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Colisões entre princípios constitucionais

Cristóvam, José Sérgio da Silva January 2005 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas. Programa de Pós-Graduação em Direito / Made available in DSpace on 2013-07-15T23:28:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 220981.pdf: 2265185 bytes, checksum: 7f2ce48bc045957c86eb7d904093cd15 (MD5) / O constitucionalismo vem se consolidando no contexto do discurso jurídico como uma teoria informada, sobretudo, pelas idéias de estreita relação entre Direito e moral, força normativa da Constituição, vinculatividade dos princípios constitucionais e plena eficácia das normas de direitos fundamentais. A partir da teoria constitucionalista são buscadas respostas às mais variadas problemáticas jurídicas, como a colisão entre princípios constitucionais.
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A antessala da argumentação : por uma abordagem negativa

Carvalho, Fábio Salgado de 08 April 2015 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília,Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2015. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-06-17T17:01:28Z No. of bitstreams: 1 2015_FábioSalgadodeCarvalho.pdf: 926698 bytes, checksum: 85cc3fd6d96c5bf34ccd6a64b9242755 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2016-06-22T15:39:30Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_FábioSalgadodeCarvalho.pdf: 926698 bytes, checksum: 85cc3fd6d96c5bf34ccd6a64b9242755 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-06-22T15:39:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_FábioSalgadodeCarvalho.pdf: 926698 bytes, checksum: 85cc3fd6d96c5bf34ccd6a64b9242755 (MD5) / Desenvolvemos, nesta dissertação, uma nova teoria da argumentação que chamamos de “abordagem negativa”, inspirada no que Julio Cabrera tem chamado de “lógica negativa”. Mostramos por que denominamos as teorias existentes de afirmativas, apresentando os seis dogmas que cremos que as têm pautado. Discutimos o fenômeno da verodependência, mostrando como o entendimento acerca do que vem a ser o conceito de “verdade” influencia as argumentações de maneira determinante, servindo-nos de cinco teorias da verdade em quatro exemplos de argumentações filosóficas. Mostramos, também, como a determinação de se um argumento é ou não falacioso, igualmente, é dependente da concepção que temos do que vem a ser a verdade. A partir do diagnóstico negativo que oferecemos com base na nossa teoria da argumentação, investigamos as possibilidades diante dele desenvolvendo uma metafísica gestáltica, que nos permitirá criar bases epistemológicas e metafísicas que justificam a aplicação do princípio hermenêutico da caridade. Fazemos, ainda, um breve percurso pelo conceito de verdade na Filosofia e oferecemos uma lista de sete falácias que não estão na literatura corrente sobre o assunto. _______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / We develop, in this master thesis, a new theory of argumentation that we call “negative approach”, inspired in what Julio Cabrera has called “negative logic”. We show why we call existing the ories affirmatives, showing six dogmas we belief have guided it. We discuss the phenomenon of truth-dependence, showing how the understanding of the concept of truth influences the arguments in a decisive way, using five the ories of truth in four examples of philosophical argumentation. We also show how the determination of whether an argument is fallacious or not depends on the adopted conception of truth. From the negative diagnosis that we offer based on our the ory argumentation, we investigate the possibilities before it developing a gestaltic metaphysics, which will allow us to create epistemological and metaphysical bases to justify the application of the hermeneutic charity principle. We also offer a brief tour of the concept of truth in the history of philosophy and a list of seven fallacies that are not in the current literature on the subject.
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Retórica, teoria da argumentação e pathos : o problema das emoções no discurso jurídico

Santos, Marcelo Fernandes Pires dos 27 May 2015 (has links)
Dissertaçao (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, Programa de Pós-graduação em Direito, 2015. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2015-11-16T19:53:17Z No. of bitstreams: 1 2015_MarceloFernandesPiresdosSantos.pdf: 1186601 bytes, checksum: 231a4b0b663a426b7755eef5e9abbf95 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2015-11-25T18:30:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_MarceloFernandesPiresdosSantos.pdf: 1186601 bytes, checksum: 231a4b0b663a426b7755eef5e9abbf95 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-11-25T18:30:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_MarceloFernandesPiresdosSantos.pdf: 1186601 bytes, checksum: 231a4b0b663a426b7755eef5e9abbf95 (MD5) / O projeto de racionalidade construído pela atual Teoria da Argumentação Jurídica é marcado, fundamentalmente, por um forte silêncio a respeito das emoções, um tema que passou a ser considerado, nos tempos atuais, um indiferente teórico, embora, tradicionalmente, tenha sido vinculado ao estudo do discurso e da ética desde a Antiguidade. Essa moderna lacuna teórica tem por consequência a preocupante incapacidade do atual estudante e profissional do direito de localizar, de avaliar e de refletir a presença das emoções na argumentação e, mais amplamente, na prática jurídica. Este estudo objetiva compreender por que as emoções saíram de cena da Teoria da Argumentação Jurídica e tentar fornecer razões para que elas sejam novamente estudadas. Assim, é preciso investigar se elas seriam compatíveis com uma argumentação jurídica racional e, mais amplamente, com a explanação do sistema jurídico. Para atingir tal objetivo, este estudo parte da filosofia antiga, mais especificamente do pensamento de Aristóteles e da escola estoica, a fim de entender como ambos integraram a temática das emoções na sua ética e na sua retórica. Em seguida, investiga-se em que contexto histórico surge a Moderna Teoria da Argumentação, considerando o pensamento dos seus fundadores e das gerações seguintes. Almeja-se, igualmente, pesquisar a compreensão da psicologia de nossa época sobre as emoções. Ao fim, objetiva-se identificar o bom e o mau uso das emoções na argumentação jurídica, possibilitando que o tema seja resgatado com seriedade e capacidade crítica, a fim de melhorar a qualidade do discurso jurídico. / The rationality project offered by the current Theory of Legal Argumentation is marked fundamentally by strong silent about emotions, a subject that has been considered, nowadays, a theoretical indifferent, although traditionally has been linked to the study of speech and ethics since ancient times. This modern theoretical gap has the effect of disturbing inability of the current student and legal professional to identify, evaluate and reflect the presence of emotions in argument and, more broadly, in legal practice. This study aims to understand why emotions left the Legal Argumentation Theory and try to provide reasons for them to be studied again. Thus, it is necessary to investigate whether they would be compatible with a rational legal argumentation and, more broadly, with the explanation of the legal system. To achieve this goal, it is necessary to study ancient philosophy, specifically the thought of Aristotle and the Stoic school in order to understand how both have integrated the theme of emotions in his ethics and his rhetoric. Then, we investigate in which historical context comes the Modern Theory of Argumentation, considering the thought of its founders and the following generations. It aims also search to understand the psychology of our time on emotions. In the end, the objective is to identify the good and bad use of emotions in legal reasoning, enabling the subject to be rescued with serious and critical capacity in order to improve the quality of legal discourse.
