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A queixa escolar na educação infantil: uma incursão em uma sala de aula de uma escola popular na cidade do Salvador

Silva, Cacio Romualdo Conceição da 25 May 2016 (has links)
Submitted by Cacio Silva (caciorcs@gmail.com) on 2016-07-09T03:28:03Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO-CACIO ROMUALDO C. DA SILVA.pdf: 2325631 bytes, checksum: fa128c01180a68bacf894a1df24fcd5b (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora da Silva Lopes (silopes@ufba.br) on 2016-07-11T13:16:04Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO-CACIO ROMUALDO C. DA SILVA.pdf: 2325631 bytes, checksum: fa128c01180a68bacf894a1df24fcd5b (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-11T13:16:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO-CACIO ROMUALDO C. DA SILVA.pdf: 2325631 bytes, checksum: fa128c01180a68bacf894a1df24fcd5b (MD5) / A Educação Infantil no Brasil organiza-se em uma história tecida por tensões, avanços e retrocessos; um percurso que tem em seu início a ação das Santas Casas de Misericórdia a partir da implantação das “rodas dos expostos ou enjeitados” (um mecanismo de acolhimento para as crianças abandonadas) juntamente aos asilos do século XVIII; sofreu influências da luta pelo aumento da sua oferta em função da inserção de mulheres no mercado de trabalho, a partir da Revolução Industrial, e hoje se organiza como lugar formal de educação e cuidado de crianças na faixa etária de zero a cinco anos. Um lugar que possui características específicas de funcionamento, definidas a partir de avanços legais acerca do entendimento da infância, estes garantidos nos últimos 40 anos e que compreendem a experiência escolar neste contexto, diferente dos anos seguintes do percurso de escolarização. No contato diário com professoras da Educação Infantil, na condição de psicólogo escolar em uma escola de um bairro popular da cidade do Salvador-BA, foi possível entrar em contato com falas e ações que compreendiam as crianças a partir de uma concepção diferente daquela pertinente à Educação Infantil. Quanto às crianças, essas também não atendiam às expectativas das professoras em termos de comportamento e aprendizagem. Nesse sentido, a presente pesquisa possui como objetivo compreender a constituição das queixas escolares acerca de crianças de uma turma de cinco anos da Educação Infantil de uma escola de bairro popular na cidade do Salvador-BA, a partir da perspectiva da professora e das próprias crianças. Situada no campo da pesquisa de natureza qualitativa e metodologicamente concebida como um estudo de caso de inspiração etnográfica, o presente estudo se materializa a partir da observação participante da dinâmica do espaço escolar, da entrevista semidirigida com a professora e da realização de grupo com as crianças. A análise e articulação dos materiais de campo foram pensadas a partir dos fundamentos teóricos propostos pela Psicologia Escolar em uma perspectiva crítica, norteada por pesquisas e reflexões de Maria Helena Souza Patto acerca do conceito de fracasso escolar no Brasil, de importantes autoras que pensam criticamente a queixa escolar e de outros autores como Frantz Fanon, José Moura Gonçalves Filho e Moysés Kuhlmann Junior, nomes considerados como fundamentais na análise do material de campo. Como achados temos o entendimento de que as queixas escolares já surgem na Educação Infantil e que, em bairros populares, podem ser marcadas, significativamente, por fatores sociais e históricos que atravessam tal contexto. Pode-se dizer, também, que como espaço de aprendizagem e cuidado de crianças pequenas, ainda é marcado pelo disciplinamento moral sustentado pelo preconceito que permeia as relações entre educadores (as), as crianças pobres/negras e suas famílias. Espera-se, com essa pesquisa, contribuir com reflexões e práticas no campo da Educação Infantil. / ABSTRACTThe Early Childhood Education in Brazil was organized in a story crossed by tensions, advances and setbacks; a route that has at his beginning the action of the Holy Houses of Mercy (Santas Casas de Misericórdia) from the implementation of the “baby hatch or foundlings” (a host mechanism for abandoned children) along with the asylums of the eighteenth century; was influenced by the movement related to the increase of its offer due to the inclusion of women in the labor market since the Industrial Revolution, and today is organized as a formal place of education and care of children aged zero to five years. A place that has specific operating characteristics defined from legal advances about childhood understanding guaranteed in the last forty years and includes school experience in this context, different from the others following years of schooling route. As a pshycologist and through daily contact with teachers of early childhood education in a school of popular neighborhood in Salvador-BA, there are some speeches and actions about children in a different ways of that pertaining to Early Childhood Education. In relation to children, they also do not meet the expectations of the teachers in terms of behavior and learning. In this sense, this research aims to understand the constitution of school complaints about children in a class of the Early Childhood Education (children with five years age) in a school of popular neighborhood in the city of Salvador-BA from the perspective by the teacher and the children themselves. Inserted in the field of qualitative research and methodologically conceived as an ethnographic case study, this work was materialized from the participant observation of school dynamics, semistructured interview with the teacher and an intervention with a group of children. The analysis and the articulation of field materials were discussed from the theoretical foundations proposed by the School Psychology in a critical perspective, guided by the work and reflections of Maria Helena Souza Patto about the concept of school failure in Brazil, relevant authors who critically think the school complaints and other names such Frantz Fanon, José Moura Gonçalves Filho and Moysés Kuhlmann Junior, authors who help us in understanding the field material. We found that the school complaints already appear in Early Childhood Education and in popular neighborhoods it can be marked significantly by social and historical factors that cross this kind of context. We could also say that, as a learning space and care of young children, is still marked by moral discipline sustained by prejudice that pervades relations among educators and poor/black children and their families. With this research we hope to offer some contribution with reflections and practices in the field of Early Childhood Education.
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A catação de lixo na (de)formação da criança como ser social / The catação of garbage in (of) the formation of the child as to be social

