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Alucinações visuais, discinesias e sintomas depressivos na doença de parkinson : um estudo de ressonância magnética e morfologia baseada em voxel

Gama, Rômulo Lopes January 2015 (has links)
GAMA, Rômulo Lopes. Alucinações visuais, discinesias e sintomas depressivos na doença de parkinson : um estudo de ressonância magnética e morfologia baseada em voxel 2015. 140 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015. / Submitted by denise santos (denise.santos@ufc.br) on 2015-12-01T11:13:20Z No. of bitstreams: 1 2015_tese_rlgama.pdf: 1742912 bytes, checksum: 9e7bc10f94c7a5a2e12284fd6089932a (MD5) / Approved for entry into archive by denise santos(denise.santos@ufc.br) on 2015-12-01T11:34:46Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_tese_rlgama.pdf: 1742912 bytes, checksum: 9e7bc10f94c7a5a2e12284fd6089932a (MD5) / Made available in DSpace on 2015-12-01T11:34:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_tese_rlgama.pdf: 1742912 bytes, checksum: 9e7bc10f94c7a5a2e12284fd6089932a (MD5) Previous issue date: 2015 / Patients with Parkinson’s disease (PD) were clinically examined and specific symptoms related to sleep - walking cycle, visual hallucinati ons, dyskinesias, depressive symptoms were studied. Cerebral changes were evaluated using morphometric analysis voxel - by - voxel obtained by Magnetic Resonance Imaging (MRI). PD patients (N = 100, 67% male), aged from 45 to 80 years were evaluated regarding sleep disorders (Parkinson's Disease Sleep Scale, PDSS), sleep quality (Pittsburgh Sleep Quality Index, PSQI), level of daytime sleepiness (Epworth sleepiness Scale ESS) and the severity of symptoms (Unified Parkinson's Disease Scale UPDRS part I, II, III and IV). Depressive symptoms were assessed using the Beck Depression Inventory (BDI) and Hospital Anxiety Depression (HAD); cognitive function was evaluated with the MiniMental State Examination - Folstein (MMSE). The equivalent dose of levodopa was estimate d. Visual hallucinations (VHs) were observed in 28% of patients and there were no differences in gender, age, age of onset and disease duration. Vivid dreams were more common in patients with VHs. Patients with VHs showed more impairme nt of mental function s (UPDRS I ), more sleep disturbances (PDSS) and worse sleep quality (PSQI). The logistic regression analysis showed that the presence of vivid dreams and the degree of mental dysfunction were independently associated with VHs. The analysis between groups w ith and without dyskinesia showed that patients with dyskinesia were younger at onset of symptoms. PD patients with dyskinesia tended to have greater impairment of activities of daily living (UPDRS II), and motor activity (UPDRS III). Patients with depress ive symptoms tended to be worse in the activities of daily living (UPDRS II), and motor activity (UPDRS III) as compared to those without depressive symptoms. In the second phase of the study, the morphometric analysis was performed using MRI study in PD p atients (N=39) and controls (N=10). Cerebral changes were investigated regarding the presence of VHs, dyskinesia and depressive symptoms. Morphometric analysis voxel by voxel was obtained by MRI studies. The outcome variable used was the volume of gray mat ter. When compared to controls, PD patients without VHs showed a reduction in gray matter volume in the left superior frontal gyrus and left opercular frontal gyrus. As compared to PD patients without VHs, PD patients with VHs showed a reduction in gray ma tter volume in the left superior frontal gyrus. As for the presence/absence of cognitive dysfunction, patients with VHs and cognitive impairment had reduction of gray matter volume in t he left opercular gyrus . Patients with VHs without cognitive dysfunctio n had reduced gray matter in the left 10 insula and left trigonal frontal gyrus . The subgroup of patients with PD with dyskinesias showed a reduction of gray matter in the right pulvinar thalamus. PD patients with depressive symptoms showed a reduction of gra y matter in the medial right frontal gyrus as compared to PD without depression. As compared to controls, PD patients with depressive symptoms showed a reduction of gray matter in the left insula, right insula and left s uperior frontal gyrus . Our results s how that VHs are independently associated with the presence of vivid dreams and mental dysfunction. This study confirms that the operculum is an important site in the brain network for the manifestations of hallucinations and cognitive dysfunction in PD. I t also showed that changes in the posterior thalamus or pulvinar nucleus are associated with the presence of dyskinesias. The right insula and medial frontal gyrus are important sites connected to the presence of depressive symptoms in PD. This study shows that PD patients with VHs, dyskinesias and depressive symptoms have clinical and brain alterations that are specific. These results contribute to a better understanding of the pathogenesis of the disease and can direct therapies to specific targets e.g. t he use of deep brain stimulation. / Pacientes com doença de Parkinson (DP) foram estudados quanto as alterações clínicas, o ciclo vigília sono, as alucinações visuais, as discinesias, os sintomas depressivos e a análise morfométrica voxel-a-voxel através de Ressonância Magnética (RM). Os pacientes (N=100, 67% masculinos), com idade entre 45 e 80 anos foram avaliados quanto as alterações do sono (Parkinson’s Disease Sleep Scale, PDSS), a qualidade do sono (Pittsburgh Sleep Quality Index, PSQI), o grau de sonolência diurna (Epworth Sleepiness Scale, ESS) e a gravidade dos sintomas (Unified Parkinson’s Disease Scale, UPDRS partes I, II, III e IV). Os sintomas depressivos foram avaliados através das escalas de Beck Depression Inventory (BDI) e Hospital Anxiety Depression (HAD) e a função cognitiva através do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). A dose equivalente de levodopa (DEL) foi avaliada. Alucinações visuais (AVs) foram observadas em 28% dos pacientes e não houve diferença estatisticamente significativa quanto ao sexo, idade, idade de