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Evolução geológica pré-cambriana e aspectos da metalogênese do ouro do cráton São Luís e do Cinturão Gurupi, NE-Pará/ NW-Maranhão, Brasil / Évolution géologique précambrienne et aspects de la métallogenèse de l’or du Craton São Luís et de la Ceinture Gurupi, NE-Pará / NW-Maranhão, BrésilKLEIN, Evandro Luiz 06 July 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004-07-06 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais / Serviço Geológico do Brasil / FADESP - Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa / Na região limítrofe entre os estados do Pará e Maranhão, conhecida como Gurupi,
afloram rochas ígneas e metamórficas recobertas por sedimentação fanerozóica, ocupando parte
da Província Estrutural Parnaíba. Estudos geocronológicos pioneiros baseados nos métodos Rb-
Sr e K-Ar mostraram a existência de dois domínios geocronológicos distintos nessa região com
rochas aflorantes em direção à costa atlântica apresentando assinatura paleoproterozóica, com
idades em torno de 2000 Ma, enquanto que rochas aflorantes para sul-sudoeste mostram
assinatura neoproterozóica, principalmente entre 800 e 500 Ma. Esses domínios passaram a ser
denominados, respectivamente, Cráton São Luís e Cinturão Gurupi. Propostas litoestratigráficas
sucederam-se por mais de duas décadas, mas sempre careceram de dados geocronológicos
robustos para justificar o posicionamento estratigráfico das unidades. Modelos evolutivos
polarizaram-se entre propostas de evolução monocíclica ou policíclica para o Cinturão Gurupi,
também carecendo de geocronologia e geologia isotópica para consubstanciar interpretações.
Além disso, depósitos auríferos associam-se às duas unidades geotectônicas, mas raros foram
alvo de estudos geológicos ou genéticos. Esta tese aborda em maior ou menor grau esses
problemas gerais. Uma reformulação da litoestratigrafia regional e uma proposta de evolução geológica foi
alcançada através da reavaliação dos dados geológicos, geoquímicos, geocronológicos e
isotópicos existentes, e da geração de novos dados geocronológicos em zircão por evaporação de
Pb e U-Pb convencional e por LAM-ICP-MS. Dados isotópicos de Nd em rocha total foram
também obtidos, permitindo a investigação de processos de acresção e retrabalhamento crustal.
Os resultados mostram que a região possui uma evolução relativamente complexa, com intensa e
extensa geração de rochas juvenis cálcico-alcalinas e subordinado retrabalhamento de crosta
continental arqueana entre 2,24 e 2,15 Ga, e com fusão crustal, migmatização localizada,
plutonismo peraluminoso, metamorfismo e deformação em torno de 2,10 Ga. Os seguintes
resultados foram obtidos para as unidade litoestratigráficas e litodêmicas estudadas no Cráton
São Luís: Grupo Aurizona, metavulcanossedimentar ligado a arcos de ilha, idade máxima 2241
Ma (juvenil), com provável evolução até cerca de 2200 Ma; Suíte Intrusiva Tromaí, tonalitos
metaluminosos, calcico-alcalinos de arco de ilha oceânico, 2168 Ma (juvenil); Granito Areal,
calcico-alcalino fracamente peraluminoso, 2150 Ma (mistura de material juvenil e
retrabalhamento de arco de ilha). No Cinturão Gurupi foram obtidos os seguintes resultados:
Metatonalito Igarapé Grande, tonalito granoblástico de ocorrência localizada, 2594 Ma;
Complexo Itapeva, gnaisses tonalíticos localmente migmatizados, 2167 Ma (dominantemente
juvenil); Formação Chega Tudo, vulcanossedimentar ligada a arcos de ilhas, 2150-2160 Ma
(juvenil); Granito Maria Suprema, muscovita leucogranito (peraluminoso) intrusivo
sintectonicamente no Complexo Itapeva há 2100 Ma (fusão crustal), idade de outros granitoides
peraluminosos já datados anteriormente na região. O Grupo Gurupi é tentativamente posicionado
no Paleoproterozóico (>2160 Ma), mas não há elemento que comprove essa hipótese. Os dados
são interpetados em termos de tectônica de placas, com abertura de bacia oceânica um pouco
antes de 2260 Ma, formação de arcos de ilha oceânicos, subducção e produção volumosa de
magmas calcico-alcalinos e retrabalhamento dos arcos entre 2170-2150 Ma. Esse conjunto foi
amalgamado a uma margem continental periférica a um bloco arqueano existente ao sul (parte
arqueana do Cráton Amazônico ou núcleo cratônico encoberto atualmente pela sedimentação
fanerozóica) numa colisão fraca, dirigida de NNE para SSW, mas suficiente para gerar algum
espessamento crustal e permitir a fusão de parte da crosta paleoproterozóica recém formada e da
crosta arqueana (ou de seus derivados detríticos) preexistente. Esse episódio colisional, ocorrido
há cerca de 2100-2080 Ma refletiu-se no metamorfismo, deformação e migmatização local, além
da intrusão dos granitóides peraluminosos.
A região foi novamente palco de atividade no Neoproterozóico, com o bloco amalgamado
no Paleoproterozóico sendo rompido, com formação de rifte continental marcado pela intrusão de
magma alcalino (Nefelina Sienito Gnaisse Boca Nova) há 732 Ma. Rochas sedimentares
depositadas nessa bacia (Formação Marajupema) apresentam cristais detríticos de zircão, os mais
jovens com 1100 Ma. Esse rifte evoluiu provavelmente para uma bacia oceânica, de dimensões
ainda desconhecidas, o que é sugerido por dados recentes da literatura que mostram grande
quantidade de cristais detríticos de zircão com idade em torno de 600-650 Ma em bacias
sedimentares da região, que contêm sedimentos imaturos, e pela intrusão de granitóide
peraluminoso (colisional), há 550 Ma. Essa bacia foi fechada, com a colisão do orógeno contra o
bloco amalgamado no Paleoproterozóico, com transporte de massa de SSW para NNE. A idade
do clímax desse episódio orogênico neoproterozóico e do metamorfismo que o acompanhou não
foi claramente determinada, existindo informações ambígüas que apontam para o intervalo 650-
520 Ma (zircão do nefelina sienito e idades Rb-Sr e K-Ar em minerais).
A metalogenia dos depósitos auríferos foi abordada numa escala de reconhecimento
através do estudo geológico dos mesmos, dos fluidos hidrotermais e das condições físicoqu
ímicas de formação dos depósitos. As investigações envolveram análises químicas de cloritas,
estudos de inclusões fluidas e geoquímica de isótopos estáveis (O, H, C, S) e radiogênicos (Pb).
Relações estruturais e texturais permitiram caracterizar os depósitos como pós-metamórficos e
tardi- a pós-tectônicos com relação aos eventos paleoproterozóicos, conforme sugerido pelos
isótopos de Pb (pós 2080 Ma). Regionalmente os depósitos foram formados em condições de T-P
entre 280°-380°C e 2-3 kb, a partir de fluidos aquo-carbônicos relativamente reduzidos, de baixa
salinidade (5% massa equiv. NaCl), moderada a alta densidade, e ricos em CO2 (tipicamente <20
moles %; traços de CH4 e N2), que sugerem fortemente separação de fases. Estudos de isótopos
estáveis sugerem fontes distintas para fluidos e solutos. Duas fontes são indicadas para o carbono
presente em carbonatos, grafita e inclusões fluidas: uma fonte orgânica subordinada e outra fonte
indefinida, que pode ser magmática, metamórfica ou mantélica (ou mistura de ambas). O enxofre
de sulfetos apresenta assinatura magmática, tendo derivado diretamente de magmas ou por
dissolução de sulfetos magmáticos. Isótopos de oxigênio e hidrogênio de minerais silicatados e
inclusões fluidas combinados atestam fontes metamórficas para os fluidos. Portanto, reações de
desidratação e descarbonização produzidas durante o metamorfismo das seqüências
vulcanossedimentares paleoproterozóicas devem ter produzido os fluidos investigados. O ouro foi
transportado por um complexo do tipo Au(HS)2
- e precipitou devido à separação de fases e
reações dos fluidos com as rochas encaixantes. Os dados geológicos e genéticos encaixam-se no
modelo de depósitos auríferos orogênicos encontrados em cinturões metamórficos de todas as
idades. Os resultados globais deste estudo trazem implicações para o entendimento das orogenias
paleo- e neoproterozóicas que erigiram a Plataforma Sul-Americana e para a formação e
desagregação de supercontinentes como Atlantica, Rodinia e Gondwana Ocidental. O quadro
delineado encontra boa correlação, principalmente no que concerne ao Paleoproterozóico, com o
que é descrito para parte da porção sudeste do Escudo das Guianas e para a porção sul do Cráton
do Oeste da África. O quadro Neoproterozóico é ainda incipientemente compreendido para que
se façam maiores correlações. / In the Gurupi region, located at the border between the Pará and Maranhão states in
northern Brazil, igneous and metamorphic rocks crop out as part of the Parnaíba Structural
Province. Early geochronological studies, based on the Rb-Sr and K-Ar methods have shown two
geochronological domains. The rocks that crop out towards the Atlantic margin showed a
Paleoproterozoic signature, around 2000 Ma, whereas the rocks that crop out towards the inner
portions of the continent showed a Neoproterozoic signature, especially between 800 and 500
Ma. These domains have been then defined as the São Luís Craton and Gurupi Belt, respectively.
Several lithostratigraphic propositions have been developed throughout more than two decades.
However, these propositions always lack robust geochronological support. Geotectonic models
discussed a one- or two-phase evolution for the Gurupi Belt, also lacking robust geochronological
and isotopic data to consubstantiate the interpretations. Furthermore, among the several gold
deposits that occur in both the cratonic and belt areas, only a few have geological and genetic
information. These subjects are addressed in more or less depth by this thesis.
New propositions for the regional lithostratigraphy and geological evolution have been
achieved in this work by revaluating the available geological, geochemical, geochronological and
isotopic dataset, as well as by adding new geochronological data on zircon (Pb-evaporation, U-Pb
ID-TIMS, and LAM-ICP-MS) for most of the igneous and orthometamorphic rocks in the region.