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Argumentação na monografia : uma questão de polifonia

Elichirigoity, Maria Teresinha Py January 2007 (has links)
Cette étude mise sur la possibilité d’une articulation entre les théories de Ducrot et de Bakhtine, en ouvrant une nouvelle perspective pour la sémantique argumentative, par l’utilisation d’un corpus discursif de monographies rédigées dans des mémoires de fin de cours de droit de l’UCPel-RS. Nous cherchons à présenter la polyphonie comme un moyen d’argumenter, dans la mesure où nous observons la manière dont le locuteur se positionne par rapport aux perspectives d’autres énonciateurs. Ainsi, en reconnaissant que l’énoncé comporte des perspectives différentes qui se signalent par des marques linguistiques indicatrices de la polyphonie et qui créent des mouvements d’orientation argumentative antagonique ou équivalente, nous démontrons aussi que se constitue un sujet décentré, social et historique, et non seulement un sujet dont la perspective domine le texte. Pour réaliser cette proposition, nous montrons, dans le premier chapitre, l’importance de l’étude de la monographie, due à sa large utilisation dans le domaine universitaire, et présentons les différentes orientations du travail monographique qui sont données dans les livres de méthodologie recommandés pour l’enseignement supérieur, y compris en signalant la tentative d’effet de « dé-subjectivation » dans la formulation scientifique du texte. Dans le deuxième chapitre, le champ épistémologique de l’argumentation a été notre première préoccupation. Nous y avons étudié la rhétorique d’Aristote, dont les principes sont repris au XXe siècle par Perelman dans sa formulation de sa théorie de l’argumentation, qui s’oppose au raisonnement formel logique, jusqu'alors prépondérant, mais qui ne rendait pas compte de la logique du discours éthique, politique et juridique. D’autre part, nous soulignons la fissure éthique entre l’argumentation dialectique et larhétorique, puisque Perelman prévoit les positions prises par l’orateur en ne tenant compte que de la typologie de l’auditoire qu’il a l’intention de persuader ou de convaincre. Ensuite, nous introduisons l’idée de dialogie et de polyphonie de Bakhtine, matérialisée dans l’élocution qui s’exprime d’un point de vue dont le degré de conscience est proportionnel à son statut social. De plus, c’est l’idée d’envisager le type de discours comme reflet de pratiques sociales qui nous a fait réfléchir sur les caractéristiques de la monographie dans l’université. Par ailleurs, sont revus les concepts de base sur la relation entre idéologie et histoire, entre conscience sociale et signe, entre infra-structure et superstructure dans le discours, le tout avec, finalement, pour objectif, de montrer comment apparaissent l’instauration formelle des voix du discours dans le texte et la subjectivité du sujet, du point de vue bakhtinien, cette dernière se fondant sur le matérialisme historique et se transformant en polyphonie. Pour terminer cette partie, nous présentons une vision critique de l’oeuvre de Bakhtine à partir de la position de chercheurs russes contemporains. Dans la section suivante, nous abordons la trajectoire théorique d’un autre spécialiste de l’argumentation, le Français Oswald Ducrot, dont l’influence de la formalisation de sa théorie polyphonique de l’énonciation, à laquelle s’ajoutent des concepts bakhtiniens, nous fournira la transition vers le troisième chapitre. Dans cette troisième partie, nous présentons la méthodologie de notre travail, le point de vue des professeurs sur les conditions de production des monographies, ainsi que les réflexions des directeurs de monographies sur ce point de vue, car cette étude entend s’adresser plus directement aux professeurs de l’enseignement supérieur eux-mêmes. Ensuite est détaillé le parcours de la production écrite de l’élève-écrivain dans sa connaissance du thème des monographies sélectionnées, ce qui va justifier, notamment, le mouvement argumentatif présenté dans l’analyse de la polyphonie des extraits choisis.L’analyse permet ainsi de mettre en évidence les marques linguistiques qui sont des indices de la polyphonie, avec l’objectif de localiser les locuteurs dans l’énoncé, d’identifier les appropriations de voix et le lieu social qu’elles occupent, en première approche, pour ensuite, en approfondissant l’observation de l’énonciation, formaliser ses perspectives avec les mouvements argumentatifs. La conclusion nous amène à souligner l’importance d’études plus approfondies de la linguistique de l’énonciation et de la sémantique argumentative, pour perfectionner la méthodologie de l’enseignement-apprentissage de la lecture/interprétation et de l’écrit, aussi bien pour la formation des professeurs, que pour améliorer le travail qu’ils effectuent déjà en classe. Pour cela, nous proposons un travail fondé sur des analyses sémanticoénonciatives, car nous montrons dans cette thèse que, avec l’appréhension