GONÇALVES, Ruth Maria de Paula January 2006 (has links)
GONÇALVES, Ruth Maria de Paula. A catação de lixo na (de) formação da criança como ser social. 2006. 216f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2006. / Submitted by Maria Josineide Góis (josineide@ufc.br) on 2012-07-13T17:01:19Z No. of bitstreams: 1 2006_Tese_RMPGONÇALVES.pdf: 717562 bytes, checksum: 58e0ddf13183bcbac3019c2c331dc464 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-07-17T12:42:47Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2006_Tese_RMPGONÇALVES.pdf: 717562 bytes, checksum: 58e0ddf13183bcbac3019c2c331dc464 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-07-17T12:42:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2006_Tese_RMPGONÇALVES.pdf: 717562 bytes, checksum: 58e0ddf13183bcbac3019c2c331dc464 (MD5) Previous issue date: 2006 / This study deals with scavenger children’s quality of life and work, highlighting the subjective meanings of garbage collection and the (de)formation of the scavenger child as a social being. This research was motivated by the observed children exploitation, their daily roaming, the excessive load on their puny bodies under the sun and the rain. Long-lastingly, the children try to complement the family income or their own survival. With the family, in pairs or by themselves, the children collect what is left from the city day. The investigation was carried out in Granja Portugal district, in Fortaleza, and the main subjects were 11-year-old scavenger children, beyond their parents and educators. Considering the capitalist society contradictions, this research starts from the objective reality which these subjects live in to understand their singularity. The theoretical input used is based upon Leontiev studies (1978, 1986), which deals with the main activity and formation of the subject in the historic-cultural psychology; Marxian-Lukacsian ontology aspects concerning work as a social being’s founding category; Heller studies (2001) about the daily and non-daily life as spheres of man’s social activity. When discussing the individuation, schooling and daily life process, Duarte (2001) is also a reference used in this study, to maintain the theoretic-practical coherence. The results show that in an early insertion in the adult world, the children mingle with the other scavengers in garbage dumps. There, they learn, in conversations, about profit, change, school grant, sex and, above all, exploitation. That makes them feel half adults, half children, confusing them in the definition of their main activity. The school that receives these kids, not actually receiving them, also reinforces the negative image of them, what interferes in the definition of their main activity. Consequently, that reaches the child’s singular individuality, overshadowing their subjective free expression. This way, instead of being presented as social-historic subjects, which give them the human emancipation prospect, the scavenger children are seen as objects of social protection, as well as control and discipline objects. These presentations created by the men in the capitalist sociability crystallize the scavenger children’s subjectivity in the everyday life sphere. / A pesquisa trata das condições de vida e trabalho de crianças catadoras, destacando os significados da catação de lixo em sua subjetividade, por conseguinte, a (de)formação da criança catadora como ser social. O motivo que impulsionou a investigação advém da percepção da exploração sofrida por essas crianças em sua perambulação cotidiana, da carga excessiva que carregam sobre os corpos franzinos, sob sol e chuva. Diuturnamente, saem em busca do lixo, tentando garantir a complementação da renda familiar ou a manutenção de sua existência, e junto com a família, em dupla ou sozinhas recolhem os restos do dia da cidade. A investigação foi realizada no Bairro Granja Portugal em Fortaleza, tendo como sujeitos principais crianças catadoras na faixa etária de oito a 11 anos, além de seus pais e educadores. Considerando as contradições próprias da sociabilidade do capital, partimos da realidade objetiva na qual vivem tais sujeitos para compreendê-los em sua singularidade. O aporte teórico utilizado na pesquisa tem por base os estudos de Leontiev (1978, 1986) sobre atividade principal e a formação do sujeito na psicologia histórico cultural, aspectos da ontologia marxiano-lukacsiana no que diz respeito ao trabalho como categoria fundante do ser social, estudos de Heller(2001) sobre vida cotidiana e não-cotidiana como esferas da atividade social do homem. Duarte (2001) ao discutir o processo de individuação, escolarização e vida cotidiana também é referência por nós adotada nesta pesquisa, buscando manter a coerência teórico-prática tão cara a análise do problema. Os resultados nos mostram que em um processo precoce de inserção no mundo adulto, as crianças catadoras misturam-se aos demais catadores nos depósitos e sucatas e aprendem, nas conversas, sobre troco, lucro, sexo, bolsa-escola e, sobretudo, exploração, o que faz com que passem a se sentir meio adultos, meio crianças, confundindo a criança na definição de sua atividade principal. A escola que as recebe, sem efetivamente receber também constrói e reforça uma imagem negativa da criança que cata lixo o que interfere na definição do que é sua atividade principal, e, por conseguinte, atinge sua individualidade singular, ofuscando a livre expressão de sua subjetividade. Nesse sentido, ao invés de serem representados como sujeitos sócio-históricos, o que lhes confere a perspectiva da emancipação humana, as crianças catadoras são vistas tanto como objeto de proteção social, quanto objeto de controle e disciplinamento, representações que ao serem construídas pelo próprio homem na sociabilidade capitalista acabam por cristalizar a subjetividade das crianças catadoras na esfera da vida cotidiana.

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