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“PASSOU? AGORA É LUTA!” Um estudo sobre ações afirmativas e a presença de jovens estudantes indígenas na Universidade Federal da BahiaSouza, Ana Cláudia Gomes de 31 May 2016 (has links)
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PASSOU? AGORA É LUTA! Um estudo sobre ações afirmativas e a presença de jovens estudantes indígenas na UFBA - Ana Cláudia G Souza 2016.pdf: 114050315 bytes, checksum: 904fc071515723e8b0d200335e530fa6 (MD5) / CAPES / Na presente tese envidei esforços para reconstituir a história da presença dos estudantes indígenas nesses dez anos de ações afirmativas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Um dos objetivos foi o de ampliar o debate sobre as políticas afirmativas orientadas para o ensino superior, destacando a necessidade de uma maior reflexão sobre a apropriação institucional de certas categorias étnicas, no caso da UFBA, o uso dos termos índio aldeado e índio descendente para categorizar as relações étnicas e raciais e direcionar as práticas institucionais associadas à implementação das políticas de inclusão. A tese terminou por resultar na abordagem de diversas temáticas, cujo intercruzamento passei a perceber, no decorrer da pesquisa. Desse modo, ao observar a dinâmica do cotidiano acadêmico desses estudantes indígenas, decidi trilhar certos caminhos de interpretação que concernem ao pertencimento indígena, à experiência juvenil e às políticas de ações afirmativas voltadas para o ensino superior e direcionadas a esse público. Articular tais percepções significou penetrar no universo das produções que, por sua vez, me levou a refletir sobre políticas públicas para o ingresso no ensino superior e a consequente migração de jovens indígenas para centros urbanos. Considero válido ressaltar que o foco da observação e, consequentemente, da análise, são os próprios estudantes universitários e o seu protagonismo para enfrentar as vicissitudes da vida universitária. Compôs o procedimento metodológico da pesquisa uma ampla revisão da literatura acerca do debate político e teórico sobre o sistema de cotas nas universidades brasileiras, como também dados institucionais fornecidos pela UFBA, e dados etnográficos produzidos na interação com os estudantes. / In order to analyze this phenomenon, I reconstruct the narratives of
indigenous student’s presence at Universidade Federal da Bahia (UFBA) over
a decade of affirmative action policies. Concerning affirmation action debates
in Brazilian higher education, this dissertation focuses on institutional
appropriation of ethnic categories, especially índio aldeado and índio
descendente. These categories describe racial and ethnic relationships, as
well as inform institutional practices regarding social inclusion policy
implementation. Therefore, I argue the complex design of affirmative action
policy across Brazilian public universities offers an important perspective on
legal, institutional and political barriers relating to the inclusion of black and
indigenous students. Further, I explore the diverse strategies of affirmative
action implementation in Brazil concerning social agents who have shared
experiences within the new reality forged by these policies. This dissertation
embraces a variety of approaches to these interconnected issues, the
importance of which became apparent throughout my research process. I
discuss indigenous student academic daily life and its dynamics while
considering the ideas of indigenous belonging, youth experience, and the
various effects of affirmative action policies for this particular group. For
instance, the choice to focus on multiple dimensions of indigenous student
academic life, allows me to reflect on the meanings of migratory movement to
urban areas by young indigenous students. My methodological approach and
analysis draws on the indigenous student’s perceptions and narratives, and
their agency in dealing with the challenges of university life. Finally, this
dissertation engages in bibliographic revision on affirmative action political
and theoretical debates in Brazilian public universities, institutional database
provided by UFBA, and ethnographic accounts produced in dialog with the
indigenous students.