des effets de sens du discours, avec la perception de la polyphonie et des mouvements argumentatifs que créent les locuteurs, au-delà des perspectives dominantes, la production du texte prend de la consistance et que ce n’est que de cette manière que l’interprétation est réellement viable et justifiée. / Este estudo representa a aposta na possibilidade de articulação das teorias de Ducrot e Bakhtin, ao abrir uma nova perspectiva para a Semântica Argumentativa, servindo-se de um corpus discursivo de monografias realizadas como Trabalhos de Conclusão do Curso de Direito da UCPel-RS. Pensamos em mostrar a polifonia como recurso de argumentação, na medida em que se observa a maneira pela qual o produtor do enunciado se posiciona em relação às perspectivas de outros enunciadores. Assim, ao reconhecer que o enunciado comporta perspectivas diferentes que se mostram por marcas lingüísticas indicantes da polifonia e que realizam movimentos com orientação argumentativa antagônica ou equivalente, demonstramos, também, que se constitui um sujeito descentrado, social e histórico, e não somente aquele cuja perspectiva domina o texto. Para a realização dessa proposta, apresentamos, no primeiro capítulo, a importância do estudo da monografia, devido ao seu largo uso na esfera universitária, e diferentes orientações dadas para o trabalho monográfico em livros de metodologia, indicados para o ensino superior, assinalando, inclusive, a tentativa de efeito de “dessubjetivação” na formulação científica do texto.No segundo capítulo, nos preocupou primeiramente, o campo epistemológico da argumentação e buscamos a retórica de Aristóteles cujos princípios são retomados por Perelman, já no século XX, ao formular a sua Teoria da Argumentação, opondo-se ao raciocínio formal lógico até então preponderante e que não dava conta da lógica do discurso ético, político e jurídico. Por outro lado, aponta-se a fissura ética entre a argumentaçãodialética e a retórica, uma vez que Perelman prevê posições tomadas pelo orador levando em conta apenas a tipologia de seu auditório, com a intenção de persuadir ou convencer. A seguir, trazemos a idéia de dialogia e de polifonia de Bakhtin, materializada na elocução que se expressa de um ponto de vista cujo grau de consciência é proporcional ao seu grau de orientação social. Além disso, é abordada a idéia de gênero do discurso como reflexo de práticas sociais o que nos faz refletir sobre o caráter da monografia na universidade. Por outro lado, são revistos conceitos básicos sobre a relação entre ideologia e história, entre consciência social e signo, entre infra-estrutura e superestrutura no discurso, tudo isso com o objetivo de, finalmente, mostrar como acontece a instauração formal das vozes do discurso no texto e a subjetividade do sujeito, sob o ponto de vista bakhtiniano, a qual encontra seu fundamento no materialismo histórico e transforma-se na polifonia. Fechando essa parte, é apresentada uma visão crítica sobre a obra de Bakhtin, a partir do posicionamento de estudiosos russos da atualidade. Na seção seguinte, trazemos a trajetória teórica de outro estudioso da argumentação, o francês Oswald Ducrot. E é com a influência da formalização de sua Teoria Polifônica da Enunciação, acrescida de conceitos bakhtinianos que damos consecução ao terceiro capítulo.Nessa terceira parte do estudo, apresentamos a metodologia do trabalho, as análises das condições de produção das monografias sob ponto de vista dos professores, além de reflexões sobre esse ponto de vista dos orientadores das monografias, pois este estudo quer falar mais diretamente com os próprios professores do ensino superior. A seguir é traçado o percurso de produção escrita do aluno-escritor acerca de seu conhecimento do tema das monografias selecionadas o que vai, inclusive, justificar o movimento argumentativo apresentado na análise da polifonia dos recortes analisados. Assim, realiza-se a análise, evidenciando-se as marcas lingüísticas sinalizadoras da polifonia, com o objetivo de localizar os locutores no enunciado, identificar as apropriações de vozes e o lugar social que ocupam, num primeiro nível, para logo a seguir, aprofundando a observação da enunciação, formalizar suas perspectivas com os movimentos argumentativos que realizam. A conclusão nos aponta para a importância do aprofundamento dos estudos da Lingüística da Enunciação e da Semântica Argumentativa para o aprimoramento da metodologia de ensino-aprendizagem da leitura/interpretação e escrita tanto no que se refere à formação dos professores, quanto ao trabalho já em realização na sala de aula. Para tanto, propomos o trabalho com análises semântico-enunciativas, pois mostramos nesta Tese que, com a apreensão dos efeitos de sentido dos discursos, com a percepção da polifonia e dos movimentos argumentativos que realizam os locutores, além das perspectivas dominantes, a produção do texto torna-se consistente e, somente assim, a interpretação é realmente viável e justificada.
