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O viver com HIV/aids na perspectiva de pessoas idosas atendidas em ambulatório especializado da cidade de São Paulo / Living with HIV/AIDS in the perspective of elderly people assisted at a specialised outpatient clinic in the city of São Paulo

Mildred Pitman de Castro 13 July 2007 (has links)
A epidemia da aids é um dos mais graves problemas mundiais de Saúde Pública da atualidade. No Brasil, com o avanço da disseminação epidêmica, observou-se recentemente incremento no número de casos notificados na faixa etária de 60 anos e mais, as pessoas na terceira idade. Neste estudo investigou-se o viver com HIV na perspectiva de homens e mulheres idosos acompanhados na Casa da Aids- HC/FMUSP. Foram entrevistados 75 pacientes, buscando-se: dados sóciodemográficos e relatos sobre vida sexual; percepção de risco de aquisição da infecção por HIV; circunstâncias em que se deu a revelação do diagnóstico e o impacto deste sobre sua vida; relatos de vivência de estigma/discriminação e a percepção do idoso sobre o cuidado recebido no serviço de saúde e as dificuldades por eles enfrentadas. A população foi composta predominantemente por homens (64%), brancos (65,3%), com escolaridade de até 4 anos e renda mediana de 600 reais. O tempo de diagnóstico variou entre 18 meses e 17 anos. Em relação às condições de vida, verificou-se que 28% residia sozinho e 52% responsabilizavase pelo cuidado de outros. Embora 66,7% estivesse aposentado, a participação do idoso na renda familiar foi expressiva. Dentre os 47 pacientes com atividade sexual, apenas 30 possuíam parceria fixa, e destes, 70% informou parceiro sorodiscordante. A grande maioria dos entrevistados relatou uso de condom após o diagnóstico. A percepção de risco de aquisição da infecção foi baixa e a maioria dos pacientes (74,7%) acreditava ter-se infectado em relação sexual desprotegida. O teste diagnóstico foi mais freqüentemente realizado por solicitação médica (73,3%) do que por iniciativa do idoso (26,7%), na maior parte das vezes em hospital (66,7%) e sem aconselhamento pré-teste (85,1%). Onze idosos relataram indiferença ou discriminação por parte do profissional envolvido na revelação do diagnóstico. O reconhecimento da soropositividade afetou principalmente o relacionamento com o parceiro sexual. Vivências de estigma e discriminação foram informadas por 18,7%. Em relação ao acesso e a percepção do cuidado prestado no serviço de saúde, constatou-se que embora os idosos possuissem facilidade para chegar ao local e acesso aos insumos necessários para seu cuidado (medicamentos, exames laboratoriais, condons), faltavam-lhes canais de comunicação para diálogo mais efetivo com os profissionais. Exceto pela maior freqüência de homens, não se observaram diferenças significativas, quando se compararam os idosos diagnosticados com 60 anos e mais àqueles diagnosticados em idades inferiores. As dificuldades apontadas pelos idosos no viver com HIV não se restringiram a limitações físicas, necessidade de acompanhamento clínico ou uso contínuo de medicamentos e suas eventuais conseqüências. Apontaram também para sentimentos de solidão, isolamento e receio de discriminação na família e no serviço de saúde. A identificação de particularidades nos aspectos psicossociais do viver com HIV/aids na terceira idade pode ser útil para subsidiar políticas públicas de cuidado a essa população nos serviços especializados, além de permitir a inclusão de abordagens preventivas nas ações que integram a atenção à saúde do idoso. / The AIDS epidemic is one of the most serious Public Health problems of our time. With the spread of the Brazilian epidemic, the number of reported cases among the elderly has recently increased. In the present study living with HIV was investigated, from the perspective of elderly men and women under follow-up at the AIDS Clinic-HC/FMUSP. Seventy-five patients were interviewed in search of socio-demographic data, information on their sexual lives, risk perception of HIV exposure, circumstances involving disclosure of diagnosis and how it impacted on their lives, reported episodes of stigma and discrimination, as well as their perception of provided care, the difficulties they had to face, and their