Spelling suggestions: "subject:"1idades : aspectos sociais"" "subject:"1idades : spectos sociais""
11 |
Gente-caracol : a cidade contemporânea e o habitar as ruasGomes, Rita de Cássia Maciazeki January 2006 (has links)
Este trabalho tem como eixos de reflexão a Cidade Contemporânea e o Habitar as Ruas. Partimos de um foco: as pessoas em situação de rua. Mas entendemos que pensar a população de rua não se dá de forma isolada, mas em conexão com a cidade e o habitar as ruas. Buscamos investigar como se dá o processo de subjetivação das pessoas no espaço urbano da cidade contemporânea e, em especial, daquelas em situação de rua. A partir dos pressupostos da pesquisaintervenção, oriunda da Análise Institucional Socioanalítica, estabelecemos o que chamamos de encontro-intervenção com a população de rua. Procuramos dar visibilidade a uma realidade que pouco temos contato, e por muitas vezes, já impregnada, estereotipada, estigmatizada a respeito de quem seja a população em situação de rua. Apostamos, então, na abertura de espaços para a apresentação de falas, discursos, textos, conversas, diálogos com nossos interlocutores na tentativa de constituir um mapeamento das relações que se estabelecem no espaço urbano. Assim, podemos entender de duas formas o enunciado “habitar as ruas”: enquanto espaço de interação, de encontro, espaço da polis. Espaço de pensar a vida, de relacionar-se com o outro, de construir alternativas de vida de qualidade para todos e não apenas para alguns. E também, como espaço de abrigo, refúgio para aqueles que não moram entre quatro paredes, e têm a rua como casa. O habitar as ruas vem num sentido propositivo de abrirmos brechas em nossas relações para o convívio com o outro, com o diferente. Abrir-se a uma cidade múltipla, uma cidade do contato, da vida. / The axes of reflection in this paper are the Contemporary City and Street-Dwelling. Our starting point is the people who are in street situation, but it is our understanding that one cannot isolate the study of the street population without expanding the context to the city and the concept of street-dwelling. We tried to investigate how the process of subjectivation of people in the urban space of the contemporary city takes place, specifically regarding those who live in the streets. Based on the assumptions of interventional research originated from the Socio-institutional Analysis, we established what we called interventional meeting with the street population. We tried to bring to the fore a reality that we are not familiar with; and often causes the population in street situation to be viewed in a prejudiced, stereotyped and stigmatized way. Therefore, we widened our scope to present speeches, discourses, texts, talks and dialogues with our interlocutors, in the attempt of mapping out the relationships that occur in the urban space. Thus, there are two ways one can understand the proposition "street dwelling": as a space for interacting; for meeting; a polis – a space to reflect on life; to relate to one another; to build quality life alternatives for all and not just for some. And also as a shelter, a refuge for those who do not live within four walls and use the streets as a home. The street-dwelling concept bears a notion that we should breach the walls in our relationships to live with otherness; to open up to a multiple city; a city of connection, of life.
