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Dos estigmas a uma autonomia possível: enquadramentos comunicacionais e narrativas pessoais sobre as experiências de ser prostitutaAlles, Natália Ledur 21 December 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-12-21 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A pesquisa busca compreender como a prostituição e as mulheres prostitutas são visibilizadas em espaços comunicacionais digitais brasileiros, relacionando essas percepções às narrativas elaboradas por prostitutas sobre si mesmas e sobre suas experiências. Partindo da proposta do projeto de lei 4.211/2012, que propõe a regulamentação da prostituição como profissão, pretendemos identificar os enquadramentos comunicacionais existentes nas notícias e discussões que enfocam a questão na internet, bem como observar os espaços destinados às experiências e opiniões das pessoas que vivenciam o fenômeno. Pensando que interagir com integrantes deste grupo estigmatizado pode suscitar compreensões para além das representações hegemônicas e dos estereótipos que definem o que é a prostituição, a pesquisa procura privilegiar as vozes das prostitutas e relacioná-las aos conteúdos comunicacionais selecionados. Teoricamente, buscamos articular estudos sobre prostituição, gênero e sexualidade aos conceitos de narrativa e enquadramentos comunicacionais. Para a pesquisa empírica, estabeleceu-se um percurso metodológico dividido em diferentes fases. Em um primeiro momento, efetuou-se uma investigação de inspiração etnográfica junto ao Núcleo de Estudos da Prostituição, entidade que congrega trabalhadoras do sexo em Porto Alegre, onde foi possível acompanhar o cotidiano de militantes e conhecer trajetórias e histórias de mulheres prostitutas. Durante esse período, foram realizadas entrevistas com oito profissionais do sexo que frequentam o NEP. Em outra etapa, objetivando identificar os enquadramentos comunicacionais presentes nos debates sobre o tema circulantes na internet, analisamos 65 textos de distintos autores publicados em portais de notícias, sites feministas, portais religiosos, blogs de temática variada, sites de ONGs e partidos políticos e sites governamentais. A partir das entrevistas e da convivência com as prostitutas, destaca-se a percepção da necessidade de refletir sobre o fenômeno sem partir de explicações fixas sobre seu significado na vida dessas pessoas. A análise nos permitiu traçar aproximações e distanciamentos entre as narrativas das prostitutas e os entendimentos sobre a prostituição divulgados nos espaços comunicacionais, assim como visualizar a existência de uma disputa sobre os sentidos da prostituição em nossa sociedade. / This work aims to understand Brazilian digital media visualization of prostitution and female sex workers, relating these perceptions to women’s narratives about themselves and their experiences. Focusing on 4.211/2012 Law Project, which proposes sex work regulation as a profession, we intend to identify internet media frames about this discussion as well as the existence of some space for sex workers experiences and opinions expressions. Considering that interaction with these stigmatized group members may give rise to sex work understanding beyond hegemonic representations and stereotypes, sex workers’ voices are privileged in this work, attempting to relate them to the valuated communicational content. Theoretically, sex work, gender and sexuality studies are articulated to narrative and media framing concepts. Empirical research methodology was divided in three phases. First, we did an ethnographically inspired survey on Porto Alegre’s Núcleo de Estudos da Prostituição (Sex Work Studies Centre), a NGO supporting and congregating prostitutes, where collection of several sex workers stories and trajectories was possible. This first-part work also consisted of interviewing in a deeper way eight sex workers. Aiming to identify internet media frames about prostitution’s regulation, second-part work consisted of 65 media texts analysis, written by different authors and publicized on news’, feminists’, religious’, blogs’, NGO’, political parties’ and governmental websites. Interviews and social interaction with sex workers lead us to highlight the urgency of thinking this phenomenon without tracing steady explanations about its meaning in these people lives. Analysis allowed us to draw similarities and divergences between sex workers’ narratives and communicational understandings about prostitution, as well as visualizing our society dispute regarding sex work meanings.
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