plans for the future. The study cohort comprised mainly white men (65.3% and 64%, respectively), with less than 5-year schooling and a median income of 600 reais. Time since HIV diagnosis ranged from 18 months to 17 years. As far as their living conditions were concerned, 28% reported to live alone and 52% to be caregivers. Though 66.7% were retired, elderly patients significantly contributed for the family income. Out of 47 sexually active patients, 30 informed having a steady partner, more likely, serodiscordant (70%). Most patients reported consistent condom use after HIV diagnosis. Risk perception of HIV exposure was low and most (74.7%) patients believed having acquired the infection in unsafe sex. Serodiagnosis was carried out more often after healthcare professionals recommendation (73.3%), as compared to patients own initiative (26.7%), in a hospital setting and without pre-test counselling (85.1%). Eleven patients reported having received the diagnosis from an indifferent healthcare worker or, alternatively, felt discriminated against at the time of disclosure. Diagnosis affected their relationships with sexual partners, mainly. Episodes of stigma and discrimination were experienced by 18.7%. As for their perception of provided care, even though patients reported easy access to the clinic and to necessary care tools (medication, laboratory tests and condoms), they lacked efficient communication with the healthcare team. Except for a higher proportion of men, no significant difference was seen, when patients diagnosed aged 60 or more were compared to those tested younger. Among their difficulties in living with HIV, elderly patients not only reported physical handicap, or the need for continuous clinical follow-up and medication and its adverse effects, but highlighted feeling lonely and isolated, and feared being discriminated against by relatives and healthcare workers. Identifying particular psychosocial features of living with HIV/AIDS in elderly life may help establish public care policies for this population at specialised centres. In addition, it may allow integrating prophylactic strategies in a comprehensive care approach to elderly men and women.
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Rede e apoio social, sobrecarga e qualidade de vida de cuidadores familiares de idosos com incapacidade funcional / Social network and support, overload and quality of life of family caretakers of elderlies with functional disability

Edileuza de Fátima Rosina Nardi 11 December 2012 (has links)
O cuidado diário de um idoso com incapacidade funcional demanda recursos econômicos, planejamento, organização familiar e pessoal. Esse cuidar, sem uma rede e apoio social, pode ocasionar sobrecarga de tarefas, desgaste físico e emocional para quem cuida, principalmente quando é assumido por tempo prolongado e por uma única pessoa, desencadeando limitações na vida diária do cuidador e interferindo na sua qualidade de vida. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade de vida do cuidador familiar de idosos dependentes e associar com a rede social, o apoio social, a sobrecarga do cuidador e o grau de dependência do idoso. Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado no município de Arapongas-Pr, com uma amostra de 178 cuidadores familiares de idosos com incapacidade funcional. A coleta de dados foi realizada por pesquisadores de campo devidamente treinados, mediante entrevista domiciliar, utilizando os instrumentos: questionário contendo variáveis sociodemográficas do cuidador, o Medical Outcomes Study - MOS e o Social Network Index para avaliação da rede e apoio social, The Zarit Burden Interview -ZBI para avaliação da sobrecarga e o WHOQOL-Bref para avaliação da qualidade de vida. Os dados evidenciaram que os cuidadores eram em sua maioria mulheres (90,4%), filhas (48,8%), casadas (76,4%), com média de idade de 56,7 anos, pertencentes à classe econômica C (33,1%).Os cuidadores avaliaram a sua saúde como regular (45,5%), apresentaram sobrecarga moderada (57,3%), rede social menos de três parentes (60,1%) e menos de três amigos (71,4%) e a interação social foi a dimensão de apoio social mais afetada (50,4). Na avaliação da qualidade de vida, o domínio meio