|
12 |
Vertigens de uma psicanálise a céu aberto : a cidade : contribuições do acompanhamento terapêutico à clínica na reforma psiquiátrica / Vertigo of an Open-Sky Psychoanalysis: the city contributions of therapeutic accompaniment to the clinic in psychiatric reformPalombini, Analice de Lima January 2007 (has links)
A pesquisa, interessada em precisar as ferramentas conceituais que possibilitam operar a clínica no campo da reforma psiquiátrica – quando a cidade invade o setting do tratamento e vem colocar a clínica em questão – tem como ponto de partida o percurso de uma experiência desenvolvida nos últimos dez anos junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com serviços de saúde mental da rede pública, tendo a atividade do acompanhamento terapêutico como vetor. Clínica e cidade foram os fios condutores desta investigação, que recorre inicialmente a leituras diversas, da história, geografia, ciências sociais, literatura, filosofia, para acompanhar desde a formação das cidades medievais até o advento das metrópoles contemporâneas. O nascimento do alienismo é inscrito nesse contexto, no momento de instauração das sociedades democráticas modernas, cuja ambição pelo governo das almas engendra o ideal isolacionista que o asilo psiquiátrico veio presentificar, de forma que a psiquiatria e suas congêneres, nascidas na cidade, dela vêm se apartar, o que se coloca como paradoxo presente nos processos de reforma psiquiátrica contemporâneos que propugnam o retorno da loucura ao convívio nas cidades Considerando que é esse paradoxo que o acompanhamento terapêutico, ao abrir-se à cidade, vem habitar, a pesquisa busca identificar as ferramentas conceituais de que se serve o acompanhamento terapêutico em cada uma de suas vertentes teóricas – referendadas seja em Lacan, em Winnicott ou em Deleuze-Guattari – e o modo como essas ferramentas possibilitam à clínica a incorporação do espaço público, através de objetos e relações, tanto simbólicos como materiais, sem fazer uso de uma relação de domínio à parte que implique em segregação com respeito à sociedade comum. Conclui-se, daí, que, se a incidência da cidade na prática do acompanhamento terapêutico configura o traço que singulariza essa prática como um dos modos de fazer a clínica, ela é, ao mesmo tempo, o que leva ao seu limite paradoxal o modo como a clínica se faz, cabendo disso extrair as conseqüências que interessam a uma clínica conforme a radicalidade do que propõe a reforma psiquiátrica. / Concerned with the sharpening of the conceptual tools that allow the clinic to work within the field of psychiatric reform — when the city invades the treatment setting and calls the clinic into question —, the present research has its starting point in the trajectory of an experiment carried out in the Universidade Federal do Rio Grande do Sul during the last ten years in partnership with public mental-health services, having therapeutic accompaniment as a driving force. Clinic and the city have been the guiding lines of this investigation, which initially refers to various readings of history, geography, the social sciences, literature and philosophy to understand as far back as the formation of medieval cities up to the emergence of contemporary metropolises. The birth of alienism is inscribed in this context, at the very moment when modern democratic societies come into being, their ambition of soul government engendering the isolationist ideal rendered present by the psychiatric asylum. Thus, born in the city, psychiatry and suchlike part ways with it, and this paradox is embedded in those processes of psychiatric reform that advocate bringing madness back into the conviviality of the city. Considering that therapeutic accompaniment, when it opens itself to the city, enables that paradox, the present research seeks to identify the conceptual tools therapeutic accompaniment deploys in each of its theoretic branches — be it that they refer to Lacan, Winnicott or Deleuze and Guattari — and the ways these tools render appropriation of the public space feasible to the clinic through objects and relations, both symbolic and material, without resorting to a separate domain that may entail segregation from common society. I infer that if the incidence of the city in the practice of therapeutic accompaniment is the feature that distinguishes this practice as one of the modes of doing clinic, this incidence is simultaneously what takes the manner in which clinic is done to its paradoxical limit, and one must extract thence the relevant consequences for a clinic, in accordance with the radicalness of the goals of psychiatric reform.
|
13 |
Lógica identitária e paradigma preventivo : o Hip Hop e a construção da periferia como problema socialSilva, Rodrigo Lages e January 2006 (has links)
Esta dissertação toma o Hip Hop como um analisador para pensar a lógica identitária e o paradigma preventivo que caracterizam os modos de subjetivação contemporâneos, baseados na segregação, no confinamento, na insegurança e no medo. O Hip Hop torna-se assim não um objeto a ser descrito, mas uma ferramenta que possibilita a interrogação das estratégias de saber e poder que vão delineando a produção da periferia como problema social. Procurou-se mostrar como a ascensão de um paradigma de controle social ou de gerenciamento dos riscos, baseado em um sentimento generalizado de insegurança, articula-se com um dispositivo corretivo e moralizante que se afirma por meio de um modelo identitário cuja dimensão normatizadora busca criar estratégias para regrar a convivência social dos diferentes segmentos urbanos. A partir de uma apropriação singular da metodologia cartográfica, aqui denominada de moonwalker, busca-se problematizar um modo de subjetivação caracterizado pela idéia de antecipação do perigo e da violência vistos como inerentes à juventude marginalizada. / This paper uses Hip Hop as an analytic instrumental to think the identitary logical and the preventive paradigm which are characteristics of the contemporary subjectiveness stile, pointed by segregation, confinement, insecurity and fear. Thus, Hip Hop becomes not an object to be described but a tool that makes possible to interrogate the knowledge and power strategies that goes remarking the production of outskirts as a social problem. We aims to point how the growth of a social control or risks management paradigm, based in a general insecurity feeling, is articulated with a corrective and moral procedure which gets stronger since an identitary model whose its normative dimension produces strategies to regulate the social coexistence between different urban segments. In a singular way of go about the cartography methodology, here named as: moonwalker, this paper intents to elucidate a kind of subjectiveness that presumes to anticipate itself from the danger, a warning against violence, view as intrinsic of marginalized youth.
