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Das relações familiares dos escravos no Parana do seculo XIX

Pardo, Teresinha Regina Busetti 21 October 2010 (has links)
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Trajetórias de crioulos

Lima, Adriano Bernardo Moraes 31 May 2010 (has links)
Resumo: Os modelos que interpretaram a prática da alforria no Brasil, a partir da década de 1970, enfatizaram sobremaneira a importância do senhor nesse processo. Ora movido por interesses exclusivamente econômicos, ora por motivos sentimentais, estes modelos interpretativos acabaram por atribuir ao senhor — e somente a ele — a responsabilidade pela configuração do perfil do escravo alforriado. Era o patriarca quem decidia quem libertar: a escrava — até pouco tempo “privilegiada” entre os manumitidos — o mulato adulto, o crioulinho ou um preto estropiado. Nenhuma destas produções procurou avaliar a participação do elemento cativo na configuração deste perfil. Acredita-se que uma relação social, seja ela qual for, não pode ser interpretada somente a partir de uma via de mão única. Defende-se a hipótese, neste trabalho, de que houve participação escrava no processo de manumissão. A partir do cruzamento das principais fontes utilizadas — cartas de alforrias e listas nominativas de habitantes — foi possível verificar a inserção do escravo alforriado em uma rede de contraprestações. As relações por esse grupo estabelecidas acabaram por torná-lo parte de uma comunidade escrava, que tinha no vínculo familiar o seu principal elemento aglutinador. Através da associação de fatores estruturais com outros circunstanciais pode-se montar um panorama histórico constituído por fragmentos de histórias de vida de cativos que conquistaram sua liberdade ou a de um familiar.
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O exótico cruzou o Atlântico : o embarque e a presença de ameríndios na Europa (Séculos XV, XVl e XVll)

Pitol, Ana Claudia Magalhães January 2015 (has links)
Orientadora : Profª Drª Andréa Carla Doré / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História. Defesa: Curitiba, 04/03/2015 / Inclui referências / Linha de pesquisa: Espaço e sociabilidades / Resumo: O objeto desta pesquisa são os nativos americanos, provenientes das Américas Espanhola e Portuguesa, embarcados para a Europa. Estes embarques são evidências de que a posse da América pelos europeus não se restringiu aos territórios, abarcando também os grupos humanos. Em um contexto maior relacionam-se com a discussão sobre as maneiras pelas quais os europeus apossaram-se do Novo Mundo, através de rituais e de suas formas de representação, como a escrita e a imagem. Estas transferências são entendidas como práticas de posse através das quais os europeus expressam sua dominação sobre os nativos. Esta posse é entendida em duas dimensões: a posse física, através da qual o nativo era embarcado e transformado em escravo na Europa e a posse performativa, através da qual o nativo, embarcado à força ou não, era exibido e demonstrava uma imagem da América a Europa. A exposição dos indígenas levados para a Europa foi cotejada com a de outros tipos considerados como monstruosos ou exóticos nas cortes européias, o que possibilitou uma visão hipotética da forma como os indígenas eram ali observados e exibidos. À margem geográfica do mundo e da cultura considerada civilizada, suas vozes foram utilizadas para a elaboração de um discurso europeu do que era a América. O aprisionamento dos indígenas no plano físico foi acompanhado por um aprisionamento no plano representacional, ações que se alimentavam mutuamente. No entanto, a presença nativa na Europa não significa apenas que os ameríndios respondiam passivamente ao que lhe era imposto pelos europeus. O embarque para a Europa também poderia ter motivações indígenas. Palavras-chave: ameríndios na Europa, práticas de posse, escravidão, nativos americanos / Abstract: This research aims at studying the American natives from Spanish and Portuguese Americas sent to Europe. Embarkments prove that European colonized not only American lands, but also human beings. In a larger context, the ways in which Europeans colonized the New World, through rituals and their representations, such as writing and image, are in connection with the discussion. These transferences are considered practices of ownership through which the Europeans expressed their domination over the natives. This ownership consists of two dimensions: the physical ownership, including the embarkment and slavery of natives in Europe, and the performative ownership, including the embarkment of natives, whether compelled or not, to be exhibited to Europe as an image of America. The exhibition of indigenous sent to Europe was compared to other exhibitions considered monstrous or exotic in the European courts, resulting in a hypothetical view of how the aboriginals were observed and exposed. Disregarded by world geography and culture considered civilized, their voices were used to prepare the European speech about the America. The capture of the aboriginals in the physical plan was followed by a capture in the representational plan, as a two-way action. The native presence in Europe, however, does not mean that Amerindians acted passively in relation to European behavior. The embarkment to Europe could be due to aboriginal purposes. Keywords: Amerindians in Europe, practices of ownership, slavery, American natives
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An essay on the African slave trade