início dos sintomas e duração da doença. Relatos de sonhos vívidos foram mais comuns em pacientes com DP e AVs. Os pacientes com AVs apresentavam mais alterações das funções mentais (UPDRS I), mais distúrbios do sono (PDSS) e pior qualidade do sono (PSQI). A análise de regressão logística mostrou que a presença de sonhos vívidos e o grau de alterações cognitivas associaram-se de forma independente com a presença de alucinações visuais. A análise entre os grupos com e sem discinesia mostrou que os pacientes com discinesia (%) eram mais jovens no início dos sintomas). Pacientes com DP e discinesias tendiam a apresentar maior comprometimento das atividades da vida diária (UPDRS II) e da atividade motora (UPDRS III). Pacientes com sintomas depressivos (24%) tendiam a ser pior quanto as atividades da vida diária (UPDRS II) e quanto a atividade motora (UPDRS III). Na análise morfométrica através de estudo de ressonância magnética em pacientes com DP (N=39) e controles (N=10) e foi estudada a sua associação com alucinações visuais, discinesias e depressão. As imagens de RM foram processadas de acordo com o protocolo para estudo de volumétrica baseada em voxel (VBM). A variável de desfecho usada foi o volume de substância cinzenta. Em relação aos controles, pacientes com DP sem AVs mostraram redução do volume de substância cinzenta no giro frontal superior esquerdo e no giro frontal opercular esquerdo. Pacientes com DP e com AVs mostraram redução do volume de substância cinzenta no giro frontal superior esquerdo (p=0,02) quando comparados aos com DP e sem AVs. Quanto à presença/ausência de disfunção cognitiva, pacientes com AVs e disfunção cognitiva apresentavam redução do volume de substância cinzenta no giro opercular esquerdo. Casos sem disfunção cognitiva apresentavam redução da substância cinzenta na ínsula esquerda e giro frontal trigonal esquerdo. O subgrupo de pacientes com DP com discinesias mostrou redução da massa cinzenta no pulvinar do tálamo direito em relação aos pacientes com DP sem discinesia. Na análise VBM, a comparação de pacientes com DP com depressão em relação ao grupo DP sem depressão mostrou uma tendência de redução de massa cinzenta no giro frontal medial direito e na comparação com controles observou-se uma redução de massa cinzenta na ínsula esquerda, insula direita e giro frontal superior esquerdo. Nossos resultados mostram que as AVs associam-se de forma independente com a presença de sonhos vívidos, disfunção mental, alterações do comportamento e alterações do humor (UPDRS I). Esse estudo confirma que o opérculo é importante na rede de circuitos cerebrais envolvidos na manifestação de alucinações e disfunções cognitivas na DP. Mostrou-se ainda que alterações no núcleo pulvinar do tálamo associam-se com a presença de discinesias. A ínsula direita e o giro frontal medial são demonstrados como importantes locais de comprometimento cerebral em associação com os sintomas depressivos na DP. Portanto, os pacientes com DP e AVs, discinesias e sintomas depressivos apresentam alterações clínicas e alterações cerebrais que são específicas. Os resultados atuais contribuem para um melhor conhecimento sobre a patogenia da doença e podem direcionar para alvos específicos terapias atualmente usadas como a estimulação cerebral profunda.
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Fenômenos alucinatórios auditivos em pacientes com zumbido: relações com o psiquismo / Auditory hallucinatory phenomena in tinnitus patients: relation with psychism

Santos, Rosa Maria Rodrigues dos 03 September 2009 (has links)
Introdução: Nos últimos anos, nosso Grupo de Pesquisa em Zumbido identificou um número crescente de pacientes que referiram percepções repetidas de músicas e vozes, além do zumbido. Tais fenômenos alucinatórios nos instigaram a estudar suas possíveis relações com o psiquismo destes pacientes. Objetivos: avaliar se os fenômenos alucinatórios dos pacientes com zumbido têm relação com a psicose e/ou a depressão, além de esclarecer seu conteúdo e função no psiquismo. Casuística e métodos: Dez sujeitos (8 mulheres, idade média de 65,7 anos) foram avaliados pelo Inventário Fatorial da Personalidade (IFP), Escala para Depressão de Hamilton (HAM-D), entrevista semi-dirigida e entrevistas psicanalíticas. Resultados: Todos apresentaram relação dos fenômenos auditivos com a neurose e sintomas depressivos. Nove pacientes evidenciaram nítida relação entre o psiquismo e o conteúdo ou função de seus fenômenos, os quais representaram ou resgataram aspectos da vida afetiva. A repetição dos fenômenos e do sofrimento ofereceu uma satisfação paradoxal, que foi marcante em todos os casos. Conclusões: Evidenciou-se uma importante relação entre zumbido, fenômenos alucinatórios auditivos e depressão sustentada na satisfação paradoxal com a repetição do sofrimento, o que está vinculado ao caráter neurótico. / In the last few years, our Tinnitus Research Group identified a growing number of patients that repeatedly reported, in addition to tinnitus, perceptions of music and voices. Such hallucinatory phenomena inspired us to study their possible relation with these patients psychism. Objective: To assess whether the delusive phenomena of tinnitus patients are psychosis and / or depression related, in addition to clarify its content and function in the psychism. Methods: Ten subjects (8 women, mean age 65.7 years) were assessed by the Factorial Inventory of Personality (FIP), the Hamilton Depression Rating Scale (HDRS), semi-structured interviews and psychoanalytic interviews. Results: All results showed a relationship between auditory phenomena and neurosis or depressive symptoms. Nine patients showed a clear relationship between the psychism and the content or function of their phenomena, which represented or rescued affective aspects of life. The repetition of the phenomena and the suffering offered a paradoxical satisfaction, which was noticeable in all cases. Conclusion: A significant relationship between tinnitus, hallucinatory phenomena and depression was evidenced by the paradoxical satisfaction with the repetition of suffering, which is linked to the neurotic trait.
