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Enunciação e poder : elementos para a construção de um objeto teóricoTesser, Nayr January 2004 (has links)
Este ensaio trata da relação entre o poder e a língua numa perspectiva enunciativa e filosófica. Propõe-se a inventariar fenômenos de ambas as áreas - poder e língua que, pela sua natureza, possibilitem construir um conducto teórico que privilegie o poder e a língua, identificando, outrossim, os fenômenos lingüísticos pelos quais circula o poder. Foram eleitos dois conceitos, o de poder, sustentado pelas posições de Bobbio e Foucault, cuja característica comum entre ambos é a interdependência entre o conceito de poder e a noção de liberdade; e o de língua, sustentado pela teoria da enunciação na perspectiva de Benveniste e a partir da relação de intersubjetividade. A reflexão desenvolvida estruturou-se no seguinte silogismo: se a relação de força, ou de poder, é concreta, imediata, singular e pontual; se o ato enunciativo é concreto, imediato, singular e pontual, por que a relação de intersubjetividade não é uma relação de poder? Em sendo, que tipo de sujeito sustentaria esse tipo de relação. Essas premissas foram acompanhadas pela pergunta – Qual a origem do Poder? – cuja resposta contribuiu para definir a analogia entre as relações de poder e de intersubjetividade: o desejo. O poder nasce do desejo que, ao racionalizar-se, torna-se potência no seio das relações sociais. Não existe poder se todos não o querem. É a dialética do poder: um paradoxo necessário. A natureza dialética que sustenta o poder é a mesma da relação de intersubjetividade: não existe um eu, se não se implantar um tu. Outro paradoxo necessário. O fenômeno da determinação/indeterminação cuja natureza dialética – coerção e liberdade – é a mesma das relações de intersubjetividade e de poder, torna-se, assim, uma das vias pela qual circula o poder. O desejo habita o homem, pois é sua própria essência, conceito de André Comte- Sponville, inspirado em Spinoza. O desejo que dá origem ao poder é o mesmo desejo do homem que, ao apropriar-se da língua, torna-se sujeito. O sujeito para sustentar as relações de poder e de intersubjetividade, cuja dialética pressupõe a liberdade deverá ser moral e ético, pois sê-lo, exige escolha, conceito de Sponville baseado em Spinoza. Moral é tudo o que se faz por dever; ética é tudo o que se faz por amor. Na concepção de Spinoza: amor é uma alegria que acompanha a idéia de uma causa externa; o ódio é uma tristeza que acompanha a idéia de uma causa externa. De acordo com essa concepção, a ética estrutura-se em cima das noções de desejo, de potência e de alegria. Trata-se de uma criação. Portanto, o sujeito para sustentar as relações de poder e de intersubjetividade – paradoxos necessários – deverá ser moral e ético e, para sê-lo, deverá gozar de liberdade. Outro paradoxo. O sujeito da língua e da política é determinado por imposições – religiosas, jurídicas, gramaticais, inconscientes e culturais – mas, simultaneamente, é agente de rebeldia. A singularidade de ambos é dada pelo modo como luta pela liberdade – sua moral, sua ética. O efeito dessa luta o torna sujeito; a interpretação que ele faz do mundo e de si próprio são a sua referência e esta o singulariza. E sua morte também.
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Enunciação e poder : elementos para a construção de um objeto teóricoTesser, Nayr January 2004 (has links)
Este ensaio trata da relação entre o poder e a língua numa perspectiva enunciativa e filosófica. Propõe-se a inventariar fenômenos de ambas as áreas - poder e língua que, pela sua natureza, possibilitem construir um conducto teórico que privilegie o poder e a língua, identificando, outrossim, os fenômenos lingüísticos pelos quais circula o poder. Foram eleitos dois conceitos, o de poder, sustentado pelas posições de Bobbio e Foucault, cuja característica comum entre ambos é a interdependência entre o conceito de poder e a noção de liberdade; e o de língua, sustentado pela teoria da enunciação na perspectiva de Benveniste e a partir da relação de intersubjetividade. A reflexão desenvolvida estruturou-se no seguinte silogismo: se a relação de força, ou de poder, é concreta, imediata, singular e pontual; se o ato enunciativo é concreto, imediato, singular e pontual, por que a relação de intersubjetividade não é uma relação de poder? Em sendo, que tipo de sujeito sustentaria esse tipo de relação. Essas premissas foram acompanhadas pela pergunta – Qual a origem do Poder? – cuja resposta contribuiu para definir a analogia entre as relações de poder e de intersubjetividade: o desejo. O poder nasce do desejo que, ao racionalizar-se, torna-se potência no seio das relações sociais. Não existe poder se todos não o querem. É a dialética do poder: um paradoxo necessário. A natureza dialética que sustenta o poder é a mesma da relação de intersubjetividade: não existe um eu, se