase unânime a vontade de realizar mastectomia; e a inserção em espaços em que é possível, em graus diferentes, desenvolver e construir corpos e subjetividades e assegurar direitos. Apesar das experiências em comum, foram percebidas diferenciações que são cruciais para a concretização ou não de seus projetos de vida. Essas se relacionam com o contexto sócio-econômico-cultural em que esses indivíduos costumam circular. As informações sobre a transexualidade masculina ainda têm pouca visibilidade e ficam mais restritas a ambientes universitários, de pesquisas na área de gênero e sexualidade, na militância LGBT e (trans), entre outros espaços limitados. O conhecimento das transmasculinidades e de questões relacionadas, como direitos à saúde, nome social, podem ser facilitados por um determinado capital cultural, referente a classes médias e altas. Muitos homens (boys) ficam à margem desses direitos, e isso contribui para que esses interlocutores criem outras formas de alcançarem o reconhecimento e busca por direitos. Para ambos os grupos, há vários desafios para esse reconhecimento social e legal: patologização das identidades (trans), o cissexismo/transfobia/misoginia que esses sofrem, quando não acompanhados por racismo/homofobia, e outras opressões. Além do mais, o atual cenário político-social violento é nocivo às pessoas que transicionam o gênero. / The present research focuses on people who had their bodies assigned as females at birth, but who see themselves as having male gender identity, and are present in public spaces in the Metropolitan Region of Recife- RMR. It delas with a range of individuals with a diversity of class, race, gender experience and sexuality/ class, race, gender experience and diverse sexualities. To Interact with these people, partnerships were made with human rights, health and educational institutions. An analysis of the senses and meanings constructed on health, body, gender and rights, focusing on challenges for recognition as men in society, was carried out using the base of narratives odf participants in the research.. Some participants in the research identify themselves as transsexual males (trans), and others who use other terms, like (boys). These terms indicate roughly an insertion in different social groups: homens(boys) are identified as belonging to popular classes, and most homens(trans) identify themselves as belonging to middle classes. The methodolical strategy to attain the objectives and address the issues presented in this study were: literature review, document analysis, as well as ethnographic procedures including semi-structured interviews, oral history, participant observation, all registered in field diaries. The formal interviews were done with 15 (trans) men, 6 (boys) men, 3 transactivists militants and 5 professionals. There are common experiences between the two profiles of participants concerning the gender transition: the processes of self-identification and self-definition as men, resulting from their inadequacy with the socio-cultural markers for females. Affective-sexual relationships and conjugalities are important in this process, and above all, the feeling of being a man; and having faced different types of stigma; and the ways to signify their body and their desire to „masculinizie‟ it. Almost all wish to perform a mastectomy and, when possible, in different degrees, wish to develop and build their bodies and subjectivities and ensure the recognition of their rights. Despite the common experiences, differences crucial to the achievement of their life projects were perceived, especially with respect to the socio-economic and cultural context in which these individuals frequent. Information about male transsexuality still has poor visibility, generally being restricted to university environments, to research in the area of gender and sexuality, to LGBT and (trans)activism, among other limited spaces. Knowledge about male transsexuality and related issues, such as rights to health and social name, can be facilitated by a certain cultural capital, referring to middle and upper classes. Many homens(boys) remain on the fringe of these rights, and this contributes to the creation of other ways to achieve recognition and to search for rights by them. Of course, for both groups, there are several challenges to achieve this social and legal recognition: pathologization of (trans) identities; cissexism / transphobia / misogyny that they suffer, that often can be accompanied by racism / homophobia and other oppressions. Furthermore the current political and social scene is violent and harmful to people who are transitioning gender.
