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Semiótica e polifonia na estética romanesca de Fiódor Dostoiévski / Semiotics and Polyphony in the Fyodor Dostoyevsky\'s novelistic aestheticsCosta, Marcos Rogério Martins 19 December 2014 (has links)
Na teoria musical, a polifonia remete a um estilo, criado na Idade Média em oposição ao canto monódico da Igreja, no qual as vozes se distinguem rítmica e melodicamente, permitindo que melodias diversas convivam no mesmo campo musical. Mikhail Bakhtin (1895-1975), resgatando o sentido musical do termo e baseando-se nele, cria uma metáfora conceitual da polifonia para definir um gênero discursivo que demonstra a coexistência de vozes plenivalentes na obra literária, inclusive entre a instância do autor-criador e a da personagem. O filósofo russo investiga esse fenômeno na estética de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), reconhecendo esse autor como o criador do romance polifônico. Desde a difusão das ideias de Bakhtin (2010a), o conceito de polifonia foi mal compreendido e mal interpretado. Diante disso, o objetivo geral desta pesquisa é o de operacionalizar o conceito bakhtiniano de polifonia por meio de um viés discursivo específico: o da semiótica francesa (GREIMAS; COURTÉS, 2008). Por operacionalização, entendemos o processo científico de tornar coerente um conceito dentro de determinadas premissas teóricas e de acordo com as unidades de análise. Nossas fontes são três diálogos entre dois personagens diferentes contidos em três romances dostoievskianos: três encontros de Raskólnikov e Porfiri, em Crime e castigo; três de Ivan e Smierdiakóv, em Os irmãos Karamázov; e três de Aleksiéi e Polina, em Um jogador. Para investigar esse corpus, problematizamos a polifonia na arquitetônica do ator, seja o da enunciação (na teoria bakhtiniana, o autor-criador), seja o do enunciado (na concepção bakhtiniana, herói polifônico). Por isso, não buscamos as bases ontológicas do gênero romance polifônico, nem propomos um molde ou uma tipologia discursiva que sustente esse gênero. Tratamos a polifonia como uma estratégia discursiva do enunciador Dostoiévski. Buscamos, no corpus de Crime e castigo, os recursos que sustentam essa estratégia e validamos três procedimentos: a imiscibilidade, a interindependência e a equipolência de vozes. Em Os irmãos Karamázov, confirmamos esses procedimentos pela recorrência. Em Um jogador, constatamos, pela não recorrência dos procedimentos, a singularidade que os caracteriza na estética romanesca do escritor russo. Conseguimos, pela recorrência e pela diferença, examinar o estilo autoral de Dostoiévski, segundo uma estilística discursiva (DISCINI, 2009a; 2013). Conforme a proposta de Zilberberg (2004; 2011), investigamos os modos de eficiência, de junção e de existência de duas totalidades bem distintas: totalidade A (Crime e castigo; Os irmãos Karamázov) e totalidade B (Um jogador). Com esses dados, depreendemos que os romances de Dostoiévski podem ter ora traços mais polifônicos (totalidade A), ora traços menos polifônicos (totalidade B). Assim, respaldamos a gradação do conceito de polifonia na estética romanesca, em específico na totalidade Dostoiévski, operacionalizando a polifonia como uma categoria apreensível, repetível e de grandeza escalar. / In music theory, the term polyphony designates a style, created during the Middle Ages in opposition to the Churchs monodic chanting; in polyphony, voices can be distinguished rhythmically and melodically, allowing different melodies cohabitatingthe same musical field. Mikhail Bakhtin (1895-1975), drawing out from the musical sense of the term and based on it, creates a conceptual metaphor of polyphony to define a discourse genre that shows the coexistence of plenivalent voices in the literary work, even the author-creator and the character instances. The Russian philosopher investigates this phenomenon in the novel aesthetics of Fyodor Dostoyevsky (1821-1881), recognizing this author as the creator of the polyphonic novel. Since the spreading of the ideas of Bakhtin (2010a), the concept of polyphony has been misunderstood and misinterpreted. With that been said, this researchs main goal is to make the bakhtinian concept operational by using a specific discursive point of view: French Semiotics (GREIMAS; COURTÉS, 2008). By making the concept operational we mean the scientific process of establishing the conditions that allow a concept to become coherent inside a theoretical framework and in relation to the unities of analysis. Our sources are three dialogues between two characters in three novels by Dostoyevsky (three in each, making a total of nine dialogues): Raskólnikov and Porfiri, in Crime and punishment; Ivan and Smierdiakóv, in The brothers Karamazov; and, finally, Aleksiéi and Polina, in The gambler. In order to investigate this corpus, we have reflected upon polyphony in the actors