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A presença de estudantes indígenas nas universidades: entre ações afirmativas e composições de modos de conhecer / The presence of indigenous students at universities: between affirmative actions and compositions of ways of knowingBó, Talita Lazarin Dal\' 02 March 2018 (has links)
Os últimos quinze anos foram marcados por um aumento expressivo de ações afirmativas nas universidades públicas brasileiras, propiciando, entre muitas coisas, uma presença significativa de estudantes indígenas em cursos de graduação e, mais recentemente, de pósgraduação por todo o país. A partir desse contexto e do acompanhamento de experiências em duas instituições de ensino superior, a UFSCar e a UFAM, buscamos, neste trabalho, entrelaçar dois conjuntos de questões. Em um primeiro momento, refletimos sobre as motivações e possibilidades de ingresso de estudantes indígenas às universidades, focando no debate em torno da constituição de políticas de ação afirmativa. Explora-se, nele, tanto a perspectiva institucional, de Estado, na elaboração e implementação das políticas afirmativas, quanto as perspectivas das populações indígenas, a partir do envolvimento e atuação de estudantes e do movimento indígena nesses processos. Com isso, oferecemos exemplos da variedade de possibilidades existentes de implementação de ações afirmativas em cursos regulares de graduação e pós-graduação, e alguns de seus desafios. No momento seguinte, voltamos o olhar para a presença de estudantes indígenas nas universidades, para os modos como constroem suas experiências no ensino superior e como refletem sobre elas. Nas experiências de estudantes indígenas de graduação, destacamos os agenciamentos e movimentos dos/as estudantes em torno de discussões sobre \"cultura\" e \"conhecimento\", assim como suas reflexões sobre a importância de ocuparem as universidades, para se tornarem mais visíveis e mais fortes nesse espaço. No último capítulo, abordamos a presença de estudantes indígenas em cursos de pós-graduação (stricto sensu). Partindo de um breve panorama dessa presença no país, levantamos um debate acerca de noções como \"autoantropologia\" e \"antropologia indígena\". Finalizamos com as experiências de antropólogos indígenas Yepamahsã (Tukano) do NEAI/PPGAS/UFAM, que nos permitem perceber as múltiplas possibilidades do exercício antropológico, ao construírem, atualizarem e comporem distintos modos de conhecimento. / During the last fifteen years, there has been an expressive increase of affirmative actions in Brazilian public universities, providing, among many things, a significant presence of indigenous students in undergraduate and, more recently, graduate courses throughout the country. Regarding this context and by the observation of experiences in two higher education institutions, UFSCar e UFAM, this work aims to interweave two sets of questions. At first, we reflect on the motivations and possibilities of indigenous students joying universities, focusing on the debate about the constitution of affirmative action policies. It explores both the institutional, State perspective, at the elaboration and implementation of affirmative policies; and the perspectives of indigenous populations, based on the involvement and participation of students and the indigenous movement in these processes. With this, we offer examples of the variety of existing possibilities for implementing affirmative action in regular undergraduate and graduate courses, and some of its challenges. Following, we focus on the presence of indigenous students in universities, regarding the ways in which they construct their experiences in higher education, and how they reflect on them. The experiences of indigenous undergraduate students are mainly addressed by the students\' assemblies and movements that carried out debates about \"culture\" and \"knowledge\", as well as their reflections on the importance of occupying universities, in order to become more visible and stronger in this space. In the last chapter, we address the presence of indigenous students in postgraduate courses (stricto sensu). Starting from a brief panorama of this presence in the country, we raised a debate about notions like \"autoanthropology\" and \"indigenous anthropology\". We conclude with the experiences of indigenous anthropologists Yepamahsã (Tukano) of the NEAI/PPGAS/UFAM, which allow us to perceive the multiple possibilities of the anthropological exercise, when constructing, updating and composing different modes of knowledge.