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Argumentação na monografia : uma questão de polifonia

Elichirigoity, Maria Teresinha Py January 2007 (has links)
Cette étude mise sur la possibilité d’une articulation entre les théories de Ducrot et de Bakhtine, en ouvrant une nouvelle perspective pour la sémantique argumentative, par l’utilisation d’un corpus discursif de monographies rédigées dans des mémoires de fin de cours de droit de l’UCPel-RS. Nous cherchons à présenter la polyphonie comme un moyen d’argumenter, dans la mesure où nous observons la manière dont le locuteur se positionne par rapport aux perspectives d’autres énonciateurs. Ainsi, en reconnaissant que l’énoncé comporte des perspectives différentes qui se signalent par des marques linguistiques indicatrices de la polyphonie et qui créent des mouvements d’orientation argumentative antagonique ou équivalente, nous démontrons aussi que se constitue un sujet décentré, social et historique, et non seulement un sujet dont la perspective domine le texte. Pour réaliser cette proposition, nous montrons, dans le premier chapitre, l’importance de l’étude de la monographie, due à sa large utilisation dans le domaine universitaire, et présentons les différentes orientations du travail monographique qui sont données dans les livres de méthodologie recommandés pour l’enseignement supérieur, y compris en signalant la tentative d’effet de « dé-subjectivation » dans la formulation scientifique du texte. Dans le deuxième chapitre, le champ épistémologique de l’argumentation a été notre première préoccupation. Nous y avons étudié la rhétorique d’Aristote, dont les principes sont repris au XXe siècle par Perelman dans sa formulation de sa théorie de l’argumentation, qui s’oppose au raisonnement formel logique, jusqu'alors prépondérant, mais qui ne rendait pas compte de la logique du discours éthique, politique et juridique. D’autre part, nous soulignons la fissure éthique entre l’argumentation dialectique et larhétorique, puisque Perelman prévoit les positions prises par l’orateur en ne tenant compte que de la typologie de l’auditoire qu’il a l’intention de persuader ou de convaincre. Ensuite, nous introduisons l’idée de dialogie et de polyphonie de Bakhtine, matérialisée dans l’élocution qui s’exprime d’un point de vue dont le degré de conscience est proportionnel à son statut social. De plus, c’est l’idée d’envisager le type de discours comme reflet de pratiques sociales qui nous a fait réfléchir sur les caractéristiques de la monographie dans l’université. Par ailleurs, sont revus les concepts de base sur la relation entre idéologie et histoire, entre conscience sociale et signe, entre infra-structure et superstructure dans le discours, le tout avec, finalement, pour objectif, de montrer comment apparaissent l’instauration formelle des voix du discours dans le texte et la subjectivité du sujet, du point de vue bakhtinien, cette dernière se fondant sur le matérialisme historique et se transformant en polyphonie. Pour terminer cette partie, nous présentons une vision critique de l’oeuvre de Bakhtine à partir de la position de chercheurs russes contemporains. Dans la section suivante, nous abordons la trajectoire théorique d’un autre spécialiste de l’argumentation, le Français Oswald Ducrot, dont l’influence de la formalisation de sa théorie polyphonique de l’énonciation, à laquelle s’ajoutent des concepts bakhtiniens, nous fournira la transition vers le troisième chapitre. Dans cette troisième partie, nous présentons la méthodologie de notre travail, le point de vue des professeurs sur les conditions de production des monographies, ainsi que les réflexions des directeurs de monographies sur ce point de vue, car cette étude entend s’adresser plus directement aux professeurs de l’enseignement supérieur eux-mêmes. Ensuite est détaillé le parcours de la production écrite de l’élève-écrivain dans sa connaissance du thème des monographies sélectionnées, ce qui va justifier, notamment, le mouvement argumentatif présenté dans l’analyse de la polyphonie des extraits choisis.L’analyse permet ainsi de mettre en évidence les marques linguistiques qui sont des indices de la polyphonie, avec l’objectif de localiser les locuteurs dans l’énoncé, d’identifier les appropriations de voix et le lieu social qu’elles occupent, en première approche, pour ensuite, en approfondissant l’observation de l’énonciation, formaliser ses perspectives avec les mouvements argumentatifs. La conclusion nous amène à souligner l’importance d’études plus approfondies de la linguistique de l’énonciation et de la sémantique argumentative, pour perfectionner la méthodologie de l’enseignement-apprentissage de la lecture/interprétation et de l’écrit, aussi bien pour la formation des professeurs, que pour améliorer le travail qu’ils effectuent déjà en classe. Pour cela, nous proposons un travail fondé sur des analyses sémanticoénonciatives, car nous montrons dans cette thèse que, avec l’appréhension des effets de sens du discours, avec la perception de la polyphonie et des mouvements argumentatifs que créent les locuteurs, au-delà des perspectives dominantes, la production du texte prend de la consistance et que ce n’est que de cette manière que l’interprétation est réellement viable et justifiée. / Este estudo representa a aposta na possibilidade de articulação das teorias de Ducrot e Bakhtin, ao abrir uma nova perspectiva para a Semântica Argumentativa, servindo-se de um corpus discursivo de monografias realizadas como Trabalhos de Conclusão do Curso de Direito da UCPel-RS. Pensamos em mostrar a polifonia como recurso de argumentação, na medida em que se observa a maneira pela qual o produtor do enunciado se posiciona em relação às perspectivas de outros enunciadores. Assim, ao reconhecer que o enunciado comporta perspectivas diferentes que se mostram por marcas lingüísticas indicantes da polifonia e que realizam movimentos com orientação argumentativa antagônica ou equivalente, demonstramos, também, que se constitui um sujeito descentrado, social e histórico, e não somente aquele cuja perspectiva domina o texto. Para a realização dessa proposta, apresentamos, no primeiro capítulo, a importância do estudo da monografia, devido ao seu largo uso na esfera universitária, e diferentes orientações dadas para o trabalho monográfico em livros de metodologia, indicados para o ensino superior, assinalando, inclusive, a tentativa de efeito de “dessubjetivação” na formulação científica do texto.No segundo capítulo, nos preocupou primeiramente, o campo epistemológico