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ESTAMIRA EM BIOGRAFEMAS

Fernades, Cristina Araripe January 2017 (has links)
Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-07-10T16:55:35Z No. of bitstreams: 1 Dissertação.Final.Cristina.pdf: 2084164 bytes, checksum: 4f56b252862c28b76da9c7c5f365f223 (MD5) / Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2018-07-10T19:17:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação.Final.Cristina.pdf: 2084164 bytes, checksum: 4f56b252862c28b76da9c7c5f365f223 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-10T19:17:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação.Final.Cristina.pdf: 2084164 bytes, checksum: 4f56b252862c28b76da9c7c5f365f223 (MD5) / Esta pesquisa tem por objetivo produzir uma biografemia com a coleção de traços biográficos coletados na superfície do discurso de Estamira Gomes de Sousa (1941-2011), cuja vida foi publicizada pelo fotógrafo e diretor de cinema Marcos Prado (2006) Para realizar este exercício, trabalha com o discurso estético produzido pelo Documentário Estamira (PRADO, 2006) e as leituras das produções pós-Documentário– monólogo teatral Estamira – beira do mundo (2011), de Dani Barros e Beatriz Sayad, o espetáculo de dança Tauberbach (2012) de Alain Platel e o livro-fotograma Estamira – um mundo em abismo (2013). Catadora de materiais recicláveis por mais de 20 anos no Lixão Jardim Gramacho, o corpo-voz de Estamira é o texto-ação da sua resistência ao biopoder. Para delinear esta biografemia, uso como procedimento a análise de discurso, conforme situada por Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi (2013). Na primeira seção apresento o conceito barthesiano de biografema para propor a memória produzida a partir de marcas e rastros narrativos. Na segunda seção, delineio os discursos artísticos como produção estética da memória de Estamira. Na terceira seção, leio a casa de Estamira como o biografema do pós-Documentário. Tendo em vista que a leitura dos discursos estéticos nas produções artísticas mostra que a memória de uma vida é construída por quem a produz, o campo de tensionamento desta investigação diz respeito às formas de representação de Estamira como “a louca” e “a bruxa do lixo” não somente pelos lugares de fala de quem produz esses discursos, como também pelos lugares de escuta que são constituídos a partir deles. Conforme lemos os sujeitos, assim produzimos a sua memória. Nas reflexões desta pesquisa, faço uso das escritas críticas de Deleuze e Guattari (1997), Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi (2013) e Peter Pál Pelbart (2003). / This research aims to produce a biography with the collection of biographical features collected on the surface of the speech of Estamira Gomes de Sousa (1941-2011), whose life was publicized by photographer and film director Marcos Prado (2006). To carry out this exercise, it works with the aesthetic discourse produced by the documentary “Estamira” (PRADO, 2006) and the readings of the pós-Documentárioproductions - theatrical monologue “Estamira – beira do mundo” (2011), by Dani Barros and Beatriz Sayad, the dance show “Tauberbach” (2012) by Alain Platel and the textbook “Estamira – um mundo em abismo” (2013). A collector of recyclable materials for more than 20 years in the Garbage Garden Gramacho, Estamira's body-voice is the text-action of its resistance to biopower. To delineate this biography, as a procedure I use discourse analysis, as raised by Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi (2013). In the first section I present the Barthesian concept of biographeme in order to propose the memory produced by marks and narrative traces. In the second section, I outline artistic discourses as the aesthetic production of Estamira's memory. In the third section, I read the house of Estamira as the pós-Documentáriobiographeme. Since the reading of aesthetic discourses in artistic productions shows that the memory of a life is constructed by the one who produces it, the field of tension of this investigation applies to the forms of representation of Estamira as "the crazy one" and "the witch of the garbage "not only by the position of speech of those who produce these discourses, but also by the position of listening that are constituted from them. As we read the subjects, so we produce their memory. In the reflections of this research, I make use of the critical writings of Deleuze and Guattari (1997), Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi (2013) and Peter Pál Pelbart (2003).
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Parrhesía e loucura no exemplo de Estamira

Mansanera, Adriano Rodrigues 10 August 2015 (has links)
Um autor como Michel Foucault (1926-1984), ao apresentar um estudo extenso sobre saber, poder e ética, deixa o leitor com dúvidas e indagações: O sujeitado ao poder não teria como se contrapor à submissão? O poder psiquiátrico, com seus saberes sobre a loucura, seria tão poderoso assim? Na tentativa de responder estas questões, estabeleceu-se como objetivo geral investigar a parrhesía e a loucura no exemplo de Estamira. Como pressuposto metodológico, optou-se pelos escritos de Michel Foucault sobre a temática da loucura. Na análise do documentário a respeito de Estamira, roduzido por Marcos Prado em 2004, foram analisadas algumas cenas, fundamentando-se, sobretudo, em seus últimos escritos, de 1980 a 1984, do Collège de France. O pensamento último de Foucault evidencia uma preocupação histórica do que seria o cuidado de si e a parrhesía no período da Grécia Clássica, por volta do séc. IV a.C., o período helênico romano séc. I e II d.C. e os primeiros cristãos (IV a V d.C.). O autor consegue perceber, na antiguidade grega, a existência de uma subjetividade que não segue normas, a qual se torna uma prática de liberdade (práticas ascéticas), uma busca de como dizer a verdade (parrhesía) que leva a uma constituição ética atrelada à estética da existência da vida do sujeito. Conclui-se, com base nas análises históricas foucaultianas, que o exemplo de Estamira nos remete a uma “ontologia do presente”, “ontologia dos discursos verdadeiros”, uma concepção de subjetividade, de verdade e de filosofia de vida para o indivíduo, com sua loucura, transformar sua vida e ser diferente do que é, governando a si mesmo pela parrhesía, ser franco, falar a verdade. / An author such as Michel Foucault (1926-1984) when presenting an extensive study of knowledge, power and ethics, leaves the reader with doubts and questions: The subjected to power could not possibly oppose itself from submission? The psychiatric power, with its knowledge about insanity, would be that powerful? In the attempt to answer these questions, it was established as a general objective to investigate he parrhesia and insanity in the case of Estamira. For the methodological presupposition, it was chosen the writings of Michel Foucault on the theme of madness. In the documentar film analysis about Estamira, produced by Marcos Prado in 2004, some scenes were analyzed mostly based in his later writings, from 1980 to 1984, from the Collège de France. The final thought of Foucault reveals a historical concern of what would be the self care and the Parrhesia in the Classical Greece period from around the IV century B.C., the Roman Hellenistic period during the I and II century A.D. and the early Christians (IV to V A.D.). The author is able to perceive that in Greek antiquity, the existence of a subjectivity that does not follow rules, which turns to a practice of freedom (ascetic practices), a search for how to tell the truth (parrhesia) leading to an ethical constitution tied to the aesthetics of existence of the subject´s life. The conclusion is, based on Foucault's historical analysis, that the example of Estamiranos refers to an "ontology of the present", "ontology of real discourses," a conception of subjectivity, truth and life philosophy for the individual, with his insanity, to transform his life and be different than it is, ruling himself through parrhesia, be honest and to tell the truth.

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