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Trajetórias de estudantes universitários (as) indígenasCastorino, Adriano Batista 28 November 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-11-28 / This thesis is the result of a job that was made in the Universidade Federal do Tocantins, with the quota program for indigenous students. The outline that guides this work is designed to broaden the research I did on this same topic for my dissertation, made in April 2011. Therefore, in August 2011 beginning the doctoral program in which I developed the following text. For this, I decided to broaden the scope of analysis and I dedicated myself to find mechanisms that would allow me to meet other indigenous education projects. After then, I went to the Faculdade Indígena Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso. In addition, the proposed project a trip to Mexico to meet some projects intercultural universities in that country. I also looked for mechanisms that would allow me to go to Mexico. There met the Universidade Intercultural do Chiapas. My initial goal in developing this work is to meet the trajectory, or the life trajectories of indigenous students entering the university. So do not put the focus in the discussion of models of education offered. Before I make a tour of the very idea of the university in the western world. I opt for this method to elucidate that independent of the university or higher education model, there are elements that do not change, as the predominance of meritocracy and closed curricula. From this premise, turn me on experiences with indigenous students with whom I noticed as there is a discontinuity in their ways of seeing the world from the moment they enter the university. The impact of vocational training, the idea of profession somehow alters the relationship with the culture and way of life of the village. In UFT, I travel with some students to their villages and realize the amount of nostalgia that has the home and their relatives. In Unemat could live with students who stay longer than 30 days outside their villages. It is notoriously difficult to remain in the classroom after days away from home. In Unich realized how this is a recurring fact of the absence of family and relatives, even if there is a university almost exclusively indigenous / Esta tese resulta de um trabalho que levei a termo na Universidade Federal do Tocantins, com o programa de cotas para estudantes indígenas. O recorte que orienta este trabalho foi concebido no sentido de ampliar a pesquisa que fiz sobre esse mesmo tema para a minha dissertação, defendida em abril de 2011. Por isso, em agosto de 2011 inicio o programa de doutorado no qual desenvolvi o texto que segue. Para isso, resolvi ampliar o escopo de análise e me dediquei a encontrar mecanismos que me possibilitasse conhecer outros projetos de educação indígena. Nesse sentido, fui conhecer a Faculdade Indígena Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso. Além disso, propus no projeto uma viagem ao México, para conhecer alguns projetos de universidades interculturais daquele país. Também busquei mecanismos que me possibilitasse ir ao México. Por lá conheci a Universidade Intercultural de Chiapas. O meu objetivo inicial em desenvolver esse trabalho é conhecer a trajetória, ou as trajetórias de vida dos estudantes indígenas que ingressam na universidade. Por isso, não ponho o foco na discussão dos modelos de educação ofertados. Antes, faço um percurso da própria noção de universidade no mundo ocidental. Opto por essa metodologia para elucidar que independente do modelo de universidade ou de educação superior, há elementos que não mudam, como a predominância da meritocracia e dos currículos fechados. Partindo dessa premissa, me ative nas vivências com os estudantes indígenas com os quais percebi como há uma descontinuidade nas suas maneiras de ver o mundo a partir do momento que ingressam na universidade. O impacto da formação profissional, da ideia de profissão de alguma maneira altera a relação com a cultura e modo de vida da aldeia. Na UFT, pude viajar com alguns estudantes para suas aldeias e perceber a dimensão da saudade que tem de casa e de seus parentes. Na Unemat pude conviver com estudantes que ficam mais 30 dias fora de suas aldeias. É notória a dificuldade de permanecer nas aulas depois de dias longe de casa. Na Unich percebi como é recorrente esse fato da ausência da família e dos parentes, ainda que lá a universidade seja quase que exclusivamente indígena
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Trajetórias de estudantes universitários (as) indígenasCastorino, Adriano Batista 28 November 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:55:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014-11-28 / This thesis is the result of a job that was made in the Universidade Federal do Tocantins, with the quota program for indigenous students. The outline that guides this work is designed to broaden the research I did on this same topic for my dissertation, made in April 2011. Therefore, in August 2011 beginning the doctoral program in which I developed the following text. For this, I decided to broaden the scope of analysis and I dedicated myself to find mechanisms that would allow me to meet other indigenous education projects. After then, I went to the Faculdade Indígena Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso. In addition, the proposed project a trip to Mexico to meet some projects intercultural universities in that country. I also looked for mechanisms that would allow me to go to