não se implantar um tu. Outro paradoxo necessário. O fenômeno da determinação/indeterminação cuja natureza dialética – coerção e liberdade – é a mesma das relações de intersubjetividade e de poder, torna-se, assim, uma das vias pela qual circula o poder. O desejo habita o homem, pois é sua própria essência, conceito de André Comte- Sponville, inspirado em Spinoza. O desejo que dá origem ao poder é o mesmo desejo do homem que, ao apropriar-se da língua, torna-se sujeito. O sujeito para sustentar as relações de poder e de intersubjetividade, cuja dialética pressupõe a liberdade deverá ser moral e ético, pois sê-lo, exige escolha, conceito de Sponville baseado em Spinoza. Moral é tudo o que se faz por dever; ética é tudo o que se faz por amor. Na concepção de Spinoza: amor é uma alegria que acompanha a idéia de uma causa externa; o ódio é uma tristeza que acompanha a idéia de uma causa externa. De acordo com essa concepção, a ética estrutura-se em cima das noções de desejo, de potência e de alegria. Trata-se de uma criação. Portanto, o sujeito para sustentar as relações de poder e de intersubjetividade – paradoxos necessários – deverá ser moral e ético e, para sê-lo, deverá gozar de liberdade. Outro paradoxo. O sujeito da língua e da política é determinado por imposições – religiosas, jurídicas, gramaticais, inconscientes e culturais – mas, simultaneamente, é agente de rebeldia. A singularidade de ambos é dada pelo modo como luta pela liberdade – sua moral, sua ética. O efeito dessa luta o torna sujeito; a interpretação que ele faz do mundo e de si próprio são a sua referência e esta o singulariza. E sua morte também.
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Enunciação e poder : elementos para a construção de um objeto teóricoTesser, Nayr January 2004 (has links)
Este ensaio trata da relação entre o poder e a língua numa perspectiva enunciativa e filosófica. Propõe-se a inventariar fenômenos de ambas as áreas - poder e língua que, pela sua natureza, possibilitem construir um conducto teórico que privilegie o poder e a língua, identificando, outrossim, os fenômenos lingüísticos pelos quais circula o poder. Foram eleitos dois conceitos, o de poder, sustentado pelas posições de Bobbio e Foucault, cuja característica comum entre ambos é a interdependência entre o conceito de poder e a noção de liberdade; e o de língua, sustentado pela teoria da enunciação na perspectiva de Benveniste e a partir da relação de intersubjetividade. A reflexão desenvolvida estruturou-se no seguinte silogismo: se a relação de força, ou de poder, é concreta, imediata, singular e pontual; se o ato enunciativo é concreto, imediato, singular e pontual, por que a relação de intersubjetividade não é uma relação de poder? Em sendo, que tipo de sujeito sustentaria esse tipo de relação. Essas premissas foram acompanhadas pela pergunta – Qual a origem do Poder? – cuja resposta contribuiu para definir a analogia entre as relações de poder e de intersubjetividade: o desejo. O poder nasce do desejo que, ao racionalizar-se, torna-se potência no seio das relações sociais. Não existe poder se todos não o querem. É a dialética do poder: um paradoxo necessário. A natureza dialética que sustenta o poder é a mesma da relação de intersubjetividade: não existe um eu, se não se implantar um tu. Outro paradoxo necessário. O fenômeno da determinação/indeterminação cuja natureza dialética – coerção e liberdade – é a mesma das relações de intersubjetividade e de poder, torna-se, assim, uma das vias pela qual circula o poder. O desejo habita o homem, pois é sua própria essência, conceito de André Comte- Sponville, inspirado em Spinoza. O desejo que dá origem ao poder é o mesmo desejo do homem que, ao apropriar-se da língua, torna-se sujeito. O sujeito para sustentar as relações de poder e de intersubjetividade, cuja dialética pressupõe a liberdade deverá ser moral e ético, pois sê-lo, exige escolha, conceito de Sponville baseado em Spinoza. Moral é tudo o que se faz por dever; ética é tudo o que se faz por amor. Na concepção de Spinoza: amor é uma alegria que acompanha a idéia de uma causa externa; o ódio é uma tristeza que acompanha a idéia de uma causa externa. De acordo com essa concepção, a ética estrutura-se em cima das noções de desejo, de potência e de alegria. Trata-se de uma criação. Portanto, o sujeito para sustentar as relações de poder e de intersubjetividade – paradoxos necessários – deverá ser moral e ético e, para sê-lo, deverá gozar de liberdade. Outro paradoxo. O sujeito da língua e da política é determinado por imposições – religiosas, jurídicas, gramaticais, inconscientes e culturais – mas, simultaneamente, é agente de rebeldia. A singularidade de ambos é dada pelo modo como luta pela liberdade – sua moral, sua ética. O efeito dessa luta o torna sujeito; a interpretação que ele faz do mundo e de si próprio são a sua referência e esta o singulariza. E sua morte também.