Whole rock Nd isotope data have also been obtained, allowing the discussion of crustal accretion
and reworking. The results show a rather complex geological evolution with intensive and
extensive crustal growth between 2.24-2.15 Ga and crustal reworking, involving melting,
migmatization, metamorphism, and deformation around 2.10 Ga. The following results have been
obtained for the São Luís Craton: Aurizona Group, metavolcano-sedimentary sequence,
maximum age of 2241 Ma (juvenile) that possibly evolved until c.a. 2200 Ma; Tromaí Intrusive
Suite, calc-alkaline, metaluminous tonalites of oceanic island arc, 2168 Ma (juvenile); Areal
Granite, calc-alkaline, weakly peraluminous, 2150 Ma (mixing of juvenile and arc materials). In
the Gurupi Belt, the following results have been obtained: Igarapé Grande Metatonalite, small
and localized granoblastic tonalite, 2594 Ma; Itapeva Complex, weakly migmatized tonalitic
orthogneiss, 2167 Ma (mostly juvenile); Chega Tudo Formation, metavolcano-sedimentary
sequence (back-arc basin?), 2150-2160 Ma; Maria Suprema Granite, syntectonic, peraluminous
muscovite-bearing granite, 2100 Ma (similar to other peraluminous granitoids in the Gurupi
Belt). The Gurupi Group is tentatively placed in the Paleoproterozoic (>2160 Ma), but this must
still be proved. The above data are interpreted on a plate tectonics basis, as follows. An oceanic
basin is open at ca. 2260 Ma and is followed by the onset of subduction, formation of island arcs
and voluminous calc-alkaline magmatism in oceanic settings, and concomitant reworking of the
arcs between 2170-2150 Ma. This set of oceanic terranes has been accreted (soft-collision) onto
an Archean continental margin to southwest (Archean part of the Amazonian Craton or a present
day concealed cratonic nuclei). The collision provoked the metamorphism, deformation, and
partial melting of the newly formed Paleoproterozoic crust and of part of the Archean bloc, or
their erosive detritus, migmatization, and emplacement of peraluminous granitoids at 2100-2080
Ma. The region has been the locus of a second event in the Neoproterozoic. A continental rift
developed in the bloc that was assembled in the Paleoproterozoic, as attested by the intrusion of a
nepheline syenite (Boca Nova) at 732 Ma. Sedimentary rocks that filled this rift (Marajupema
Formation) have detrital zircon crystals that show the youngest ages around 1100 Ma. The rift
evolved probably to an oceanic basin, as suggested by the widespread occurrence of detrital
zircons with ages around 550 Ma in small sedimentary basins that have been filled with immature sediments. The precise time of orogenesis climax that followed basin closure, with mass transport
from SSW to NNE and accompanying metamorphism, is not yet constrained. Equivocal
geochronological information point to 650-520 Ma (zircon of the nepheline syenite, Rb-Sr and KAr
ages in minerals).
The metallogeny of selected gold deposits occurring in both the São Luís Craton and the
Gurupi Belt is addressed using varied information, such as geology, chlorite chemistry, fluid
inclusion geochemistry, and stable (O, H, C, S) and radiogenic (Pb) isotopes. Structural and
textural relationships, and Pb isotope data indicate a post metamorphic peak and late- to posttectonic
timing for the gold mineralization with respect to the Paleoproterozoic events (post 2080
Ma). At a regional scale, the deposits show a similar signature characterized by formation
temperatures between 280° and 380°C; pressures of 2-3 kbars; low-salinity (5 mass % NaCl
equiv), reduced and moderately dense aqueous-carbonic (CO2 <20 mol%, traces of CH4 and N2),
showing strong evidence for phase separation. Stable isotope studies suggest distinct sources for
fluids and solutes. The carbonate, graphite, and fluid inclusion carbon comes from two sources: a
depleted organic source, and an unknown source that may be magmatic, metamorphic or mantlederived
(or both). Sulfide sulfur derived directly from magmas or from the dissolution of
magmatic sulfides. Combined oxygen and hydrogen isotopes attest a metamorphic source for the
fluids. Therefore, dehydration and decarbonization reactions during the metamorphism of the
Paleoproterozoic metavolcano-sedimentary sequences appear to have produced the mineralizing
fluids. Gold was transported as a reduced sulfur complex, such as the Au(HS)2
- and precipitated
in response to the breakdown of this complex due to phase separation and fluid-rock interactions.
The geological and genetic constraints are consistent with the orogenic gold model, found in
metamorphic belts of all ages.
As a whole the results of this study have implications for the understanding of the
Paleoproterozoic and Neoproterozoic orogenies that built up the South American Platform and
for the assembly and break-up of the Atlantica, Rodinia, and West-Gondwana supercontinents.
The geological scenario outlined here for the Paleoproterozoic shows good correlations with
those found especially in the southeastern Guyana Shield and in the southern portion of the West-
African Craton. For the Neoproterozoic, the available information is still insufficient to draw
major correlations. / Chapitre 1 – Introduction et but du travail
À la frontière entre les états du Pará et Maranhão, au centre-nord du Brésil (région du
Gurupi), affleurent, au milieu de la couverture sédimentaire phanérozoïque, des roches
magmatiques, sédimentaires et métamorphiques Précambriennes, qui comprennent le Cráton São
Luís et la Ceinture Gurupi, lesquels contiennent plusieurs dépôts d’or (Fig. 1.1 et 1.2). Les
données géochronologiques Rb-Sr et K-Ar montrent des signatures paléoprotérozoïque et
néoprotérozoïque, respectivement, pour ces deux terrains. La région a été cartographiée à
l’échelle 1:250.000 et 1:500.000 et des problèmes qui persistent incluent : 1) la stratigraphie,
parce qu’aucune des unités ne possèdent des donnés géochronologiques sur zircon ; 2) l’évolution
géologique, surtout de la Ceinture Gurupi ; 3) la métallogénie aurifère n’est pas connue.
Promouvoir des avancées sur ces sujets est le but général de ce travail. Chapitre 2 – Méthodologie
Précédés par des travaux sur le terrain dans des aires clés et par la révision pétrographique
de plusieurs unités, les problèmes listés ci-dessus seront abordés de la façon suivante:
1) révision des propositions stratigraphiques préalables et discussion de leurs points faibles;
apport des donnés géochronologiques sur zircon (Pb-Pb par évaporation; U-Pb conventionnel et
LAM-ICP-MS) pour toutes les unités magmatiques et orthométamorphiques.
2) discussion des environnements tectoniques à partir de la révision du contenu lithologique des
unités stratigraphiques, des associations pétrographiques, de la réévaluation des données
géochimiques existantes et pour l’apport de donnés isotopiques Sm-Nd sur roches totales.
3) présentation des attributs géologiques de sept dépôts aurifères sélectionnés et discussion des
aspects génétiques à partir des études sur inclusions fluides, sur la chimie minérale (chlorite) et
sur les isotopes stables (O, H, C, S) et radiogéniques (Pb). Chapitre 3 – Géologie régionale
3.1) En premier lieu, la région du Gurupi est placée dans le contexte géotectonique de l’Amérique
du Sud et du nord-ouest de l’Afrique (Fig. 3.1 à 3.10). Une brève révision de chacune des grandes
unités géotectoniques a été faite, en incluant les principales subdivisions tectoniques, les
constitutions lithologiques et les données géochronologiques. Cette révision montre que les unités
géotectoniques sont constituées par des blocs archéens soudés par des ceintures mobiles
paléoprotérozoïques et / ou néoprotérozoïques. Plusieurs événements ont été décrits pour
l’Archéen, alors que pendent le Paléoproterozoïque deux grandes orogenèses sont connues :
2250-2150 Ma, caractérisée par l’intense adition de croûte continentale juvénile ; et 2100-2070
Ma, caractérisée par le remaniement de la croûte préexistante (archéenne et / ou
paléoprotérozoïque).
3.2) Description de la lithostratigraphie, des données géochronologiques préalables, des unités
géologiques, et modifications préliminaires de la lithostratigraphie (les donnés
géochronologiques, lorsqu elles sont disponibles, sont placés entre parenthèses). La carte e la
coupe géologique, les colonnes stratigraphiques, ainsi que des photos de roches et d affleurement
sont fournies (Fig. 3.11 à 3.25). Pour le Craton São Luís les unités suivantes sont décrites:
- Group Aurizona : ensemble métavolcano-sédimentaire métamorphisé dans faciès schistes verts
(localement amphibolite) ;
- Suite Intrusive Tromaí : composée de batholites de tonalites (±trondhjemite, granodiorite)
calco-alcalins, métalumineuses, de teneurs moyennes en K2O, et contenant des enclaves de
roches magmatiques (microtonalite) ;
- Granite Areal : granites calco-alcalins, peralumineux, à forte teneur en K2O, et contenant des
enclaves de roches métavolcano-sédimentaires ;
- Suite Intrusive Tracuateua : granites à muscovite, péralumineux (2090 Ma) ;
- Microtonalite Caxias (1985 Ma).
Pour la Ceinture Gurupi, les unités suivantes sont décrites:
- Complexe Itapeva : orthogneiss tonalitique de faciès amphibolite, et localement migmatisé ;
- Group Gurupi : ensemble métasédimentaire métamorphisé dans le faciès schistes verts ;
- Formation Chega Tudo : ensemble volcano-sédimentaire métamorphisé dans le faciès schistes
verts;
- Quartzite Marajupema : quartzite à muscovite, biotite et cordiérite, métamorphisé en faciès
amphibolite ;
- Granite Cantão ; monzogranite en contenant des enclaves de roches metasédimentaires (2150
Ma) ;
- Granitoïdes peralumineux (Japiim, Jonasa, Ourém) : granites à muscovite (2070-2085 Ma) ;
- Granite Maria Suprema : granite à muscovite syntectonique ;
- Néphéline Syénite Gneiss Boca Nova : intrusion déformée et localement migmatisée ;
- Granite Ney Peixoto : granite peralumineux (550 Ma)
Par ailleurs, trois bassins sédimentaires (pré-siluriens) reposent sur les roches du Craton São Luís
et de la Ceinture Gurupi (formations Viseu, Igarapé de Areia et Piriá). Ils sont composées de
sédiments continentaux immatures (arkoses, conglomérats, greywackes).
3.3) Les modèles géotectoniques préalables (Fig. 3.26 à 3.28) sont basés plutôt sur des
informations structurales et géochronologiques Rb-Sr et K-Ar. Deux hypothèses sont confrontées
pour la ceinture Gurupi ; elles font état d’une évolution soit monocyclique, soit polycyclique. La
corrélation avec le Craton d Ouest de l’Afrique est presque consensuelle, le Craton São Luís
constituant une partie de ce craton, alors que la Ceinture Gurupi est tenue comme la continuation
des ceintures panafricaines (Fig. 3.29). Chapitre 4 – Géochronologie et isotopes du Néodyme
Les données isotopiques obtenues sur zircon et titanite sont présentés, tableaux 4.1 à 4.10
et figures 4.1 à 4.13. Les résultats isotopiques de Nd et les âges modèles (TDM) sont fournis par le
tableau 4.11et visualisés avec les figures 4.14 et 4.15. Le chapitre est accompagné par des
discussions sur les méthodologies analytiques et sur l interprétation des données aquises. Les
résultats suivants ont été obtenus:
- Group Aurizona : roche métapyroclastique, 2241 ± 2 Ma, interprétée comme l âge minimal
pour le volcanisme. Les données en Nd ne permettent pas de conclure de façon définitive, avec
un âge modèle de 2,42 Ma et εNd(t) de +0,8, mais elles indiquent une origine plutôt juvénile.
- Suite Intrusive Tromaí : huit échantillons datés (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon) ont
produit un intervalle d âges étroit, entre 2147 et 2168 Ma, alors qu un échantillon de titanite a
produit un age U-Pb presque concordant de 2168 ± 1 Ma. Cette période représente la principale
époque d activité d un magmatisme calco-alcalin d arc insulaire, lequel et lié à la subduction de
la croûte océanique. Cela est corroboré par les données isotopiques en Nd (âges modèles 2,22-
2,26 Ga; εNd(t) +2 / +3), qui attestent le caractère juvénile de ce magmatisme.
- Granite Areal : deux échantillons montrent des ages de 2152 ± et 2149 ± 4 Ma (méthode Pb-Pb
par évaporation sur zircon); avec un âge modèle 2,23-2,26 Ga et εNd(t) +2. Ce granite est
interprété comme l’hybride de magmatisme calco-alcalin et du remaniement concomitant de l arc
insulaire.