Mexico. There met the Universidade Intercultural do Chiapas. My initial goal in developing this work is to meet the trajectory, or the life trajectories of indigenous students entering the university. So do not put the focus in the discussion of models of education offered. Before I make a tour of the very idea of the university in the western world. I opt for this method to elucidate that independent of the university or higher education model, there are elements that do not change, as the predominance of meritocracy and closed curricula. From this premise, turn me on experiences with indigenous students with whom I noticed as there is a discontinuity in their ways of seeing the world from the moment they enter the university. The impact of vocational training, the idea of profession somehow alters the relationship with the culture and way of life of the village. In UFT, I travel with some students to their villages and realize the amount of nostalgia that has the home and their relatives. In Unemat could live with students who stay longer than 30 days outside their villages. It is notoriously difficult to remain in the classroom after days away from home. In Unich realized how this is a recurring fact of the absence of family and relatives, even if there is a university almost exclusively indigenous / Esta tese resulta de um trabalho que levei a termo na Universidade Federal do Tocantins, com o programa de cotas para estudantes indígenas. O recorte que orienta este trabalho foi concebido no sentido de ampliar a pesquisa que fiz sobre esse mesmo tema para a minha dissertação, defendida em abril de 2011. Por isso, em agosto de 2011 inicio o programa de doutorado no qual desenvolvi o texto que segue. Para isso, resolvi ampliar o escopo de análise e me dediquei a encontrar mecanismos que me possibilitasse conhecer outros projetos de educação indígena. Nesse sentido, fui conhecer a Faculdade Indígena Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso. Além disso, propus no projeto uma viagem ao México, para conhecer alguns projetos de universidades interculturais daquele país. Também busquei mecanismos que me possibilitasse ir ao México. Por lá conheci a Universidade Intercultural de Chiapas. O meu objetivo inicial em desenvolver esse trabalho é conhecer a trajetória, ou as trajetórias de vida dos estudantes indígenas que ingressam na universidade. Por isso, não ponho o foco na discussão dos modelos de educação ofertados. Antes, faço um percurso da própria noção de universidade no mundo ocidental. Opto por essa metodologia para elucidar que independente do modelo de universidade ou de educação superior, há elementos que não mudam, como a predominância da meritocracia e dos currículos fechados. Partindo dessa premissa, me ative nas vivências com os estudantes indígenas com os quais percebi como há uma descontinuidade nas suas maneiras de ver o mundo a partir do momento que ingressam na universidade. O impacto da formação profissional, da ideia de profissão de alguma maneira altera a relação com a cultura e modo de vida da aldeia. Na UFT, pude viajar com alguns estudantes para suas aldeias e perceber a dimensão da saudade que tem de casa e de seus parentes. Na Unemat pude conviver com estudantes que ficam mais 30 dias fora de suas aldeias. É notória a dificuldade de permanecer nas aulas depois de dias longe de casa. Na Unich percebi como é recorrente esse fato da ausência da família e dos parentes, ainda que lá a universidade seja quase que exclusivamente indígena
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Jovens indígenas universitários: experiências de transições e etnogênese acadêmica nas fronteiras interculturais do desenvolvimento.Ressurreição, Sueli Barros da 10 July 2015 (has links)
Submitted by SUELI RESSURREIÇÃO (suelibarros13@gmail.com) on 2016-08-10T15:20:16Z
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Sueli_Barros (Tese).pdf: 9967149 bytes, checksum: d7175615a72902e91316aee3eb7da15d (MD5) / 1. BOLSA PAC/Universidade do Estado da Bahia 2. Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPESB) / Pesquisas apontam um crescente interesse de jovens indígenas pela educação superior. Observam, entretanto, que as políticas de inclusão brasileiras ainda não dão respostas satisfatórias às particularidades culturais e às necessidades materiais desse segmento da juventude, o que fragiliza sua permanência nesse nível de escolaridade. Essas políticas nem acolhem as demandas do jovem indígena, nem apostam na construção de uma formação intercultural no interior da universidade, que inclua a história e os saberes de suas comunidades. Esta pesquisa parte desse cenário e teve como objetivo compreender os significados atribuídos por estudantes indígenas às histórias de rupturas e transições no seu desenvolvimento psicossocial, que ocorrem a partir do acesso e ao longo de seus estudos. Fundamentou-se nas perspectivas socioantropológicas e na Psicologia Cultural de orientação semiótica. Apoiou-se na abordagem qualitativa de cunho etnográfico, recorrendo a métodos como análise documental, entrevista semiestruturada e entrevista episódica. Os participantes foram oito estudantes indígenas com idade entre 18 e 29 anos, de ambos os sexos, que já haviam concluído o primeiro ano de curso em áreas de conhecimento diversas. Todos eles haviam ingressado através sistema de cotas étnico-raciais, e faziam sua formação superior na Universidade do Estado da Bahia. A análise dos casos únicos enfatizou a identificação de núcleos temáticos centrados nas ambivalências e signos emergentes das narrativas sobre trajetórias e posicionamentos