Belsham, William January 1790 (has links)
Notas Gerais: Papel trapo. Letras capitulares. Reclamo. Numeração das páginas: números romanos entre colchetes. Notas do Exemplar: Marca de propriedade: carimbo molhado da Biblioteca Frederico Edelweiss - Univ. Federal da Bahia. Assinatura manuscrita na folha de rosto: By Benjamin Franklin. Obra danificada por cupim e broca. Sem encadernação. Obra acondicionada por papel cartolina. Título e local datilogrados na capa. / Submitted by Aline Borges Cardoso (lilibc.ibce@gmail.com) on 2017-04-25T12:15:39Z No. of bitstreams: 1 1433366.jpg: 281395 bytes, checksum: 60c54be701ea9b7e7780df54430a52ac (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-25T12:15:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 1433366.jpg: 281395 bytes, checksum: 60c54be701ea9b7e7780df54430a52ac (MD5) Previous issue date: 1790 / Philadelphia
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Caminhos da liberdade: a escravidão em Serrinha – Bahia (1868-1888)

Lacerda, Ana Paula Carvalho Trabuco January 2008 (has links)
127f. / Submitted by Suelen Reis (suelen_suzane@hotmail.com) on 2013-02-25T15:18:23Z No. of bitstreams: 1 dissertacao_anapaulalacerda.pdf: 658048 bytes, checksum: 15f417e90d34722885283e979de08214 (MD5) / Approved for entry into archive by Rodrigo Meirelles(rodrigomei@ufba.br) on 2013-03-08T18:12:45Z (GMT) No. of bitstreams: 1 dissertacao_anapaulalacerda.pdf: 658048 bytes, checksum: 15f417e90d34722885283e979de08214 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-03-08T18:12:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1 dissertacao_anapaulalacerda.pdf: 658048 bytes, checksum: 15f417e90d34722885283e979de08214 (MD5) Previous issue date: 2008 / Este estudo procura analisar algumas das experiências de vida dos escravos no sertão da Bahia, mais precisamente numa localidade do Sertão dos Tocós, nos últimos anos do sistema escravista (1868-1888). O palco de cativos como Angélica, Josepha e Bento é Serrinha, atual cidade do sertão baiano, localidade que, em fins do século XIX, era caracterizada pela pequena propriedade de terra e economia baseada na policultura; uma terra bastante castigada pelos períodos de seca e o conseqüente sofrimento da população com a redução e falta de abastecimento dos produtos de primeira necessidade. É nesse contexto que os escravos conviviam com o trabalho livre e familiar, lutando, a partir de suas possibilidades, por uma vida mais digna, seja através da busca pela alforria, muitas vezes possibilitada pela formação do pecúlio, ou simplesmente pela constituição de laços familiares e de compadrio. A partir do diálogo das fontes utilizadas, percebe-se que muitos dos cativos em Serrinha buscaram viver de acordo com suas perspectivas, através de estratégias e negociações cotidianas que resultaram, ao menos para alguns, em vitórias sonhadas por muitas histórias. / Salvador
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Populaçao escrava da Província do Paraná a partir das listas de classificaçao para Emancipaçao (1873-1886)

Graf, Marcia Elisa de Campos 09 November 2010 (has links)
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Derrubando os mantos purpureos e as negras sotainas (Sergipe Del Rey na crise do antigo sistema colonial - 1763-1823)