|
14 |
Vertigens de uma psicanálise a céu aberto : a cidade : contribuições do acompanhamento terapêutico à clínica na reforma psiquiátrica / Vertigo of an Open-Sky Psychoanalysis: the city contributions of therapeutic accompaniment to the clinic in psychiatric reformPalombini, Analice de Lima January 2007 (has links)
A pesquisa, interessada em precisar as ferramentas conceituais que possibilitam operar a clínica no campo da reforma psiquiátrica – quando a cidade invade o setting do tratamento e vem colocar a clínica em questão – tem como ponto de partida o percurso de uma experiência desenvolvida nos últimos dez anos junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com serviços de saúde mental da rede pública, tendo a atividade do acompanhamento terapêutico como vetor. Clínica e cidade foram os fios condutores desta investigação, que recorre inicialmente a leituras diversas, da história, geografia, ciências sociais, literatura, filosofia, para acompanhar desde a formação das cidades medievais até o advento das metrópoles contemporâneas. O nascimento do alienismo é inscrito nesse contexto, no momento de instauração das sociedades democráticas modernas, cuja ambição pelo governo das almas engendra o ideal isolacionista que o asilo psiquiátrico veio presentificar, de forma que a psiquiatria e suas congêneres, nascidas na cidade, dela vêm se apartar, o que se coloca como paradoxo presente nos processos de reforma psiquiátrica contemporâneos que propugnam o retorno da loucura ao convívio nas cidades Considerando que é esse paradoxo que o acompanhamento terapêutico, ao abrir-se à cidade, vem habitar, a pesquisa busca identificar as ferramentas conceituais de que se serve o acompanhamento terapêutico em cada uma de suas vertentes teóricas – referendadas seja em Lacan, em Winnicott ou em Deleuze-Guattari – e o modo como essas ferramentas possibilitam à clínica a incorporação do espaço público, através de objetos e relações, tanto simbólicos como materiais, sem fazer uso de uma relação de domínio à parte que implique em segregação com respeito à sociedade comum. Conclui-se, daí, que, se a incidência da cidade na prática do acompanhamento terapêutico configura o traço que singulariza essa prática como um dos modos de fazer a clínica, ela é, ao mesmo tempo, o que leva ao seu limite paradoxal o modo como a clínica se faz, cabendo disso extrair as conseqüências que interessam a uma clínica conforme a radicalidade do que propõe a reforma psiquiátrica. / Concerned with the sharpening of the conceptual tools that allow the clinic to work within the field of psychiatric reform — when the city invades the treatment setting and calls the clinic into question —, the present research has its starting point in the trajectory of an experiment carried out in the Universidade Federal do Rio Grande do Sul during the last ten years in partnership with public mental-health services, having therapeutic accompaniment as a driving force. Clinic and the city have been the guiding lines of this investigation, which initially refers to various readings of history, geography, the social sciences, literature and philosophy to understand as far back as the formation of medieval cities up to the emergence of contemporary metropolises. The birth of alienism is inscribed in this context, at the very moment when modern democratic societies come into being, their ambition of soul government engendering the isolationist ideal rendered present by the psychiatric asylum. Thus, born in the city, psychiatry and suchlike part ways with it, and this paradox is embedded in those processes of psychiatric reform that advocate bringing madness back into the conviviality of the city. Considering that therapeutic accompaniment, when it opens itself to the city, enables that paradox, the present research seeks to identify the conceptual tools therapeutic accompaniment deploys in each of its theoretic branches — be it that they refer to Lacan, Winnicott or Deleuze and Guattari — and the ways these tools render appropriation of the public space feasible to the clinic through objects and relations, both symbolic and material, without resorting to a separate domain that may entail segregation from common society. I infer that if the incidence of the city in the practice of therapeutic accompaniment is the feature that distinguishes this practice as one of the modes of doing clinic, this incidence is simultaneously what takes the manner in which clinic is done to its paradoxical limit, and one must extract thence the relevant consequences for a clinic, in accordance with the radicalness of the goals of psychiatric reform.