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Dando um banho de carinho! os caça-gringas e as interações afetivo-sexuais em contextos de viagem turística (Pipa RN)TRINDADE, Tiago Cantalice da Silva 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Partindo da análise das interações afetivo-sexuais em contexto de viagens turísticas e tendo
como palco a Praia de Pipa RN, a presente dissertação visa desvelar o processo de
generificação de duas esferas de navegação social: o mercado de sexo e o turismo sexual, já
que, nesse caso, os sujeitos ocupam posições invertidas , isto é, são as mulheres
(principalmente aquelas originárias da Europa Ocidental e dos países escandinavos) que
empreendem viagens turísticas e se relacionam afetivo-sexualmente com homens
nativos/locais (emicamente conhecidos como caça-gringas), os quais, por sua vez, participam
dessas interações binacionais visando benefícios materiais e simbólicos. Por terem sido
tradicionalmente atreladas, respectivamente, ao feminino e ao masculino, buscou-se entender
como os membros desses arranjos performatizam e significam suas ações, assim como a de
seus parceiros, sabendo que eles subvertem as formulações que a exemplo de certas teorias
feministas fixaram, de maneira doxa, a mulher como servidora sexual explorada vítima
e o homem como consumidor (turista sexual) explorador algoz. A tensão entre estrutura e
agência volta a emergir como suporte principal da discussão, quando nos debruçamos sobre
os discursos acadêmicos relativos à indústria do turismo, os quais se caracterizam, em sua
grande parte, por uma ênfase nas conseqüências negativas do advento dessa atividade
(ganhando reforço quando se tratam de pequenas localidades) e por uma subestimação das
ações de apropriação e resignificação das populações autóctones - estando diametralmente em
oposição aos poderes atribuídos aos viajantes, devido ao acúmulo de capital financeiro e
cultural. Assim, através da observação participante e do registro e análise das trajetórias de
vida dos atores em interação (imersos em sistemas de desigualdade), o referido estudo
propõe-se a crítica dessas posições, haja vista que se averiguou a capacidade de ação ativa e
criativa dessas comunidades. Noutras palavras, percebeu-se que, ao mesmo tempo em que o
turismo pode transformar as redes de sociabilidade locais, as comunidades receptoras criam
mecanismos de reformulações simbólicas, que lhes permitem, através da encenação de sua
autenticidade, atender às demandas daqueles (as) que viajam desejando confrontar-se com o
exótico, com os genuínos modos de vida dos trópicos, e tirar vantagens dessas séries de
contatos efêmeros com os (as) turistas. Dessa forma, dando voz aos parceiros desses
intercâmbios binacionais, pôde-se constatar como os caça-gringas incorporam, taticamente,
os estereótipos da brasilidade, concedendo às turistas estrangeiras fantasias de poder , e
utilizam-se de essencializações estratégicas, mesclando virilidade e calidez, para facilitar suas
conquistas. A partir do imbricamento entre principíos de agência do masculino e do feminino,
lança-se a noção de que os caça-gringas manufaturam uma masculinidade híbrida, revelando
o quanto as identidades de gênero são maleáveis e processuais, e o quanto os agentes
performatizam suas representações de gênero com base nas posições de sujeito culturalmente
disponíveis. Toda essa análise tem como objetivo implícito pôr em cheque os discursos
vitimários que apontam as profissionais do sexo como sujeitos desprovidos de agência, e
demonstrar que essas mulheres, tal como os caça-gringas de Pipa, são agentes portadores de
projetos de vida específicos e que o mercado de sexo o qual pode prescindir da
intermediação monetária - é também um espaço para a subversão do regime de gênero,
estando ainda aberto a manifestações de romance
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Negritudes, adolescências e afetividades: experiências afetivo-sexuais de adolescentes negras de uma periferia da cidade de São Paulo / Negritudes, adolescencias y afetividades: experiencias afectivo-sexuales de adolescentes negros de una periferia de la ciudad de São PauloLima, Elânia Francisco [UNESP] 22 February 2018 (has links)
Submitted by Elânia Francisco Lima (lima.elaniafrancisca@gmail.com) on 2018-05-01T16:04:27Z