architectonic, be it the enunciations actor (in bakhtinian theory, the author-creator), or the enunciates actor (in bakhtinian conception, the polyphonic hero). Therefore, this research is not focused on the ontologic bases of the polyphonic novel genre, neither does it propose a mold or a discursive typology that supports this genre. We consider polyphony as a discursive strategy from the enunciator Dostoyevsky. We search, in the corpus extracted from Crime and punishment, the resources that support this strategy and we validate three procedures: immiscibility, interindependence and equipollence of voices. In The brothers Karamazov, these procedures were confirmed by recurrence. In The gambler, the fact that the recurrence does not occur is evidence of their singularity in the novel aesthetics of the Russian writer. Both the recurrence and the difference have made us able to examine Dostoyevskys author style in the terms of a discursive stylistic (DISCINI, 2009a; 2013). In conformity with the ideas of Zilberberg (2004; 2011), we have investigated the modes of efficiency, junction and existence of two very different totalities: totality A (Crime and punishment; The brothers Karamazov) and totality B (The gambler). With these data we were able to conclude that Dostoyevskys novels may present sometimes more polyphonic traits (totality A), sometimes less polyphonic traits (totality B). We thus support the idea of the polyphony concept in the novel aesthetics as something gradual, in particular in the Dostoyevsky totality, making polyphony operational as an apprehensible, repeatable and scalar category.
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Semiótica e polifonia na estética romanesca de Fiódor Dostoiévski / Semiotics and Polyphony in the Fyodor Dostoyevsky\'s novelistic aestheticsMarcos Rogério Martins Costa 19 December 2014 (has links)
Na teoria musical, a polifonia remete a um estilo, criado na Idade Média em oposição ao canto monódico da Igreja, no qual as vozes se distinguem rítmica e melodicamente, permitindo que melodias diversas convivam no mesmo campo musical. Mikhail Bakhtin (1895-1975), resgatando o sentido musical do termo e baseando-se nele, cria uma metáfora conceitual da polifonia para definir um gênero discursivo que demonstra a coexistência de vozes plenivalentes na obra literária, inclusive entre a instância do autor-criador e a da personagem. O filósofo russo investiga esse fenômeno na estética de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), reconhecendo esse autor como o criador do romance polifônico. Desde a difusão das ideias de Bakhtin (2010a), o conceito de polifonia foi mal compreendido e mal interpretado. Diante disso, o objetivo geral desta pesquisa é o de operacionalizar o conceito bakhtiniano de polifonia por meio de um viés discursivo específico: o da semiótica francesa (GREIMAS; COURTÉS, 2008). Por operacionalização, entendemos o processo científico de tornar coerente um conceito dentro de determinadas premissas teóricas e de acordo com as unidades de análise. Nossas fontes são três diálogos entre dois personagens diferentes contidos em três romances dostoievskianos: três encontros de Raskólnikov e Porfiri, em Crime e castigo; três de Ivan e Smierdiakóv, em Os irmãos Karamázov; e três de Aleksiéi e Polina, em Um jogador. Para investigar esse corpus, problematizamos a polifonia na arquitetônica do ator, seja o da enunciação (na teoria bakhtiniana, o autor-criador), seja o do enunciado (na concepção bakhtiniana, herói polifônico). Por isso, não buscamos as bases ontológicas do gênero romance polifônico, nem propomos um molde ou uma tipologia discursiva que sustente esse gênero. Tratamos a polifonia como uma estratégia discursiva do enunciador Dostoiévski. Buscamos, no corpus de Crime e castigo, os recursos que sustentam essa estratégia e validamos três procedimentos: a imiscibilidade, a interindependência e a equipolência de vozes. Em Os irmãos Karamázov, confirmamos esses procedimentos pela recorrência. Em Um jogador, constatamos, pela não recorrência dos procedimentos, a singularidade que os caracteriza na estética romanesca do escritor russo. Conseguimos, pela recorrência e pela diferença, examinar o estilo autoral de Dostoiévski, segundo uma estilística discursiva (DISCINI, 2009a; 2013). Conforme a proposta de Zilberberg (2004; 2011), investigamos os modos de eficiência, de junção e de existência de duas totalidades bem distintas: totalidade A (Crime e castigo; Os irmãos Karamázov) e totalidade B (Um jogador). Com esses dados, depreendemos que os romances de Dostoiévski podem ter ora traços mais polifônicos (totalidade A), ora traços menos polifônicos (totalidade B). Assim, respaldamos a gradação do conceito de polifonia na estética romanesca, em específico na totalidade Dostoiévski, operacionalizando a polifonia como uma categoria apreensível, repetível e de grandeza