da argumentação e buscamos a retórica de Aristóteles cujos princípios são retomados por Perelman, já no século XX, ao formular a sua Teoria da Argumentação, opondo-se ao raciocínio formal lógico até então preponderante e que não dava conta da lógica do discurso ético, político e jurídico. Por outro lado, aponta-se a fissura ética entre a argumentaçãodialética e a retórica, uma vez que Perelman prevê posições tomadas pelo orador levando em conta apenas a tipologia de seu auditório, com a intenção de persuadir ou convencer. A seguir, trazemos a idéia de dialogia e de polifonia de Bakhtin, materializada na elocução que se expressa de um ponto de vista cujo grau de consciência é proporcional ao seu grau de orientação social. Além disso, é abordada a idéia de gênero do discurso como reflexo de práticas sociais o que nos faz refletir sobre o caráter da monografia na universidade. Por outro lado, são revistos conceitos básicos sobre a relação entre ideologia e história, entre consciência social e signo, entre infra-estrutura e superestrutura no discurso, tudo isso com o objetivo de, finalmente, mostrar como acontece a instauração formal das vozes do discurso no texto e a subjetividade do sujeito, sob o ponto de vista bakhtiniano, a qual encontra seu fundamento no materialismo histórico e transforma-se na polifonia. Fechando essa parte, é apresentada uma visão crítica sobre a obra de Bakhtin, a partir do posicionamento de estudiosos russos da atualidade. Na seção seguinte, trazemos a trajetória teórica de outro estudioso da argumentação, o francês Oswald Ducrot. E é com a influência da formalização de sua Teoria Polifônica da Enunciação, acrescida de conceitos bakhtinianos que damos consecução ao terceiro capítulo.Nessa terceira parte do estudo, apresentamos a metodologia do trabalho, as análises das condições de produção das monografias sob ponto de vista dos professores, além de reflexões sobre esse ponto de vista dos orientadores das monografias, pois este estudo quer falar mais diretamente com os próprios professores do ensino superior. A seguir é traçado o percurso de produção escrita do aluno-escritor acerca de seu conhecimento do tema das monografias selecionadas o que vai, inclusive, justificar o movimento argumentativo apresentado na análise da polifonia dos recortes analisados. Assim, realiza-se a análise, evidenciando-se as marcas lingüísticas sinalizadoras da polifonia, com o objetivo de localizar os locutores no enunciado, identificar as apropriações de vozes e o lugar social que ocupam, num primeiro nível, para logo a seguir, aprofundando a observação da enunciação, formalizar suas perspectivas com os movimentos argumentativos que realizam. A conclusão nos aponta para a importância do aprofundamento dos estudos da Lingüística da Enunciação e da Semântica Argumentativa para o aprimoramento da metodologia de ensino-aprendizagem da leitura/interpretação e escrita tanto no que se refere à formação dos professores, quanto ao trabalho já em realização na sala de aula. Para tanto, propomos o trabalho com análises semântico-enunciativas, pois mostramos nesta Tese que, com a apreensão dos efeitos de sentido dos discursos, com a percepção da polifonia e dos movimentos argumentativos que realizam os locutores, além das perspectivas dominantes, a produção do texto torna-se consistente e, somente assim, a interpretação é realmente viável e justificada.
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A leitura de fábulas e de contos de fadas sob a perspectiva da argumentação na língua: uma proposta de transposição didática

Holler, Andréa Gattelli January 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2016-02-13T01:07:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000477239-Texto+Completo-0.pdf: 1542183 bytes, checksum: e944f12da6716e724d69b5c7ffd13ad5 (MD5) Previous issue date: 2016 / When children start school, they know they will be taught to read and write, and that it is the school’s duty to teach that. However, the idea of learning to read leads, traditionally, to the first years of elementary school, that is, to literacy teaching and learning. Nevertheless, the act of reading is not restricted to the acquisition of a code, it is more than that; reading is meaning-making. Therefore, this study aims to turn reading into an object of teaching and learning, with the support of the Theory of Argumentation within Language (AWL) in its current phase, the Theory of the Semantic Blocks (TSB), since it allows to show the process of meaning-making through language. In order to do that, it is necessary to translate those theories into the school environment. This process of didactic transposition based in Yves Chevallard – which is illustrated along the study and completed through the design of reading tasks for two fables and one fairy tale – consists of taking some concepts of the chosen theory (value, relation, argumentative entanglements, external and internal argumentation, semantic interdependence, and semantic block) and turning them into something to be taught, in order to improve the reading performance of fifth grade elementary school students. / Quando uma criança ingressa na escola, ela já sabe que irá aprender a ler e a escrever e que, portanto, ensinar a ler é papel da escola. A ideia de aprender a ler remete, tradicionalmente, aos anos iniciais do Ensino Fundamental, ou seja, à alfabetização. Porém, o ato de ler não se restringe à aquisição do código, ler é mais do que isso, ler é construir sentido. Assim, este trabalho se propõe a transformar a leitura em objeto de ensino e de aprendizagem, tendo como suporte a Teoria da Argumentação na Língua (ANL) em sua fase atual, a Teoria dos Blocos Semânticos (TBS), haja vista sua possibilidade de demonstrar, através da língua, como se dá o processo de construção de sentidos. Para isso, torna-se necessário transpor a teoria de referência, a ANL/TBS, para o ambiente escolar. Esse processo de transposição didática, embasado em Yves Chevallard – que será exemplificado ao longo da dissertação e finalizado através da construção de atividades de leitura de duas fábulas e um conto de fadas – consiste em retirar da esfera científica alguns conceitos da teoria escolhida (valor, relação, encadeamentos argumentativos, argumentação externa e argumentação interna ao léxico, interdependência semântica e bloco semântico) e transformá-los em um saber a se ensinar e, posteriormente, em um saber a ser ensinado, visando melhorar o desempenho em leitura dos estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental.