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Previous issue date: 2018-02-22 / A adolescência, culturalmente construída, ocorre de forma simultânea à puberdade, período marcado por intensas mudanças físicas e psicológicas. É na adolescência que a pessoa está mais sensível e atenta para o modo como sua imagem corporal é julgada, fato que pode interferir diretamente na construção de sua autoestima. Para adolescentes negros, ainda há a intersecção da questão racial. Assim, além de ter a autoestima influenciada pelas mudanças hormonais e emocionais, adolescentes negros podem ter sua autoimagem fragilizada pelas situações de racismo vivenciadas na infância e perpetuadas na adolescência. Realizando um recorte ainda mais específico, podemos dizer que as questões de gênero também são fatores importantes que influenciam na autoestima e imagem corporal de adolescentes do gênero feminino, uma vez que há um ideal de beleza branco estabelecido na sociedade brasileira. Entendendo que adolescentes negras trazem em seus corpos marcas da intersecção das opressões de gênero, raça e classe, buscamos compreender como, e se, o racismo afeta as vivências afetivo-sexuais de adolescentes negras periféricas. Para isso, entrevistamos seis adolescentes negras, moradoras do distrito do Grajaú, localizado na periferia do extremo sul da cidade de São Paulo. As entrevistas ocorreram em dois momentos: inicialmente com entrevistas individuais utilizando como recurso metodológico a História de Vida e, por fim realizamos um Grupo Focal de Finalização com a presença de todas as adolescentes. Tanto as entrevistas individuais quanto o Grupo Focal foram transcritos e analisados com o recurso da Análise de Conteúdo. Como resultado, a pesquisa revelou que, desde a infância, essas adolescentes foram vítimas de racismo que, na puberdade geraram fragilização em sua autoestima e preterimento, além disso, as entrevistadas revelaram não se considerarem tão belas quanto adolescentes brancas. A hiperssexualização não se fez aparente nos discursos, ao contrário, o que observamos foram relatos de situações de rechaçamento por parte de outros adolescentes. As seis histórias de vida narradas, foram atravessadas pela presença intensa de situações em que o racismo gerou fragilidades no olhar de cada adolescente sobre si e sobre seu desenvolvimento afetivo-sexual. Essa pesquisa traz reflexões sobre os impactos do racismo na afetividade e sexualidade de adolescentes negras periféricas, além de chamar atenção para a importância de considerar a intersecção de raça, gênero, classe, faixa etária e afetividade nos trabalhos de Educação em Sexualidade com adolescentes. / Adolescense, culturally built, occurs simultaneously with puberty, a period marked by intense physical and psychological changes. Is in the adolescence that the person is more sensitive and attempt to how your body image is judged, fact that can directly interfere in your self esteem construction. For black adolescents, there is still the intersection of racial question. Thus, besides having the self esteem influenced by emotional and hormonal changes, black adolescents can have your self image fragilized by racism questions lived in childhood and disturbed in adolescence. Making an even more specific cut, we can say that gender questions can also be important factors that influence in self esteem and body image of female gender adolescents, once there is a white beauty ideal stabilized upon brazilian society. Comprehending that black black adolescents bring in their bodies marks of the intersection of gender, race and social class oppression, we seek to understand how, and if, racism affects the affective-sexual experiences of black peripheral adolescents. For this, we interviewed six black adolescents, living in the Grajaú district, located on the outskirts of the southern tip of the city of São Paulo. The interviews occured in two moments: initially with individual interviews using as a methodological resource the History of Life and, finally, we held a Finalization Focus Group with the presence of all the adolescents. Both the individual interviews and the Focus Group were transcribed and analyzed using Content Analysis. As result, the research revealed that, since the childhood, these adolescents were victims of racism that, in puberty generated embrittlement in their self-esteem and preterity, in addition,the interviewees revealed that they did not consider themselves as beautiful as white adolescents. The hypersexualization was not made apparent in speeches, on the contrary, of what we have observed was reports of situations of rejection by other adolescents. The six stories of life narrated were crossed by the intense presence of situations in which racism generated grooves in each teenager's gaze on himself and his affective-sexual development. This research brings reflections on the impacts of racism on the affectivity and sexuality of peripheral black adolescents, and draws attention to the importance of considering the intersection of race, gender, class, age group and affectivity in the studies on Sexuality Education with adolescents.
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