nÃo hà / O processo polÃtico e social do Amapà à analisado neste trabalho atravÃs da literatura escrita sobre a mais importante edificaÃÃo da cidade de MacapÃ, localizada na margem do rio Amazonas, construÃda no perÃodo de 1764 a 1782. à a Fortaleza de SÃo Josà de Macapà -FSJM, que hoje à a grande referÃncia icÃnica da cidade e seu principal sÃmbolo imagÃtico, que à apropriado pelas instituiÃÃes e pelos seus habitantes. Entretanto, no bojo de suas representaÃÃes simbÃlicas, ela ancora significados diversos, assim como as identidades dos sujeitos sociais que se elastificam no tempo e no espaÃo. A tese à apresentada em quatro temporalidades distintas sobre a construÃÃo da FSJM, sendo que a primeira trata especificamente de sua edificaÃÃo no meio da floresta amazÃnica por militares portugueses, diante do olhar de sofrimento dos Ãndios, negros escravos e degredados. A segunda temporalidade trata da transformaÃÃo do lugar em TerritÃrio Federal (1943), onde a fortificaÃÃo foi referendada como uma realizaÃÃo heroica dos tempos coloniais no discurso fundador dos governantes. A terceira temporalidade se refere ao perÃodo em que ela foi usada como prisÃo de subversivos do golpe militar de 1964 e na dÃcada de 1970. A quarta temporalidade se dà no perÃodo da redemocratizaÃÃo do paÃs, quando o Amapà foi transformado em Estado da FederaÃÃo e, com isso, vem fazendo sucessivas reformas e restauraÃÃes no monumento. As reflexÃes sobre literatura a respeito da fortificaÃÃo dÃo margem para diversas percepÃÃes, inclusive o sentido de memÃria na prÃtica intelectual dos escritores, do discurso e da formaÃÃo de novas identidades em seus percursos. O primeiro capÃtulo traz um mosaico identitÃrio do AmapÃ, o seu zeitgeist, importante para a compreensÃo do Amapà na contemporaneidade. Os quatro capÃtulos seguintes sÃo as temporalidades.