- Complexe Itapeva: l’analyse U-Pb sur zircon a produit un âge concordant de 2167 ± 3 Ma et
montre un héritage à 2194 ± 18 Ma. Les âges modèles de 2,22-2,31 Ma et le paramètre εNd(t)
indiquent une origine plutôt juvénile pour le protolith du gneiss. Dans le même gneiss et dans les
mobilisats granitiques, les données Pb-Pb par évaporation sur zircon montrent une possible perte
de Pb vers 2100 Ma.
- Métatonalite Igarapé Grande : petit pluton préalablement considéré une partie du Complexe
Itapeva, a fourni des zircons archéens à 2594 ± 3 Ma (méthode Pb-Pb par évaporation sur
zircon) ; il est, donc, démembré de ce complexe.
- Formation Chega Tudo: deux échantillons de roches métavolcaniques montrent des âges de
2148 ± Ma et 2160 ± 3 Ma (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon), qui sont similaires aux
âges de la Suite Tromaí. Les données en Nd sont également similaires à ceux de la Suite Tromaí.
Dans un troisième échantillon, un zircon zircon dénonce un héritage à 2197 ± 4 Ma.
- Granite Maria Suprema : deux échantillons de granite à muscovite montrent des âges de 2100 ±
12 Ma (U-Pb, intersection supérieur) et 2080 ± 3 Ma (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon).
L’âge modèle de 2,30 Ga et le paramètre εNd(t) de +0,7 indiquent remaniement de sources
crustales légèrement plus anciennes.
- Formation Vila Cristal : des zircons détritiques d un schiste ont fourni des âges individuels
(méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon) de 2164 Ma, 2635 Ma et entre 2000-2084 Ma,.
- Quartzite Marajupema : des zircons détritiques d un quartzite alumineux ont fourni trois
intervalles d âges individuels (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon) de 2140-2159 Ma,
1690-1830 Ma, 1100-1245 Ma.
- Néphéline Syénite Gneiss Boca Nova : un échantillon montre des zircons très complexes.
Pourtant, un âge concordant (méthode U-Pb, par ablation laser) a été déterminé à 732 ± 7 Ma.
L âge du métamorphisme qui a affecté cette syénite a été inférée à 650-580 Ma, mais elle
présente aussi des héritages paléoprotérozoïques et archéennes. Les nouvelles données en Nd et
informations géochimiques pré-existantes) suggèrent des sources juvéniles contaminées par des
sources continentales. Chapitre 5 – Discussions générales, lithostratigraphie et environnements tectoniques
Un nouveau schéma lithostratigraphique est proposé pour la région du Gurupi (figure 5-
1); il s’appuie sur la carte géologique (figure 5.2). L ensemble des donnés géologiques incluant
les types et les assemblages pétrographiques, les rapports aux contacts, les caractéristiques
métamorphiques, structurales, géochronologiques, géochimiques (quand elles existantes Fig.
5.3 à 5.7) et isotopiques sont utilisés pour l interprétation tectonique de chaque unité. En
conséquence de quoi les roches du Craton São Luís ont été interprétées comme étant formées
dans un environnement océanique, lié à la subduction et à la formation d arcs insulaires calcoalcalins
vers 2170-2150 Ma. La Ceinture Gurupi est quant à elle composée par des granitoïdes
peralumineux de 2100-2080 Ma, originaires de la fusion de la croûte continentale, qui se sont mis
en place au sein d ensembles sédimentaires et volcanosédimentaires de ~2160 Ma. D autres
unités, comme la syénite néphélinique et le granitoïde Ney Peixoto, ainsi que les formations
sédimentaires Vila Cristal et Marajupema, sont liés à une évolution postérieure qui a eu lieu au
Néoprotérozoïque. Chapitre 6 – Évolution géologique
Envisagée dans le cadre de la tectonique de plaques, l évolution géologique de la région
du Gurupi est proposé en prenant en compte les données disponible dans la littérature et celles
qui proviennent de cette étude. À environ 2240-2260 Ma un bassin océanique est ouvert à la suite
de la dislocation des continents archéennes (Liberia en Afrique, Craton Amazonien, au Brésil).
Les premiers arcs insulaires sont formés à cette époque ; ils sont représentés par les roches
metavolcano-sédimentaires du Group Aurizona. Entre 2170-2150 Ma a eu lieu la principale phase
d accrétion de la croûte de la région ; elle se manifeste par la mise en place des batholites calcoalcalins
juvéniles de la Suite Tromaí. De façon concomitante les arcs insulaires sont remaniés, ce
qui conduit à la formation et mise en place des granitoïdes de type Areal. Cet ensemble est ajouté
à la bordure continentale archéenne au sud, dans un épisode interprété comme collision de faible
ampleur, sans épaississement crustal expressif, mais suffisant cependant pour permettre la fusion
de la croûte, la migmatisation locale et la génération des granitoïdes à muscovite vers 2100-2080.
Cet épisode orogénique est bien connu au Brésil (cycle Transamazonien) et au nord-ouest de
l’Afrique (cycle Éburnéen). Comme le suggère l’intrusion de la syénite néphélinique Boca Nova,
qui caractérise la formation d un rift continental, ce bloc continental paléoprotérozoïque est
rompu vers 730-740 Ma. Le rift a ensuite probablement évolué en bassin océanique, de
dimensions non connues, lequel a été fermé vers 650-550 Ma, comme le suggère l’anatexie
crustal qui a produit le granite Ney Peixoto, ainsi que quelques données Rb-Sr e K-Ar sur
minéraux. Cet événement orogénique est, lui aussi, connu au Brésil et en Afrique, sous les noms
respectifs de cycles Brasiliano et Panafricain. Chapitre 7 – Géologie des dépôts aurifères
Une description de sept dépôts aurifères est présenté. Elle est basée sur des données
obtenues en surface et en carottes de sondage. Les dépôts montrent un remarquable contrôle
structural (Fig. 7.1 et 7.2) et sont caractérisés par des corps de minerai qui se distribuent
parallèlement à la structure des roches encaissantes. Esquisses géologiques et images
microscopiques de l altération hydrothermale sont montrées, figures 7.3 à 7.18.
Veines de quartz et disséminations en zones de décrochement sont les styles prédominants
de la minéralisation. L altération hydrothermale est peu variable entre les différents dépôts.
Quartz, sericite, chlorite, carbonate et pyrite sont les phases prédominantes. Les rapports
structuraux et les textures indiquent que l altération coupe la foliation métamorphique des roches
encaissantes, ce qui est un important marqueur chronologique.
Chapitre 8 – Aspects de la métallogenèse de l’or
Des études de géochimique minérale (chlorite), des inclusions fluides et le dosage des
isotopes stables sur les minéraux ont été faites. Elles visent à établir les conditions de température
et de pression de déposition de l or, la composition des fluides et les sources des composantes des
fluides et des solutés. Les résultats fournis sous forme de plusieurs tableaux sont synthétisés par
les figures 8.1 a 8.16. Malgré quelques différences entre les dépôts aurifères individuels,
l ensemble des résultats montrent qu ils se sont formés dans un intervalle de température
relativement étroit, entre 280°C et 380°C, sous des conditions de pression fluctuantes (2 ± 1
kbars) et dans des conditions réductrices de la fugacité d oxygène. Les inclusions fluides
montrent une signature régionale, c est à dire qu il s agit de solutions aqueuses carboniques (CO2
~20 mol%, traces de CH4 et N2) de basse salinité (5 % poids NaCl équivalente), produites par
séparation de phases (immiscibilité). Les études d isotopes stables montrent que le carbone
présente dans les minéraux carbonatés et dans les inclusions fluides provient d une source
organique subordonnée et d une autre source indéfinie, qui peut être magmatique,
métamorphique, crustal ou mantellique. Les isotopes de soufre dénoncent des sources
magmatiques directes ou indirectes (dissolution des sulfures magmatiques). La combinaison des
résultats isotopiques de l oxygène et de l hydrogène atteste l origine métamorphique des fluides.
On interprète la minéralisation comme produite aux stages finaux de l’orogenèse
Paléoprotérozoïque, comme suggéré par l étude des isotopes de Pb sur les minéraux de soufre,
après les conditions maximales de métamorphisme et de déformation, en profitant des fluides
produits par le métamorphisme des séquences volcanosédimentaires. L or a été transporté par un
complexe comme Au(HS)2.
- et a précipité après la déstabilisation de ce complexe en raison de
séparation de phase et réaction des fluides avec les roches encaissantes.
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Geocronologia em zircão, monazita e granada e isótopos de Nd das associações litológicas da porção oeste do domínio Bacajá: evolução crustal da porção meridional da província Maroni-Itacaiúnas - sudeste do Cráton AmazônicoVASQUEZ, Marcelo Lacerda 16 November 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-11-16 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais / Serviço Geológico do Brasil / FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos / O Domínio Bacajá está localizado na porção sudeste do Cráton Amazônico e representa
o segmento meridional da Província Maroni-Itacaiúnas que é constituída de orógenos
paleoproterozóicos e blocos arqueanos retrabalhados durante o Ciclo Transamazônico (2,2-1,95
Ga). Este domínio é composto de granitóides, rochas charnoquíticas e supracrustais, ortognaisses,
migmatitos e granulitos para e ortoderivados. Dados geocronológicos prévios das rochas desse
domínio indicam retrabalhamento de crosta arqueana e formação de crosta juvenil durante o
Ciclo Transamazônico.
O presente estudo foi baseado em levantamentos de campo, petrografia, geoquímica
isotópica e geocronologia, tendo como objetivo identificar os eventos ígneos e metamórficos de
alto grau que ocorreram na porção oeste Domínio Bacajá a fim de entender sua evolução crustal.
Os dados geocronológicos existentes, somados aos novos dados de geocronologia em
zircão (U-Pb SHRIMP e Evaporação de Pb) e isótopos de Nd para as rochas das associações
litológicas que ocorrem na área de estudo permitiram identificar e datar eventos magmáticos
ocorridos do Neoarqueano ao Orosiriano, com auge da formação de crosta durante o Riaciano.
Ortognaisses de 2,67-2,44 Ga e remanescentes de rochas metavulcânicas de 2,45 Ga marcam o
primeiro evento de formação de crosta na porção oeste Domínio Bacajá, com uma acresção a
cerca de 2,7 Ga e contaminação por crosta mesoarqueana (ca. 3,0 Ga). Um segundo evento de
acresção há aproximadamente 2,5 Ga e um de retrabalhamento de crosta mesoarqueana foram
respectivamente registrados em rochas metavulcânicas de 2,36 Ga e granitóides 2,34 Ga
associados. Esses eventos provavelmente estão relacionados à amalgamação de um arco de ilha
tardi sideriano a um microcontinente arqueano. Granitóides de 2,21-2,18, Ga, com contribuição
crustal neoarqueana (ca. 2,8 Ga), e de 2,16-2,13 Ga, formados por mistura de um componente
juvenil de ca. 2,3 Ga com fontes crustais arqueanas, estão relacionados a arcos magmáticos
riacianos colididos contra um continente arqueano-sideriano. Esta colisão foi marcada pela
formação de granitóides de 2,10 Ga (sincolisionais ?), com prováveis fontes a partir de rochas do
arco magmático tardio, e de granitóides e rochas charnoquíticas de 2,09-2,07 Ga (pós-colisional)
formados respectivamente por fusão de fontes arqueanas (3,0-2,7 Ga) e mistura com o
componente juvenil transamazônico (ca. 2,3 Ga).