ambiente (56,1) e psicológico (57,3) foram os mais comprometidos. A análise multivariada revelou que as chances de o cuidador apresentar melhor qualidade de vida no domínio físico foram associadas a pouca/nenhuma sobrecarga (OR=6,52), ausência de doença referida (OR=27,06) e estar na condição de solteiro (OR=8,47). No domínio psicológico, as chances para melhor qualidade de vida associaram-se com pouca/nenhuma sobrecarga (OR=5,61), presença de apoio de interação social (OR=3,21), ausência de doença relatada (OR=7,47) e estar na condição de solteiro (OR=6,0). No domínio de relações sociais, as chances de melhor qualidade de vida foram aumentadas quando o cuidador apresentou apoio de informação (OR=3,73) e recebeu orientação para o cuidado (OR=4,54). No domínio meio ambiente, as chances de melhor qualidade de vida associaram-se ao fato do cuidador pertencer à classe social A/B (OR=53,6), apresentar uma rede social de quatro ou mais parentes (OR=3,07), não apresentar doença diagnosticada (OR=4,51) e encontrar-se na condição de solteiro (OR=8,28). Diante dos dados encontrados, faz-se necessário pensar e refletir sobre a temática que levanta a necessidade da implantação de programas que incluam a saúde do cuidador, contribuindo, desta forma, para melhorar a sua qualidade de vida e, consequentemente, prover um cuidado adequado ao idoso dependente. / Daily care for elderlies with functional disability requires economic resources, planning, family and social organization. Without a social and support network, this care can lead to task overload, physical and emotional exhaustion of the caregiver, particularly when done for an extended period of time and by a single person, unleashing limitations in the caretaker\'s daily life and interfering with his/her quality of life. Thus, the objective of this study was to evaluate the quality of life of family caretakers of dependent elderlies, and link it to social networks, social support, caregiver overload and the elderly\'s level of dependence. It is a descriptive quantitative study performed in the city of Arapongas-PR, Brazil, with a sample of 178 family caretakers of elderlies with functional disability. Data collection was carried out by trained field researchers, through home interviews, using the following instruments: a questionnaire containing socio-demographic variables of the caregiver, the Medical Outcomes Study - MOS and Social Network Index to evaluate the social network and support, the Zarit Burden Interview -ZBI to assess overload, and the WHOQOL-Bref to evaluate quality of life. The data showed that caregivers were mostly women (90.4%), daughters (48.8%), married (76.4%), averaging 56.7 years of age, belonging to income class C (33.1%). Caretakers evaluated their own health as regular (45.5%), showed moderate overload (57.3%), social net of fewer than three relatives (60.1%) and fewer than three friends (71.4%), and social interaction was the most affected dimension of social support (50.4%). In the evaluation of quality of life, the environment (56.1%) and psychological (57.3%) domains were most compromised. Multivariate analysis revealed that the chances of the caregiver having a better quality of life in the physical domain were linked to little/no overload (OR=6.52), absence of reported illness (OR=27.06) and being single (OR=8.47). In the psychological domain, the chances of a better quality of life was linked to little/no overload (OR=5.61), presence of social interaction support (OR=3.21), absence of reported illness (OR=7.47) and being single (OR=6.0). In the realm of social relations, the chances for a better quality of life increased when the caretaker had information support (OR=3.73) and received care guidance (OR=4.54). In the environment realm, chances for a better quality of life was linked to whether the caregiver belonged to income class A/B (OR=53.6), having a social network of four more relatives (OR=3.07), not having a diagnosed illness (OR=4.51) and being single (OR=8.28). Based on the reported data, it is necessary to think and reflect on the need to implement programs that include caregiver health, thus contributing to improve their quality of life and consequently provide adequate care for the dependent elderly.