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Estratégias argumentativas em torno da política de cotas étnico-raciais na universidade pública : elementos de lógica informal e teoria da argumentação

Silva Neto, Paulo Penteado de Faria e January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, 2007. / Texto parcialmente liberado pelo autor. Conteúdo: Resumo. / Submitted by Mariana Fonseca Xavier Nunes (nanarteira@hotmail.com) on 2010-09-17T11:12:30Z No. of bitstreams: 1 2006-Paulo Penteado de Faria e Silva.pdf: 12535 bytes, checksum: 847f237f411bb66ea45c496ecd2ff044 (MD5) / Approved for entry into archive by Lucila Saraiva(lucilasaraiva1@gmail.com) on 2010-10-08T23:31:48Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2006-Paulo Penteado de Faria e Silva.pdf: 12535 bytes, checksum: 847f237f411bb66ea45c496ecd2ff044 (MD5) / Made available in DSpace on 2010-10-08T23:31:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2006-Paulo Penteado de Faria e Silva.pdf: 12535 bytes, checksum: 847f237f411bb66ea45c496ecd2ff044 (MD5) / O presente estudo procura desenvolver uma abordagem filosófica não-exaustiva sobre os principais argumentos envolvidos no debate sobre a adoção de cotas étnico-raciais - uma modalidade de ação afirmativa - nas universidades públicas brasileiras. A pesquisa parte da teoria da argumentação e da lógica informal (estudo dos aspectos da argumentação que não dependem exclusivamente da forma lógica) para compreender uma discussão concreta, como produzida em linguagem natural. Compartilhamos a tese segundo a qual o estudo da linguagem comum é filosoficamente elucidativo. Nosso objetivo primordial é sumariar e criticar os principais argumentos apresentados em alguns padrões dialógicos selecionados, para identificar, em cada um deles, a racionalidade subjacente, certas propriedades características e fundamentos justificatórios, eventuais falácias, bem como a interação entre diversas áreas de argumentos. Almejando alcançar uma compreensão pragmática do debate e epitomar os prós e os contras das cotas raciais nas universidades brasileiras, procuramos sintetizar, da forma mais imparcial possível, os argumentos reais apresentados. Também demos particular atenção a argumentos especificamente desenvolvidos em certos campos argumentativos considerados de interesse, como filosofia, política, direito, sociologia, antropologia, economia, história e educação. Como resultado, pode-se concluir que os argumentos reais não se processam de forma isolada. Ao contrário, o emprego dos mais variados fundamentos, provenientes de diferentes áreas, permite a elaboração de uma verdadeira estratégia argumentativa. Além disso, mesmo argumentos formalmente inválidos, incorretos ou falaciosos podem ser admissíveis no contexto de uma estratégia discursiva particular, na defesa do macroargumento.
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Argumentação na monografia : uma questão de polifonia

Elichirigoity, Maria Teresinha Py January 2007 (has links)
Cette étude mise sur la possibilité d’une articulation entre les théories de Ducrot et de Bakhtine, en ouvrant une nouvelle perspective pour la sémantique argumentative, par l’utilisation d’un corpus discursif de monographies rédigées dans des mémoires de fin de cours de droit de l’UCPel-RS. Nous cherchons à présenter la polyphonie comme un moyen d’argumenter, dans la mesure où nous observons la manière dont le locuteur se positionne par rapport aux perspectives d’autres énonciateurs. Ainsi, en reconnaissant que l’énoncé comporte des perspectives différentes qui se signalent par des marques linguistiques indicatrices de la polyphonie et qui créent des mouvements d’orientation argumentative antagonique ou équivalente, nous démontrons aussi que se constitue un sujet décentré, social et historique, et non seulement un sujet dont la perspective domine le texte. Pour réaliser cette proposition, nous montrons, dans le premier chapitre, l’importance de l’étude de la monographie, due à sa large utilisation dans le domaine universitaire, et présentons les différentes orientations du travail monographique qui sont données dans les livres de méthodologie recommandés pour l’enseignement supérieur, y compris en signalant la tentative d’effet de « dé-subjectivation » dans la formulation scientifique du texte. Dans le deuxième chapitre, le champ épistémologique de l’argumentation a été notre première préoccupation. Nous y avons étudié la rhétorique d’Aristote, dont les principes sont repris au XXe siècle par Perelman dans sa formulation de sa théorie de l’argumentation, qui s’oppose au raisonnement formel logique, jusqu'alors prépondérant, mais qui ne rendait pas compte de la logique du discours éthique, politique et juridique. D’autre part, nous soulignons la fissure éthique entre l’argumentation dialectique et larhétorique, puisque Perelman prévoit les positions prises par l’orateur en ne tenant compte que de la typologie de l’auditoire qu’il a l’intention de persuader ou de convaincre. Ensuite, nous introduisons l’idée de dialogie et de polyphonie de Bakhtine, matérialisée dans l’élocution qui s’exprime d’un point de vue dont le degré de conscience est proportionnel à son statut social. De plus, c’est l’idée d’envisager le type de discours comme reflet de pratiques sociales qui nous a fait réfléchir sur les caractéristiques de la monographie dans l’université. Par ailleurs, sont revus les concepts de base sur la relation entre idéologie et histoire, entre conscience sociale et signe, entre infra-structure et superstructure dans le discours, le tout avec, finalement, pour objectif, de montrer comment apparaissent l’instauration formelle des voix du discours dans le texte et la subjectivité du sujet, du point de vue bakhtinien, cette dernière se fondant sur le matérialisme historique et se transformant en polyphonie. Pour terminer cette partie, nous présentons une vision critique de l’oeuvre de Bakhtine à partir de la position de chercheurs russes contemporains. Dans la section suivante, nous abordons la trajectoire théorique d’un autre spécialiste de l’argumentation, le Français Oswald Ducrot, dont l’influence de la formalisation de sa théorie polyphonique de l’énonciation, à laquelle s’ajoutent des concepts bakhtiniens, nous fournira la transition vers le troisième chapitre. Dans cette troisième partie, nous présentons la méthodologie de notre travail, le point