|
15 |
Lógica identitária e paradigma preventivo : o Hip Hop e a construção da periferia como problema socialSilva, Rodrigo Lages e January 2006 (has links)
Esta dissertação toma o Hip Hop como um analisador para pensar a lógica identitária e o paradigma preventivo que caracterizam os modos de subjetivação contemporâneos, baseados na segregação, no confinamento, na insegurança e no medo. O Hip Hop torna-se assim não um objeto a ser descrito, mas uma ferramenta que possibilita a interrogação das estratégias de saber e poder que vão delineando a produção da periferia como problema social. Procurou-se mostrar como a ascensão de um paradigma de controle social ou de gerenciamento dos riscos, baseado em um sentimento generalizado de insegurança, articula-se com um dispositivo corretivo e moralizante que se afirma por meio de um modelo identitário cuja dimensão normatizadora busca criar estratégias para regrar a convivência social dos diferentes segmentos urbanos. A partir de uma apropriação singular da metodologia cartográfica, aqui denominada de moonwalker, busca-se problematizar um modo de subjetivação caracterizado pela idéia de antecipação do perigo e da violência vistos como inerentes à juventude marginalizada. / This paper uses Hip Hop as an analytic instrumental to think the identitary logical and the preventive paradigm which are characteristics of the contemporary subjectiveness stile, pointed by segregation, confinement, insecurity and fear. Thus, Hip Hop becomes not an object to be described but a tool that makes possible to interrogate the knowledge and power strategies that goes remarking the production of outskirts as a social problem. We aims to point how the growth of a social control or risks management paradigm, based in a general insecurity feeling, is articulated with a corrective and moral procedure which gets stronger since an identitary model whose its normative dimension produces strategies to regulate the social coexistence between different urban segments. In a singular way of go about the cartography methodology, here named as: moonwalker, this paper intents to elucidate a kind of subjectiveness that presumes to anticipate itself from the danger, a warning against violence, view as intrinsic of marginalized youth.