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Revisão sistemática dos estudos de avaliação econômica em saúde desenvolvidos no Brasil de 1980-2013 / Systematic review of economic evaluation of health technologies developed in brazil from 1980-201

Decimoni, Tassia Cristina 24 February 2016 (has links)
Introdução: As avaliações econômicas em saúde (AES) têm participado como ferramenta de apoio ao processo de decisão no setor de Saúde. No Brasil, seu uso passou a ser amplamente difundido na última década, já sendo obrigatória sua apresentação em processos de incorporações de novas tecnologias no sistema único de saúde. Embora muitas avaliações econômicas de saúde tenham sido conduzidas, nenhum estudo revisou sistematicamente a produção e qualidade das avaliações brasileiras. Objetivo: Revisar sistematicamente e avaliar a qualidade do relato dos estudos publicados de avaliação econômica de tecnologias em saúde desenvolvidos no Brasil. Métodos: Foi conduzida uma revisão sistemática incluindo AES completas e parciais desenvolvidas no Brasil, e publicadas entre 1980 e 2013. Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas (Medline, Embase, Lilacs, Scielo, NHS EED, HTA database, Bireme e BVS ECO); os índices de citação (Scopus, Web of science) e Sisrebrats. Resultados: Foram incluídos 535 artigos, dos quais 36,8% foram considerados AES completas, sendo 39,1% análises de custo-efetividade. Quase metade (46,4%) dos estudos não relatou o tipo de análise conduzida, desses 91,9% eram AES parciais. Entre as que informaram, houve concordância entre o relato e o conduzido em 71,4% dos estudos. As modalidades das tecnologias, mais frequentemente, avaliadas foram procedimentos (34,8%) e medicamentos (28,8%) cujo objetivo principal era o de tratamento (72,1%). As três categorias de doenças cujas tecnologias foram, mais frequentemente, avaliadas foram: doenças infecciosas (17,4%), doenças do aparelho circulatório (12,9%) e neoplasia (10,3%). Entre as tecnologias avaliadas pelos estudos incluídos, apenas 64 haviam sido objeto de análise por comissões nacionais de incorporação (CITEC e CONITEC). A maioria dos artigos foi conduzida por autores da academia (65,1%), que se concentram, principalmente, na região Sudeste (73,6%) e Sul (12,5%). O principal veículo de publicação foram as revistas nacionais (72,5%), com escopo médico (55,5%). Apenas 43,5% dos estudos relataram a fonte de financiamento e 36,1% relataram presença de conflito de interesse. Setenta e nove por cento das AES completas obtiveram resultados favoráveis para as tecnologias avaliadas. Com relação à qualidade do relato, apenas 6,6% dos estudos relataram todos os itens avaliados no checklist, mas 47,7% foram considerados em conformidade (relato minimamente satisfatório). Alguns itens como 1) métodos utilizados para mensuração dos dados de custos, 2) taxa de desconto, 3) fontes de financiamento, e 4) conflitos de interesse foram relatados em apenas metade dos estudos. A qualidade do relato apresentou associação estatística significativa (p < 0,001) com o período de publicação (estudos mais recentes apresentaram maior qualidade) e com a presença de conflito de interesse (estudos com conflito de interesse apresentaram maior qualidade). As fontes de dados clínicos, de uso de recursos e de custos foram considerados com melhor nível de evidência quando comparadas às fontes de utilidade. Nos últimos anos, houve um aumento da produção de análises de custo-utilidade, porém a maioria dos estudos utilizou utilidades de outros países validadas por painéis de especialistas brasileiros. Conclusão: Um grande número de AES foi publicado no Brasil entre 1980 e 2013. A qualidade do relato foi considerada satisfatória, principalmente na AES publicadas mais recentemente. Para que as AES possam aumentar sua contribuição nos processos de decisão nacionais, são necessários esforços para melhora da qualidade dos relatos, transparência e padronização da metodologia utilizada e o aperfeiçoamento do sistema de revisão pelos pares nas revistas nacionais não específicas em economia da saúde / Introduction: Health Economic Evaluation (HEE) have participated as a supportive tool to decision-making in health sector. In Brazil, their use has been widespread in the last decade having become mandatory as part of the processes for new technologies in the Brazilian Unified National Health System. Although many Health Economic Evaluation have been conducted, there are no studies that have systematically reviewed the production and quality of Brazilian evaluations. Objective: To systematically review and evaluate the quality of reporting of published studies of health economic evaluation developed in Brazil. Methods: Was conducted a systematic review including full and partial HEE developed in Brazil and published between 1980 and 2013. Electronic databases (Medline, Embase, Lilacs, Scielo, NHS EED, HTA database, Bireme and the BVS ECO); citation indexes (Scopus, Web of science) and Sisrebrats were searched. Results: We included 535 articles, of which 36.8% were considered full