Por fim, no Domínio Bacajá e adjacências ocorreram eventos magmáticos orosirianos,
marcados pela formação local de granitóides de 1,99 Ga, cuja relação com o Ciclo
Transamazônico é incerta, e pelo magmatismo de ca. 1,88 Ga de ambiente extensional. Ambos os
eventos com contribuição crustal neoarqueana (ca. 2,8 Ga) que sugerem participação da crosta
arqueana do Domínio Bacajá..
Eventos metamórficos de alto grau e de anatexia foram identificados nos gnaisses e
granulitos para e ortoderivados do oeste do Domínio Bacajá. No entanto, os estudos petrológicos
e geocronológicos foram enfocados nas rochas metassedimentares pelíticas de alto grau por
serem melhores marcadores desses eventos. Esses eventos foram datados por U-Pb SHRIMP em
zircão e monazita, Evaporação de Pb e U-Pb ID-TIMS em zircão e Sm-Nd em granada e rocha
total. As rochas metassedimentares de alto grau apresentaram fontes detríticas dominantemente
arqueanas (3,1-2,5 Ga) e foram afetadas por eventos tectono-termais riacianos, preliminarmente
identificados pelas idades isocrônicas Sm-Nd em granada (2208 e 2025 Ma). Contudo, existem
evidências sugestivas de um evento metamórfico de alto grau de cerca de 2,3 Ga que poderia
estar relacionado a provável colisão tardi-sideriana. Os eventos de alto grau transamazônicos
iniciaram com uma migmatização de 2147-2123 Ma em condições P-T de fácies anfibolito
superior registrada nos grãos de zircão e núcleos de cristais de monazita. Este evento foi
contemporâneo à formação de granitóides dos arcos magmáticos riacianos, podendo estar
relacionado à colisão do arco mais precoce. Um evento anatético há 2109 Ma foi detectado nos
sobrecrescimentos em cristais de zircão, sugestivamente relacionado ao principal evento de
colisão continental riaciana identificado nos orógenos transamazônicos do Escudo das Guianas.
Apesar de ter havido a formação de granitóides e rochas charnoquíticas contemporâneas, nos
metapelitos estudados esse evento foi marcado por uma modesta anatexia. Por fim, um
metamorfismo de fácies anfibolito superior a granulito, de baixas pressões (4-6 kbar / 700-800ºC),
há cerca de 2070 Ma foi registrado nos cristais de monazita e zircão, seguido de um possível
evento de perda de Pb na monazita há 2057 Ma. A ocorrência de intrusões quartzo dioríticas e
charnoquíticas contemporâneas ao metamorfismo granulítico sugerem processo de underplating
de magma máfico e adelgaçamento crustal durante o estágio pós-colisional.
Os eventos ígneos e metamórficos do oeste do Domínio Bacajá são análogos aos
registrados em outros domínios transamazônicos do Cráton Amazônico e da América do Sul. Em
escala global, a colagem riaciana há 2,1 Ga tem sido relacionada à colisão das paleoplacas do
leste da América do Sul contra o oeste da África que desencadeou a formação de um
supercontinente no Paleoproterozóico. / The Bacajá domain is located in the southeastern Amazonian craton and represents the
southern part of the Maroni-Itacaiúnas province, which comprises Paleoproterozoic orogens and
Archean blocks reworked during the Transamazonian cycle (2.2–1.95 Ga). This domain is
composed of granitoids, charnockitic and supracrustal rocks, orthogneisses, migmatites, metaigneous
granulites and high-grade metasedimentary rocks. The previous geochronological data
denote reworking of Archean crust and formation of juvenile crust during the Transamazonian
cycle.
The present study was based on field work, petrography, isotope geochemistry and
geochronology in order to identify the igneous and high-grade metamorphic events in the western
part of the Bacajá domain and to discuss its crustal evolution.
The previous geochronological data, plus new data on zircon (U-Pb SHRIMP and Pbevaporation)
and Nd isotope data for the igneous and meta-igneous rocks of the lithologic
associations from the study area allowed the identification and dating of magmatic events from
Neoarchean to Orosirian times, with a climax of crust formation during the Rhyacian. The 2.67-
2.44 Ga orthogneisses and 2.45 Ga metavolcanoclastic rock remnants are related to the first event
of crust formation in the western Bacajá domain marked by an accretion at ca. 2.7 Ga and
contamination by Mesoarchean crust (ca. 3.0 Ga). A second event of accretion at ca. 2.5 Ga and
reworking of Mesoarchean crust were identified in 2.36 Ga metavolcanic rocks and associated
2.34 Ga granitoids, respectively. They are probably related to the amalgamation of a late Siderian
island arc to an Archean microcontinent. The 2.21-2.18 Ga granitoids with Neoarchean crustal
sources (ca. 2.8 Ga) and 2.16-2.13 Ga granitoids formed by mixture of a 2.3 Ga juvenile
component with Archean crustal sources are related to Rhyacian magmatic arcs that collided
against an Archean-Siderian continent. This collision was marked by the formation of 2.10 Ga
granitoids (syncollisional rocks ?), probably originated from sources related to late magmatic arc
rocks, and of charnockitic rocks and granitoids of 2.09-2.07 Ga (post-collisional rocks) formed
respectively by mixture of Ryacian crustal sources and the 2.3 Ga juvenile component and by
melting of Archean crust (3.0-2.7 Ga).
There are Orosirian magmatic events identified in 1.99 Ga granitoids, whose correlation
with the Transamazonian cycle is controversial, and by the extensional magmatism of ca. 1.88 Ga.
Both events have Neoarchean crustal sources (ca. 2.8 Ga), probably derived from the Bacajá
domain.
The high-grade metamorphic events and associated anatexis were identified in the metaigneous
and metasedimentary rocks from the western Bacajá domain. However, the petrologic
and geochronological studies focused only on the high-grade metasedimentary rocks. These rocks
have dominantly Archean detrital sources (3.1-2.5 Ga) and were affected by Rhyacian
metamorphic events preliminary constrained by Sm-Nd whole rock-garnet isochrones (2208-
2025 Ma), but there is little evidence suggesting the existence of a high-grade metamorphic event
at 2.3 Ga, that could be related to the collage of the late Siderian island arc. High-grade
Transamazonian metamorphism commenced with a 2147-2123 Ma migmatization event that took
place under upper amphibolite facies P-T conditions and was preserved in zircon overgrowths
and in the cores of monazite grains. This event could be related to the collision of the early
Rhyacian magmatic arc against to a Neoarchean-late Siderian continent. An anatectic event at
2109 Ma was recorded on unzoned rims of zircon crystals, which is probably it related to the
continental collision at 2.1 Ga that has been identified in the Transamazonian orogens of the
French Guiana shield. Despite the formation of synchronous granitoids and charnockitic rocks
during this collision, in the studied metapelites it was a modest anatexis. After that, a low
pressure granulite facies metamorphism (4-6 kbar / 700-800 ºC) at ca. 2070 Ma was registered on
monazite and zircon grains, followed by a possible Pb-loss event at 2057 Ma. The existence of
coeval quartz diorite and charnockitic intrusions suggests underplating of mafic magma and
crustal thinning during the post-collisional period.
The igneous and metamorphic events of the western Bacajá domain are analogue to
those identified in other Transamazonian domains of the Amazonian craton and South America.
In global scale, the 2.1 Ga collage has been correlated to the collision of the paleoplates of
eastern South America and western Africa that triggered the formation of a Paleoproterozoic
supercontinent.
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Geologia e petrografia do Grupo Alto Jauru, na região da Fazenda Retiro, SW do Cráton Amazônico : evidências de um prisma acrescionário estaterianoSantos, Flávia Regina Pereira 17 March 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-03-17 / CAPES / A Província Rondoniana-San Ignácio, na porção sudoeste do Cráton Amazônico, é marcada por um complexo amalgama de terrenos de diferentes idades e origens. O embasamento do Terreno Jauru é constituído por rochas metavulcano-sedimentares e intrusivas ácidas, básicas e ultrabásicas. As rochas metavulcano-sedimentares vem sendo comumente designadas de Grupo Alto Jauru. Mapeamento geológico, petrografia, análise estrutural e geocronologia realizados na região da Fazenda Retiro, a norte da cidade de Araputanga, SW do estado de Mato Grosso, revelam que este Grupo é constituído por biotita-muscovita-quartzo xistos; clorita-biotita-muscovita xistos; granada-cordierita-biotita xisto e estaurolita-andalusita-biotita xisto; associados à granada-sillimanita-biotita gnaisse, biotita gnaisse, anfibolitos e muscovita granito. A petrografia e as relações estruturais indicam que estas rochas foram afetadas por dois eventos deformacionais, Dn e Dn+1, com as foliações associadas Sn (xistosidade e bandamento gnáissico) e Sn+1 (clivagem de crenulação); e três eventos metamórficos: o primeiro evento metamórfico (M1), contemporâneo à Sn de fácies xisto verde inferior; o segundo (M2) associado a fase Sn+1 de fácies xisto verde a anfibolito; e o terceiro evento térmico (M3) de fácies hornblenda-hornfels. A idade de cristalização do biotita gnaisse obtida pelo método U/Pb (SHRIMP) em zircão é de de 1819 ± 6,7 Ma. A interpretação desses dados permite considerar que as rochas do Grupo Alto Jauru são parte de um prisma acrescionário formado no Estateriano. / The Rondoniana-San Ignácio Province, southwestern portion of the Amazonian Craton, is marked by a complex amalgam of terrains from different ages and sources. The basement of one Jauru Terrain consists of metavolcano-sedimentary rocks and intrusive acidic, basic and ultrabasic. The metavolcano-sedimentary rocks has been commonly called Alto Jauru Group. Geologic mapping, petrography, geochronology and structural analysis performed on Retiro Farm region, north of the Araputanga city, SW of Mato Grosso state, reveal that this Group consists of biotite-muscovite-quartz schists, chlorite-biotite-muscovite schists, garnet-cordierite-biotite schist and staurolite-andalusite-biotite schist, garnet-sillimanite associated with biotite-gneiss, biotite gneiss, amphibolite and muscovite granite. The petrography and structural relationships indicate that these rocks were affected by two deformational events Dn and Dn+1, Sn associated with the foliation (schistosity and gneissic banding) and Sn+1 (crenulation cleavage), and three metamorphic events: first metamorphic event (M1), the contemporary Sn lower greenschist facies, the second (M2) associated with Sn+1 phase greenschist to amphibolite facies, and the third thermal event (M3) hornblende hornfels facies. The crystallization age of the biotite gneiss obtained by the method U/Pb (SHRIMP) zircon is 1819 ± 6.7 Ma. The interpretation of these data suggest that the rocks of the Alto Jauru Group are part of a accretionary prism formed in Statherian.