Ferreira Junior, Fernando Afonso 02 December 2003 (has links)
Orientador : Fernando Antonio Novais / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia / Made available in DSpace on 2018-08-03T14:31:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 FerreiraJunior_FernandoAfonso_M.pdf: 9766362 bytes, checksum: 2e9a344a9df439c9a9d25f15479bc1c6 (MD5) Previous issue date: 2003 / Resumo: A crise do antigo sistema colonial generaliza-se pelo Mundo Ocidental de diversas formas, em diferentes contextos e assumindo as características de cada uma destas sociedades. Sergipe DeI Rey vivenciara-Ihe de várias formas, reproduzindo o cenário da colônia nos seus diversos contextos, desde o clima de desordem que fundava e sustentava a colônia, passando por transformações administrativas. Isto no sentido de amenizar os conflitos sociais que transbordavam no período e que culminava, dentre outras coisas, na resistência negra à escravidão, com todas as possibilidades de se realizar uma grande revolução escrava no Brasil e de se implantar um governo próprio e controlado pelos escravizados. Sergipe não ficaria nem ao menos de fora da guerra que se travou entre o exército colonial português e o exército libertador, e das conseqüências que essa disputa inseria no futuro político da insipiente nação que se instituía, e na nova província que se desgarrava da Bahia / Abstract: The ancient colonial system spread out alI over the Occidental W orld in many ways, in different contexts and taking the characteristics of each one of those societies. Sergipe DeI Rey experienced this in many ways, reproducing the scenery of the colony in its different contexts, from the disorder environrnent which founded and sustained the colony, passing by administrative changes in order to soften the social conflicts which overflew that moment and culminated, among other things, in the black resistance against the slavery system, with great possibilities of making a big slave revolution in Brazil and installing a govemment of their own and ruled by the (ex) slaves. Sergipe wouldn't even be apart of that war between the Portuguese colonial army and the liberation forces nor even would be free from the consequences which that dispute would insert for the political future of the newbom nation and the new province that released itself from Bahia / Mestrado / Mestre em História Econômica
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Compadrio e família escrava em Palmas, Província do Paraná (1843-1888)

Weigert, Daniele 02 April 2012 (has links)
Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar as possibilidades de formação e manutenção das famílias escravas e as relações que mantinham por via do compadrio em Palmas, na Província do Paraná, no período de 1843 a 1888. Os Campos de Palmas se localizavam em fronteiras internacionais e provinciais, sua colonização foi incentivada pelo governo Imperial devido às ameaças de ocupação dessas terras pelos argentinos. Durante fins da década de 1830 chegaram a essa região estancieiros vindos principalmente de Guarapuava e Palmeira; ali estabeleceram fazendas voltadas a atividades ligadas à pecuária utilizando escravos como mão de obra. Tendo em vista esse contexto de fronteira e a decadência do regime escravista, observamos por meio dos Inventários de bens dos senhores a estrutura de posse escrava e o perfil sexo-etário dos cativos, com o objetivo de investigar as possibilidades de formação de famílias no interior das fazendas. Por meio dos registros paroquiais de batismo e casamento constatamos que as possibilidades de uniões legítimas foram limitadas para o local e apresentaram índices elevados de filhos de pais incógnitos entre os escravos. Esse quadro aponta para as dificuldades da população cativa em contrair matrimônio e deve sua configuração ao perfil das escravarias, em sua totalidade de pequeno porte, dificultando uniões internas nos plantéis do local. O porte das escravarias também influiu nas tendências das escolhas dos padrinhos para os cativos, a maior parte dos escravos e seus filhos recebem padrinhos livres e em muitos casos também senhores de escravos. A partir da análise quantitativa dos dados levantamos as tendências para o local e assinalamos trajetórias individuais a fim de acompanhar o percurso de alguns escravos, observando o perfil dos compadres que escolhiam e a reincidência na escolha como estratégias de ligação a uma rede social que tinha o parentesco como base.
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De “Angelo dos retalhos” a Visconde de Loures: a trajetória de um traficante de escravos (1818-1858 )

