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Determinantes sociais e estruturais do processo saúde-doença: uma revisão de escopo / Social and structural determinants of the health-disease process: a scope reviewGalvão, Anna Larice Meneses 10 July 2019 (has links)
INTRODUÇÃO: O processo saúde-doença está intrinsecamente conectado com as condições concretas de vida e com as diversas realidades sociais, acarretando o forte vínculo entre a situação de saúde e os fatores históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos. A formulação sobre Determinantes Sociais da Saúde (DSS) busca ampliar o enfoque sobre as condições de vida e bem-estar, salientando a distribuição de renda, as condições de vida e trabalho, as redes de suporte social, entre outros, como fatores que afetam a qualidade de vida. Os DSS buscam, assim, evitar a análise fragmentada, englobando a concepção de Determinantes Estruturais. Estes procuram compreender as condições de distribuição de riqueza, poder e prestígio na origem dos problemas de saúde. Assim, a estrutura de classes sociais, a distribuição de renda e o preconceito de gênero e raça são considerados na proposição de políticas de saúde. OBJETIVO: Sistematizar o conhecimento a respeito dos DSS e seus componentes Estruturais e Intermediários, segundo o potencial para contribuir na elaboração de políticas sociais e de saúde. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de revisão de escopo (Scoping Review), metodologia que amplia e aprofunda o mapeamento e a síntese do conhecimento. As etapas foram: identificação da questão de pesquisa e dos estudos relevantes; seleção dos estudos; extração de dados; separação, sumarização, relatório e comunicação dos resultados. Foram pesquisadas as seguintes bases de dados eletrônicas: Web of Science, CINAHL, Scopus, LILACS e Pub-Med, que engloba o MEDLINE. Adicionalmente, foi realizado levantamento específico nas revistas: International Journal of Epidemiology, Journal of Epidemiology and Community Health, American Journal of Public Health e American Journal of Epidemiology. RESULTADOS: Após a retirada das duplicatas, foram localizados 752 artigos; e após a triagem, 19 artigos foram analisados em profundidade. Dentre os países nos quais as pesquisas selecionadas foram desenvolvidas, destacaram-se Estados Unidos e Inglaterra com seis e quatro publicações respectivamente (31,6% e 21%) seguidos de três publicações no Canadá (15,7%), duas no Brasil (10,5%), duas na Nova Zelândia (10,5%), duas na Austrália (10,5%) e uma no México (5,2%). As discussões sobre os Determinantes Estruturais da saúde são mais recentes. A análise permitiu tratar das diferenças entre termos comumente utilizados, como desigualdade, disparidade e iniquidade. Os marcadores sociais da diferença mais problematizados na formulação dos DSS Estruturais foram: racismo gênero, classe social e situação migratória. Por serem os marcadores sociais mutuamente construídos, a perspectiva teórica da interseccionalidade foi apresentada como recurso metodológico para entender suas inter-relações. CONCLUSÃO: Foi possível identificar neste trabalho uma agenda síntese que perpassa ações na área econômica, propondo a redistribuição da riqueza; políticas públicas intersetoriais e mudanças no arcabouço jurídico, destacando que os determinantes sociais são mais bem compreendidos quando se reconhece a dialética entre contextos específicos e os macrodeterminantes políticos e econômicos, identificando os diferentes significados e consequências para a saúde / INTRODUCTION: The health-disease process is intrinsically connected with concrete conditions of life and with the diverse social realities, which brings about the strong ties between the health situation and historical, social, economical, cultural, and biological factors. The formulation of Social Determinants of Health (SDH) seeks to broaden the focus on conditions of life and well-being, emphasizing the distribution of income, the work and life conditions, the net of social support, among other factors that affected the quality of life. SDH seek, in this way, to avoid a fragmented analysis, embodying the conception of Structural Determinants, which seek to comprehend the conditions of distribution of wealth, power, and prestige in the origins of health problems. Thus, the structure of social classes, the distribution of income, and the prejudice of gender and race are taken into account in the proposition of health policies. OBJECTIVE: systematizing knowledge about the SDH and their structural components, according to the potential to contribute in the elaboration of social and health policies. METHODOLOGY: The following research employs the Scoping Review Methodology, which enlarges and deeps the mapping and the synthesis of knowledge. The phases of our work were the following: identification of the research issue and relevant studies; selection of the studies; extraction of data; division, summarization, reports, and communication of results. The following electronic databases were researched: Web of Science, CINAHL, Scopus, LILACS, and Pub-Med, which comprehends MEDLINE. Additionally, specific journals were surveyed: International Journal of Epidemiology, Journal of Epidemiology and Community Health, American Journal of Public Health, and American Journal of Epidemiology. OUTCOMES: After removing the duplicates, 752 articles were found, and after the screening 19 articles were analyzed in depth. Among the countries in which the selected researches were conducted, the following are noteworthy: England and the USA with four and five publications respectively (21% and 26,3%), followed by three publications in Canada (15,7%), two in Brazil (10,5%), two in New Zealand (10,5%), two in Australia (10,5%) and one in México (5,2%). The discussions on Structural Determinants of Health are more recent. The analysis allowed us to treat the differences among terms commonly used, such as inequality, disparity, and inequity. The social markers of difference more problematized in the formulation of the Structural SDH were racism, gender, social class, and migration situation. For being social markers mutually built, the theoretical perspective of intersectionality was presented as a methodological resource to understand its inter-relations. CONCLUSION: This work was able to identify a synthesis-agenda, which passes through actions in the economical field, proposing the redistribution of wealth, intersectoral public policies, and changes in the juridical frame, emphasizing that the social determinants are better comprehended when the dialectics between specific contexts and the political-economical macro-determinants are acknowledged, identifying the different meanings and consequences for Health