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Características petrográficas e químicas das rochas encaixantes das mineralizações auríferas do depósito Lavra Velha (Região de Ibitiara, borda oeste da Chapada Diamantina, Bahia) / Petrographic and chemical characteristization of the host rocks of gold mineralizations from the Lavra Velha Deposit (Ibitiara region, Western edge of Chapada Diamantina, Bahia)Carlin, Aline de Cassia [UNESP] 10 October 2016 (has links)
Submitted by Aline de Cassia Carlin null (alinecarlin@yahoo.com.br) on 2016-11-23T10:59:57Z
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Previous issue date: 2016-10-10 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / O depósito de ouro Lavra Velha, que pertence ao Alvo de Prospecção Lavra Velha, da empresa Yamana Gold, localiza-se na cidade de Ibitiara, centro-oeste do Estado da Bahia e borda oeste do domínio fisiográfico da Chapada Diamantina, situado no Aulacógeno do Paramirim, na região norte do Cráton São Francisco. O depósito foi recentemente inserido na classe de modelo IOCG (Iron Oxide Cooper Gold), onde a mineralização de ouro se hospeda em brechas hematíticas sericitizadas. O principal objetivo do trabalho foi caracterizar química e petrograficamente as rochas encaixantes do depósito Lavra Velha, cujas litologias predominantes são metatonalitos e meta-quartzo diorito. Estas rochas encontram-se completamente alteradas, com atuação dos processos hidrotermais predominando sobre a deformação de baixo strain, resultando em intensa sericitização e formação de óxidos de ferro, além de cloritização, epidotização, carbonatação e, localmente, albitização. A análise petrográfica, suportada pela análise química, sugere que as rochas encaixantes são correspondentes alteradas do Granitoide Ibitiara, metamorfizadas, deformadas e alteradas hidrotermalmente. O Granitoide Ibitiara e o Granito Matinos apresentam comportamento de magmatismo misto e afinidade para ambiente de arco magmático (sin-colisional) ou orogênico, com idades correlatas ao ciclo orogênico Transamazônico. A intrusão do Granitoide Ibitiara ocorre, provavelmente, em ambiente mais raso da crosta, sugerindo que fluidos hidrotermais e mineralizantes sejam mais tardios. Apesar de integrado até o momento à classe de depósitos IOCG, a análise tectono-estrutural e hidrotermal do depósito Lavra Velha sugere que a mineralização de ouro tenha origem relacionada à fase mais tardia de evolução da bacia do Espinhaço, relacionada à inversão do aulacógeno do Paramirim. / The Lavra Velha gold deposit, which belongs to the prospecting target “Lavra Velha” of the Yamana Gold Company, is located in Ibitiara, Bahia’s central west and the western edge of the physiographic domain of the Chapada Diamantina, situated in Paramirim aulaconge, in northern of São Francisco Craton. The deposit was recently insert into the IOCG model class (Iron Oxide Cooper Gold), where the gold mineralization is hosted at hematite sericitic breccias. The main objective of the study was the chemical and petrographic characterization of the host rocks of the Lavra Velha deposit, whose predominant lithologies are meta-tonalites and metaquartz diorite. These rocks are completely altered due to hydrothermal process, that predominates under the deformation at low-strain rate, resulting in intense sericitization and iron oxide formation, also chloritization, epidotization, carbonatation and, locally, albitization. The petrographic analysis, supported by chemical analysis, suggests that the host rocks correspond to metamorphosed, deformed and hydrothermalized portion of Ibitiara Granitoid. The Ibitiara Granitoid and Matinos Granite show behaviors of mixed magmatism and also affinity for arc magmatic (syn-collisional) or orogenic ambient with correlative age to the Transamazônico Cycle. The Ibitiara Granitoid intrusion probably occurs at a shallower crust environment, suggesting that the hydrothermal and mineralizer fluids are later. In spite of the Lavra Velha deposit has being classified as IOCG’s class, the tectonic, structural and hydrothermal analysis suggests that the gold mineralization has originated during Espinhaço basin later deformation stage, related to inversion of the Paramirim aulacogen.
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Estratigrafia e paleoambiente da capa carbonática neoproterozóica, sul do cráton amazônico, região de Tangará da Serra (MT)Soares, Joelson Lima 06 May 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-05-06 / FAPEAM - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas / The Neoproterozoic is marked by major climatic changes that interfere with the
Crucially in biological evolution and paleoceanográfica of our planet, and
mainly characterized by periods of low overall glacial that achieved
latitudes. This dramatic period in the history of the planet is recorded in layers
carbonate termed carbonate layers that overlap directly diamictic
glaciers. In this work one Neoproterozoic cap carbonate 20 m thick was
Tangara described in Limestone mine, Tangara da Serra, Mato Grosso. That
sequence comprises the Mirassol d West formations (dolomite) and Guide (limestone)
belonging to the lower group macaws. The cover is composed of dolomitic
dolograinstones peloidais pink with inverse grading, a parallel lamination and
truncation of low angle, in addition to discontinuous layers of fibrous crystals
calcite (gypsum pseudomorphs second?), interpreted as records of a
shallow to moderately deep platform with hypersalinity events. The cover
Limestone consists of rolled and massive, siltstone rich in iron oxide, and lime
thin with wavy bedding megamarcas interpreted as deposits
moderately deep mixed platform dominated by waves. Limestone with fine
corrugated laminating / ripple marks and fans crystals (pseudomorphs second
aragonite), intercalated with shales were interpreted as deposits
deep platform and supersaturated in CaCO3. With calcareous structures
Slip including convoluted laminations and syn-sedimentary faults characterized
slope deposits, while Neptunian dykes, filled with limestone breccias, and
deformed layers between non deformed layers suggest seismic activity. Three
stratigraphic surfaces divide the carbonate succession studied: S1 separates the covers
dolomitica and limestone and is interpreted as transgressive surface, while
surfaces S2 and S3 within the limestone cover are considered limits facies. Facies
deformed occur throughout the sequence, separated by intervals without
strain, and were split into three packages (A, B and C). Packages A and C
exhibit ductile-brittle structures like folds, faults and bedding convoluted,
while the B package contains structures formed in brittle regime as failures and
fractures. Analysis of C and O isotopes showed negative values similar to
found in other carbonate covers the world. The data 13C isotope
values between -4 and -6 in the case dolomite , limestone while in the case
13C the values reaches to -7 without co- variance of the 18 O isotope indicates
change by meteoric fluids or by dolomitization . The sequence described in Tangara
Sierra expands the occurrence of carbonate layers in South America and corroborates
the interpretation of an extensive carbonate platform post- glaciation Puga , related to
Marinoano event , this part of the Amazon Craton. / O Neoproterozóico é marcado por importantes mudanças climáticas que interferiram da
forma crucial na evolução biológica e paleoceanográfica do nosso planeta, sendo
caracterizado principalmente por períodos de glaciação global que alcançaram baixas
latitudes. Este período dramático da história do planeta está registrado em camadas
carbonáticas denominadas de capas carbonáticas que sobrepõem diretamente diamictitos
glaciais. Neste trabalho uma capa carbonática neoproterozóica de 20 m de espessura foi
descrita na mina Calcário Tangará, região de Tangará da Serra, Mato Grosso. Essa
seqüência compreende as formações Mirassol d Oeste (dolomítica) e Guia (calcária)
que pertencem à parte inferior do Grupo Araras. A capa dolomítica é composta por
dolograinstones peloidais rosados com gradação inversa, laminação plano-paralela e
truncamentos de baixo ângulo, alem de camadas descontínuas de cristais fibrosos de
calcita (pseudomorfos segundo gipsita?), interpretados como registros de uma
plataforma rasa a moderadamente profunda com eventos de hipersalinidade. A capa
calcária consiste em siltitos laminados e maciços, ricos em óxido de ferro e calcários
finos com acamamento de megamarcas onduladas, interpretados como depósitos de
plataforma mista moderadamente profunda dominada por ondas. Calcários finos com
laminação ondulada/marcas onduladas e leques de cristais (pseudomorfos segundo
aragonita), intercalados com folhelhos, foram interpretados como depósitos de
plataforma profunda e supersaturada em CaCO3. Calcários com estruturas de
escorregamento incluindo laminações convolutas e falhas sin-sedimentares caracterizam
depósitos de talude, enquanto diques neptunianos, preenchidos por brechas calcárias, e
camadas deformadas entre camadas não deformadas sugerem atividade sísmica. Três
superfícies estratigráficas dividem a sucessão carbonática estudada: S1 separa as capas
dolomitica e calcária e é interpretada como superfície transgressiva, enquanto as
superfícies S2 e S3, dentro da capa calcária são consideradas limites de fácies. Fácies
deformadas ocorrem ao longo de toda a sucessão, separadas por intervalos sem
deformação, e foram subdivididas em três pacotes (A, B e C). Os pacotes A e C
apresentam estruturas dúctil-rúptil como dobras, falhas e acamamento convoluto,
enquanto o pacote B contém estruturas formadas em regime rúptil como falhas e
fraturas. A análise de isótopos de C e O mostrou valores negativos semelhantes aos
encontrados em outras capas carbonáticas pelo mundo. Os dados de isótopos de 13C
apresentam valores entre -4 e -6 na capa dolomítica, enquanto que na capa calcária
os valores de 13C alcançam até -7 sem co-variância dos isótopos de 18O, indica
alteração por fluidos meteóricos ou pela dolomitização. A sucessão descrita em Tangará
da Serra amplia a ocorrência de capas carbonáticas na América do Sul e corrobora com
a interpretação de uma extensa plataforma carbonática pós-glaciação Puga, correlata ao
evento Marinoano, nesta parte do Cráton Amazônico.