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Influência do silêncio e da atenção na percepção auditiva: implicações na compreensão do zumbido / Influence of silence and auditory attention on auditory perceptions: implications to tinnitus comprehension

Knobel, Keila Alessandra Baraldi 11 December 2007 (has links)
OBJETIVOS: Estudar o efeito da atenção e do silêncio sustentado no aparecimento de percepções auditivas fantasma em adultos normo-ouvintes e a relação com características sócio-demográficas. MÉTODOS: Dentro de uma cabina acústica, 66 voluntários (18 a 65 anos, média etária 37,3 anos) realizaram três experimentos de cinco minutos cada, apresentados consecutivamente e em ordem aleatória. Dois desviavam a atenção do sistema auditivo (Hanói - H e Atenção Visual - AV) e outro a direcionava para ele (Atenção Auditiva - AA). Os sujeitos foram questionados sobre suas percepções auditivas e visuais. Em nenhum momento foram apresentados quaisquer sons ou mudanças na iluminação. RESULTADOS: 19,7% dos sujeitos experimentaram alguma percepção auditiva durante o experimento H, 68,2% durante o experimento AV e 68,2% durante o experimento AA, enquanto percepções visuais foram relatadas por 6,1%, 15,2% e 4,5% dos sujeitos para os mesmos três experimentos. A diferença na freqüência de percepções auditivas e visuais foi estatisticamente significativa, assim com a diferença na freqüência de percepções auditivas nos três experimentos. Não houve diferença estatisticamente significativa para o aparecimento de percepções auditivas ou visuais em relação às variáveis estudadas (idade, gênero, nível de instrução, hipertensão arterial, diabetes, história de tontura, história prévia de zumbido ou de exposição a níveis de pressão sonora elevados). Um maior número de percepções auditivas foi referido no experimento AA. Enquanto nos experimentos H e AV a maioria das percepções auditivas foi descrita como sons típicos de zumbido (apito, chiado, \"hum\", som de insetos ou de água corrente), no experimento AA 39,9% dos sujeitos (n=26) relataram a percepção de sons atípicos, mais compatíveis com vivências alucinatórias que com zumbido. CONCLUSÕES: Zumbido e alucinação auditiva podem ocorrer na população normal em ambiente silencioso, independente de idade, gênero, nível de instrução, hipertensão arterial, diabetes, história de tontura, zumbido, ou exposição prévia a níveis de pressão sonora elevados. A ativação concomitante da atenção auditiva contribuiu de maneira importante na quantidade e na qualidade das percepções auditivas fantasma. / OBJECTIVE: To study the effect of attention and sustained silence on the emergence of auditory phantom perception in normal hearing adults and social-demographics relations. METHODS: sitting in a sound booth, 66 volunteers (age range 18-65, mean age 37.3) performed three experiments of five minutes each, consecutively and randomly presented. Two deviated attention from auditory system, called Hanoi (H) and Visual Attention (VA) experiments and one drove attention to the auditory system, called Auditory Attention (AA). After each experiment, subjects were asked about their auditory and visual perception. No sound or light change was given at any moment. RESULTS: 19.7% of the subjects experienced auditory perceptions during H, 45.5% during VA and 68.2% during AA, while visual perceptions were experienced by 6.1%, 15.2% and 4.5% of the subjects for the same three experiments. The frequency of auditory and visual perception was statistically different, as well as the frequency of auditory perception among experiments. No significant differences for auditory perceptions emergence for studied variables were found (age, gender, instructional level, hypertension, diabetes, history of dizziness, history of tinnitus, previous exposure to high sound pressure levels). A higher prevalence of auditory perceptions was found on AA experiment. While on H and VA experiments most of the auditory perceptions were described as typical tinnitus sounds (whistle, buzzing, hum, insects and running water), on AA experiment 39,9% of the subjects (n=26) experienced non-typical tinnitus sounds, closer to hallucinatory experiences than to tinnitus. CONCLUSION: Tinnitus and auditory hallucination may occur in a non-clinical population in a silent environment, with no influences from age, gender, instructional level, hypertension, diabetes, history of dizziness, history of tinnitus, previous exposure to high sound pressure levels. Concomitant auditory attention seems to play an important role on the emergence of tinnitus.
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Fenômenos alucinatórios auditivos em pacientes com zumbido: relações com o psiquismo / Auditory hallucinatory phenomena in tinnitus patients: relation with psychism

Rosa Maria Rodrigues dos Santos 03 September 2009 (has links)
Introdução: Nos últimos anos, nosso Grupo de Pesquisa em Zumbido identificou um número crescente de pacientes que referiram percepções repetidas de músicas e vozes, além do zumbido. Tais fenômenos alucinatórios nos instigaram a estudar suas possíveis relações com o psiquismo destes pacientes. Objetivos: avaliar se os fenômenos alucinatórios dos pacientes com zumbido têm relação com a psicose e/ou a depressão, além de esclarecer seu conteúdo e função no psiquismo. Casuística e métodos: Dez sujeitos (8 mulheres, idade média de 65,7 anos) foram avaliados pelo Inventário Fatorial da Personalidade (IFP), Escala para Depressão de Hamilton (HAM-D), entrevista semi-dirigida e entrevistas psicanalíticas. Resultados: Todos apresentaram relação dos fenômenos auditivos com a neurose e sintomas depressivos. Nove pacientes evidenciaram nítida relação entre o psiquismo e o conteúdo ou função de seus fenômenos, os quais representaram ou resgataram aspectos da vida afetiva. A repetição dos fenômenos e do sofrimento ofereceu uma satisfação paradoxal, que foi marcante em todos os casos. Conclusões: Evidenciou-se uma importante relação entre zumbido, fenômenos alucinatórios auditivos e depressão sustentada na satisfação paradoxal com a repetição do sofrimento, o que está vinculado ao caráter neurótico. / In the last few years, our Tinnitus Research Group identified a growing number of patients that repeatedly reported, in addition to tinnitus, perceptions of music and voices. Such hallucinatory phenomena inspired us to study their possible relation with these patients psychism. Objective: To assess whether the delusive phenomena of tinnitus patients are psychosis and / or depression related, in addition to clarify its content and function in the psychism. Methods: Ten subjects (8 women, mean age 65.7 years) were assessed by the Factorial Inventory of Personality (FIP), the Hamilton Depression Rating Scale (HDRS), semi-structured interviews and psychoanalytic interviews. Results: All results showed a relationship between auditory phenomena and neurosis or depressive symptoms. Nine patients showed a clear relationship between the psychism and the content or function of their phenomena, which represented or rescued affective aspects of life. The repetition of the phenomena and the suffering offered a paradoxical satisfaction, which was noticeable in all cases. Conclusion: A significant relationship between tinnitus, hallucinatory phenomena and depression was evidenced by the paradoxical satisfaction with the repetition of suffering, which is linked to the neurotic trait.