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Argumentação na monografia : uma questão de polifoniaElichirigoity, Maria Teresinha Py January 2007 (has links)
Cette étude mise sur la possibilité d’une articulation entre les théories de Ducrot et de Bakhtine, en ouvrant une nouvelle perspective pour la sémantique argumentative, par l’utilisation d’un corpus discursif de monographies rédigées dans des mémoires de fin de cours de droit de l’UCPel-RS. Nous cherchons à présenter la polyphonie comme un moyen d’argumenter, dans la mesure où nous observons la manière dont le locuteur se positionne par rapport aux perspectives d’autres énonciateurs. Ainsi, en reconnaissant que l’énoncé comporte des perspectives différentes qui se signalent par des marques linguistiques indicatrices de la polyphonie et qui créent des mouvements d’orientation argumentative antagonique ou équivalente, nous démontrons aussi que se constitue un sujet décentré, social et historique, et non seulement un sujet dont la perspective domine le texte. Pour réaliser cette proposition, nous montrons, dans le premier chapitre, l’importance de l’étude de la monographie, due à sa large utilisation dans le domaine universitaire, et présentons les différentes orientations du travail monographique qui sont données dans les livres de méthodologie recommandés pour l’enseignement supérieur, y compris en signalant la tentative d’effet de « dé-subjectivation » dans la formulation scientifique du texte. Dans le deuxième chapitre, le champ épistémologique de l’argumentation a été notre première préoccupation. Nous y avons étudié la rhétorique d’Aristote, dont les principes sont repris au XXe siècle par Perelman dans sa formulation de sa théorie de l’argumentation, qui s’oppose au raisonnement formel logique, jusqu'alors prépondérant, mais qui ne rendait pas compte de la logique du discours éthique, politique et juridique. D’autre part, nous soulignons la fissure éthique entre l’argumentation dialectique et larhétorique, puisque Perelman prévoit les positions prises par l’orateur en ne tenant compte que de la typologie de l’auditoire qu’il a l’intention de persuader ou de convaincre. Ensuite, nous introduisons l’idée de dialogie et de polyphonie de Bakhtine, matérialisée dans l’élocution qui s’exprime d’un point de vue dont le degré de conscience est proportionnel à son statut social. De plus, c’est l’idée d’envisager le type de discours comme reflet de pratiques sociales qui nous a fait réfléchir sur les caractéristiques de la monographie dans l’université. Par ailleurs, sont revus les concepts de base sur la relation entre idéologie et histoire, entre conscience sociale et signe, entre infra-structure et superstructure dans le discours, le tout avec, finalement, pour objectif, de montrer comment apparaissent l’instauration formelle des voix du discours dans le texte et la subjectivité du sujet, du point de vue bakhtinien, cette dernière se fondant sur le matérialisme historique et se transformant en polyphonie. Pour terminer cette partie, nous présentons une vision critique de l’oeuvre de Bakhtine à partir de la position de chercheurs russes contemporains. Dans la section suivante, nous abordons la trajectoire théorique d’un autre spécialiste de l’argumentation, le Français Oswald Ducrot, dont l’influence de la formalisation de sa théorie polyphonique de l’énonciation, à laquelle s’ajoutent des concepts bakhtiniens, nous fournira la transition vers le troisième chapitre. Dans cette troisième partie, nous présentons la méthodologie de notre travail, le point de vue des professeurs sur les conditions de production des monographies, ainsi que les réflexions des directeurs de monographies sur ce point de vue, car cette étude entend s’adresser plus directement aux professeurs de l’enseignement supérieur eux-mêmes. Ensuite est détaillé le parcours de la production écrite de l’élève-écrivain dans sa connaissance du thème des monographies sélectionnées, ce qui va justifier, notamment, le mouvement argumentatif présenté dans l’analyse de la polyphonie des extraits choisis.L’analyse permet ainsi de mettre en évidence les marques linguistiques qui sont des indices de la polyphonie, avec l’objectif de localiser les locuteurs dans l’énoncé, d’identifier les appropriations de voix et le lieu social qu’elles occupent, en première approche, pour ensuite, en approfondissant l’observation de l’énonciation, formaliser ses perspectives avec les mouvements argumentatifs. La conclusion nous amène à souligner l’importance d’études plus approfondies de la linguistique de l’énonciation et de la sémantique argumentative, pour perfectionner la méthodologie de l’enseignement-apprentissage de la lecture/interprétation et de l’écrit, aussi bien pour la formation des professeurs, que pour améliorer le travail qu’ils effectuent déjà en classe. Pour cela, nous proposons un travail fondé sur des analyses sémanticoénonciatives, car nous montrons dans cette thèse que, avec l’appréhension