ALBUQUERQUE, Aline Emanuelle de Biase 16 February 2016 (has links)
Submitted by Isaac Francisco de Souza Dias (isaac.souzadias@ufpe.br) on 2016-07-07T17:43:57Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Aline Albuquerque-dissertacao 1.pdf: 2482931 bytes, checksum: b05a344a76551f5ee08354a1d93e4300 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-07T17:43:57Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Aline Albuquerque-dissertacao 1.pdf: 2482931 bytes, checksum: b05a344a76551f5ee08354a1d93e4300 (MD5) Previous issue date: 2016-02-16 / CNPQ / Este trabalho investiga a organização do comércio atlântico de escravos, de 1818 a 1858, através da trajetória do traficante Angello Francisco Carneiro. Nascido em Portugal, Angello Carneiro iniciou seus investimentos negreiros em Pernambuco na década de 1810. Entre 1824 e 1830, período em que o comércio atingiu altos índices na África Centro-Ocidental, ele se estabeleceu em Luanda para organizar o embarque de cativos para Pernambuco e Rio de Janeiro. Lá, recebeu o posto honorário de capitão de milícias de Bailundo, expandindo suas relações negreiras até esse sobado no interior de Benguela. Influente na sociedade angolana, seus navios negreiros foram usados pelo governo colonial para suprimir a revolta de 1824, que pretendia unir Benguela ao Brasil independente. Nos anos de 1830, ao retornar ao Recife ele se tornou membro de uma empresa negreira que tinha ramificações no Brasil, Cuba, Angola, Benim e Europa. No Recife, Angello era um capitalista famoso por seu trapiche, sua Casa de Importação e Exportação, pela atividade creditícia e por seu envolvimento nas obras de urbanização. Além disso, sua preeminência no comércio ilegal de escravos era de domínio público e foi referenciado, nos anos de 1840, pelo cônsul inglês na cidade e pelo engenheiro francês Louis Vauthier. Na década de 1850, o traficante foi recompensado por suas muitas contribuições ao governo português com o título de visconde de Loures e as honras de moço fidalgo da Casa Real. Seguindo seus rastros por fontes como jornais, processos de navios negreiros e as correspondências das autoridades inglesas, é possível analisar os meandros da sua carreira negreira antes e após a ilegalidade, bem como da sua rede mercantil, formada por familiares, grandes comerciantes e pequenos investidores. Desse modo, este trabalho investiga a estruturação do comércio que permitiu a renovação e manutenção da mão-de-obra escrava, era dominado principalmente por estrangeiros e sobreviveu por mais de vinte anos na ilegalidade, apesar da lei de 1831 e dos acordos anglo-brasileiros. A biografia desse personagem é contada a partir da construção de sua vultosa fortuna vendendo homens, mulheres e crianças. / This dissertation analyses the organization of Transatlantic Slave Trade, from 1818 to 1858, through the biography of slave dealer Angello Francisco Carneiro. Carneiro was born in Portugal and began his investments on the Slave Trade in Pernambuco in 1810s. Between 1824 and 1830, in the period that this trade reached high levels in the Central West Africa, he settled in Luanda to organize the captives‟ boarding to Pernambuco and Rio de Janeiro. In there, he received the honor of captain of militias of Mbailundu, expanding his affairs until that “sobado” in the hinterland of Benguela. Man of influence in the Angolan society, his slave ships were used by the colonial government to suppress the riot of 1824 which intended to join Benguela to Brazil. In the 1830s, when Angello returned to Recife he became member of a slaver company that had associations in Brazil, Cuba, Angola, Benin and Europe. In Recife, Angello was a famous merchant for his pier, his Import and Export company, his loaning activity and for his involvement in the urbanization enterprises. Besides that, his prominence in the slave trade illegal was public domain and was reported, in the 1840s, by the English consul in town and by the French engineer Louis Vauthier. In the 1850s, the slave dealer was rewarded by his many contributions to the Portuguese Government with the title of Viscount Loures and nobleman of the Royal House. Following his trails by newspapers, court records of slave ships and letters between English authorities, it is possible analyses the details of Angello‟s career before and after the illegal trade, as well as his commercial network composed by relatives, large traders and small traders. Therefore, this dissertation investigates the structure of trade that enabled the renovation and maintenance of the slave labor, it was dominated by foreigns and survived for twenty years more in the illegality, despite the anti-trafficking law of 1831 and treated Anglo-Brazilians. The trader's biography is here related through the construction of his large fortune in selling men, women and children.
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Tudinhas, Rosinhas e Chiquinhos : o processo de emancipação dos escravos e dos libertos no mercado de trabalho, Piracicaba: 1870-1920