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Influência do silêncio e da atenção na percepção auditiva: implicações na compreensão do zumbido / Influence of silence and auditory attention on auditory perceptions: implications to tinnitus comprehension

Keila Alessandra Baraldi Knobel 11 December 2007 (has links)
OBJETIVOS: Estudar o efeito da atenção e do silêncio sustentado no aparecimento de percepções auditivas fantasma em adultos normo-ouvintes e a relação com características sócio-demográficas. MÉTODOS: Dentro de uma cabina acústica, 66 voluntários (18 a 65 anos, média etária 37,3 anos) realizaram três experimentos de cinco minutos cada, apresentados consecutivamente e em ordem aleatória. Dois desviavam a atenção do sistema auditivo (Hanói - H e Atenção Visual - AV) e outro a direcionava para ele (Atenção Auditiva - AA). Os sujeitos foram questionados sobre suas percepções auditivas e visuais. Em nenhum momento foram apresentados quaisquer sons ou mudanças na iluminação. RESULTADOS: 19,7% dos sujeitos experimentaram alguma percepção auditiva durante o experimento H, 68,2% durante o experimento AV e 68,2% durante o experimento AA, enquanto percepções visuais foram relatadas por 6,1%, 15,2% e 4,5% dos sujeitos para os mesmos três experimentos. A diferença na freqüência de percepções auditivas e visuais foi estatisticamente significativa, assim com a diferença na freqüência de percepções auditivas nos três experimentos. Não houve diferença estatisticamente significativa para o aparecimento de percepções auditivas ou visuais em relação às variáveis estudadas (idade, gênero, nível de instrução, hipertensão arterial, diabetes, história de tontura, história prévia de zumbido ou de exposição a níveis de pressão sonora elevados). Um maior número de percepções auditivas foi referido no experimento AA. Enquanto nos experimentos H e AV a maioria das percepções auditivas foi descrita como sons típicos de zumbido (apito, chiado, \"hum\", som de insetos ou de água corrente), no experimento AA 39,9% dos sujeitos (n=26) relataram a percepção de sons atípicos, mais compatíveis com vivências alucinatórias que com zumbido. CONCLUSÕES: Zumbido e alucinação auditiva podem ocorrer na população normal em ambiente silencioso, independente de idade, gênero, nível de instrução, hipertensão arterial, diabetes, história de tontura, zumbido, ou exposição prévia a níveis de pressão sonora elevados. A ativação concomitante da atenção auditiva contribuiu de maneira importante na quantidade e na qualidade das percepções auditivas fantasma. / OBJECTIVE: To study the effect of attention and sustained silence on the emergence of auditory phantom perception in normal hearing adults and social-demographics relations. METHODS: sitting in a sound booth, 66 volunteers (age range 18-65, mean age 37.3) performed three experiments of five minutes each, consecutively and randomly presented. Two deviated attention from auditory system, called Hanoi (H) and Visual Attention (VA) experiments and one drove attention to the auditory system, called Auditory Attention (AA). After each experiment, subjects were asked about their auditory and visual perception. No sound or light change was given at any moment. RESULTS: 19.7% of the subjects experienced auditory perceptions during H, 45.5% during VA and 68.2% during AA, while visual perceptions were experienced by 6.1%, 15.2% and 4.5% of the subjects for the same three experiments. The frequency of auditory and visual perception was statistically different, as well as the frequency of auditory perception among experiments. No significant differences for auditory perceptions emergence for studied variables were found (age, gender, instructional level, hypertension, diabetes, history of dizziness, history of tinnitus, previous exposure to high sound pressure levels). A higher prevalence of auditory perceptions was found on AA experiment. While on H and VA experiments most of the auditory perceptions were described as typical tinnitus sounds (whistle, buzzing, hum, insects and running water), on AA experiment 39,9% of the subjects (n=26) experienced non-typical tinnitus sounds, closer to hallucinatory experiences than to tinnitus. CONCLUSION: Tinnitus and auditory hallucination may occur in a non-clinical population in a silent environment, with no influences from age, gender, instructional level, hypertension, diabetes, history of dizziness, history of tinnitus, previous exposure to high sound pressure levels. Concomitant auditory attention seems to play an important role on the emergence of tinnitus.