identitários. Os resultados do estudo apontam como principais tensões e incertezas sentidas como rupturas, primeiro, para o choque cultural entre os modelos e a qualidade da educação básica, confrontados com o novo contexto vivenciado na educação superior; segundo, para a ambivalência entre os pertencimentos socioculturais e a relocação espaço-temporal, decorrente da mudança de território. Nas narrativas, as cotas assumem papel de signo que potencializa a visibilidade e o reconhecimento dos indígenas como sujeitos de direito. A experiência universitária é significada como espaço-tempo propício para transições, no qual as tensões entre os conhecimentos locais e científicos, os reconhecimentos entre os pares e o espaço dialógico intercultural são os aspectos mais destacados pelos estudantes, que os transformam em recursos simbólicos, promotores da reconfiguração do Self no contexto acadêmico. Finalmente, o estudo conclui que a universidade pode ser considerada como zona de fronteira entre culturas, assumindo papel de signo catalisador, a partir do qual a ressignificação da cultura coletiva e a reconfiguração do Self do estudante indígena têm expressão. Essas conclusões confirmam que as dimensões do Self em contextos educativos são formadas e reativadas durante fases críticas da vida, momentos de mudanças, como o ingresso dos jovens na universidade, e de reposicionamentos identitários e socioculturais, que parecem típicos das transições juvenis. Os estudantes afirmam diferentes posicionamentos identitários que guiam suas experiências de transições, desenhando trajetórias singulares e protagonizando novas faces e novas formas de afirmação como jovens, indígenas e universitários, recriando-se na complexa relação entre diferentes culturas. Esse processo foi aqui nomeado de etnogênese acadêmica, termo que se refere à assunção desse novo sujeito, gestado na relação intercultural que se processa a partir do ingresso deste jovem indígena na universidade, e na construção dos pertencimentos e saberes vivenciados durante sua permanência nessa instituição. / Research results indicate a growing interest of young Indians in higher education. They also
point out, however, that Brazilian inclusion policies do not respond satisfactorily to cultural
specificities and to material needs of this segment, which weakens their permanence in higher
education. These policies are not receptive to young Indians demands and do not invest in the
construction of an intercultural education at the university which includes their communities’
history and knowledge. This research starts in this scenery and aims to understand the
meanings that Indian students attribute to the history of ruptures and transitions in their
psychosocial development occurring after the access to and along their permanence in higher
education. The research is based on socio-anthropological perspectives and on semiotically
oriented cultural psychology. It resorts to an ethnographic qualitative approach, using
methods such as documental analysis, semi-structured interviews and episodic interviews.
Participants were eight male and female Indian students aged 18 to 29 years old who had
already gone through the first year of study in several areas. All these students had had access
to higher education at the State University of Bahia through racial-ethnic quotas. The analysis
of single cases emphasized the identification of thematic nuclei centered on ambivalences and
signs emerging from the narratives about trajectories and identity positioning. Results point
out, as the main tensions and uncertainties experienced as ruptures, firstly the cultural struggle
between basic education values and quality in opposition to the new context experienced in
higher education; secondly, the ambivalence between sociocultural belonging and the spatialtemporal
re-allocation resulting from the move to a new territory. Quotes appear, in the
narrative, as potential signs which increase the visibility and the recognition of Indians as
subjects of rights. The experience of higher education is signified as a favorable space-time
for transitions, where tensions between local and scientific knowledge, the recognition
between peers and the intercultural dialogical space are the aspects highlighted by the
students, who turn them into symbolic resources to promote the reconfiguration of the Self in
the academic context. Finally, the study concludes that higher education may be considered as
a frontier zone between cultures, holding the role of a catalyst sign from which the resignification
of collective culture and the reconfiguration of the Indian students’ Self can be
expressed. These conclusions confirm that the dimensions of the Self in educational contexts
are formed and re-activated during critical phases of life, at moments of change, such as
youths entering higher education, and of identity and sociocultural repositioning which seem
to be typical of youth transitions. The students state different identity positioning guiding their
transitions experiences, unveiling singular trajectories and being the actors of new faces and
new forms of assertiveness as youngsters, as Indians and as higher education students,
recreating themselves in the complex relationship between different cultures. This process
was named here as academic ethnogenesis, referring to the assumption of this new subject,
born in the intercultural relationship established from the entrance of this young Indian in
higher education and the construction of belonging and knowledge experienced during his/
her permanence at this institution.