escalar. / In music theory, the term polyphony designates a style, created during the Middle Ages in opposition to the Churchs monodic chanting; in polyphony, voices can be distinguished rhythmically and melodically, allowing different melodies cohabitatingthe same musical field. Mikhail Bakhtin (1895-1975), drawing out from the musical sense of the term and based on it, creates a conceptual metaphor of polyphony to define a discourse genre that shows the coexistence of plenivalent voices in the literary work, even the author-creator and the character instances. The Russian philosopher investigates this phenomenon in the novel aesthetics of Fyodor Dostoyevsky (1821-1881), recognizing this author as the creator of the polyphonic novel. Since the spreading of the ideas of Bakhtin (2010a), the concept of polyphony has been misunderstood and misinterpreted. With that been said, this researchs main goal is to make the bakhtinian concept operational by using a specific discursive point of view: French Semiotics (GREIMAS; COURTÉS, 2008). By making the concept operational we mean the scientific process of establishing the conditions that allow a concept to become coherent inside a theoretical framework and in relation to the unities of analysis. Our sources are three dialogues between two characters in three novels by Dostoyevsky (three in each, making a total of nine dialogues): Raskólnikov and Porfiri, in Crime and punishment; Ivan and Smierdiakóv, in The brothers Karamazov; and, finally, Aleksiéi and Polina, in The gambler. In order to investigate this corpus, we have reflected upon polyphony in the actors architectonic, be it the enunciations actor (in bakhtinian theory, the author-creator), or the enunciates actor (in bakhtinian conception, the polyphonic hero). Therefore, this research is not focused on the ontologic bases of the polyphonic novel genre, neither does it propose a mold or a discursive typology that supports this genre. We consider polyphony as a discursive strategy from the enunciator Dostoyevsky. We search, in the corpus extracted from Crime and punishment, the resources that support this strategy and we validate three procedures: immiscibility, interindependence and equipollence of voices. In The brothers Karamazov, these procedures were confirmed by recurrence. In The gambler, the fact that the recurrence does not occur is evidence of their singularity in the novel aesthetics of the Russian writer. Both the recurrence and the difference have made us able to examine Dostoyevskys author style in the terms of a discursive stylistic (DISCINI, 2009a; 2013). In conformity with the ideas of Zilberberg (2004; 2011), we have investigated the modes of efficiency, junction and existence of two very different totalities: totality A (Crime and punishment; The brothers Karamazov) and totality B (The gambler). With these data we were able to conclude that Dostoyevskys novels may present sometimes more polyphonic traits (totality A), sometimes less polyphonic traits (totality B). We thus support the idea of the polyphony concept in the novel aesthetics as something gradual, in particular in the Dostoyevsky totality, making polyphony operational as an apprehensible, repeatable and scalar category.
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The wyvern's tale : a thought experiment in Bakhtinian dual chronotope occupationNewell, Marilee January 2010 (has links)
The non-fiction introduction to The Wyvern’s Tale: A Thought Experiment in Bakhtinian Dual Chronotope Occupation documents the evolution of the novel, The Wyvern’s Tale, from the ideas that inspired it to its current incarnation as a full-length novel intended for an adult audience. It comprises an explanation of the novel’s main concept, Bakhtinian dual chronotope occupation, as well as an idea-focused account of the creative-writing process. Detailed in the introduction’s theoretical premise is the relationship between Mikhail Bakhtin’s theories of chronotope and the carnivalesque and the ideal of the divided union in Chalcedonian Christology. This relationship revolves around the state of existing in two time-spaces at once. The novel, The Wyvern’s Tale, explores this dual existence imaginatively using the setting of parallel worlds – the every-day world and a fictional world called Wyvern – as well as a protagonist, who functions in the fictional world as a Christ-figure. Particular thematic emphasis is placed on differing perceptions of truth and reality, and on the transformative power of costumes. The novel’s outcome, dependent on the reader’s decision as to whether dual chronotope occupation is possible or impossible, is respectively either hopeful or tragic. It attempts to reflect the outcome of the life and death of Christ depending on whether his co-existence as God and man was real or imagined.
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