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Escutar vozes : da qualificação da experiência ao cuidado na clínica em saúde mental

Fernandes, Henrique Campagnollo D´ávila 04 July 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2017. / Texto parcialmente liberado pelo autor. Conteúdo restrito: Artigos 1, 2 e 3 e Considerações Finais. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-10-13T20:59:25Z No. of bitstreams: 1 2017_HenriqueCampagnolloD´ávilaFernandes_PARCIAL.pdf: 344942 bytes, checksum: 66d2b46effd17aa1d89bf46b8f017d33 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2017-10-16T14:38:14Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2017_HenriqueCampagnolloD´ávilaFernandes_PARCIAL.pdf: 344942 bytes, checksum: 66d2b46effd17aa1d89bf46b8f017d33 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-10-16T14:38:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2017_HenriqueCampagnolloD´ávilaFernandes_PARCIAL.pdf: 344942 bytes, checksum: 66d2b46effd17aa1d89bf46b8f017d33 (MD5) Previous issue date: 2017-10-16 / Este trabalho tem como tema o fenômeno da alucinação auditiva, considerada pelo horizonte biomédico ocidental moderno como um sintoma de transtorno mental. O enfoque psicopatológico tradicional, presente no sistema público de saúde mental, privilegia o tratamento medicamentoso, e muitas vezes esse tratamento prescinde de uma lida que trabalhe o contexto vivencial, o qual contribuiu para que o sofrimento grave tomasse lugar na existência das pessoas. Mesmo seguindo as prescrições médicas e frequentando as atividades previstas no plano terapêutico, muitas delas continuam escutando vozes, e relatam efeitos colaterais que restringem algumas de suas possibilidades de vir a ser. Desse modo, este estudo se justifica pela necessidade de problematização de uma lógica de cuidado que entende a audição de vozes como sinal de transtorno mental, e que visa a remissão dos sintomas como foco do tratamento. Sem privilegiar outras alternativas de acompanhamento, alguns dos pressupostos da Lei da Saúde Mental de nosso país acabam não sendo seguidos. Além desses aspectos, pesquisas internacionais apontam taxas elevadas de pessoas que escutam vozes na população geral de alguns países, e que não necessariamente realizam tratamento em saúde mental, bem como formas de tratamento eficazes e alternativas à medicalização. Considerando essas questões, o objetivo geral desta dissertação foi investigar a experiência da audição de vozes para além do signo “alucinação auditiva”, tal como tem sido compreendido pela perspectiva biomédica, bem como pensar em formas de acolhimento do fenômeno. Para isso, criou-se um grupo psicoterapêutico específico para o cuidado da alucinação auditiva, em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de uma capital brasileira, e dividiu-se esta dissertação em três artigos. O primeiro deles teve como objetivo problematizar a noção da alucinação como sintoma de doença mental, através de uma contextualização histórica e cultural sobre o fenômeno. O segundo artigo teve o objetivo de analisar as vivências de pessoas que escutam vozes. Para tanto, foram entrevistadas seis mulheres e quatro homens, e a transcrição das entrevistas foi submetida a uma análise de conteúdo. Observou-se que dimensões como a origem e características das vozes, estratégias de lida e suporte familiar, são importantes de serem trabalhados pelos profissionais. No terceiro artigo, buscou-se narrar e refletir sobre as experiências do grupo criado para esta pesquisa no CAPS. Para isso, foram analisados diários de campo confeccionados ao longo dos dezoito meses de funcionamento do grupo. Além de técnicas de manejo que foram utilizadas pelo facilitador, tal artigo apresentou ganhos terapêuticos decorrentes das trocas realizadas entre os integrantes do grupo. Recomenda-se a adoção de grupos nesse formato, para que os serviços de saúde ampliem a capacidade de cuidado. A partir da síntese dos três artigos, conclui-se que é fundamental entendermos que a lógica biomédica é apenas uma possibilidade de compreensão da alucinação. Além disso, há necessidade de que se criem outras formas de lida com o fenômeno, a fim de proporcionar uma maior qualidade de vida e de suporte para ouvidores de vozes, e contribuir não só para a concretização da reforma psiquiátrica brasileira, como para a transformação do estigma da loucura. / This work has as its theme the phenomenon of auditory hallucination, considered by the modern western biomedical horizon as a symptom of mental disorder. The traditional psychopathological approach, present in the mental health public system, privileges the treatment with medicine, which often dispenses a work that deals with the experiential context, that contributed to the process of illness. Even following the medical prescriptions and attending the activities planned in the therapeutic plan, many of them continue to listen to voices, and report side effects that restrict some of their possibilities of being. In this way, this study is justified by the need to problematize a care logic that understands the hearing of voices as a sign of mental disorder, and that aims to the remission of symptoms as the focus of treatment. Without favoring other follow-up alternatives, some of the assumptions of the Mental Health Law of our country are not followed. In addition to these aspects, international surveys point to high rates of people who listen to voices in the general population of some countries, who do not necessarily perform mental health treatment, as well as effective and alternative forms of treatment in replacement of medicalization. Considering these questions, the general objective of this dissertation was to investigate the experience of hearing voices beyond the sign "auditory hallucination", as understood by the biomedical perspective, as well as to think of ways of welcoming the phenomenon. For this, a specific psychotherapeutic group was created for the care of the auditory hallucination, in a Psychosocial Attention Center (CAPS) of a Brazilian capital, and this dissertation was divided in three articles. The first one aimed to problematize the notion of hallucination as a symptom of mental illness, through a historical and cultural contextualization about the phenomenon. The second article had the objective of analyze the experiences of people who hear voices. Six women and four men were interviewed, and the transcription of the interviews was submitted to a content analysis. It was observed that dimensions such as the origin and characteristics of voices, coping strategies and family support are important for professionals to work with. In the third article, we sought to describe and reflect about the experiences of the group created for this research in the CAPS. To this end, we analyzed field diaries made during the eighteen months of operation of the group. In addition to psychotherapeutic techniques that were used by the facilitator, this article presented therapeutic factors resulting from the exchanges between the members of the group. It is recommended to the health services to adopt groups in this format to increase the capacity of care. From the synthesis of the three articles, it is concluded that it is fundamental to understand that biomedical logic is only a possibility of understanding the hallucination. In addition, it´s necessary to create other ways of dealing with the phenomenon, in order to provide a higher quality of life and support for voice hearers, and contribute not only to the realization of the Brazilian psychiatric reform, but also to the transformation of the stigma of madness.