HEE, being 39.1% cost-effectiveness analysis. Almost half (46.4%) of the studies did not report the type of analysis conducted, of these 91.9% were partial HEE. Among the reported, there was 71.4% agreement between the reported and conducted in the studies. The most frequent evaluated modalities of technologies were procedures (34.8%) and drugs (28.8%), whose main objective was treatment (72.1%). The three most often evaluated categories of diseases were infectious diseases (17.4%), cardiovascular diseases (12.9%) and cancer (10.3%). Among the technologies evaluated by the included studies, only 64 had been the subject of analysis by incorporating national commissions (CITEC or CONITEC). Most articles were developed by Authors from academia (65.1%), who are mainly concentrated in the Southeast (73.6%) and South (12.5%) regions. The main vehicles for publication were national journals (72.5%), with medical scope (55.5%). Only 43.5% of the studies reported the source of funding and 36.1% reported conflict of interest. Seventy-nine percent of the full HEE obtained favourable results for the evaluated technologies. Regarding the quality of reporting, only 6.6% of the studies had all items evaluated in the checklist, but 47.7% was considered to be in accordance with the reporting requirements (minimally satisfactory reporting). Items such as 1) methods used to measure the cost data, 2) discount rate, 3) funding sources, and 4) conflicts of interest were reported in only half of the studies. The quality of reporting was significantly related (p < 0.001) to the publication period (more recent studies presented higher quality) and the presence of conflict of interest (presence of conflict of interest presented higher quality). Compared to the utilities, the clinical effect size, resources, and costs data were mostly estimated based on high-ranked evidence. In recent years, there has been an increase in production of cost-utility analysis, but most studies used utilities from other countries validated by Brazilian expert panels. Conclusion: A large number of HEE was published in Brazil between 1980 and 2013. The quality of reporting was considered satisfactory, particularly in most recently published HEE. To increase their contribution in national decision-making processes, efforts are needed in order to improve the quality of reports, transparency and standardization of the methodology and the improvement of the peer-review system in national non-specific journals of health economics
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Revisão sistemática dos estudos de avaliação econômica em saúde desenvolvidos no Brasil de 1980-2013 / Systematic review of economic evaluation of health technologies developed in brazil from 1980-201

Tassia Cristina Decimoni 24 February 2016 (has links)
Introdução: As avaliações econômicas em saúde (AES) têm participado como ferramenta de apoio ao processo de decisão no setor de Saúde. No Brasil, seu uso passou a ser amplamente difundido na última década, já sendo obrigatória sua apresentação em processos de incorporações de novas tecnologias no sistema único de saúde. Embora muitas avaliações econômicas de saúde tenham sido conduzidas, nenhum estudo revisou sistematicamente a produção e qualidade das avaliações brasileiras. Objetivo: Revisar sistematicamente e avaliar a qualidade do relato dos estudos publicados de avaliação econômica de tecnologias em saúde desenvolvidos no Brasil. Métodos: Foi conduzida uma revisão sistemática incluindo AES completas e parciais desenvolvidas no Brasil, e publicadas entre 1980 e 2013. Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas (Medline, Embase, Lilacs, Scielo, NHS EED, HTA database, Bireme e BVS ECO); os índices de citação (Scopus, Web of science) e Sisrebrats. Resultados: Foram incluídos 535 artigos, dos quais 36,8% foram considerados AES completas, sendo 39,1% análises de custo-efetividade. Quase metade (46,4%) dos estudos não relatou o tipo de análise conduzida, desses 91,9% eram AES parciais. Entre as que informaram, houve concordância entre o relato e o conduzido em 71,4% dos estudos. As modalidades das tecnologias, mais frequentemente, avaliadas foram procedimentos (34,8%) e medicamentos (28,8%) cujo objetivo principal era o de tratamento (72,1%). As três categorias de doenças cujas tecnologias foram, mais frequentemente, avaliadas foram: doenças infecciosas (17,4%), doenças do aparelho circulatório (12,9%) e neoplasia (10,3%). Entre as tecnologias avaliadas pelos estudos incluídos, apenas 64 haviam sido objeto de análise por comissões nacionais de incorporação (CITEC e CONITEC). A maioria dos artigos foi conduzida por autores da academia (65,1%), que se concentram, principalmente, na região Sudeste (73,6%) e Sul (12,5%). O principal veículo de publicação foram as revistas nacionais (72,5%), com escopo médico (55,5%). Apenas 43,5% dos estudos relataram a fonte de financiamento e 36,1% relataram presença de conflito de interesse. Setenta e nove por cento das AES completas obtiveram resultados favoráveis para as tecnologias