des effets de sens du discours, avec la perception de la polyphonie et des mouvements argumentatifs que créent les locuteurs, au-delà des perspectives dominantes, la production du texte prend de la consistance et que ce n’est que de cette manière que l’interprétation est réellement viable et justifiée. / Este estudo representa a aposta na possibilidade de articulação das teorias de Ducrot e Bakhtin, ao abrir uma nova perspectiva para a Semântica Argumentativa, servindo-se de um corpus discursivo de monografias realizadas como Trabalhos de Conclusão do Curso de Direito da UCPel-RS. Pensamos em mostrar a polifonia como recurso de argumentação, na medida em que se observa a maneira pela qual o produtor do enunciado se posiciona em relação às perspectivas de outros enunciadores. Assim, ao reconhecer que o enunciado comporta perspectivas diferentes que se mostram por marcas lingüísticas indicantes da polifonia e que realizam movimentos com orientação argumentativa antagônica ou equivalente, demonstramos, também, que se constitui um sujeito descentrado, social e histórico, e não somente aquele cuja perspectiva domina o texto. Para a realização dessa proposta, apresentamos, no primeiro capítulo, a importância do estudo da monografia, devido ao seu largo uso na esfera universitária, e diferentes orientações dadas para o trabalho monográfico em livros de metodologia, indicados para o ensino superior, assinalando, inclusive, a tentativa de efeito de “dessubjetivação” na formulação científica do texto.No segundo capítulo, nos preocupou primeiramente, o campo epistemológico da argumentação e buscamos a retórica de Aristóteles cujos princípios são retomados por Perelman, já no século XX, ao formular a sua Teoria da Argumentação, opondo-se ao raciocínio formal lógico até então preponderante e que não dava conta da lógica do discurso ético, político e jurídico. Por outro lado, aponta-se a fissura ética entre a argumentaçãodialética e a retórica, uma vez que Perelman prevê posições tomadas pelo orador levando em conta apenas a tipologia de seu auditório, com a intenção de persuadir ou convencer. A seguir, trazemos a idéia de dialogia e de polifonia de Bakhtin, materializada na elocução que se expressa de um ponto de vista cujo grau de consciência é proporcional ao seu grau de orientação social. Além disso, é abordada a idéia de gênero do discurso como reflexo de práticas sociais o que nos faz refletir sobre o caráter da monografia na universidade. Por outro lado, são revistos conceitos básicos sobre a relação entre ideologia e história, entre consciência social e signo, entre infra-estrutura e superestrutura no discurso, tudo isso com o objetivo de, finalmente, mostrar como acontece a instauração formal das vozes do discurso no texto e a subjetividade do sujeito, sob o ponto de vista bakhtiniano, a qual encontra seu fundamento no materialismo histórico e transforma-se na polifonia. Fechando essa parte, é apresentada uma visão crítica sobre a obra de Bakhtin, a partir do posicionamento de estudiosos russos da atualidade. Na seção seguinte, trazemos a trajetória teórica de outro estudioso da argumentação, o francês Oswald Ducrot. E é com a influência da formalização de sua Teoria Polifônica da Enunciação, acrescida de conceitos bakhtinianos que damos consecução ao terceiro capítulo.Nessa terceira parte do estudo, apresentamos a metodologia do trabalho, as análises das condições de produção das monografias sob ponto de vista dos professores, além de reflexões sobre esse ponto de vista dos orientadores das monografias, pois este estudo quer falar mais diretamente com os próprios professores do ensino superior. A seguir é traçado o percurso de produção escrita do aluno-escritor acerca de seu conhecimento do tema das monografias selecionadas o que vai, inclusive, justificar o movimento argumentativo apresentado na análise da polifonia dos recortes analisados. Assim, realiza-se a análise, evidenciando-se as marcas lingüísticas sinalizadoras da polifonia, com o objetivo de localizar os locutores no enunciado, identificar as apropriações de vozes e o lugar social que ocupam, num primeiro nível, para logo a seguir, aprofundando a observação da enunciação, formalizar suas perspectivas com os movimentos argumentativos que realizam. A conclusão nos aponta para a importância do aprofundamento dos estudos da Lingüística da Enunciação e da Semântica Argumentativa para o aprimoramento da metodologia de ensino-aprendizagem da leitura/interpretação e escrita tanto no que se refere à formação dos professores, quanto ao trabalho já em realização na sala de aula. Para tanto, propomos o trabalho com análises semântico-enunciativas, pois mostramos nesta Tese que, com a apreensão dos efeitos de sentido dos discursos, com a percepção da polifonia e dos movimentos argumentativos que realizam os locutores, além das perspectivas dominantes, a produção do texto torna-se consistente e, somente assim, a interpretação é realmente viável e justificada.