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Uso de prótese auditiva no controle do zumbido e alucinação musical / Use of hearing aids for controlling tinnitus and musical hallucinations

Rocha, Sávya Cybelle Milhomem 08 November 2012 (has links)
Introdução: Embora alucinações auditivas sejam consideradas manifestações psicopatológicas, a alucinação musical vem sendo descrita em indivíduos sem antecedentes de psicose e com sintomas otológicos. Assim como ocorre com o zumbido, acredita-se que a perda auditiva seja o principal fator predisponente para o aparecimento da alucinação musical. Até o momento, a alucinação musical tem-se mostrado refratária aos tratamentos usualmente propostos na literatura. Objetivos: 1. Primário: avaliar o efeito do uso de aparelho de amplificação sonora individual, pelo período de um ano, em pacientes com zumbido e alucinação musical, associados à perda auditiva; 2. Secundários: a. avaliar a coexistência de doenças otológicas, neurológicas e psiquiátricas; b. verificar associação entre a melhora do zumbido e a da alucinação musical com uso de aparelho de amplificação sonora individual. Métodos: pela raridade do fenômeno, realizou-se um ensaio clínico não-randomizado que incluiu os primeiros 14 pacientes com zumbido e alucinação musical matriculados no Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, adultos, de ambos os gêneros. Todos foram submetidos à avaliação multidisciplinar pela mesma equipe de otorrinolaringologistas, neurologistas e psiquiatras. Todos pacientes tinham critério audiológico para uso de aparelho de amplificação sonora individual e não haviam melhorado dos sintomas com abordagem medicamentosa. O grupo experimental contou com 9 participantes que receberam orientação sobre seus três sintomas auditivos e adaptaram o aparelho de amplificação sonora individual, enquanto o grupo controle contou com 5 participantes que receberam a mesma orientação sobre os sintomas, mas recusaram-se a submeter-se à adaptação do aparelho de amplificação sonora individual. O zumbido foi avaliado antes e após um ano pelo Tinnitus Handicap Inventory e a alucinação musical, pela escala numérica. Resultados: O grau de perda auditiva mostrou-se adequadamente pareado em ambos os grupos, sendo severo a profundo em cerca de 80% dos casos. A avaliação cognitiva mostrou déficit de atenção leve em 33,3% (grupo experimental) e 20% (grupo controle). Atividade epileptiforme esteve presente em 11,1% (grupo experimental) e 20% (grupo controle). A avaliação psiquiátrica evidenciou episódio depressivo em 66,6% (grupo experimental) e 80% (grupo controle), ansiedade generalizada em 11,1% (grupo experimental) e 0% (grupo controle) e ausência de diagnóstico psiquiátrico em 22% (grupo experimental) e 20% (grupo controle). Após um ano, pacientes de ambos os grupos apresentaram melhora do grau de incômodo do zumbido, porém a melhora no grupo experimental foi significativamente maior do que no grupo controle e somente os indivíduos do grupo experimental apresentaram melhora do incômodo com a alucinação musical. Não houve associação entre a melhora do zumbido e da alucinação musical. Conclusão: A alucinação musical, nesta amostra, apresentou-se expressivamente associada ao sexo feminino, aos idosos e à presença dos transtornos de humor. A avaliação multidisciplinar (otológica, psiquiátrica e neurológica) deve ser oferecida a pacientes que apresentem alucinação musical para refinar o diagnóstico. Após um ano de acompanhamento, a amplificação sonora promovida pelo uso de aparelho de amplificação sonora individual, associada à orientação específica sobre zumbido, alucinação musical e perda auditiva foi mais efetiva no controle do zumbido e da alucinação musical que a orientação isolada / Introduction: Although auditory hallucinations are considered psychopathological phenomena, musical hallucinations have been reported in individuals without history of psychosis but with otologic symptoms. As is the case for tinnitus, hearing loss is thought to be the main predisposing factor for the emergence of musical hallucinations. To date, musical hallucinations have remained refractory to the treatment approaches typically recommended in the literature. Objectives: 1. Primary: to assess the effect of one year of hearing aid use in patients with both tinnitus and musical hallucinations associated with hearing loss; 2. Secondary: a. to investigate the coexistence of otologic, neurologic and psychiatric diseases; b. to verify the association between improvement of tinnitus and musical hallucinations using hearing aid. Methods: given the rareness of the phenomenon, a nonrandomized clinical trial was conducted including the first 14 consecutive adult patients of both genders with tinnitus and musical hallucinations enrolled at the Tinnitus Research Group of the Clinicas Hospital of the University of São Paulo School of Medicine. All patients were assessed by the same multidisciplinary team of ENT specialists, neurologists and psychiatrists. All patients met audiologic criteria for use of a hearing aid and had shown no improvement in symptoms after treatment with medications. The experimental group comprised 9 participants who were given counseling on their three auditory symptoms and fitted with hearing aids. The control group comprised 5 subjects given the same counseling but who declined to have hearing aids fitted. Tinnitus was assessed at baseline and again at 1- year follow-up using the Tinnitus Handicap Inventory whereas musical hallucinations were assessed by a numeric scale. Results: The two groups proved suitably matched for deafness, with 80% of the both groups presenting with severe to profound hearing loss. The cognitive assessment revealed mild attention deficit in 33.3% (experimental group) and 20%(control group). Epileptiform activity was detected in 11.1% (experimental group) and 20% (control group). The psychiatric assessment revealed depressive episodes in 66.6% (experimental group) and 80% (control group). Generalized anxiety was found in 11.1% (experimental group) and 0% (control group) and absence of psychiatric diagnoses in 22% (experimental group) and 20% (control group). Patients from both groups showed improved tinnitus handicap grades at 1-year follow-up, although experimental group subjects had a significantly greater improvement than control group subjects. Only individuals from the experimental group improved on musical hallucination handicap. No correlation was found between improvement in tinnitus and improvement in musical hallucinations. Conclusion: In the sample studied, musical hallucination was found in females and elderly adults and was associated with mood disorders. Patients presenting with musical hallucinations should be submitted to a multidisciplinary assessment (otologic, psychiatric and neurologic) to refine the diagnosis. Sound amplification using a hearing aid, combined with specific counseling on tinnitus, musical hallucinations and hearing loss, proved more effective for controlling tinnitus and musical hallucinations after one year than specific counseling alone
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Uso de prótese auditiva no controle do zumbido e alucinação musical / Use of hearing aids for controlling tinnitus and musical hallucinations

