nÃo hà / O presente estudo analisa o contexto contemporÃneo de precÃria proteÃÃo social e de constante transferÃncia de responsabilidade para o trabalhador, em meio Ãs metamorfoses por que passou o capitalismo, nas Ãltimas dÃcadas do sÃculo XX, uma vez que o processo produtivo reestrutura-se para atender a uma intensificaÃÃo da exploraÃÃo do trabalho, baseada nas leis de mercado, efetivando as necessidades fundamentais da manutenÃÃo do lucro na produÃÃo. Diante de tal cenÃrio elegemos, entÃo, como foco central de nossa pesquisa um grupo de estudos composto por trabalhadores que se reÃnem no Sindicato dos Trabalhadores GrÃficos no Estado do CearÃ, o intuito, portanto, à observar esse movimento de reorganizaÃÃo produtiva, a fim de perceber seus impactos sobre a classe trabalhadora. Os sujeitos de nossa investigaÃÃo passam por uma autoformaÃÃo, para estudar assuntos diversos: Economia PolÃtica, Filosofia e Neoliberalismo, como tambÃm outros temas da atualidade que envolvem a conjuntura polÃtica atual, na provÃvel tentativa de encontrar saÃdas contra a atual empreitada capitalista. à Ãtil destacar que o grupo de trabalhadores em processo de formaÃÃo tem utilizado um referencial teÃrico marxista, fato que nos instiga significativamente Ãs intenÃÃes investigativas. Isso porque, nÃo nos parece comum, em meio a um cenÃrio de fragmentaÃÃo da classe trabalhadora e de destituiÃÃo da luta sindical, encontrarmos indivÃduos com baixo Ãndice de escolaridade, interessados em estudar Marx. Cumpre, portanto, indagar: que condiÃÃes objetivas conduziram à formaÃÃo de tal grupo? Nosso objeto de pesquisa se propÃe, por fim, a apreender o educativo no tecido das relaÃÃes sociais, mais especificamente no seio da classe trabalhadora, no intuito de refletir sobre sua funÃÃo contraditÃria, necessÃria no estabelecimento da consciÃncia de classe dos trabalhadores. Jà Ã, de longe, discutido em nosso meio o carÃter situado da educaÃÃo, isto Ã, como esta opera no Ãmbito das relaÃÃes sociais e as suas funÃÃes na dinÃmica da reproduÃÃo social.

FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / O estudo aqui apresentado tem como objetivo a exposiÃÃo crÃtico-analÃtica do pensamento de Gramsci acerca do papel que os trabalhos de formaÃÃo polÃtica assumem na organizaÃÃo da classe trabalhadora, mormente no que diz respeito à formaÃÃo e ao desenvolvimento de sua consciÃncia de classe. O trabalho, de cunho eminentemente teÃrico, foi realizado atravÃs de uma pesquisa bibliogrÃfica centrada nos escritos gramscianos que vÃo de 1916 a 1920. A anÃlise dos textos que vÃo de 1916 a 1918 explicita a importÃncia, para Gramsci, do papel da subjetividade na construÃÃo histÃrica, contida na idÃia de que o processo revolucionÃrio nÃo se reduz Ãs dimensÃes econÃmicas e polÃticas, mas entrelaÃa-se à realizaÃÃo de trabalhos pedagÃgicos que visa a sedimentar a consciÃncia de classe dos trabalhadores. Para ele, os partidos, os sindicatos e as associaÃÃes proletÃrias desempenham papel importante na formaÃÃo polÃtica dos trabalhadores, na medida em que desenvolvem atividades pedagÃgicas que funcionam como elemento de denÃncia e crÃtica à sociedade capitalista. Nos escritos que vÃo de 1919 a 1920, gesta-se a noÃÃo de que a revoluÃÃo socialista, para alÃm de um ato insurrecional ou simplesmente tomada do poder governamental burguÃs, à um processo que exige a transformaÃÃo radical das relaÃÃes de produÃÃo e distribuiÃÃo capitalistas; processo para o qual a fÃbrica se constituiria a cÃlula primÃria da sociedade comunista. A partir do potencial revolucionÃrio hipotecado aos conselhos de fÃbrica, Gramsci, nestes escritos, demonstra que os trabalhadores se formam no e pelo trabalho, destacando, ainda, a necessidade de eles elaborarem uma consciÃncia de classe fortalecida pela preparaÃÃo cultural. O emprego correto dessas reflexÃes no conjunto da obra gramsciana nos permite fazer a crÃtica à tendÃncia reducionista que define o conceito de hegemonia como uma mera obtenÃÃo de um domÃnio ideolÃgico ou uma categoria relacionada unicamente à superestrutura e, em seu interior, à âsociedade civilâ (compreendida erroneamente como uma esfera contraposta Ãs determinaÃÃes estruturais e à sociedade polÃtica).