|
16 |
Gente-caracol : a cidade contemporânea e o habitar as ruasGomes, Rita de Cássia Maciazeki January 2006 (has links)
Este trabalho tem como eixos de reflexão a Cidade Contemporânea e o Habitar as Ruas. Partimos de um foco: as pessoas em situação de rua. Mas entendemos que pensar a população de rua não se dá de forma isolada, mas em conexão com a cidade e o habitar as ruas. Buscamos investigar como se dá o processo de subjetivação das pessoas no espaço urbano da cidade contemporânea e, em especial, daquelas em situação de rua. A partir dos pressupostos da pesquisaintervenção, oriunda da Análise Institucional Socioanalítica, estabelecemos o que chamamos de encontro-intervenção com a população de rua. Procuramos dar visibilidade a uma realidade que pouco temos contato, e por muitas vezes, já impregnada, estereotipada, estigmatizada a respeito de quem seja a população em situação de rua. Apostamos, então, na abertura de espaços para a apresentação de falas, discursos, textos, conversas, diálogos com nossos interlocutores na tentativa de constituir um mapeamento das relações que se estabelecem no espaço urbano. Assim, podemos entender de duas formas o enunciado “habitar as ruas”: enquanto espaço de interação, de encontro, espaço da polis. Espaço de pensar a vida, de relacionar-se com o outro, de construir alternativas de vida de qualidade para todos e não apenas para alguns. E também, como espaço de abrigo, refúgio para aqueles que não moram entre quatro paredes, e têm a rua como casa. O habitar as ruas vem num sentido propositivo de abrirmos brechas em nossas relações para o convívio com o outro, com o diferente. Abrir-se a uma cidade múltipla, uma cidade do contato, da vida. / The axes of reflection in this paper are the Contemporary City and Street-Dwelling. Our starting point is the people who are in street situation, but it is our understanding that one cannot isolate the study of the street population without expanding the context to the city and the concept of street-dwelling. We tried to investigate how the process of subjectivation of people in the urban space of the contemporary city takes place, specifically regarding those who live in the streets. Based on the assumptions of interventional research originated from the Socio-institutional Analysis, we established what we called interventional meeting with the street population. We tried to bring to the fore a reality that we are not familiar with; and often causes the population in street situation to be viewed in a prejudiced, stereotyped and stigmatized way. Therefore, we widened our scope to present speeches, discourses, texts, talks and dialogues with our interlocutors, in the attempt of mapping out the relationships that occur in the urban space. Thus, there are two ways one can understand the proposition "street dwelling": as a space for interacting; for meeting; a polis – a space to reflect on life; to relate to one another; to build quality life alternatives for all and not just for some. And also as a shelter, a refuge for those who do not live within four walls and use the streets as a home. The street-dwelling concept bears a notion that we should breach the walls in our relationships to live with otherness; to open up to a multiple city; a city of connection, of life.
|
17 |
Vertigens de uma psicanálise a céu aberto : a cidade : contribuições do acompanhamento terapêutico à clínica na reforma psiquiátrica / Vertigo of an Open-Sky Psychoanalysis: the city contributions of therapeutic accompaniment to the clinic in psychiatric reformPalombini, Analice de Lima January 2007 (has links)
A pesquisa, interessada em precisar as ferramentas conceituais que possibilitam operar a clínica no campo da reforma psiquiátrica – quando a cidade invade o setting do tratamento e vem colocar a clínica em questão – tem como ponto de partida o percurso de uma experiência desenvolvida nos últimos dez anos junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com serviços de saúde mental da rede pública, tendo a atividade do acompanhamento terapêutico como vetor. Clínica e cidade foram os fios condutores desta investigação, que recorre inicialmente a leituras diversas, da história, geografia, ciências sociais, literatura, filosofia, para acompanhar desde a formação das cidades medievais até o advento das metrópoles contemporâneas. O nascimento do alienismo é inscrito nesse contexto, no momento de instauração das sociedades democráticas modernas, cuja ambição pelo governo das almas engendra o ideal isolacionista que o asilo psiquiátrico veio presentificar, de forma que a psiquiatria e suas congêneres, nascidas na cidade, dela vêm se apartar, o que se coloca como paradoxo presente nos processos de reforma psiquiátrica contemporâneos que propugnam o retorno da loucura ao convívio nas cidades Considerando que é esse paradoxo que o acompanhamento terapêutico, ao abrir-se à cidade, vem habitar, a pesquisa busca identificar as ferramentas conceituais de que se serve o acompanhamento terapêutico em cada uma de suas vertentes teóricas – referendadas seja em Lacan, em Winnicott ou