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Geocronologia e evolução tectônica paleo-mesoproterozoica do oriente boliviano - região sudoeste do craton amazônico / Paleo-mesoproterozoic Tectonic Evolution and Geocronology of Eastern Bolivia, SW Amazonian CratonGerardo Ramiro Matos Salinas 03 November 2010 (has links)
Este trabalho caracteriza a evolucao tectónica, identificando a cronologia dos principais eventos tectono-magmáticos do Pré-Cambriano Boliviano. A complexa evolucao geológica do Oriente da Bolívia se estende desde o Paleo a Mesoproterozoico compreendendo as provincias Rio Negro Juruena, Rondoniana San Ignacio e Sunsás na regiao conhecida como Bloco Paragua. Diversos métodos de estudo foram adotados na pesquisa tendo em vista tratar-se de um terreno com evolução policíclica e incluiram, alem do mapeamento geológico e petrografía dos principais tipos de rocha, a metodologia U-Pb para determinação da idade de corpos graníticos e a metodologia Sm-Nd na estimativa de idade das fontes destes corpos plutônicos e inferências de ordem petrogenética, bem como dados geoquímicos obtidos para detalhamento das interpretações petrogenéticas. Nas interpretações houve ainda a avaliação critica da literatura recente, a integração de dados de campo, aeromagnéticos e aero-radiométricos, inclusive embasadas na experiência profissional do autor. Os dados obtidos na última década modificaram substancialmente a concepcao do Pré-Cambriano Boliviano, tendo sido caracterizados tres conjuntos litológicos temporalmente distintos antecedendo a orogenia San Ignacio. O granito Correreca na parte meridional da area possui idade 207Pb-206Pb de 1,92 1,89 Ga, com modelo de idades TDM de 2,8 a 2,9 Ga e valores de Nd(t) de -8,5 e -9,4. A Suite Yarituses composta pelos granitos La Cruz, Refugio e San Pablo possui quimismo calcio-alcalino. Os dados U-Pb SHRIMP, TIMS e abrasão por laser-ICPMS indicam a formação desta suíte no lapso temporal entre 1673 a 1621 Ma. A idade de cristalização U-Pb SHRIMP do granito La Cruz é de 1673 ± 21 Ma, idade modelo TDM de 1,83 Ga e valor de Nd(t) de + 2.1 indicativo de derivação mantélica. O granito Refugio tem idade U-Pb TIMS de 1673 ± 25 Ma e o pluton San Pablo idade ICPMS por laser ablasion de 1621 ± 80 Ma (idade TDM de 1,7 Ga e valor de Nd(t) de + 3,5). Este conjunto de dados sugere uma derivação mantelica principal para a suite Yarituses. O granodiorito San Ramón possui uma idade de cristalização de 1429 ± 4 Ma (SHRIMP), TDM de 1,7 Ga, e Hf(t) entre + 3,49 e +5,47 e representa um evento de geração da crosta, a partir de material juvenil. O magmatismo, deformação e metamorfismo da orogênese San Ignácio constitui o principal evento representado na área de estudo, cujo maior representante é o Complexo Granitoide Pensamiento com seus plutons sin a tardi-cinemáticos e tardi a pos-cinemáticos. Os granitos San Martín, La Junta e Diamantina possuem idades de cristalizacao de 1373- 1340 Ma, idades modelo TDM de 1,6 a 2,0 Ga, com valores de Nd(t) de + 2.0 ate -4,0. Os granitos Las Maras, Talcoso, Limonal e San Andrés produziram idades de cristalização de 1347 a 1275 Ma. As idades TDM dos granitos Limonal e San Andrés correspondem a 1,9 e 1,8 e Nd(t) de -1,4 e 1,6 respectivamente. A geoquímica em rocha total indica uma composição compatível com arco magmático, corroborando a assinatura acima dos parâmetros petrogeneticos. Em suma, a orogênese San Ignácio representa um arco acrescionário de natureza continental que construiu a arquitetura final da província Rondoniana-San Ignacio pela colisão entre o Bloco Paraguá e a província Rio Negro-Juruena. A evolução mesoproterozoica finaliza com a formação da faixa colisional Sunsás. Esta orogênese produziu plutonismo sin a tardi cinematico e tardi a cinemático marcando o limite com o bloco Paragua. A natureza alóctone e colisional do orogeno Sunsás como o evento mais jovem do Cráton Amazônico é marcada por frentes tectônicos, bem definidos de sentido sinistral, convergentes para o Bloco Paragua. / This work characterizes the tectonic and magmatic evolution of the Precambrian shield of Bolivia. The complex geological evolution of the eastern Bolivia extends from the Paleo- to Mesoproterozoic, and can be related with the magmatic and metamorphic events that are ascribed to the Rio Negro - Juruena (1.78-1.60 Ga), Rondonian - San Ignacio (1.56-1.30 Ga) and Sunsás Aguapei (1.25-1.00 Ga) provinces, known in Bolivia as the Paragua block. Several methods of study were adopted in the research with the scope that this is a land with polycyclic evolution. As such our study included, besides the geological mapping and petrography of major rock types, the U-Pb age determinations of granitoid rocks, Sm-Nd and Rb-Sr isotopic analyses, as well as geochemical data. At the interpretation there was the critical evaluation of recent papers, the integration of field data, aeromagnetic and aero-radiometric, including the field experience of the author. The data obtained in the last decade have substantially changed the geology of the Bolivian Precambrian shield. It has been characterized three temporally distinct granite suites preceding the San Ignacio orogeny (1.37-1.30 Ga): the Correreca granite in the southern part of the area has 207Pb/206Pb age from 1.92 to 1.89 Ga, with TDM model ages of 2.8 to 2.9 Ga and values of Nd(t) of -8.5 and -9.4; the Yarituses suite (La Cruz, Refugio and San Pablo granites) shows calc-alkaline signature. Data U-Pb SHRIMP, TIMS and ICPMS laser ablation indicate the formation of this suite between 1673 to 1621 Ma. The U-Pb SHRIMP crystallization age of La Cruz granite is 1673 ± 21 Ma, TDM model age of 1.83 Ga and Nd(t) of +2.1 indicative of a predominantly mantle source. The Refugio granite has U-Pb TIMS age of 1673 ± 25 Ma and the San Pablo pluton yields a ICPMS Laser ablation age of 1621 ± 80 Ma (TDM age of 1.7 Ga and Nd(t) +3.5). These data suggest again a mantle source for the Yarituses suite. The San Ramon granodiorite event has a crystallization age of 1429 ± 4 Ma (SHRIMP), TDM of 1.7 Ga, and Hf(t) between +3.49 and +5.47 and represents a juvenile accreted episode. The magmatism, deformation and metamorphism of San Ignacio orogeny is the main event of the study area, represented by the Pensamiento Granitoid Complex with sin to late-kinematic and late to post-kinematic plutons. The San Martín, La Junta and Diamantina granites have crystallization ages of 1373 - 1340 Ma, TDM model ages from 1.6 to 2.0 Ga, with values of Nd(t) from 2.0 up to -4.0. The Las Maras, Talcoso, Limonal and San Andrés granites yielded crystallization ages of 1347-1275 Ma. The TDM ages of Limonal and San Andrés granites are between 1.9 and 1.8 Ga and the Nd(t) values of -1.4 and +1.6 respectively. The whole rock geochemistry of these granites indicates a composition consistent with the magmatic arc. Thus the San Ignacio orogeny represents a continental accretionary arc that built the final architecture of the Rondonian-San Ignacio province (1.56-1.30 Ga) by the collision between the Paragua block and the Rio Negro -Juruena province (1.78-1.60 Ga). The Mesoproterozoic evolution of the SW margin of the Amazonian craton ends with the formation of the Sunsás collisional belt that produced sin to-late and late topost- kinematic plutonism. The allochthonous and collisional nature of the Sunsás orogeny is marked by tectonic fronts, with well-defined sinistral sense, converging towards the Paragua block.
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Gênese das mineralizações associadas ao magmatismo ácido na região do Garimpo do Papagaio, noroeste da Província Aurífera de Alta Floresta (MT) / Mineralizations genesis associated with acid magmatism in the Papagaio artisanal mining region, northwest of Alta Floresta Gold Province (MT)Galé, Marcelo Garcia 09 November 2018 (has links)
A Província Aurífera de Alta Floresta insere-se na porção sul do Cráton Amazônico e constitui uma região alongada na direção WNW-ESSE onde se situam depósitos auríferos associados ao magmatismo plutonovulcânico Paleoproterozoico. A área pesquisada abrange o garimpo de ouro do Papagaio, situado em Paranaíta, Mato Grosso. Durante o mapeamento geológico, foram identificados corpos de rochas plutônicas a subvulcânicas de composições granodiorítica e granítica, além de rochas vulcânicas e piroclásticas dacíticas e riolíticas. Estes litotipos são pertencentes à série calcioalcalina de médio a alto potássio, meta- a peraluminosas correspondentes a granitos do tipo I de arco vulcânico em margem continental ativa. As idades U-Pb mostraram que o magmatismo na região ocorreu aproximadamente entre 1.80 - 1.78 Ga. com zircões herdados de até 2,1 Ga, mostrando evidências da existência de uma crosta mais profunda e antiga durante a subducção. Os dados de \'épsilon\'Nd(t) mostraram a existência de contribuição crustal e mantélica na fonte de idade TDM entre 2.15-2.02 Ga. Estes dados revelaram que o vulcanismo na área é pertencente a Suíte Colíder, correspondente de um magmatismo que ficou ativo por aproximadamente 16 Ma e que evoluiu de composição dacítica a riolítica. A lavra garimpeira ocorre sobre uma mineralização aurífera com cobre, zinco e baixos teores de chumbo, preferencialmente confinada em veios que cortam os halos de alteração potássica, sericítica e propilítica. Os veios existentes na região evoluem de forma sistematica em seis tipos: (I) Veio de quartzo estéril associado ao halo da alteração potássica; (II) Veio de quartzo com minerais de minério, por vezes, associado ao halo sericítico; (III) Veio sulfetado com halo de alteração sericítica bem desenvolvido nas salbandas; (IV) e (V) Veios de quartzo e carbonato tardios; (VI) sistema de veios de quartzo mais novo e sem relação com a evolução do depósito. Os três primeiros tipos são semelhantes ao sistema A-B-D descrito em depósitos do tipo pórfiro, enquanto que os mais novos apresentam características de um ambiente mais raso e epitermal. O ouro ocorre principalmente na zona central dos veios do tipo II, em paragênese com a calcopirita + esfalerita + pirita ± galena ± magnetita. O quartzo dos veios sofreu diferentes intensidades de recristalização decorrente de subsequentes pulsos hidrotermais e as imagens de catodoluminescência mostraram que as inclusões fluidas aquocarbônicas representam fluidos primários com importante participação no transporte de conteúdo metalífero. Os resultados de isótopos estáveis de D, O e S em quartzo, sericita e pirita hidrotemais mostram que os fluidos são magmáticos com contribuições de fluidos meteóricos. Neste contexto, o Garimpo do Papagaio se desenvolveu sobre um arco magmático continental, a partir da intrusão de corpos graníticos hidratados e oxidados que marcam o evento magmático final da Suíte Colíder. Representa um depósito do tipo pórfiro que foi sobreposto por características epitermais intermediate-sulfidation, como resultado da telescopagem hidrotermal consequente do rebaixamento da câmara magmática. / The Alta Floresta Gold Province is situated on the southern portion of Amazonian Craton and forms an elongate region with WNW-ESSE direction where auriferous deposits are associated with Paleoproterozoic plutonovolcanic magmatism. The area of research covers the Papagaio artisanal gold mining, located in Paranaíta, Mato Grosso. During geological mapping, plutonic to subvolcanic rocks bodies of granodioritic and granitic compositions were identified, as well as dacitic and rhyolitic volcanic and pyroclastic rocks. These lithotypes belong to the calc-alkaline series of medium to high potassium, meta- to peraluminous corresponding to type I granites of volcanic arc in an active continental margin. U-Pb ages showed that magmatism in the region has crystallized in the range of 1.80-1.78 Ga with inherited zircons up to 2.1 Ga, showing evidence of a deeper and older crust during subduction. \'épsilon\'Nd (t) data showed the contribution of crustal and mantle material in the source with TDM age between 2.15- 2.02 Ga. These data revealed that volcanism in the area belongs to the Colíder Suite, corresponding to a magmatism that was active for approximately 16 Ma and evolved from dacitic to a rhyolitic composition. The mining prospect occurs on gold mineralization with copper, zinc and low levels of lead, preferably confined in veins that cut potassic, seritic and propylitic alteration halos. The existing veins in the region evolve systematically into six types: (I) Barren quartz vein associated with potassic alteration halo; (II) Quartz vein with ore minerals, sometimes associated with sericitic halo; (III) Sulphide vein with a well developed sericitic alteration halo in the salbands; (IV) and (V) Late quartz and carbonate veins; (VI) system of quartz veins newer and unrelated to deposit evolution. The first three types are similar to A-B-D system described in porphyry deposits, while the newer ones have characteristics of a shallower and epithermal environment. Gold occurs mainly in the central zone of the type II veins, in paragenesis with chalcopyrite + sphalerite + pyrite ± galena ± magnetite. The quartz of the veins underwent different intensities of recrystallization due to subsequent hydrothermal pulses and cathodoluminescence images showed that aquocarbonic fluid inclusions represent primary fluids with important participation in metalliferous content transportation. The results of D, O and S stable isotope in hydrothermal quartz, sericite and pyrite show that fluids are magmatic with meteoric contributions. In this context, the Papagaio artisanal mining developed on a continental magmatic arc, from the intrusion of hydrated and oxidized granite bodies that mark the final magmatic event of the Colíder Suite. It represents a porphyry deposit that was superimposed by epithermal intermediate-sulfidation characteristics as a result of hydrothermal telescoping, resulting from the lowering of the magma chamber.