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / The object of this research is to examine how the Union of Construction Workers of Fortaleza â STICCF â built a struggle workers history producing an ideological fortress and class consciousness that for many years had seemed the impossible sun of a lost summer night. In the research we present as political education appears as part of this ideological fortress of the proletariat and this revolutionary activity.We examine the problem bringing out observations, surveys and analyzes of the most fruitful relations between social struggle and the complex thematic about class consciousness and ideology. This is an issue that certainly inspires controversy, and could not be any other way. It seems fruitful the election of a clear perspective. With this in mind, we anticipate that are inspired by the Marx and the Marxist method with the strong conviction that, in theory, as in life, it is necessary make choices and set guidelines. Briefly, this is how the questions are dealt here, although we are aware that it is a long and complex discussion on which cannot imagine that already have at hand all the answers.Effectively, we have some hypotheses and they constitute our starting point. In that sense, we present as search results: 1) the rise and reorganization processes of the union movement, in which the STICCF was involved, contributed significantly to political education of a whole generation of leaders in the construction industry; 2) that part of the vanguard originated from the struggles of STICCF turned into an advanced detachment of class - union leaders - then taking responsibility for their political education and class consciousness; 3)STICCF contended your ideology and class consciousness even when sailing against the tide in which Brazilian unionism plunged in the first decade of the 2000s, keeping the political education of thousands of workers at construction sites, forming new generations of leaders in the civil construction of Fortaleza. / O objetivo desta pesquisa à examinar como o Sindicato dos Trabalhadores da ConstruÃÃo Civil de Fortaleza â STICCF construiu uma histÃria de luta operÃria produzindo uma argamassa ideolÃgica e consciÃncia de classe que durante longos anos parecera o sol impossÃvel de uma perdida noite de verÃo. Na pesquisa apresentamos como a educaÃÃo polÃtica se apresenta como parte desta argamassa ideolÃgica do proletariado e da sua atividade revolucionÃria. Examinamos o problema trazendo a lume observaÃÃes, estudos e anÃlises acerca das relaÃÃes mais fecundas entre a luta social e as temÃticas mais do que complexas da consciÃncia de classe e da ideologia. Essa à uma questÃo que, decerto, provoca controvÃrsias, e nÃo poderia ser de outra forma. Parece-nos frutÃfero nesse caminhar a eleiÃÃo de uma clara perspectiva. Com isso em mente, antecipamos que inspiramo-nos em Marx e no instrumental marxista com a inabalÃvel convicÃÃo de que, no plano teÃrico, assim como na vida, à necessÃrio estabelecer escolhas e definir diretrizes. De forma resumida, à assim que as questÃes sÃo aqui abordadas, ainda que estejamos cientes de que se trata de uma discussÃo longa e complexa e sobre a qual nÃo nos cabe aqui imaginar que jà tenhamos em mÃos todas as respostas. Efetivamente, temos algumas hipÃteses e com elas constituÃmos o nosso ponto de largada. Nesse sentido como resultados da pesquisa apontamos 1) o ascenso e os processos de reorganizaÃÃo do movimento sindical, na qual o STICCF esteve envolvido, contribuÃram sobremaneira para educaÃÃo polÃtica de toda uma geraÃÃo de lideranÃas da construÃÃo civil; 2) que uma parte da vanguarda saÃdas das lutas do STICCF transformou-se em um destacamento avanÃado da classe â lideranÃas sindicais - responsabilizando-se, entÃo, por sua educaÃÃo polÃtica e consciÃncia classista; 3) que o STICCF sustentou sua ideologia e consciÃncia classista mesmo quando navegava contra a marà na qual o sindicalismo brasileiro mergulhou na primeira dÃcada dos anos 2000, mantendo a educaÃÃo polÃtica de milhares de trabalhadores nos canteiros de obra, formando novas geraÃÃes de lideranÃas na construÃÃo civil de Fortaleza.