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Argumentação na monografia : uma questão de polifoniaElichirigoity, Maria Teresinha Py January 2007 (has links)
Cette étude mise sur la possibilité d’une articulation entre les théories de Ducrot et de Bakhtine, en ouvrant une nouvelle perspective pour la sémantique argumentative, par l’utilisation d’un corpus discursif de monographies rédigées dans des mémoires de fin de cours de droit de l’UCPel-RS. Nous cherchons à présenter la polyphonie comme un moyen d’argumenter, dans la mesure où nous observons la manière dont le locuteur se positionne par rapport aux perspectives d’autres énonciateurs. Ainsi, en reconnaissant que l’énoncé comporte des perspectives différentes qui se signalent par des marques linguistiques indicatrices de la polyphonie et qui créent des mouvements d’orientation argumentative antagonique ou équivalente, nous démontrons aussi que se constitue un sujet décentré, social et historique, et non seulement un sujet dont la perspective domine le texte. Pour réaliser cette proposition, nous montrons, dans le premier chapitre, l’importance de l’étude de la monographie, due à sa large utilisation dans le domaine universitaire, et présentons les différentes orientations du travail monographique qui sont données dans les livres de méthodologie recommandés pour l’enseignement supérieur, y compris en signalant la tentative d’effet de « dé-subjectivation » dans la formulation scientifique du texte. Dans le deuxième chapitre, le champ épistémologique de l’argumentation a été notre première préoccupation. Nous y avons étudié la rhétorique d’Aristote, dont les principes sont repris au XXe siècle par Perelman dans sa formulation de sa théorie de l’argumentation, qui s’oppose au raisonnement formel logique, jusqu'alors prépondérant, mais qui ne rendait pas compte de la logique du discours éthique, politique et juridique. D’autre part, nous soulignons la fissure éthique entre l’argumentation dialectique et larhétorique, puisque Perelman prévoit les positions prises par l’orateur en ne tenant compte que de la typologie de l’auditoire qu’il a l’intention de persuader ou de convaincre. Ensuite, nous introduisons l’idée de dialogie et de polyphonie de Bakhtine, matérialisée dans l’élocution qui s’exprime d’un point de vue dont le degré de conscience est proportionnel à son statut social. De plus, c’est l’idée d’envisager le type de discours comme reflet de pratiques sociales qui nous a fait réfléchir sur les caractéristiques de la monographie dans l’université. Par ailleurs, sont revus les concepts de base sur la relation entre idéologie et histoire, entre conscience sociale et signe, entre infra-structure et superstructure dans le discours, le tout avec, finalement, pour objectif, de montrer comment apparaissent l’instauration formelle des voix du discours dans le texte et la subjectivité du sujet, du point de vue bakhtinien, cette dernière se fondant sur le matérialisme historique et se transformant en polyphonie. Pour terminer cette partie, nous présentons une vision critique de l’oeuvre de Bakhtine à partir de la position de chercheurs russes contemporains. Dans la section suivante, nous abordons la trajectoire théorique d’un autre spécialiste de l’argumentation, le Français Oswald Ducrot, dont l’influence de la formalisation de sa théorie polyphonique de l’énonciation, à laquelle s’ajoutent des concepts bakhtiniens, nous fournira la transition vers le troisième chapitre. Dans cette troisième partie, nous présentons la méthodologie de notre travail, le point de vue des professeurs sur les conditions de production des monographies, ainsi que les réflexions des directeurs de monographies sur ce point de vue, car cette étude entend s’adresser plus directement aux professeurs de l’enseignement supérieur eux-mêmes. Ensuite est détaillé le parcours de la production écrite de l’élève-écrivain dans sa connaissance du thème des monographies sélectionnées, ce qui va justifier, notamment, le mouvement argumentatif présenté dans l’analyse de la polyphonie des extraits choisis.L’analyse permet ainsi de mettre en évidence les marques linguistiques qui sont des indices de la polyphonie, avec l’objectif de localiser les locuteurs dans l’énoncé, d’identifier les appropriations de voix et le lieu social qu’elles occupent, en première approche, pour ensuite, en approfondissant l’observation de l’énonciation, formaliser ses perspectives avec les mouvements argumentatifs. La conclusion nous amène à souligner l’importance d’études plus approfondies de la linguistique de l’énonciation et de la sémantique argumentative, pour perfectionner la méthodologie de l’enseignement-apprentissage de la lecture/interprétation et de l’écrit, aussi bien pour la formation des professeurs, que pour améliorer le travail qu’ils effectuent déjà en classe. Pour cela, nous proposons un travail fondé sur des analyses sémanticoénonciatives, car nous montrons dans cette thèse que, avec l’appréhension