em Deleuze-Guattari – e o modo como essas ferramentas possibilitam à clínica a incorporação do espaço público, através de objetos e relações, tanto simbólicos como materiais, sem fazer uso de uma relação de domínio à parte que implique em segregação com respeito à sociedade comum. Conclui-se, daí, que, se a incidência da cidade na prática do acompanhamento terapêutico configura o traço que singulariza essa prática como um dos modos de fazer a clínica, ela é, ao mesmo tempo, o que leva ao seu limite paradoxal o modo como a clínica se faz, cabendo disso extrair as conseqüências que interessam a uma clínica conforme a radicalidade do que propõe a reforma psiquiátrica. / Concerned with the sharpening of the conceptual tools that allow the clinic to work within the field of psychiatric reform — when the city invades the treatment setting and calls the clinic into question —, the present research has its starting point in the trajectory of an experiment carried out in the Universidade Federal do Rio Grande do Sul during the last ten years in partnership with public mental-health services, having therapeutic accompaniment as a driving force. Clinic and the city have been the guiding lines of this investigation, which initially refers to various readings of history, geography, the social sciences, literature and philosophy to understand as far back as the formation of medieval cities up to the emergence of contemporary metropolises. The birth of alienism is inscribed in this context, at the very moment when modern democratic societies come into being, their ambition of soul government engendering the isolationist ideal rendered present by the psychiatric asylum. Thus, born in the city, psychiatry and suchlike part ways with it, and this paradox is embedded in those processes of psychiatric reform that advocate bringing madness back into the conviviality of the city. Considering that therapeutic accompaniment, when it opens itself to the city, enables that paradox, the present research seeks to identify the conceptual tools therapeutic accompaniment deploys in each of its theoretic branches — be it that they refer to Lacan, Winnicott or Deleuze and Guattari — and the ways these tools render appropriation of the public space feasible to the clinic through objects and relations, both symbolic and material, without resorting to a separate domain that may entail segregation from common society. I infer that if the incidence of the city in the practice of therapeutic accompaniment is the feature that distinguishes this practice as one of the modes of doing clinic, this incidence is simultaneously what takes the manner in which clinic is done to its paradoxical limit, and one must extract thence the relevant consequences for a clinic, in accordance with the radicalness of the goals of psychiatric reform.
|
18 |
Lógica identitária e paradigma preventivo : o Hip Hop e a construção da periferia como problema socialSilva, Rodrigo Lages e January 2006 (has links)
Esta dissertação toma o Hip Hop como um analisador para pensar a lógica identitária e o paradigma preventivo que caracterizam os modos de subjetivação contemporâneos, baseados na segregação, no confinamento, na insegurança e no medo. O Hip Hop torna-se assim não um objeto a ser descrito, mas uma ferramenta que possibilita a interrogação das estratégias de saber e poder que vão delineando a produção da periferia como problema social. Procurou-se mostrar como a ascensão de um paradigma de controle social ou de gerenciamento dos riscos, baseado em um sentimento generalizado de insegurança, articula-se com um dispositivo corretivo e moralizante que se afirma por meio de um modelo identitário cuja dimensão normatizadora busca criar estratégias para regrar a convivência social dos diferentes segmentos urbanos. A partir de uma apropriação singular da metodologia cartográfica, aqui denominada de moonwalker, busca-se problematizar um modo de subjetivação caracterizado pela idéia de antecipação do perigo e da violência vistos como inerentes à juventude marginalizada. / This paper uses Hip Hop as an analytic instrumental to think the identitary logical and the preventive paradigm which are characteristics of the contemporary subjectiveness stile, pointed by segregation, confinement, insecurity and fear. Thus, Hip Hop becomes not an object to be described but a tool that makes possible to interrogate the knowledge and power strategies that goes remarking the production of outskirts as a social problem. We aims to point how the growth of a social control or risks management paradigm, based in a general insecurity feeling, is articulated with a corrective and moral procedure which gets stronger since an identitary model whose its normative dimension produces strategies to regulate the social coexistence between different urban segments. In a singular way of go about the cartography methodology, here named as: moonwalker, this paper intents to elucidate a kind of subjectiveness that presumes to anticipate itself from the danger, a warning against violence, view as intrinsic of marginalized youth.
