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As identificações entre analista e analisando: possibilidades e impossibilidades para o processo analíticoScheuer, Anna Carolina de Almeida 28 October 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-10-28 / There are some clinical cases that compel the analyst to write about them as a means of working through the events experienced with a certain analysand. Thus, the present paperwork is, above all, the result of the analytical work with a boy and his family, considering the encounters and conflicts that we went through.
A boy with a robotic way of walking, with a look that ran through anyone who stared at him and with serious problems of social interaction. During the sessions there were activities of pure, meaningless discharge, a toy house invaded by enemy warriors, lying down on the couch and sleeping soundly. A family who loved war games and movies, admired major dictators and listened to neo-Nazi songs. A German descent analyst trying to understand and to make sense of all these things.
In order to try to understand the psychic way of functioning of this analysand and, to some extent, his family‟s as well as the contents that emerged during the analytical process, various concepts elaborated by Melanie Klein and the so-called post-Klein authors are used here as theoretical foundation.
Furthermore, a detailed reflection on the way our analytic work was interrupted is presented, taking into consideration the complex short-circuit that came about in the transference and in the counter-transference. If, in the beginning, the identifications between the analyst and the analysand favored the establishment of the transference, they ended up severely obstructing the counter-transference. If we were supposedly alike, we eventually turned out to be totally different, it was no longer possible to keep on walking together.
From this estrangement experienced in the analytic relationship, we take a further step to think about the dangerous chaining up between anguish upon facing the different, fear of the stranger/foreigner and, finally, hatred and urge to destroy him. For this purpose, the events that took place in Germany before and during World War II are used as illustrative examples / Há certos casos clínicos que convocam o analista a escrever como forma de elaborar psiquicamente as vivências experimentadas no trabalho com determinado analisando. Assim, o presente trabalho é fruto, acima de tudo, do encontro-desencontro analítico vivido no atendimento de um garoto e de sua família.
Um menino com andar robótico, com um olhar que atravessava quem o mirava e com sérios problemas de interação social. Nas sessões, o que havia eram atividades de pura descarga sem sentido, uma casa de brinquedo invadida por guerreiros inimigos e deitar no divã e dormir profundamente. Uma família que adorava jogos e filmes de guerra, admirava grandes ditadores e escutava músicas neonazistas. Uma analista descendente de alemães, buscando entender e dar um lugar para tudo isso.
Para tentar compreender o modo de funcionamento psíquico desse analisando e, em alguma medida, de sua família e os conteúdos que emergiram durante o processo analítico são utilizados aqui como referencial teórico diversos conceitos elaborados por Melanie Klein e pelos chamados autores pós-kleinianos.
Além disso, é feita uma minuciosa reflexão sobre a maneira como o trabalho analítico foi interrompido, considerando o curto-circuito complexo que se formou na transferência e na contratransferência. Se, no início, as identificações entre analista e analisando facilitaram o estabelecimento da transferência, por fim, elas dificultaram muito a contratransferência. Se éramos supostamente iguais, passamos a ser totalmente diferentes, tornou-se impossível continuar caminhando juntos...
A partir desse estranhamento experienciado na relação analítica, é dado um salto para pensar no perigoso encadeamento entre angústia perante o diferente, medo do estranho/estrangeiro e, por fim, ódio e desejo de destruí-lo. Para isso, os fenômenos ocorridos na Alemanha antes e durante a Segunda Guerra Mundial são tomados como exemplos ilustrativos
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