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Indígenas, cosmovisão e ensino superior : [algumas] tensões /Orjuela-Bernal, Jorge Isidro. January 2018 (has links)
Orientador: Roger Miarka / Banca: Sônia Maria Clareto / Banca: Filipe Santos Fernandes / Resumo: A intenção desta pesquisa gira em torno das linhas de tensão que emergem entre cosmovisão -assumida como o conjunto de crenças, valores, costumes, modos de ver, pensar, sentir, estar e relacionar-se com o mundo- e o pensamento acadêmico a partir de um cenário composto por indígenas vinculados ao Ensino Superior, neste caso um grupo de estudantes da Universidade Federal de São Carlos. Para isso, leva-se em consideração a experiência de trabalho com comunidades indígenas na Colômbia; são feitas aproximações do pensamento de Foucault e Deleuze para abrir discussões entorno ao Ensino Superior, a [Educação] Matemática e a Etnomatemática, e a permanência de indígenas em cursos universitários; e se faz uso da cartografia, formulada por Gilles Deleuze e Felix Guattari, como uma ferramenta na produção de subjetividades para a abordagem de caminhos, territórios e linhas de força que atravessam tanto a universidade como instituição quanto os indígenas imersos no sistema educacional / Abstract: This research intends to approximate us to the tension lines that emerge between the cosmovision -understood as the whole of believes, values, customs, ways of seeing, thinking, feeling, being and relating with the world- and the academic thought, from considering a scenery composed by indigenous people who joined the Higher Education, in this case indigenous students from the Federal University of São Carlos. In this regard, are taken into account previous working experiences with indigenous communities in Colombia; hereby, are considered as reference Foucault's and Deleuze's thoughts to broach discussions around the Higher Education, the Mathematical [Education], the Ethnomathematics, the permanence of indigenous students in college courses; is also used the cartography formulated by Guilles Deleuze and Felix Guattari, as a device in the subjectivities production for approach of paths, territories and lines of force that go across both the university, as an institution, and indigenous people immerse in the educational system / Mestre
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Universidade e universitários indígenas na internet : inclusões e exclusões no âmbito da representação / University and indigenous students on the internet : inclusions and exclusions in the field of representationNiederauer, Marcia, 1970- 22 August 2018 (has links)
Orientador: Terezinha de Jesus Machado Maher / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-22T13:16:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2013 / Resumo: A pesquisa aqui descrita visou investigar a forma como o ingresso e a participação de alunos indígenas no ensino superior é representada pelo site da Universidade de Brasília, confrontando-a com a forma com que sites indígenas os apresentam. Essa investigação partiu do princípio de que são com base no sistema dominante de representação acerca de grupos minoritários que são formuladas políticas públicas voltadas para esses grupos, tais como as de cotas e de reserva de vagas no ensino superior. Outra premissa da qual esta pesquisa partiu é a de que a internet é um dos espaços cruciais dos embates contemporâneos em torno da representação. Para tanto, analiso um corpus formado por textos selecionados no portal UnB e em sites mantidos por universitários ou organizações civis indígenas, valendo-me primordialmente de categorias de análise propostas por Kress e van Leeuwen (2006), van Leeuwen (1997) e Thompson (2002). Por meio do paralelo entre os textos que formam o corpus, esta tese buscou examinar se a forma como a universidade representa esse grupo, cujo protagonismo fora historicamente inviabilizado na esfera de atividades acadêmicas, contribui para os esforços que povos indígenas e universidade têm empreendido, visando democratizar o acesso ao ensino superior no Brasil e promover a pluralidade no espaço acadêmico / Abstract: The research developed here aims to investigate how the entry and participation of Indigenous Students in higher education are represented by the official website of the University of Brasília and also by websites related to indigenous students. This research assumes that public policies for minorities, such as affirmative action in higher education, are based on the dominant system of representation, and, as well, that the internet is one of the main fields where contemporary struggles around representation are pursued. For this purpose, I analyze a corpus composed of texts from the website of the University of Brasilia and websites supported by indigenous students and civic organizations, taking into account primarily the analytical categories proposed by Kress and van Leeuwen (2006), van Leeuwen (1997) and Thompson (2002).Through the comparison between the texts of this corpus, this thesis seeks to examine if the way as the university represents this group, whose role was historically undermined in the sphere of academic activities, contributes indeed to the efforts that indigenous peoples and the university itself have undertaken in order to democratize the access to higher education in Brazil and to promote diversity in the academic sphere / Doutorado / Multiculturalismo, Plurilinguismo e Educação Bilingue / Doutora em Lingüística Aplicada