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Estudo Paleomagnético de Unidades Paleoproterozóicas do Cráton Amazônico / Paleomagnetic Study of Paleoproterozoic Units from Amazonian CratonSantos, Franklin Bispo dos 03 May 2012 (has links)
Na América do Sul, o Cráton Amazônico representa um componente essencial nas reconstruções de supercontinentes, entretanto, há uma grande escassez de dados paleomagnéticos de qualidade para esta unidade geotectônica, principalmente, para o Proterozóico. Com o intuito de esclarecer a participação do Cráton Amazônico na evolução do ciclo continental, este trabalho apresenta um estudo paleomagnético realizado em quatro unidades geológicas Paleo- a Mesoproterozóicas pertencentes ao Cráton Amazônico. As unidades escolhidas para este estudo foram às rochas vulcânicas do Grupo Surumu (1980-1960 Ma, U-Pb), as soleiras máficas Avanavero (ca. 1780 Ma, U-Pb) ambas situadas no norte do Estado de Roraima (Escudo das Guianas), os enxames de diques Nova Guarita e a intrusiva máfica Guadalupe ambas localizadas no norte do Estado do Mato Grosso (Escudo Brasil-Central). Determinações 40Ar/39Ar realizadas em biotitas de quatro diques de Nova Guarita mostraram resultados coerentes, fornecendo uma idade média de 1418,5 ± 3,5 Ma para a época de intrusão dos diques. Idades U-Pb obtidas em rochas da intrusiva máfica Guadalupe indicam uma idade mínima de 1530 Ma para estas amostras. As análises paleomagnéticas realizadas em mais de 1100 espécimes de rocha através dos tratamentos térmicos e por campos magnéticos alternados revelaram direções características coerentes para as quatro unidades de rochas estudadas: (1) as rochas do Grupo Surumu apresentaram direções noroeste com inclinações positivas. Foi calculada uma direção média Dm = 298,6°, Im = 39,4° (N = 20, alfa95 = 10,1°, K = 11,4), a qual foi interpretada como sendo de origem primária; (2) as rochas máficas Avanavero apresentaram direções sudeste com inclinações positivas/negativas baixas, sendo determinada uma direção média Dm = 135,6°, Im = -2,1° (N = 10, alfa95 = 15,9°, K = 10,2°). Um teste de contato cozido realizado para um dos sítios amostrados atesta o caráter primário da magnetização remanente isolada, a qual foi adquirida pelas rochas há ca.1780 Ma atrás; (3) os diques máficos Nova Guarita apresentaram polaridades reversas e normais, tendo sido isoladas direções sul/sudoeste com inclinações positivas e nordeste com inclinações negativas. Um teste de contato cozido positivo foi obtido para um dique que intrude o Granito Matupá, o qual confirma que a magnetização remanente (Dm = 220,5°, Im = 45,9°, N = 19, alfa95 = 6,5°, K = 27,7) isolada para estas rochas corresponde a uma magnetização termorremanente adquirida durante a formação da rocha há ca. 1419 Ma atrás; (4) rochas pertencentes a Intrusiva Máfica Guadalupe também apresentaram polaridades reversas e normais. Direções noroeste/nordeste com inclinações positivas ou sul/sudeste com inclinações negativas foram isoladas para estas rochas, para as quais foi calculada a direção média Dm = 356,6°, Im = 59,4°, (N = 10, alfa95 = 10,2°, K = 23,2). A idade desta componente, entretanto, ainda não está bem estabelecida, podendo representar uma remagnetização adquirida durante o evento Brasiliano, já que ela é similar às magnetizações adquiridas há 520 Ma, presentes em formações geológicas do Cráton Amazônico e do Cráton do São Francisco. A caracterização da mineralogia magnética de todas as amostras investigadas foi obtida através de curvas termomagnéticas, curvas de histerese e curvas de magnetização remanente isotérmica. Quatro pólos paleomagnéticos para o Cráton Amazônico foram determinados para estas componentes, os quais estão localizados em 234,8° E, 27,4°N (A95=9,8°) (pólo GS, Grupo Surumu), 27,5°E, -45,8°N (A95=11,5°) (pólo AV, Avanavero), 245,9°E, -47,9°N (A95=7,0°) (pólo NG, Nova Guarita) e 306,2°E, 38,9°N (A95=13,7°) (pólo GUA, Guadalupe). Os resultados paleomagnéticos obtidos para as rochas Surumu (pólo GS) contribuíram para um melhor ajuste da curva de deriva polar aparente (CDPA) para o Escudo das Guianas durante o Paleoproterozóico (2070-1960 Ma). A comparação desta CDPA com a construída para o Cráton Oeste-África para o mesmo período de tempo sugere que estes blocos cratônicos estavam unidos há 1970-2000 Ma atrás, em uma paleogeografia em que as zonas de cisalhamento Guri, no Escudo das Guianas, e Sassandra, no Cráton Oeste-África estavam alinhadas como sugerido em modelos anteriores. O pólo Avanavero de 1780 Ma é consistente com a paleogeografia do supercontinente Columbia em que o proto-Cráton Amazônico e a Báltica estavam unidos como no modelo SAMBA (South America-Baltica) proposto anteriormente com base em evidências geológicas. No cenário proposto aqui para o Supercontinente Columbia há 1780 Ma atrás, o Cráton Oeste-África estava unido ao proto-Cráton Amazônico na mesma configuração sugerida pelos dados paleomagnéticos de 1790-2000 Ma. O atual lado leste da Laurentia estava unido ao norte (atual) da Báltica. A Sibéria estava unida com a atual costa Ártica da Laurentia e a proto-Austrália, com a atual costa oeste da Laurentia, em posição similar ao modelo SWEAT. Embora os dados paleomagnéticos disponíveis para o Cráton Norte da China e Índia indiquem paleolatitudes equatorias para estes dois blocos, nesta época, suas posições no supercontinente Columbia são ainda incertas. No modelo do Columbia apresentado neste trabalho, o Norte da China foi colocado ao lado da Sibéria e a Índia, ao lado da proto-Austrália, em decorrência de evidências geológicas. Outros blocos cratônicos, tais como, Congo-São Francisco, Kalahari e Rio de La Plata não foram incluídos, pela ausência de pólos paleomagnéticos desta idade. Os dados paleomagnéticos atualmente existentes para a Báltica e a Laurentia mostram que estes dois blocos continentais permaneceram unidos desde 1830 Ma até, pelo menos, 1270 Ma atrás. Já o pólo paleomagnético obtido para os diques Nova Guarita de 1419 Ma e o pólo de mesma idade, recentemente obtido para a Intrusiva Indiavaí, quando comparados com pólos de mesma idade da Báltica e da Laurentia, sugerem que o proto-Craton Amazônico já havia iniciado sua ruptura no Supercontinente Columbia nessa época. De modo alternativo, porém, essa diferença na posição dos pólos do proto-Cráton Amazônico e da Báltica/Laurentia, pode ser explicada por movimentos transcorrentes dextrais que teriam ocorrido entre o Escudo das Guianas e a parte sul do Cráton Amazônico em tempos posteriores a 1420 Ma. Neste caso, esta grande massa continental do Supercontinente Columbia, composta pelo proto-Cráton Amazônico, Báltica e Laurentia, pode ter permanecida unida por, pelo menos, 400 Ma. / The Amazonian Craton is an important component in Paleoproterozoic reconstructions, however, paleomagnetic data for this craton are yet scarce. Aiming to decipher the involvement of the Amazonian Craton in the Contiental cycle evolution, paleomagnetic studies were carried out in four Paleo- to Mesoproterozoic geological units. The chosen units are the volcanic rocks from the Surumu Group (1,980-1,960 Ma, U-Pb), the Avanavero mafic sills (ca. 1,780 Ma, U-Pb), both from the northern Roraima State (Guyana Shield), and the Nova Guarita dyke swarm and Guadalupe mafic intrusive, both from the northern Mato Grosso State (Central- Brazil Shield). 40Ar/39Ar determinations on biotites from samples belonging to four Nova Guarita dykes yielded well-defined plateau ages whose mean 1,418.5 ± 3.5 Ma is interpreted as the age of dyke intrusion. U-Pb (SHRIMP) determinations on rocks from the Guadalupe mafic Intrusive indicate a minimum age of 1,530 Ma for this unit. Paleomagnetic analysis performed on more than 1,100 specimens by thermal and alternating magnetic field (AF) treatments revealed stable characteristic remanent magnetizions (ChRM) for all geological units: (1) northwestern directions with positive inclinations were isolated for samples from the Surumu Group (mean: Dm = 298.6°, Im = 39.4°, N = 20, alpha95 = 10.1°, K = 11.4), which were interpreted to be primary. (2) Southeastern directions with low downward/upward inclinations were isolated for the Avanavero rocks, for which a mean direction was calculated: Dm=135.6°, Im = -2.1° (N=10, alpha95 = 15.9°, K = 10.2°). A positive baked contact test attests for the primary origin of this ChRM direction, which was probably acquired at about 1,780 Ma ago; (3) both south/southwestern directions with downward inclinations or northeastern directions with upward inclinations were isolated for the Nova Guarita dykes. A positive baked contact test attests for the primary nature of the ChRM directions (Dm = 220.5°, Im = 45.9°, N=19, alpha95=6.5°, K = 27.7) which most probably correspond to a termo-remanent magnetization (TRM) acquired at ca. 1,419 Ma ago; 10 (4) both northwest/northeastern directions with downward inclinations or outhsoutheastern directions with upward inclinations were isolated for rocks from the Guadalupe intrusive, whose mean direction is: Dm=356.6°, Im=59.4°, (N =10, alpha95=10.2°, K = 23.2). The age of this component is yet uncertain. U-Pb geochronology suggests an age of (or older than) 1,530 Ma for these rocks, however, a remagnetization effect at Cambrian times (520 Ma) cannot be rolled out as these directions are very similar to those found for younger geological units in the Amazonian Craton and Sao Francisco Craton. Four new paleomagnetic poles for the Amazonian Craton were obtained from these magnetic components, which are located at: 234.8°E, 27.4°N (A95=9.8°) (GS pole, Surumu Group), 27.5°E, 45.8°S (A95=11.5°) (AV pole, Avanavero), 245.9°E, 47.9°S (A95=7.0°) (NG pole, Nova Guarita) and 306.2°E, 38.9°N (A95 = 13.7°) (GUA pole, Guadalupe). The 1,960 Ma Surumu pole contributes to better define the APW path traced for the Guyana Shield in the time interval between 2,070 Ma and 1,960 Ma. Comparison of this APW path with that traced for West-Africa Craton for the same time interval suggests that these two cratonic blocks were linked together, in a paleogeography where the Guri (Guyana Shield) and Sassandra (West-Africa Craton) shear zones are aligned, as suggested by previous models. The Avanavero pole is consistent with the proto-Amazonian Craton and Baltica link as in the SAMBA (South America-Baltica) model at ca. 1,780 Ma ago, as previously proposed based on geological evidence. In the scenario proposed here for the Columbia Supercontinent at 1,780 Ma ago, the West-Africa Craton was linked to the proto-Amazonian Craton in the same configuration as suggested by Paleoproterozoic (1,960-2,000 Ma) paleomagnetic data (see above). Actual eastern Laurentia was linked to northern Baltica. Siberia was located at the actual Arctic Coast of Laurentia, and proto-Australia at the western coast of Laurentia, in a position similar to that of SWEAT model. Although available 1,780 Ma paleomagnetic data from North China and India indicate low paleolatitudes for these two blocks, their positions in the supercontinent Columbia are yet uncertain. In our model, North China is located beside Siberia, and India beside proto-Australia, based on geological evidences. Other cratonic blocks, such as Congo-Sao Francisco, Kalahari and Rio de la Plata were not included as no 1,780 Ma paleomagnetic poles are presently available for them. The paleomagnetic poles presently available for Baltica and Laurentia, show that these two blocks remained as a single continental mass since 1,830 Ma up to at least 1,270 Ma. However, the 1,419 Ma Nova Guarita pole and the recently published 1,416 Ma Indiavai pole from the Amazonian Craton, when compared with poles of similar age from Baltica and Laurentia suggest that the proto-Amazonian Craton had already broke-up from the Columbia Supercontinent at that time. Alternatively, the difference in the position of the 1,420 Ma poles from the proto-Amazonian Craton and those from Baltica/Laurentia, may be explained by dextral transcurrent movements between the Guyana Shield and the southern part of the Amazonian Craton at times later than 1,420 Ma. If so, this great continental mass, formed by proto-Amazonian Craton, Baltica and Laurentia may have remained as a single continental block for at least 400 Ma.