des effets de sens du discours, avec la perception de la polyphonie et des mouvements argumentatifs que créent les locuteurs, au-delà des perspectives dominantes, la production du texte prend de la consistance et que ce n’est que de cette manière que l’interprétation est réellement viable et justifiée. / Este estudo representa a aposta na possibilidade de articulação das teorias de Ducrot e Bakhtin, ao abrir uma nova perspectiva para a Semântica Argumentativa, servindo-se de um corpus discursivo de monografias realizadas como Trabalhos de Conclusão do Curso de Direito da UCPel-RS. Pensamos em mostrar a polifonia como recurso de argumentação, na medida em que se observa a maneira pela qual o produtor do enunciado se posiciona em relação às perspectivas de outros enunciadores. Assim, ao reconhecer que o enunciado comporta perspectivas diferentes que se mostram por marcas lingüísticas indicantes da polifonia e que realizam movimentos com orientação argumentativa antagônica ou equivalente, demonstramos, também, que se constitui um sujeito descentrado, social e histórico, e não somente aquele cuja perspectiva domina o texto. Para a realização dessa proposta, apresentamos, no primeiro capítulo, a importância do estudo da monografia, devido ao seu largo uso na esfera universitária, e diferentes orientações dadas para o trabalho monográfico em livros de metodologia, indicados para o ensino superior, assinalando, inclusive, a tentativa de efeito de “dessubjetivação” na formulação científica do texto.No segundo capítulo, nos preocupou primeiramente, o campo epistemológico da argumentação e buscamos a retórica de Aristóteles cujos princípios são retomados por Perelman, já no século XX, ao formular a sua Teoria da Argumentação, opondo-se ao raciocínio formal lógico até então preponderante e que não dava conta da lógica do discurso ético, político e jurídico. Por outro lado, aponta-se a fissura ética entre a argumentaçãodialética e a retórica, uma vez que Perelman prevê posições tomadas pelo orador levando em conta apenas a tipologia de seu auditório, com a intenção de persuadir ou convencer. A seguir, trazemos a idéia de dialogia e de polifonia de Bakhtin, materializada na elocução que se expressa de um ponto de vista cujo grau de consciência é proporcional ao seu grau de orientação social. Além disso, é abordada a idéia de gênero do discurso como reflexo de práticas sociais o que nos faz refletir sobre o caráter da monografia na universidade. Por outro lado, são revistos conceitos básicos sobre a relação entre ideologia e história, entre consciência social e signo, entre infra-estrutura e superestrutura no discurso, tudo isso com o objetivo de, finalmente, mostrar como acontece a instauração formal das vozes do discurso no texto e a subjetividade do sujeito, sob o ponto de vista bakhtiniano, a qual encontra seu fundamento no materialismo histórico e transforma-se na polifonia. Fechando essa parte, é apresentada uma visão crítica sobre a obra de Bakhtin, a partir do posicionamento de estudiosos russos da atualidade. Na seção seguinte, trazemos a trajetória teórica de outro estudioso da argumentação, o francês Oswald Ducrot. E é com a influência da formalização de sua Teoria Polifônica da Enunciação, acrescida de conceitos bakhtinianos que damos consecução ao terceiro capítulo.Nessa terceira parte do estudo, apresentamos a metodologia do trabalho, as análises das condições de produção das monografias sob ponto de vista dos professores, além de reflexões sobre esse ponto de vista dos orientadores das monografias, pois este estudo quer falar mais diretamente com os próprios professores do ensino superior. A seguir é traçado o percurso de produção escrita do aluno-escritor acerca de seu conhecimento do tema das monografias selecionadas o que vai, inclusive, justificar o movimento argumentativo apresentado na análise da polifonia dos recortes analisados. Assim, realiza-se a análise, evidenciando-se as marcas lingüísticas sinalizadoras da polifonia, com o objetivo de localizar os locutores no enunciado, identificar as apropriações de vozes e o lugar social que ocupam, num primeiro nível, para logo a seguir, aprofundando a observação da enunciação, formalizar suas perspectivas com os movimentos argumentativos que realizam. A conclusão nos aponta para a importância do aprofundamento dos estudos da Lingüística da Enunciação e da Semântica Argumentativa para o aprimoramento da metodologia de ensino-aprendizagem da leitura/interpretação e escrita tanto no que se refere à formação dos professores, quanto ao trabalho já em realização na sala de aula. Para tanto, propomos o trabalho com análises semântico-enunciativas, pois mostramos nesta Tese que, com a apreensão dos efeitos de sentido dos discursos, com a percepção da polifonia e dos movimentos argumentativos que realizam os locutores, além das perspectivas dominantes, a produção do texto torna-se consistente e, somente assim, a interpretação é realmente viável e justificada.
