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A consciência fenomênica teria uma função adaptativa ?: um ensaio de filosofia da mente

Pinto, Andréa Chicoli Alves [UNESP] 05 August 2008 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:25:28Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2008-08-05Bitstream added on 2014-06-13T18:47:58Z : No. of bitstreams: 1 pinto_aca_me_mar.pdf: 405012 bytes, checksum: aca58a9a663ea6374bcedd3a0b74933f (MD5) / A consciência é um conceito extremamente polêmico, gerando uma série de modelos e teorias na filosofia e na ciência. Um dos maiores problemas é a questão do aspecto qualitativo da consciência. Alguns teóricos preferem negar tal aspecto, tanto por sua dificuldade ontológica, como por sua dificuldade em termos metodológicos. Outros assumem a consciência como fenomênica, entretanto a qualificam como epifenomênica em relação ao mundo físico. Uma outra possibilidade é que a consciência seja fenomênica em sua definição e que tenha sido selecionada no processo evolutivo por apresentar vantagens adaptativas. O presente trabalho tem por objetivo estudar se a consciência pode ser uma estratégia adaptativa, considerando-a como sendo qualitativa, por definição. A idéia defendida, por nós, é que a consciência foi selecionada no percurso evolutivo, inicialmente, por ajudar o organismo a se afastar de situações perigosas e aproximar-se de situações benéficas, sendo que provavelmente, mais tarde, a consciência tenha se sofisticado, tornando-se uma via de contato social, propiciando a compreensão do contexto e a conseqüente resposta adequada a este. / Click electronic access below.
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A relação mente-corpo: investigando a causação e a participação