Tessari, Claudia Alessandra 04 October 2000 (has links)
Orientador: Luiz Felipe de Alencastro / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia / Made available in DSpace on 2018-07-27T09:30:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tessari_ClaudiaAlessandra_M.pdf: 4654796 bytes, checksum: bd98e33865e105c0ac0d1c00376cfb78 (MD5) Previous issue date: 2000 / Resumo: O tema desta dissertação refere-se aos momentos decisivos de formação e consolidação do mercado de trabalho livre brasileiro. A emancipação dos escravos é parte de uma temática mais ampla de transição da escravidão para o trabalho livre. O objetivo de centralizar a atenção, especialmente, no tema da incorporação do elemento ex-escravo ao mercado de trabalho e à nova sociedade surgiu durante as minhas pesquisas, em nível de iniciação científica, sobre tema afim, ainda durante o curso de graduação. Enquanto pesquisava sobre o trabalhador livre nacional no período de 1830 a 1888, uma inquietação seguia-me: e os ex-escravos? O que se pensava deles durante o processo lento de emancipação e o que realmente foi feito para possibilitar a sua incorporação no mercado de trabalho e na nova sociedade enquanto pessoas livres? De forma mais específica, este trabalho destinou-se a estudar o modo como se pensou a incorporação do liberto ao mercado de trabalho livre desde o início do processo de Abolição da escravatura brasileira. Se o discurso propalava a sua "incapacidade" para aproveitar as novas oportunidades que surgiam por causa da própria natureza do seu trabalho servil, quais foram as sugestões do ponto de vista político-institucional, para que ele pudesse ser aproveitado na sociedade que surgia, em termos educacionais e profissionais e quais as funções que lhe seriam destinadas, efetivamente, para que pudessem exercer o papel de cidadãos no mercado e em uma nova sociedade? Respondendo a estas questões é que me propus a escrever este trabalho. Acredito porém, que muitas questões ainda estão em aberto sobre este tema. Com certeza, ele conseguiu suprir apenas algumas lacunas que existiam. Para o estudo do tema, foi delimitado o período 1870 a 1920. Com a aprovação da lei do Ventre Livre, em 1871 iniciou-se a emancipação dos escravos no Brasil e, especificamente, a partir dela é que os senhores tiveram que pensar mais seriamente sobre os rumos que deveria tomar a transição em curso. A partir desse momento, até 1888, muitas serão as discussões e os projetos sobre o tema. Na década de 1920, o padrão de evolução do mercado de trabalho que até então, vinha sendo seguido com a imigração em massa subsidiada é alterado. É a partir daí, que a participação do ex-escravo torna-se visível nos diversos setores da economia segundo a bibliografia. O município de Piracicaba mostrou-se um local privilegiado para se estudar o tema da incorporação do elemento ex-escravo no mercado de trabalho após a Abolição, porque mantinha uma economia local relativamente diferente das demais regiões do oeste paulista. Sabe-se que nesse determinado momento da história de São Paulo a lavoura cafeeira era a que reinava como a principal riqueza da província/estado. Foram, portanto, os seus interesses que comandaram o modo como se deu a transição da escravidão para o trabalho livre em São Paulo. Piracicaba, nessa época, também plantou café, porém nunca deixou de plantar a cana-de-açúcar. O açúcar será o principal item para a economia do município, no início do século XX. Isso deu especificidades ao modo de como se organizaram as relações de trabalho na agricultura e, especialmente, em relação ao ex-escravo / Mestrado / Mestre em História Econômica

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