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A presença de estudantes indígenas nas universidades: entre ações afirmativas e composições de modos de conhecer / The presence of indigenous students at universities: between affirmative actions and compositions of ways of knowingTalita Lazarin Dal\' Bó 02 March 2018 (has links)
Os últimos quinze anos foram marcados por um aumento expressivo de ações afirmativas nas universidades públicas brasileiras, propiciando, entre muitas coisas, uma presença significativa de estudantes indígenas em cursos de graduação e, mais recentemente, de pósgraduação por todo o país. A partir desse contexto e do acompanhamento de experiências em duas instituições de ensino superior, a UFSCar e a UFAM, buscamos, neste trabalho, entrelaçar dois conjuntos de questões. Em um primeiro momento, refletimos sobre as motivações e possibilidades de ingresso de estudantes indígenas às universidades, focando no debate em torno da constituição de políticas de ação afirmativa. Explora-se, nele, tanto a perspectiva institucional, de Estado, na elaboração e implementação das políticas afirmativas, quanto as perspectivas das populações indígenas, a partir do envolvimento e atuação de estudantes e do movimento indígena nesses processos. Com isso, oferecemos exemplos da variedade de possibilidades existentes de implementação de ações afirmativas em cursos regulares de graduação e pós-graduação, e alguns de seus desafios. No momento seguinte, voltamos o olhar para a presença de estudantes indígenas nas universidades, para os modos como constroem suas experiências no ensino superior e como refletem sobre elas. Nas experiências de estudantes indígenas de graduação, destacamos os agenciamentos e movimentos dos/as estudantes em torno de discussões sobre \"cultura\" e \"conhecimento\", assim como suas reflexões sobre a importância de ocuparem as universidades, para se tornarem mais visíveis e mais fortes nesse espaço. No último capítulo, abordamos a presença de estudantes indígenas em cursos de pós-graduação (stricto sensu). Partindo de um breve panorama dessa presença no país, levantamos um debate acerca de noções como \"autoantropologia\" e \"antropologia indígena\". Finalizamos com as experiências de antropólogos indígenas Yepamahsã (Tukano) do NEAI/PPGAS/UFAM, que nos permitem perceber as múltiplas possibilidades do exercício antropológico, ao construírem, atualizarem e comporem distintos modos de conhecimento. / During the last fifteen years, there has been an expressive increase of affirmative actions in Brazilian public universities, providing, among many things, a significant presence of indigenous students in undergraduate and, more recently, graduate courses throughout the country. Regarding this context and by the observation of experiences in two higher education institutions, UFSCar e UFAM, this work aims to interweave two sets of questions. At first, we reflect on the motivations and possibilities of indigenous students joying universities, focusing on the debate about the constitution of affirmative action policies. It explores both the institutional, State perspective, at the elaboration and implementation of affirmative policies; and the perspectives of indigenous populations, based on the involvement and participation of students and the indigenous movement in these processes. With this, we offer examples of the variety of existing possibilities for implementing affirmative action in regular undergraduate and graduate courses, and some of its challenges. Following, we focus on the presence of indigenous students in universities, regarding the ways in which they construct their experiences in higher education, and how they reflect on them. The experiences of indigenous undergraduate students are mainly addressed by the students\' assemblies and movements that carried out debates about \"culture\" and \"knowledge\", as well as their reflections on the importance of occupying universities, in order to become more visible and stronger in this space. In the last chapter, we address the presence of indigenous students in postgraduate courses (stricto sensu). Starting from a brief panorama of this presence in the country, we raised a debate about notions like \"autoanthropology\" and \"indigenous anthropology\". We conclude with the experiences of indigenous anthropologists Yepamahsã (Tukano) of the NEAI/PPGAS/UFAM, which allow us to perceive the multiple possibilities of the anthropological exercise, when constructing, updating and composing different modes of knowledge.