de vue des professeurs sur les conditions de production des monographies, ainsi que les réflexions des directeurs de monographies sur ce point de vue, car cette étude entend s’adresser plus directement aux professeurs de l’enseignement supérieur eux-mêmes. Ensuite est détaillé le parcours de la production écrite de l’élève-écrivain dans sa connaissance du thème des monographies sélectionnées, ce qui va justifier, notamment, le mouvement argumentatif présenté dans l’analyse de la polyphonie des extraits choisis.L’analyse permet ainsi de mettre en évidence les marques linguistiques qui sont des indices de la polyphonie, avec l’objectif de localiser les locuteurs dans l’énoncé, d’identifier les appropriations de voix et le lieu social qu’elles occupent, en première approche, pour ensuite, en approfondissant l’observation de l’énonciation, formaliser ses perspectives avec les mouvements argumentatifs. La conclusion nous amène à souligner l’importance d’études plus approfondies de la linguistique de l’énonciation et de la sémantique argumentative, pour perfectionner la méthodologie de l’enseignement-apprentissage de la lecture/interprétation et de l’écrit, aussi bien pour la formation des professeurs, que pour améliorer le travail qu’ils effectuent déjà en classe. Pour cela, nous proposons un travail fondé sur des analyses sémanticoénonciatives, car nous montrons dans cette thèse que, avec l’appréhension des effets de sens du discours, avec la perception de la polyphonie et des mouvements argumentatifs que créent les locuteurs, au-delà des perspectives dominantes, la production du texte prend de la consistance et que ce n’est que de cette manière que l’interprétation est réellement viable et justifiée. / Este estudo representa a aposta na possibilidade de articulação das teorias de Ducrot e Bakhtin, ao abrir uma nova perspectiva para a Semântica Argumentativa, servindo-se de um corpus discursivo de monografias realizadas como Trabalhos de Conclusão do Curso de Direito da UCPel-RS. Pensamos em mostrar a polifonia como recurso de argumentação, na medida em que se observa a maneira pela qual o produtor do enunciado se posiciona em relação às perspectivas de outros enunciadores. Assim, ao reconhecer que o enunciado comporta perspectivas diferentes que se mostram por marcas lingüísticas indicantes da polifonia e que realizam movimentos com orientação argumentativa antagônica ou equivalente, demonstramos, também, que se constitui um sujeito descentrado, social e histórico, e não somente aquele cuja perspectiva domina o texto. Para a realização dessa proposta, apresentamos, no primeiro capítulo, a importância do estudo da monografia, devido ao seu largo uso na esfera universitária, e diferentes orientações dadas para o trabalho monográfico em livros de metodologia, indicados para o ensino superior, assinalando, inclusive, a tentativa de efeito de “dessubjetivação” na formulação científica do texto.No segundo capítulo, nos preocupou primeiramente, o campo epistemológico da argumentação e buscamos a retórica de Aristóteles cujos princípios são retomados por Perelman, já no século XX, ao formular a sua Teoria da Argumentação, opondo-se ao raciocínio formal lógico até então preponderante e que não dava conta da lógica do discurso ético, político e jurídico. Por outro lado, aponta-se a fissura ética entre a argumentaçãodialética e a retórica, uma vez que Perelman prevê posições tomadas pelo orador levando em conta apenas a tipologia de seu auditório, com a intenção de persuadir ou convencer. A seguir, trazemos a idéia de dialogia e de polifonia de Bakhtin, materializada na elocução que se expressa de um ponto de vista cujo grau de consciência é proporcional ao seu grau de orientação social. Além disso, é abordada a idéia de gênero do discurso como reflexo de práticas sociais o que nos faz refletir sobre o caráter da monografia na universidade. Por outro lado, são revistos conceitos básicos sobre a relação entre ideologia e história, entre consciência social e signo, entre infra-estrutura e superestrutura no discurso, tudo isso com o objetivo de, finalmente, mostrar como acontece a instauração formal das vozes do discurso no texto e a subjetividade do sujeito, sob o ponto de vista bakhtiniano, a qual encontra seu fundamento no materialismo histórico e transforma-se na polifonia. Fechando essa parte, é apresentada uma visão crítica sobre a obra de Bakhtin, a partir do posicionamento de estudiosos russos da atualidade. Na seção seguinte, trazemos a trajetória teórica de outro estudioso da argumentação, o francês Oswald Ducrot. E é com a influência da formalização de sua Teoria Polifônica da Enunciação, acrescida de conceitos bakhtinianos que damos consecução ao terceiro capítulo.Nessa terceira parte do estudo, apresentamos a metodologia do trabalho, as análises das condições de produção das monografias sob ponto de vista dos professores, além de reflexões sobre esse ponto de vista dos orientadores das monografias, pois este estudo quer falar mais diretamente com os próprios professores do ensino superior. A seguir é traçado o percurso de produção escrita do aluno-escritor acerca de seu conhecimento do tema das monografias selecionadas o que vai, inclusive, justificar o movimento argumentativo apresentado na análise da polifonia dos recortes analisados. Assim, realiza-se a análise, evidenciando-se as marcas lingüísticas sinalizadoras da polifonia, com o objetivo de localizar os locutores no enunciado, identificar as apropriações de vozes e o lugar social que ocupam, num primeiro nível, para logo a seguir, aprofundando a observação da enunciação, formalizar suas perspectivas com os movimentos argumentativos que realizam. A conclusão nos aponta para a importância do aprofundamento dos estudos da Lingüística da Enunciação e da Semântica Argumentativa para o aprimoramento da metodologia de ensino-aprendizagem da leitura/interpretação e escrita tanto no que se refere à formação dos professores, quanto ao trabalho já em realização na sala de aula. Para tanto, propomos o trabalho com análises semântico-enunciativas, pois mostramos nesta Tese que, com a apreensão dos efeitos de sentido dos discursos, com a percepção da polifonia e dos movimentos argumentativos que realizam os locutores, além das perspectivas dominantes, a produção do texto torna-se consistente e, somente assim, a interpretação é realmente viável e justificada.