|
19 |
Brutas cidades sutis : espaço-tempo da diferença na contemporaneidadeCosta, Luis Artur January 2007 (has links)
Este trabalho é constituído por quatro ensaios que se encadeiam de forma lógica constituindo uma linha argumentativa a qual busca problematizar o conceito de contemporaneidade e suas relações para com a diferença. Ao pensar tal relação pretende-se apresentar uma cartografia de algumas rupturas estratégicas das práticas para com o desviante (principalmente “o louco”), a qual finda por visibilizar a rede de sutis microcapturas que constituem as operações da máquina capitalística contemporânea. Pretende-se assim, a partir da questão do espaço, da diferença e dos hábitos, apresentar uma minuciosa carta dos arranjos de forças que constroem isso que alguns denominam Sociedade de Controle, em oposição à Sociedade Disciplinar que deu origem aos espaços asilares. A linha de argumentação inicia por uma definição da estilística temporal do contemporâneo e da sua relação com a pesquisa em ciências humanas, conceituando e justificando a escolha do método genealógico, logo após se define o conceito de coro cartógrafo, diferenciando-o de outras perspectivas epistêmicas. O terceiro ensaio apresenta uma genealogia das relações entre a cidade de Porto Alegre e a loucura, desde a fundação do núcleo urbano até nossos dias, tal construção serve para complexificar as reflexões sobre o atual momento da reforma psiquiátrica. Por fim, no quarto ensaio, parte-se das questões apresentadas pela genealogia para uma problematização e definição da sociedade de controle e suas micro capturas domésticas, utilizando o acontecimento da reforma psiquiátrica para visibilizar certas práticas cotidianas. / This work is made by four essays linked forming on argumentative logical line that searches to problem contemporany concept and its relations whit difference. By thinking this relation it is tried to present one cartography of some strategical ruptures from the practices with the divergent, making the madman, that finishes by making visible subtle microcapture nets that constitute the contemporany capitalism machine operations. It is the intention them, from the space questions, the difference and the habits, present one detailed letter of the force arrangements that construct this, that some denominate Control Society, in in opposition to the Disciplinarization Society that gave origin to the asylum spaces.
|
20 |
Brutas cidades sutis : espaço-tempo da diferença na contemporaneidadeCosta, Luis Artur January 2007 (has links)
Este trabalho é constituído por quatro ensaios que se encadeiam de forma lógica constituindo uma linha argumentativa a qual busca problematizar o conceito de contemporaneidade e suas relações para com a diferença. Ao pensar tal relação pretende-se apresentar uma cartografia de algumas rupturas estratégicas das práticas para com o desviante (principalmente “o louco”), a qual finda por visibilizar a rede de sutis microcapturas que constituem as operações da máquina capitalística contemporânea. Pretende-se assim, a partir da questão do espaço, da diferença e dos hábitos, apresentar uma minuciosa carta dos arranjos de forças que constroem isso que alguns denominam Sociedade de Controle, em oposição à Sociedade Disciplinar que deu origem aos espaços asilares. A linha de argumentação inicia por uma definição da estilística temporal do contemporâneo e da sua relação com a pesquisa em ciências humanas, conceituando e justificando a escolha do método genealógico, logo após se define o conceito de coro cartógrafo, diferenciando-o de outras perspectivas epistêmicas. O terceiro ensaio apresenta uma genealogia das relações entre a cidade de Porto Alegre e a loucura, desde a fundação do núcleo urbano até nossos dias, tal construção serve para complexificar as reflexões sobre o atual momento da reforma psiquiátrica. Por fim, no quarto ensaio, parte-se das questões apresentadas pela genealogia para uma problematização e definição da sociedade de controle e suas micro capturas domésticas, utilizando o acontecimento da reforma psiquiátrica para visibilizar certas práticas cotidianas. / This work is made by four essays linked forming on argumentative logical line that searches to problem contemporany concept and its relations whit difference. By thinking this relation it is tried to present one cartography of some strategical ruptures from the practices with the divergent, making the madman, that finishes by making visible subtle microcapture nets that constitute the contemporany capitalism machine operations. It is the intention them, from the space questions, the difference and the habits, present one detailed letter of the force arrangements that construct this, that some denominate Control Society, in in opposition to the Disciplinarization Society that gave origin to the asylum spaces.
|
Page generated in 0.0771 seconds