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Marcadores da desigualdade na autoavaliação da saúde geral e da saúde bucal de adultos no Brasil em 2013 / Markers of inequality in the self-assessment of general health and oral health of adults in Brazil in 2013Sousa, Jailson Lopes de 26 February 2019 (has links)
O objetivo do estudo foi analisar a relação dos marcadores de desigualdade em saúde, com destaque para a posição socioeconômica, com a autoavaliação da saúde bucal e da saúde geral da população adulta brasileira em 2013. Estudaram-se 59.758 indivíduos com 18 anos ou mais de idade, que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, um inquérito domiciliar de base populacional. As variáveis dependentes do estudo foram a autoavaliação da saúde bucal (dentes e gengivas) e autoavaliação da saúde geral, sendo ambas analisadas como positiva, regular e negativa. As variáveis independentes foram os marcadores de desigualdade em saúde (cor ou raça, região de residência, nível de escolaridade completo, renda domiciliar per capita e classe social). Odds ratios (OR) brutos e ajustados e intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados usando modelos de regressão logística multinomial. Os resultados referentes à autoavaliação da saúde geral foram estratificados segundo o sexo. A prevalência da autoavaliação de saúde bucal positiva foi 67,4%, 26,7% para regular e 5,9% para negativa, enquanto para a saúde geral foram 66,2%, 28,0% e 5,8%, respectivamente. As mulheres avaliam pior sua saúde geral do que os homens. Após ajuste pelas variáveis de controle, as chances de autoavaliar a saúde bucal como negativa foi significativamente mais elevadas entre os indivíduos com renda domiciliar per capita de até um salário mínimo (OR=4,71; IC95%: 2,84-7,83), sem escolaridade (OR=3,28; IC95%: 2,34-4,61), da classe social destituídos de ativos (OR=3,03; IC95%: 2,12-4,32) e residentes da região nordeste (OR=1,50; IC95%: 1,19-1,89). Em relação à autoavaliação da saúde geral nos homens, as chances de avaliar pior foram significativamente mais elevadas entre os indivíduos de menor renda domiciliar per capita, com pior nível de escolaridade, pessoas fora da força de trabalho, moradores das regiões Nordeste e Norte e que se declararam pardos e pretos. Enquanto nas mulheres, as chances de avaliar pior seu estado de saúde geral foram maiores entre as de pior nível de escolaridade, menor renda domiciliar per capita, que se encontravam fora da força de trabalho, que se declararam não brancas e moradoras das regiões Nordeste e Norte do país. A tipologia de classe social utilizada neste estudo foi válida para capturar desigualdades na autopercepção da saúde bucal e da saúde geral de adultos, à semelhança da renda domiciliar per capita e da escolaridade, com diferenciais apenas na força de associação, a depender do desfecho e do sexo. A compreensão da relação dos marcadores de desigualdade da autoavaliação da saúde bucal e da saúde geral pode levar ao melhor direcionamento de políticas públicas para grupos sociais mais vulneráveis, contribuindo para a redução das iniquidades em saúde que persistem no Brasil. / The objective of the study was to analyze the relationship between health inequality markers, with emphasis on the socioeconomic position, with the self-assessment of oral health and general health of the Brazilian adult population in 2013. A total of 59,758 individuals aged 18 years and older participated in the National Health Survey 2013, a population-based household survey. The dependent variables on the study were selfassessment of oral health (teeth and gums) and self-assessment of general health, both of which were analyzed as positive, regular and negative. The independent variables were the markers of health inequality (color or race, residence area, education, per capita household income and social class). Crude and adjusted odds ratios (OR) and 95% confidence intervals (95% CI) were computed using multinomial logistic regression models. Results regarding general self-rated health were stratified by gender. The prevalence of self-assessment of positive oral health was 67.4%, 26.7% for regular and 5.9% for negative, while for general health were 66.2%, 28.0% and 5.8%, respectively. Women evaluate their overall health worse than men. After adjustment, the probability of rating their oral health as negative was significantly higher among individuals with a per capita household income up to a minimum wage (OR=4.71, 95%CI: 2.84-7.83), no schooling (OR=3.28, 95%CI: 2.34-4.61), of the social class devoid of assets (OR=3.03, 95%CI: 2.12-4.32) and living in the northeast region (OR=1.50, 95%CI: 1.19-1.89). Regarding the self-assessment of general health in men, the odds of evaluating worse were significantly higher among individuals with lower per capita household income, with lower educational level, people outside the work force, residents of the Northeast and North regions, and declared themselves brown and black. While in women, the chances of a worse evaluation of their general health status were higher among those with the lowest level of schooling, lower per capita household income, who were outside the work force, who declared themselves as nonwhites and residents of the Northeast and North regions of the country. The social class typology used in this study was valid to capture inequalities in self-perception of oral health and general health of adults, similar to per capita household income and education, with differentials only in strength of association, depending on the outcome and gender. Understanding the relationship between the inequality markers of oral health selfassessment and general health can lead to improvement of public policies to vulnerable social groups, contributing to the reduction of health inequities that persist in Brazil.
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