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O papel do discurso jurídico no direito pós-positivista: breve análise de decisões do Supremo Tribunal Federal.

Nogueira, Claudia Albagli January 2010 (has links)
Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2013-04-11T19:45:58Z No. of bitstreams: 1 Nogueira.pdf: 555403 bytes, checksum: 415a33e6fa2d4378c8624be142b20365 (MD5) / Approved for entry into archive by Rodrigo Meirelles(rodrigomei@ufba.br) on 2013-05-09T17:24:49Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Nogueira.pdf: 555403 bytes, checksum: 415a33e6fa2d4378c8624be142b20365 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-05-09T17:24:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Nogueira.pdf: 555403 bytes, checksum: 415a33e6fa2d4378c8624be142b20365 (MD5) Previous issue date: 2010 / O presente trabalho tem como objetivo delinear o papel do discurso jurídico no pós-positivismo, utilizando-se de análise de acórdãos selecionados do Supremo Tribunal Federal. O pós-positivismo surge no berço da pós-modernidade com uma exigência das múltiplas facetas sociais contemporâneas e se estabelece como superação do paradigma positivista para afirmação de uma nova forma de interpretar e aplicar o direito. Considera uma perspectiva mais valorativa, inserindo no processo decisório elementos além da letra da lei, a exemplo dos princípios, dos precedentes judiciais e de informações técnicas pertinentes aos fatos levados à decomposição do juiz, tudo em busca de uma decisão mais justa e razoável. Neste cenário ingressa o discurso jurídico como instrumento materializador dessa nova ótica do direito, através da construção argumentativa que possibilita ao julgador ligar o sistema de regras e princípios aos procedimentos, mais especificamente, o processo judicial. Para comprovação da hipótese levantada na pesquisa, foi realizada pesquisa bibliográfica que forma o lastro teórico, com base nos autores Robert Alexy, Theodor Viehweg, Chaim Perelman e Neil MacCormick, bem como, foram analisados três acórdãos intencionalmente selecionados, para uma abordagem prática da questão central. Concluiu-se que o papel do discurso jurídico no direito pós-positivista é funcionar como facilitador de uma lógica diferenciada de raciocínio e legitimador de decisões judiciais. / Salvador
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Discurso e argumentação no programa televisivo Vitória em Cristo de Silas Malafaia

Ferraz, Sarah Menoya 28 February 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T20:25:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 5996.pdf: 1270184 bytes, checksum: 7ede932f24d3c70b29f0b8ba6a3a910e (MD5) Previous issue date: 2014-02-28 / Financiadora de Estudos e Projetos / The purpose of this thesis is to verify, according to the theoretical assumptions of Discourse Analysis of French tradition, the Pentecostal discourse of televangelism Victory in Christ. This work will aim its constituent character and analyze the enunciative scenes that constitute the discourse, and from that, it will build relationships between its initial discursive formation and remoteness and proximity to other discursive formations. The research corpus consists of six views of the televangelism mentioned above. We consider the concepts of Dominique Maingueneau about constituent discourses; ethos and scene of enunciation; citation and Detachment; Hyperenunciator and Thesaurus Bible; community discursive and positioning . Adds up , in the background , the analysis and description of the arguments used by the enunciator according to the concepts of Pereleman and Tyteca , enrolled in Argumentation Theory, since the arguments are considered constituent elements of enunciative scenes, in other words , they integrate the scene is validated on account of its uses . Among the main events displayed on observation analyzed data are: a discourse of classical Pentecostalism approaching the Pentecostal discursive formation, the use of arguments in relation to what is known about an auditorium with little education and low social status and processing of speech for their accommodation to contemporary society. / O objetivo deste trabalho de mestrado é verificar, segundo os pressupostos teóricos da Análise do Discurso de tradição francesa, o discurso pentecostal do televangelho Vitória em Cristo visando o seu caráter constituinte e analisando as cenas enunciativas que o constitui e, a partir disso, estabelecer relações entre a sua formação discursiva inicial e o seu afastamento e aproximação com outras formações discursivas. O corpus da pesquisa é composto por seis exibições do televangelho em questão. Mobilizam-se os conceitos de Dominique Maingueneau sobre discursos constituintes; ethos e cena da enunciação; citação e destacabilidade; hiperenunciador e o Thesaurus bíblico; comunidade discursiva e posicionamento. Acrescentam-se, em segundo plano, a análise e a descrição dos argumentos usados pelo enunciador segundo os conceitos de Pereleman e Tyteca, inscritos na Teoria da Argumentação, dado que os argumentos são considerados elementos constitutivos da cena enunciativa, dito de outra forma, eles integram a cena que é validada por conta de seus usos. Dentre as principais ocorrências indicadas na observação dos dados analisados estão: um discurso do pentecostalismo clássico que se aproxima da formação discursiva neopentecostal, o uso de argumentos em relação ao que se conhece sobre um auditório com pouca escolaridade e de baixo nível social e a transformação do discurso pela sua acomodação à sociedade contemporânea.

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