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Tomografia sísmica com ondas P e S para o estudo do manto superior no Brasil / Seismic tomography with P- and S-waves for the study of the upper mantle in BrazilRocha, Marcelo Peres 23 June 2008 (has links)
Nós usamos tomografia sísmica de tempo de percurso para estudar o manto superior sob as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Este método baseia-se na inversão de resíduos relativos de tempo para as ondas P e S (VanDecar, 1991), que foram obtidos para mais de 80 estações em uma área de 20 x 20 graus. Mais de 11000 e 8000 resíduos de tempo foram obtidos para as ondas P (P direta e PKPdf) e S (S direta, ScS, SKS e SKKS), respectivamente, utilizando correlação cruzada de forma de ondas para até 12 estações operando simultaneamente. Para avaliar a robustez dos resultados com respeito aos dados, nós utilizamos o método estatístico de re-amostragem Jackknife, o qual inerentemente leva em conta a altamente variável cobertura dos raios e os erros das medidas, e pode fornecer limites de confiança para as anomalias. Inversões regionais foram realizadas para estudar a influência da parametrização nas anomalias sísmicas. Nossos resultados mostraram boa correlação das anomalias sísmicas com as principais estruturas tectônicas e revelaram novas anomalias que ainda não haviam sido observadas nos trabalhos anteriores. Anomalias de alta velocidade na porção oeste do Cráton do São Francisco apóiam a hipótese de que este cráton foi parte de uma placa Neoproterozóica maior. Anomalias de baixa velocidade sob a Província Tocantins (principalmente nas faixas móveis entre os Crátons Amazônico e do São Francisco) foram interpretadas como causadas por afinamento litosférico, consistente com a boa correlação entre a sismicidade intraplaca e as anomalias de baixa velocidade nesta região (Assumpção et al., 2004b). A melhora na resolução da anomalia de alta velocidade sob a Bacia do Paraná (~200 km) permitiu uma discussão sobre a geometria do núcleo cratônico desta Bacia. A subducção da Placa de Nazca foi observada como uma anomalia de alta velocidade sob a Bacia do Paraná (profundidades entre 700 e 1200 km). Nestas profundidades, uma grande anomalia de baixa velocidade aparece próxima da Placa de Nazca. Testes sintéticos mostraram que esta anomalia é um artefato da inversão gerado pela presença da Placa de Nazca. / We used travel time seismic tomography to study the upper mantle beneath SE and Central Brazil. This method is based on the inversion of P- and S-wave relative travel time residuals (VanDecar, 1991) obtained from more than 80 stations in an area of 20 x 20 degrees. More than 11000 P and PKP residuals, and more than 8000 S, ScS, SKS, and SKKS residuals were obtained from waveform cross-correlations for up to 12 simultaneous stations. To evaluate the robustness of the tomographic results with respect to the data, we use the Jackknife re-sampling method, which inherently take into account the highly variable ray coverage and measurement errors, and can provide confidence limits for the anomalies. Regional inversions were carried out to study influence of the parameterization on the seismic anomalies. Our results show correlations of seismic anomalies with the main tectonic structures and reveal new anomalies not yet observed in previous works. High velocity anomalies in the western portion of the São Francisco Craton support the hypothesis that this craton was part of a major Neoproterozoic plate. Low velocity anomalies beneath the Tocantins Province (mainly fold belts between the Amazon and São Francisco cratons) are interpreted as due to lithospheric thinning, consistent with a good correlation between intraplate seismicity and low velocity anomalies in this region (Assumpção et al., 2004b). The resolution improvement of the high velocity anomalies beneath the Parana Basin (at ~200 km) allows a discussion about the geometry of the cratonic nucleous of this Basin. The slab of the Nazca Plate is observed as a high velocity anomaly beneath the Parana basin (at 700-1200 km depth). At these depths, large low velocity anomaly appears next to the slab. Synthetic tests show that these anomalies are an artifact of the inversion generated by the presence of the slab.
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Gênese das mineralizações associadas ao magmatismo ácido na região do Garimpo do Papagaio, noroeste da Província Aurífera de Alta Floresta (MT) / Mineralizations genesis associated with acid magmatism in the Papagaio artisanal mining region, northwest of Alta Floresta Gold Province (MT)Marcelo Garcia Galé 09 November 2018 (has links)
A Província Aurífera de Alta Floresta insere-se na porção sul do Cráton Amazônico e constitui uma região alongada na direção WNW-ESSE onde se situam depósitos auríferos associados ao magmatismo plutonovulcânico Paleoproterozoico. A área pesquisada abrange o garimpo de ouro do Papagaio, situado em Paranaíta, Mato Grosso. Durante o mapeamento geológico, foram identificados corpos de rochas plutônicas a subvulcânicas de composições granodiorítica e granítica, além de rochas vulcânicas e piroclásticas dacíticas e riolíticas. Estes litotipos são pertencentes à série calcioalcalina de médio a alto potássio, meta- a peraluminosas correspondentes a granitos do tipo I de arco vulcânico em margem continental ativa. As idades U-Pb mostraram que o magmatismo na região ocorreu aproximadamente entre 1.80 - 1.78 Ga. com zircões herdados de até 2,1 Ga, mostrando evidências da existência de uma crosta mais profunda e antiga durante a subducção. Os dados de \'épsilon\'Nd(t) mostraram a existência de contribuição crustal e mantélica na fonte de idade TDM entre 2.15-2.02 Ga. Estes dados revelaram que o vulcanismo na área é pertencente a Suíte Colíder, correspondente de um magmatismo que ficou ativo por aproximadamente 16 Ma e que evoluiu de composição dacítica a riolítica. A lavra garimpeira ocorre sobre uma mineralização aurífera com cobre, zinco e baixos teores de chumbo, preferencialmente confinada em veios que cortam os halos de alteração potássica, sericítica e propilítica. Os veios existentes na região evoluem de forma sistematica em seis tipos: (I) Veio de quartzo estéril associado ao halo da alteração potássica; (II) Veio de quartzo com minerais de minério, por vezes, associado ao halo sericítico; (III) Veio sulfetado com halo de alteração sericítica bem desenvolvido nas salbandas; (IV) e (V) Veios de quartzo e carbonato tardios; (VI) sistema de veios de quartzo mais novo e sem relação com a evolução do depósito. Os três primeiros tipos são semelhantes ao sistema A-B-D descrito em depósitos do tipo pórfiro, enquanto que os mais novos apresentam características de um ambiente mais raso e epitermal. O ouro ocorre principalmente na zona central dos veios do tipo II, em paragênese com a calcopirita + esfalerita + pirita ± galena ± magnetita. O quartzo dos veios sofreu diferentes intensidades de recristalização decorrente de subsequentes pulsos hidrotermais e as imagens de catodoluminescência mostraram que as inclusões fluidas aquocarbônicas representam fluidos primários com importante participação no transporte de conteúdo metalífero. Os resultados de isótopos estáveis de D, O e S em quartzo, sericita e pirita hidrotemais mostram que os fluidos são magmáticos com contribuições de fluidos meteóricos. Neste contexto, o Garimpo do Papagaio se desenvolveu sobre um arco magmático continental, a partir da intrusão de corpos graníticos hidratados e oxidados que marcam o evento magmático final da Suíte Colíder. Representa um depósito do tipo pórfiro que foi sobreposto por características epitermais intermediate-sulfidation, como resultado da telescopagem hidrotermal consequente do rebaixamento da câmara magmática. / The Alta Floresta Gold Province is situated on the southern portion of Amazonian Craton and forms an elongate region with WNW-ESSE direction where auriferous deposits are associated with Paleoproterozoic plutonovolcanic magmatism. The area of research covers the Papagaio artisanal gold mining, located in Paranaíta, Mato Grosso. During geological mapping, plutonic to subvolcanic rocks bodies of granodioritic and granitic compositions were identified, as well as dacitic and rhyolitic volcanic and pyroclastic rocks. These lithotypes belong to the calc-alkaline series of medium to high potassium, meta- to peraluminous corresponding to type I granites of volcanic arc in an active continental margin. U-Pb ages showed that magmatism in the region has crystallized in the range of 1.80-1.78 Ga with inherited zircons up to 2.1 Ga, showing evidence of a deeper and older crust during subduction. \'épsilon\'Nd (t) data showed the contribution of crustal and mantle material in the source with TDM age between 2.15- 2.02 Ga. These data revealed that volcanism in the area belongs to the Colíder Suite, corresponding to a magmatism that was active for approximately 16 Ma and evolved from dacitic to a rhyolitic composition. The mining prospect occurs on gold mineralization with copper, zinc and low levels of lead, preferably confined in veins that cut potassic, seritic and propylitic alteration halos. The existing veins in the region evolve systematically into six types: (I) Barren quartz vein associated with potassic alteration halo; (II) Quartz vein with ore minerals, sometimes associated with sericitic halo; (III) Sulphide vein with a well developed sericitic alteration halo in the salbands; (IV) and (V) Late quartz and carbonate veins; (VI) system of quartz veins newer and unrelated to deposit evolution. The first three types are similar to A-B-D system described in porphyry deposits, while the newer ones have characteristics of a shallower and epithermal environment. Gold occurs mainly in the central zone of the type II veins, in paragenesis with chalcopyrite + sphalerite + pyrite ± galena ± magnetite. The quartz of the veins underwent different intensities of recrystallization due to subsequent hydrothermal pulses and cathodoluminescence images showed that aquocarbonic fluid inclusions represent primary fluids with important participation in metalliferous content transportation. The results of D, O and S stable isotope in hydrothermal quartz, sericite and pyrite show that fluids are magmatic with meteoric contributions. In this context, the Papagaio artisanal mining developed on a continental magmatic arc, from the intrusion of hydrated and oxidized granite bodies that mark the final magmatic event of the Colíder Suite. It represents a porphyry deposit that was superimposed by epithermal intermediate-sulfidation characteristics as a result of hydrothermal telescoping, resulting from the lowering of the magma chamber.
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