Sávya Cybelle Milhomem Rocha 08 November 2012 (has links)
Introdução: Embora alucinações auditivas sejam consideradas manifestações psicopatológicas, a alucinação musical vem sendo descrita em indivíduos sem antecedentes de psicose e com sintomas otológicos. Assim como ocorre com o zumbido, acredita-se que a perda auditiva seja o principal fator predisponente para o aparecimento da alucinação musical. Até o momento, a alucinação musical tem-se mostrado refratária aos tratamentos usualmente propostos na literatura. Objetivos: 1. Primário: avaliar o efeito do uso de aparelho de amplificação sonora individual, pelo período de um ano, em pacientes com zumbido e alucinação musical, associados à perda auditiva; 2. Secundários: a. avaliar a coexistência de doenças otológicas, neurológicas e psiquiátricas; b. verificar associação entre a melhora do zumbido e a da alucinação musical com uso de aparelho de amplificação sonora individual. Métodos: pela raridade do fenômeno, realizou-se um ensaio clínico não-randomizado que incluiu os primeiros 14 pacientes com zumbido e alucinação musical matriculados no Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, adultos, de ambos os gêneros. Todos foram submetidos à avaliação multidisciplinar pela mesma equipe de otorrinolaringologistas, neurologistas e psiquiatras. Todos pacientes tinham critério audiológico para uso de aparelho de amplificação sonora individual e não haviam melhorado dos sintomas com abordagem medicamentosa. O grupo experimental contou com 9 participantes que receberam orientação sobre seus três sintomas auditivos e adaptaram o aparelho de amplificação sonora individual, enquanto o grupo controle contou com 5 participantes que receberam a mesma orientação sobre os sintomas, mas recusaram-se a submeter-se à adaptação do aparelho de amplificação sonora individual. O zumbido foi avaliado antes e após um ano pelo Tinnitus Handicap Inventory e a alucinação musical, pela escala numérica. Resultados: O grau de perda auditiva mostrou-se adequadamente pareado em ambos os grupos, sendo severo a profundo em cerca de 80% dos casos. A avaliação cognitiva mostrou déficit de atenção leve em 33,3% (grupo experimental) e 20% (grupo controle). Atividade epileptiforme esteve presente em 11,1% (grupo experimental) e 20% (grupo controle). A avaliação psiquiátrica evidenciou episódio depressivo em 66,6% (grupo experimental) e 80% (grupo controle), ansiedade generalizada em 11,1% (grupo experimental) e 0% (grupo controle) e ausência de diagnóstico psiquiátrico em 22% (grupo experimental) e 20% (grupo controle). Após um ano, pacientes de ambos os grupos apresentaram melhora do grau de incômodo do zumbido, porém a melhora no grupo experimental foi significativamente maior do que no grupo controle e somente os indivíduos do grupo experimental apresentaram melhora do incômodo com a alucinação musical. Não houve associação entre a melhora do zumbido e da alucinação musical. Conclusão: A alucinação musical, nesta amostra, apresentou-se expressivamente associada ao sexo feminino, aos idosos e à presença dos transtornos de humor. A avaliação multidisciplinar (otológica, psiquiátrica e neurológica) deve ser oferecida a pacientes que apresentem alucinação musical para refinar o diagnóstico. Após um ano de acompanhamento, a amplificação sonora promovida pelo uso de aparelho de amplificação sonora individual, associada à orientação específica sobre zumbido, alucinação musical e perda auditiva foi mais efetiva no controle do zumbido e da alucinação musical que a orientação isolada / Introduction: Although auditory hallucinations are considered psychopathological phenomena, musical hallucinations have been reported in individuals without history of psychosis but with otologic symptoms. As is the case for tinnitus, hearing loss is thought to be the main predisposing factor for the emergence of musical hallucinations. To date, musical hallucinations have remained refractory to the treatment approaches typically recommended in the literature. Objectives: 1. Primary: to assess the effect of one year of hearing aid use in patients with both tinnitus and musical hallucinations associated with hearing loss; 2. Secondary: a. to investigate the coexistence of otologic, neurologic and psychiatric diseases; b. to verify the association between improvement of tinnitus and musical hallucinations using hearing aid. Methods: given the rareness of the phenomenon, a nonrandomized clinical trial was conducted including the first 14 consecutive adult patients of both genders with tinnitus and musical hallucinations enrolled at the Tinnitus Research Group of the Clinicas Hospital of the University of São Paulo School of Medicine. All patients were assessed by the same multidisciplinary team of ENT specialists, neurologists and psychiatrists. All patients met audiologic criteria for use of a hearing aid and had shown no improvement in symptoms after treatment with medications. The experimental group comprised 9 participants who were given counseling on their three auditory symptoms and fitted with hearing aids. The control group comprised 5 subjects given the same counseling but who declined to have hearing aids fitted. Tinnitus was assessed at baseline and again at 1- year follow-up using the Tinnitus Handicap Inventory whereas musical hallucinations were assessed by a numeric scale. Results: The two groups proved suitably matched for deafness, with 80% of the both groups presenting with severe to profound hearing loss. The cognitive assessment revealed mild attention deficit in 33.3% (experimental group) and 20%(control group). Epileptiform activity was detected in 11.1% (experimental group) and 20% (control group). The psychiatric assessment revealed depressive episodes in 66.6% (experimental group) and 80% (control group). Generalized anxiety was found in 11.1% (experimental group) and 0% (control group) and absence of psychiatric diagnoses in 22% (experimental group) and 20% (control group). Patients from both groups showed improved tinnitus handicap grades at 1-year follow-up, although experimental group subjects had a significantly greater improvement than control group subjects. Only individuals from the experimental group improved on musical hallucination handicap. No correlation was found between improvement in tinnitus and improvement in musical hallucinations. Conclusion: In the sample studied, musical hallucination was found in females and elderly adults and was associated with mood disorders. Patients presenting with musical hallucinations should be submitted to a multidisciplinary assessment (otologic, psychiatric and neurologic) to refine the diagnosis. Sound amplification using a hearing aid, combined with specific counseling on tinnitus, musical hallucinations and hearing loss, proved more effective for controlling tinnitus and musical hallucinations after one year than specific counseling alone
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Significado de alucinação e mediunidade para profissionais da saúde mental de um hospital psiquiátrico e médiuns de um centro espírita de um município paulista / The meaning of hallucination and mediumship for mental health professionals from a pyschiatric hospital and mediums from a spiritist center in a city in the state of São Paulo