Oliveira, Cínthia Roso 06 April 2017 (has links)
Submitted by JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA (josianeso) on 2017-07-04T11:33:40Z No. of bitstreams: 1 Cínthia Roso Oliveira_.pdf: 1706511 bytes, checksum: 1a1617a80917349cfb5347c0c3474a67 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-07-04T11:33:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cínthia Roso Oliveira_.pdf: 1706511 bytes, checksum: 1a1617a80917349cfb5347c0c3474a67 (MD5) Previous issue date: 2017-04-06 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / PROSUP - Programa de Suporte à Pós-Gradução de Instituições de Ensino Particulares / O objetivo desta tese é investigar se há uma relação mente-corpo e, se sim, como podemos caracterizá-la. No primeiro capítulo, investigamos em que sentido há um problema mente e corpo, pois se compreendermos que os conceitos mentais são confusos e podem ser eliminados, ou que são significativos, mas podem ser reduzidos às explicações dos processos físicos no corpo, não faz sentido dizer que há um problema mente-corpo. No entanto, os qualia são aspectos mentais que resistem à eliminação ou à redução. Além disso, se compreendermos que a ideia de causação é um princípio epistêmico e que não se refere, de fato, a coisas no mundo que se relacionam, investigar uma possível interferência metafísica da mente, em especial dos qualia, no corpo também não faria sentido. No segundo capítulo, investigamos possíveis explicações para a conexão psicofísica que faz com que a mente em geral, e os qualia em particular, pareça influenciar os nossos comportamentos. A perspectiva dualista substancial seria insatisfatória, dentre outros problemas, na medida em que a explicação de como se dá a conexão psicofísica depende da aceitação da existência de Deus, algo questionável. Investigamos, então, algumas propostas monistas que defendem uma perspectiva não-reducionista em relação aos eventos mentais. As perspectivas de Davidson e Chalmers mostram-se frágeis em explicar o poder causal dos eventos mentais e, embora Kim consiga evitar o problema do epifenomenismo, ele assume uma posição eliminativista quanto aos qualia, o que não resolveria o problema. No terceiro capítulo, procuramos avaliar em que sentido a perspectiva não-reducionista de David Bohm sobre a relação mente-corpo conseguiria responder ao problema do epifenomenismo. Para ele, os aspectos mental e material existem um em participação com o outro na realidade e aí está a base da compreensão do ‘poder causal do mental’, que, como potencial atividade da informação, tem o poder de permitir que uma informação ativa nova atualize-se, alterando o seu aspecto material. A partir dessa perspectiva, pode-se compreender a consciência fenomênica como um tipo de ordem implícita muito sutil e complexa, que pode emergir de ordens implícitas menos sutis, as quais apresentam aspecto quase-mental. No quarto capítulo, argumentamos que a participação mente-corpo pode ser considerada uma conexão causal, compreendendo-a como uma categoria de causação, que estabelece um vínculo particular entre duas coisas, o que seria compatível com a novidade qualitativa que existe na ação humana. Neste capítulo ainda, defendemos que a perspectiva de Bohm sobre a participação mente-matéria na informação ativa pode ser compreendida como uma interação entre as quatro causas: formal, final, eficiente e material. As quatro funcionam como uma causação única, modificando-se a si mesma enquanto outra. E isso explicaria a capacidade que os seres humanos têm de automodificarem-se e, consequentemente, o poder causal dos qualia de interferir no comportamento humano. Por fim, no quinto capítulo, argumentamos que o ser humano pode ser compreendido como um sistema complexo que se auto-organiza mediante as suas relações com o mundo. Estabelecemos a relação entre a autocausação no sistema humano como um tipo de auto-organização secundária (de acordo com Debrun), que pressupõe a recriação de sua própria forma. Sustentamos, ademais, que a relação entre os diversos níveis hierárquicos de organização no ser humano dá-se por causação circular, na qual as partes interferem no todo, e ele, por sua vez, retroage sobre as partes, permitindo a emergência de novas propriedades. Além disso, esclarecemos que só podemos compreender a participação mente e corpo no ser humano como uma auto-organização de um sistema complexo em um mundo. Consideramos que também, entre o ser humano e o mundo (este compreendido como um ambiente natural e cultural, que inclui diversos sistemas, inclusive, outros seres humanos), há causação circular, dentre vários outros tipos de determinação. Portanto, a resposta apresentada para o problema mente-corpo é que a mente, incluindo os qualia, não pode ser reduzida aos processos físicos do corpo. A consciência fenomênica, como aspecto mental por excelência, refere-se à subjetividade da experiência do ser humano no mundo; só ele pode saber o que ele sente com as suas experiências e como as sente. Esse nível fenomênico emergiria de um nível protofenomênico, no qual já há um aspecto mental (quase-mental) compreendido como potencial atividade da informação, considerado como uma interação das causas eficiente, formal e final, que, ao interagirem com a causa material, aspecto material (atual atividade da informação), produzem uma mudança em si mesmos qua outro. Essa compreensão do aspecto mental como potencial atividade da informação permite compreender o poder causal do aspecto mental e como o nível fenomênico emerge dos níveis protofenomênicos da realidade, os qualia, aspectos mentais de sistemas complexos como o ser humano, podem ser compreendidos como exibindo um poder causal sobre o corpo. / The purpose of this thesis is to investigate whether there is a mind-body relationship and, if so, how we can characterize it. In the first chapter we investigate in what sense there is a mind-body problem, for if we understand that mental concepts are confusing and can be eliminated, or that they are significant, but can be reduced to the explanations of physical processes in the body, it does not make sense to say that there is a mind-body problem. However, qualia are mental aspects that resist elimination or reduction. Furthermore, if we understand that the idea of causation is an epistemic principle and does not actually refer to things in the world, investigating a possible interference of mind, especially of qualia, into body would also make no sense. In the second chapter, we investigate possible explanations for the psychophysical connection that makes mind in general, and qualia in particular, seem to influence our behaviors. Substantial dualistic perspective would be unsatisfactory, among other problems, insofar as the explanation of how the psychophysical connection takes place depends on accepting the existence of God, which is something questionable. We then investigate some monistic proposals that advocate a non-reductionist perspective on mental events. The perspectives of Davidson and Chalmers are fragile in explaining the causal power of mental events; and although Kim is able to avoid the problem of epiphenomenalism, he assumes an eliminativist position on qualia, which would not solve the problem. In the third chapter, we tried to evaluate in what sense David Bohm’s non-reductionist perspective on the mind-body relationship could answer to the problem of epiphenomenalism. For him, the mental and material aspects exist in participation with each other in reality, and therein lies the basis of the understanding of the ‘causal power of the mental’, which, as a potential activity of information, has the power to allow active information update itself by changing its material aspect. From this perspective, we can comprehend the phenomenal consciousness as a very subtle and complex sort of implicate order, that may emerge from less subtle implicate orders which have a mind-like aspect. In the fourth chapter, we argue that mind-body participation can be considered a causal connection, understanding it as a category of causation that establishes a particular link between two things, which would be compatible with the qualitative novelty that exists in human action. In this chapter we further argue that Bohm’s perspective on mind-matter participation in active information can be understood as an interaction between the four causes: formal, final, efficient, and material. They function as a single causation, modifying itself as being another. And this would explain the ability of humans to self-cause and, consequently, the causal power of qualia to interfere with human behavior. Finally, in the fifth chapter, we argue that the human being can be understood as a complex system that organizes itself through its relations with the world. We establish the relation between self-causation in the human system as a kind of secondary self-organization (according to Debrun), which presupposes the re-creation of its own form. We maintain that the relationship between the various hierarchical levels of organization in the human being occur by circular causation in which the parts interfere in the whole, and this, in turn, retroacts on the parts, allowing the emergence of new properties. In addition, we clarify that we can only understand the mind-body participation in the human being as a self-organization of a complex system in a world. We also consider that there is circular causation, among other types of determination, between the human being and the world (understood as a natural and cultural environment that includes several systems, besides other human beings). So the answer presented to the mind-body problem is that the mind, including qualia, cannot be reduced to the physical processes of the body. The phenomenal consciousness, as the mental aspect par excellence, refers to the subjectivity of the experience of human beings in the world; only one can know what and how they feel with their experiences. This phenomenal level would emerge from a protophenomenal level, in which there is already a mental (mind-like) aspect understood as a potential activity of information, considered as an efficient, formal and final interaction of causes, that when interacting with material cause, material aspect (actual active information), produces a change in oneself qua another. This understanding of the mental aspect as a potential activity of information enables us to understand the causal power of the mental aspect and as the phenomenal level emerges from the protophenomenal levels of reality, the qualia, mental aspect of complex systems like human beings, can be understood as exhibiting a causal power over the body.

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