avaliadas. Com relação à qualidade do relato, apenas 6,6% dos estudos relataram todos os itens avaliados no checklist, mas 47,7% foram considerados em conformidade (relato minimamente satisfatório). Alguns itens como 1) métodos utilizados para mensuração dos dados de custos, 2) taxa de desconto, 3) fontes de financiamento, e 4) conflitos de interesse foram relatados em apenas metade dos estudos. A qualidade do relato apresentou associação estatística significativa (p < 0,001) com o período de publicação (estudos mais recentes apresentaram maior qualidade) e com a presença de conflito de interesse (estudos com conflito de interesse apresentaram maior qualidade). As fontes de dados clínicos, de uso de recursos e de custos foram considerados com melhor nível de evidência quando comparadas às fontes de utilidade. Nos últimos anos, houve um aumento da produção de análises de custo-utilidade, porém a maioria dos estudos utilizou utilidades de outros países validadas por painéis de especialistas brasileiros. Conclusão: Um grande número de AES foi publicado no Brasil entre 1980 e 2013. A qualidade do relato foi considerada satisfatória, principalmente na AES publicadas mais recentemente. Para que as AES possam aumentar sua contribuição nos processos de decisão nacionais, são necessários esforços para melhora da qualidade dos relatos, transparência e padronização da metodologia utilizada e o aperfeiçoamento do sistema de revisão pelos pares nas revistas nacionais não específicas em economia da saúde / Introduction: Health Economic Evaluation (HEE) have participated as a supportive tool to decision-making in health sector. In Brazil, their use has been widespread in the last decade having become mandatory as part of the processes for new technologies in the Brazilian Unified National Health System. Although many Health Economic Evaluation have been conducted, there are no studies that have systematically reviewed the production and quality of Brazilian evaluations. Objective: To systematically review and evaluate the quality of reporting of published studies of health economic evaluation developed in Brazil. Methods: Was conducted a systematic review including full and partial HEE developed in Brazil and published between 1980 and 2013. Electronic databases (Medline, Embase, Lilacs, Scielo, NHS EED, HTA database, Bireme and the BVS ECO); citation indexes (Scopus, Web of science) and Sisrebrats were searched. Results: We included 535 articles, of which 36.8% were considered full HEE, being 39.1% cost-effectiveness analysis. Almost half (46.4%) of the studies did not report the type of analysis conducted, of these 91.9% were partial HEE. Among the reported, there was 71.4% agreement between the reported and conducted in the studies. The most frequent evaluated modalities of technologies were procedures (34.8%) and drugs (28.8%), whose main objective was treatment (72.1%). The three most often evaluated categories of diseases were infectious diseases (17.4%), cardiovascular diseases (12.9%) and cancer (10.3%). Among the technologies evaluated by the included studies, only 64 had been the subject of analysis by incorporating national commissions (CITEC or CONITEC). Most articles were developed by Authors from academia (65.1%), who are mainly concentrated in the Southeast (73.6%) and South (12.5%) regions. The main vehicles for publication were national journals (72.5%), with medical scope (55.5%). Only 43.5% of the studies reported the source of funding and 36.1% reported conflict of interest. Seventy-nine percent of the full HEE obtained favourable results for the evaluated technologies. Regarding the quality of reporting, only 6.6% of the studies had all items evaluated in the checklist, but 47.7% was considered to be in accordance with the reporting requirements (minimally satisfactory reporting). Items such as 1) methods used to measure the cost data, 2) discount rate, 3) funding sources, and 4) conflicts of interest were reported in only half of the studies. The quality of reporting was significantly related (p < 0.001) to the publication period (more recent studies presented higher quality) and the presence of conflict of interest (presence of conflict of interest presented higher quality). Compared to the utilities, the clinical effect size, resources, and costs data were mostly estimated based on high-ranked evidence. In recent years, there has been an increase in production of cost-utility analysis, but most studies used utilities from other countries validated by Brazilian expert panels. Conclusion: A large number of HEE was published in Brazil between 1980 and 2013. The quality of reporting was considered satisfactory, particularly in most recently published HEE. To increase their contribution in national decision-making processes, efforts are needed in order to improve the quality of reports, transparency and standardization of the methodology and the improvement of the peer-review system in national non-specific journals of health economics

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