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A construção do projeto de vida e carreira em estudantes indígenas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul : um estudo exploratórioAngelin, Ana Paula January 2015 (has links)
Esta dissertação buscou explorar a adaptação dos estudantes indígenas à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), bem como a construção de seus projetos de vida e carreira. A pesquisa dividiu-se em dois estudos: o primeiro descreveu características sociodemográficas e variáveis de adaptação à universidade, sendo que 17 participantes responderam a um instrumento construído para este fim. Já o segundo estudo buscou apreender os significados atribuídos à experiência de frequentar a universidade e aos projetos de vida e carreira de 8 estudantes, com os quais realizou-se uma entrevista de roteiro flexível. Os resultados sugeriram que os estudantes indígenas valorizam a educação em nível superior e contam com o apoio familiar e comunitário para concluir os estudos. A importância da educação superior relacionou-se com a formação de competências que apoiem a realização do projeto de auxiliar as comunidades indígenas após a conclusão do curso. Assim, os participantes demonstraram uma perspectiva temporal orientada ao presente resultando em pouco planejamento para o futuro, sendo que o papel de trabalho não foi visto como o mais saliente em sua estrutura de vida. No entanto, de acordo com a perspectiva relacional, o conceito de trabalho deve ser ampliado. Por fim, foram discutidas implicações práticas destes achados. / This research sought to explore the adaptation of Indian students at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), as well as building their life and career projects. The research was divided into two studies: the first described sociodemographic characteristics and variable adaptation to the university, with 17 participants responded to a tool for this purpose. The second study examines the meanings attributed to the experience of attending university and life and career projects of 8 students, with whom held a flexible roadmap interview. The results suggested that indigenous students value education at the college level and rely on family and community support to finish their studies. The importance of higher education was related to the formation of competencies to support the realization of the project to assist the indigenous communities upon completion of the course. The participants demonstrated a temporal perspective in the present resulting in little planning for the future, and the paper work was not seen as the most prominent in your life structure. However, according to the relational approach, the concept of work is to be expanded. Finally, implications of these findings were discussed.
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A construção do projeto de vida e carreira em estudantes indígenas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul : um estudo exploratórioAngelin, Ana Paula January 2015 (has links)
Esta dissertação buscou explorar a adaptação dos estudantes indígenas à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), bem como a construção de seus projetos de vida e carreira. A pesquisa dividiu-se em dois estudos: o primeiro descreveu características sociodemográficas e variáveis de adaptação à universidade, sendo que 17 participantes responderam a um instrumento construído para este fim. Já o segundo estudo buscou apreender os significados atribuídos à experiência de frequentar a universidade e aos projetos de vida e carreira de 8 estudantes, com os quais realizou-se uma entrevista de roteiro flexível. Os resultados sugeriram que os estudantes indígenas valorizam a educação em nível superior e contam com o apoio familiar e comunitário para concluir os estudos. A importância da educação superior relacionou-se com a formação de competências que apoiem a realização do projeto de auxiliar as comunidades indígenas após a conclusão do curso. Assim, os participantes demonstraram uma perspectiva temporal orientada ao presente resultando em pouco planejamento para o futuro, sendo que o papel de trabalho não foi visto como o mais saliente em sua estrutura de vida. No entanto, de acordo com a perspectiva relacional, o conceito de trabalho deve ser ampliado. Por fim, foram discutidas implicações práticas destes achados. / This research sought to explore the adaptation of Indian students at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), as well as building their life and career projects. The research was divided into two studies: the first described sociodemographic characteristics and variable adaptation to the university, with 17 participants responded to a tool for this purpose. The second study examines the meanings attributed to the experience of attending university and life and career projects of 8 students, with whom held a flexible roadmap interview. The results suggested that indigenous students value education at the college level and rely on family and community support to finish their studies. The importance of higher education was related to the formation of competencies to support the realization of the project to assist the indigenous communities upon completion of the course. The participants demonstrated a temporal perspective in the present resulting in little planning for the future, and the paper work was not seen as the most prominent in your life structure. However, according to the relational approach, the concept of work is to be expanded. Finally, implications of these findings were discussed.
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