Ricardo Henrique Guandolini 30 January 2018 (has links)
As pesquisas que estudam a relação entre fenômenos mediúnicos e saúde mental, embora tenham aumentado nas últimas décadas, ainda não produziram informações suficientes para a consolidação de práticas alternativas às tradicionais. Entretanto, a literatura aponta a necessidade de ampliar os dados por meio de pesquisas que aprofundem nessa temática. Realizou-se um estudo transversal de natureza exploratório-descritiva com abordagem qualitativa dos dados, com objetivo de investigar os significados de alucinação e mediunidade por médiuns de um centro espírita e profissionais da saúde mental de um hospital psiquiátrico de um município paulista. Foram entrevistados 10 médiuns e 10 profissionais de saúde. Utilizou-se como referencial teórico metodológico a abordagem Histórico-Cultural baseada na obra de Vigotski e os Núcleos de Significação de Wanda Aguiar e Sérgio Ozella baseados no referido autor. Foram construídos de três núcleos de significação: \"Entre o real e o imaginário: alterações e perturbações\"; \"Entre o fenômeno e a religião: razão ou loucura\"; e \"Entre o patológico e o espiritual: fenômenos que se relacionam, mas são distintos\". Os resultados demonstram que os médiuns significam a mediunidade com mais precisão do que os profissionais da saúde mental enquanto estes significam a alucinação conceitualmente com mais exatidão. Contudo os significados de alucinação para os médiuns e o de mediunidade para os profissionais não destoam, o que demonstra a disseminação cultural dos conceitos. A maioria dos médiuns e profissionais relataram ter dificuldade para distinguir os fenômenos pesquisados e referiram desconhecer a literatura produzida sobre o tema / Although research about the relationship of mediumic phenomena and mental health has grown in the past decades, it has yet to produce sufficient information for the consolidation of practices alternative to traditional ones. However, literature shows the need to expand data through research that can dive deeper into this topic. This work makes a transversal study of exploratory-descriptive nature, with qualitative approach of data, aiming to explore the meaning of hallucination and mediumship for mediums in a spiritist center and mental health professionals from a psychiatric hospital, in a city in the state of São Paulo. Ten mediums and ten health professionals have been interviewed. As theoretical reference, the Historic-Cultural approach based on Vigotski and the Nuclei of Meanings of Wanda Aguiar and Sérgio Ozella, based also on the said author, have been employed. Three Nuclei of Meanings have been developed: \"Between real and imaginary: alterations and perturbations\"; \"Between phenomenon and religion: reason or insanity\"; and \"Between pathological and spiritual: related but distinct phenomena\". Results show that mediums signify mediumship with more precision when compared to mental health professionals, while the latter signify hallucination conceptually with more accuracy. However, the meanings of hallucination for mediums and mediumship for mental health professionals do not diverge, showing the cultural dissemination of these concepts. Most mediums and mental health professionals report difficulty to distinguish the researched phenomena and claimed to ignore the literature produced about the topic
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Significado de alucinação e mediunidade para profissionais da saúde mental de um hospital psiquiátrico e médiuns de um centro espírita de um município paulista / The meaning of hallucination and mediumship for mental health professionals from a pyschiatric hospital and mediums from a spiritist center in a city in the state of São Paulo

Guandolini, Ricardo Henrique 30 January 2018 (has links)
As pesquisas que estudam a relação entre fenômenos mediúnicos e saúde mental, embora tenham aumentado nas últimas décadas, ainda não produziram informações suficientes para a consolidação de práticas alternativas às tradicionais. Entretanto, a literatura aponta a necessidade de ampliar os dados por meio de pesquisas que aprofundem nessa temática. Realizou-se um estudo transversal de natureza exploratório-descritiva com abordagem qualitativa dos dados, com objetivo de investigar os significados de alucinação e mediunidade por médiuns de um centro espírita e profissionais da saúde mental de um hospital psiquiátrico de um município paulista. Foram entrevistados 10 médiuns e 10 profissionais de saúde. Utilizou-se como referencial teórico metodológico a abordagem Histórico-Cultural baseada na obra de Vigotski e os Núcleos de Significação de Wanda Aguiar e Sérgio Ozella baseados no referido autor. Foram construídos de três núcleos de significação: \"Entre o real e o imaginário: alterações e perturbações\"; \"Entre o fenômeno e a religião: razão ou loucura\"; e \"Entre o patológico e o espiritual: fenômenos que se relacionam, mas são distintos\". Os resultados demonstram que os médiuns significam a mediunidade com mais precisão do que os profissionais da saúde mental enquanto estes significam a alucinação conceitualmente com mais exatidão. Contudo os significados de alucinação para os médiuns e o de mediunidade para os profissionais não destoam, o que demonstra a disseminação cultural dos conceitos. A maioria dos médiuns e profissionais relataram ter dificuldade para distinguir os fenômenos pesquisados e referiram desconhecer a literatura produzida sobre o tema / Although research about the relationship of mediumic phenomena and mental health has grown in the past decades, it has yet to produce sufficient information for the consolidation of practices alternative to traditional ones. However, literature shows the need to expand data through research that can dive deeper into this topic. This work makes a transversal study of exploratory-descriptive nature, with qualitative approach of data, aiming to explore the meaning of hallucination and mediumship for mediums in a spiritist center and mental health professionals from a psychiatric hospital, in a city in the state of São Paulo. Ten mediums and ten health professionals have been interviewed. As theoretical reference, the Historic-Cultural approach based on Vigotski and the Nuclei of Meanings of Wanda Aguiar and Sérgio Ozella, based also on the said author, have been employed. Three Nuclei of Meanings have been developed: \"Between real and imaginary: alterations and perturbations\"; \"Between phenomenon and religion: reason or insanity\"; and \"Between pathological and spiritual: related but distinct phenomena\". Results show that mediums signify mediumship with more precision when compared to mental health professionals, while the latter signify hallucination conceptually with more accuracy. However, the meanings of hallucination for mediums and mediumship for mental health professionals do not diverge, showing the cultural dissemination of these concepts. Most mediums and mental health professionals report difficulty to distinguish the researched phenomena and claimed to ignore the literature produced about the topic

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