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Argumentação na monografia : uma questão de polifoniaElichirigoity, Maria Teresinha Py January 2007 (has links)
Cette étude mise sur la possibilité d’une articulation entre les théories de Ducrot et de Bakhtine, en ouvrant une nouvelle perspective pour la sémantique argumentative, par l’utilisation d’un corpus discursif de monographies rédigées dans des mémoires de fin de cours de droit de l’UCPel-RS. Nous cherchons à présenter la polyphonie comme un moyen d’argumenter, dans la mesure où nous observons la manière dont le locuteur se positionne par rapport aux perspectives d’autres énonciateurs. Ainsi, en reconnaissant que l’énoncé comporte des perspectives différentes qui se signalent par des marques linguistiques indicatrices de la polyphonie et qui créent des mouvements d’orientation argumentative antagonique ou équivalente, nous démontrons aussi que se constitue un sujet décentré, social et historique, et non seulement un sujet dont la perspective domine le texte. Pour réaliser cette proposition, nous montrons, dans le premier chapitre, l’importance de l’étude de la monographie, due à sa large utilisation dans le domaine universitaire, et présentons les différentes orientations du travail monographique qui sont données dans les livres de méthodologie recommandés pour l’enseignement supérieur, y compris en signalant la tentative d’effet de « dé-subjectivation » dans la formulation scientifique du texte. Dans le deuxième chapitre, le champ épistémologique de l’argumentation a été notre première préoccupation. Nous y avons étudié la rhétorique d’Aristote, dont les principes sont repris au XXe siècle par Perelman dans sa formulation de sa théorie de l’argumentation, qui s’oppose au raisonnement formel logique, jusqu'alors prépondérant, mais qui ne rendait pas compte de la logique du discours éthique, politique et juridique. D’autre part, nous soulignons la fissure éthique entre l’argumentation dialectique et larhétorique, puisque Perelman prévoit les positions prises par l’orateur en ne tenant compte que de la typologie de l’auditoire qu’il a l’intention de persuader ou de convaincre. Ensuite, nous introduisons l’idée de dialogie et de polyphonie de Bakhtine, matérialisée dans l’élocution qui s’exprime d’un point de vue dont le degré de conscience est proportionnel à son statut social. De plus, c’est l’idée d’envisager le type de discours comme reflet de pratiques sociales qui nous a fait réfléchir sur les caractéristiques de la monographie dans l’université. Par ailleurs, sont revus les concepts de base sur la relation entre idéologie et histoire, entre conscience sociale et signe, entre infra-structure et superstructure dans le discours, le tout avec, finalement, pour objectif, de montrer comment apparaissent l’instauration formelle des voix du discours dans le texte et la subjectivité du sujet, du point de vue bakhtinien, cette dernière se fondant sur le matérialisme historique et se transformant en polyphonie. Pour terminer cette partie, nous présentons une vision critique de l’oeuvre de Bakhtine à partir de la position de chercheurs russes contemporains. Dans la section suivante, nous abordons la trajectoire théorique d’un autre spécialiste de l’argumentation, le Français Oswald Ducrot, dont l’influence de la formalisation de sa théorie polyphonique de l’énonciation, à laquelle s’ajoutent des concepts bakhtiniens, nous fournira la transition vers le troisième chapitre. Dans cette troisième partie, nous présentons la méthodologie de notre travail, le point de vue des professeurs sur les conditions de production des monographies, ainsi que les réflexions des directeurs de monographies sur ce point de vue, car cette étude entend s’adresser plus directement aux professeurs de l’enseignement supérieur eux-mêmes. Ensuite est détaillé le parcours de la production écrite de l’élève-écrivain dans sa connaissance du thème des monographies sélectionnées, ce qui va justifier, notamment, le mouvement argumentatif présenté dans l’analyse de la polyphonie des extraits choisis.L’analyse permet ainsi de mettre en évidence les marques linguistiques qui sont des indices de la polyphonie, avec l’objectif de localiser les locuteurs dans l’énoncé, d’identifier les appropriations de voix et le lieu social qu’elles occupent, en première approche, pour ensuite, en approfondissant l’observation de l’énonciation, formaliser ses perspectives avec les mouvements argumentatifs. La conclusion nous amène à souligner l’importance d’études plus approfondies de la linguistique de l’énonciation et de la sémantique argumentative, pour perfectionner la méthodologie de l’enseignement-apprentissage de la lecture/interprétation et de l’écrit, aussi bien pour la formation des professeurs, que pour améliorer le travail qu’ils effectuent déjà en classe. Pour cela, nous proposons un travail fondé sur des analyses sémanticoénonciatives, car nous montrons dans cette thèse que, avec l’appréhension des effets de sens du discours, avec la perception de la polyphonie et des mouvements argumentatifs que créent les locuteurs, au-delà des perspectives dominantes, la production du texte prend de la consistance et que ce n’est que de cette manière que l’interprétation est réellement viable et justifiée. / Este estudo representa a aposta na possibilidade de articulação das teorias de Ducrot e Bakhtin, ao abrir uma nova perspectiva para a Semântica Argumentativa, servindo-se de um corpus discursivo de monografias realizadas como Trabalhos de Conclusão do Curso de Direito da UCPel-RS. Pensamos em mostrar a polifonia como recurso de argumentação, na medida em que se observa a maneira pela qual o produtor do enunciado se posiciona em relação às perspectivas de outros enunciadores. Assim, ao reconhecer que o enunciado comporta perspectivas diferentes que se mostram por marcas lingüísticas indicantes da polifonia e que realizam movimentos com orientação argumentativa antagônica ou equivalente, demonstramos, também, que se constitui um sujeito descentrado, social e histórico, e não somente aquele cuja perspectiva domina o texto. Para a realização dessa proposta, apresentamos, no primeiro capítulo, a importância do estudo da monografia, devido ao seu largo uso na esfera universitária, e diferentes orientações dadas para o trabalho monográfico em livros de metodologia, indicados para o ensino superior, assinalando, inclusive, a tentativa de efeito de “dessubjetivação” na formulação científica do texto.No segundo capítulo, nos preocupou primeiramente, o campo epistemológico da argumentação e buscamos a retórica de Aristóteles cujos princípios são retomados por Perelman, já no século XX, ao formular a sua Teoria da Argumentação, opondo-se ao raciocínio formal lógico até então preponderante e que não dava conta da lógica do discurso ético, político e jurídico. Por outro lado, aponta-se a fissura ética entre a argumentaçãodialética e a retórica, uma vez que Perelman prevê posições tomadas pelo orador levando em conta apenas a tipologia de seu auditório, com a intenção de persuadir ou convencer. A seguir, trazemos a idéia de dialogia e de polifonia de Bakhtin, materializada na elocução que se expressa de um ponto de vista cujo grau de consciência é proporcional ao seu grau de orientação social. Além disso, é abordada a idéia de gênero do discurso como reflexo de práticas sociais o que nos faz refletir sobre o caráter da monografia na universidade. Por outro lado, são revistos conceitos básicos sobre a relação entre ideologia e história, entre consciência social e signo, entre infra-estrutura e superestrutura no discurso, tudo isso com o objetivo de, finalmente, mostrar como acontece a instauração formal das vozes do discurso no texto e a subjetividade do sujeito, sob o ponto de vista bakhtiniano, a qual encontra seu fundamento no materialismo histórico e transforma-se na polifonia. Fechando essa parte, é apresentada uma visão crítica sobre a obra de Bakhtin, a partir do posicionamento de estudiosos russos da atualidade. Na seção seguinte, trazemos a trajetória teórica de outro estudioso da argumentação, o francês Oswald Ducrot. E é com a influência da formalização de sua Teoria Polifônica da Enunciação, acrescida de conceitos bakhtinianos que damos consecução ao terceiro capítulo.Nessa terceira parte do estudo, apresentamos a metodologia do trabalho, as análises das condições de produção das monografias sob ponto de vista dos professores, além de reflexões sobre esse ponto de vista dos orientadores das monografias, pois este estudo quer falar mais diretamente com os próprios professores do ensino superior. A seguir é traçado o percurso de produção escrita do aluno-escritor acerca de seu conhecimento do tema das monografias selecionadas o que vai, inclusive, justificar o movimento argumentativo apresentado na análise da polifonia dos recortes analisados. Assim, realiza-se a análise, evidenciando-se as marcas lingüísticas sinalizadoras da polifonia, com o objetivo de localizar os locutores no enunciado, identificar as apropriações de vozes e o lugar social que ocupam, num primeiro nível, para logo a seguir, aprofundando a observação da enunciação, formalizar suas perspectivas com os movimentos argumentativos que realizam. A conclusão nos aponta para a importância do aprofundamento dos estudos da Lingüística da Enunciação e da Semântica Argumentativa para o aprimoramento da metodologia de ensino-aprendizagem da leitura/interpretação e escrita tanto no que se refere à formação dos professores, quanto ao trabalho já em realização na sala de aula. Para tanto, propomos o trabalho com análises semântico-enunciativas, pois mostramos nesta Tese que, com a apreensão dos efeitos de sentido dos discursos, com a percepção da polifonia e dos movimentos argumentativos que realizam os locutores, além das perspectivas dominantes, a produção do texto torna-se consistente e, somente assim, a interpretação é realmente viável e justificada.
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