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Pelos olhos da criança: concepções do universo concentracionário nos desenhos de Terezín / Through the child\'s eyes: conceptions of the concentrationary universe in Terezín\'s drawingsFernandes, Luciane Bonace Lopes 10 December 2015 (has links)
A presente tese tem como objetivo geral investigar, a partir de uma perspectiva sócio-histórica, 367 trabalhos artísticos produzidos por 26 crianças, nascidas entre 1926 e 1938, que estiveram confinadas no campo de concentração nazista de Terezín, na República Checa, durante a Segunda Guerra Mundial, visando levantar outras informações sobre o universo concentracionário, perdidas, esquecidas ou não tocadas pelos sobreviventes. Objetiva também investigar como contextos violentos foram assimilados por essas crianças e quais estratégias simbólicas e narrativas elas desenvolveram para tematizá-los por meio da arte. Busca estabelecer diálogo entre sua produção e as concepções estéticas e pedagógicas promovidas pela Arte Moderna, pelo Movimento Escola Nova, tendências em voga no período de pré-ocupação nazista, e por Friedl Dicker-Brandeis, professora que orientou os trabalhos no campo. Os procedimentos metodológicos adotados na realização da pesquisa foram seleção e leitura de fontes escritas e análise de fontes de outras naturezas, como entrevistas, filmes e documentários. Partimos da hipótese de que esses desenhos possuem teor e valor testemunhal, sendo um outro testemunho do Holocausto, um registro poético pautado na percepção da criança sobre os eventos e em sua forma muito particular de expressá-los. Partimos também do princípio de que esses trabalhos artísticos expressam as imagens de seus pensamentos, seus medos, lembranças, sonhos e esperanças. A análise se pautou na bibliografia de autores que se dedicaram a compreender como e por que a criança desenha, e que desenvolveram suas teorias no contexto da Arte Moderna, do Movimento Escola Nova e da contemporaneidade. A análise do corpus da pesquisa indicou a presença exígua de trabalhos com temas ligados a eventos insistentemente citados pelos sobreviventes ou registrados em seus diários. Por outro lado, indicou a existência de um grupo considerável de trabalhos pautados em memórias anteriores à guerra e de outros dois grupos que têm como tema o campo de Terezín. O primeiro apresenta formas mais simbólicas e subjetivas para figurar a experiência concentracionária, que perpassam lugares, pessoas, cenas observadas e diferentes modos de representação do campo. O segundo grupo apresenta um viés mais objetivo, representacional, ligado à transmissão da experiência assimilada prioritariamente pelo sentido da visão. Notamos também que representações do campo de Terezín não aparecem nos desenhos das crianças nascidas entre 1933 e 1938. Os resultados, de modo geral, ampliam nossa compreensão sobre os eventos e demonstram a contribuição da arte infantil para a construção de outras narrativas sobre o universo concentracionário. / This thesis has as main objective to investigate, from a socio-historical perspective, 367 artworks produced by 26 children, born between 1926 and 1938, which were confined at Terezín, a Nazi concentration camp, in the Czech Republic, during the Second World War, aiming to raise other information about the concentrationary universe, lost, forgotten or not touched by the survivors. It also aims to investigate how violent contexts were assimilated by these children and what symbolic and narrative strategies they have developed to thematize it through art. Seeks to establish dialogue between its production and the aesthetic and pedagogical concepts promoted by Modern Art, the New School Movement, trends in vogue in the Nazi pre-occupation period, and by Friedl Dicker- Brandeis, teacher who had supervised the artistic work in camp. The methodological procedures used in conducting the research were selection and reading of written sources and analyzing sources of other types, such as interviews, movies and documentaries. Our hypothesis is that these drawings have testimonial content and value, being another testimony of the Holocaust, a poetic record founded on the child\'s perception of the events and in his very particular way of expressing them. Also we assume that these artworks express the images of their thoughts, their fears, memories, hopes and dreams. The analysis was guided on the literature of authors who have dedicated themselves to understand how and why the child draws, and that developed theirs theories in the context of Modern Art, the New School Movement and the contemporary. The analysis of the research corpus indicated the meager presence of works with themes related to events repeatedly cited by survivors or recorded in their daily books. On the other hand, indicated the existence of a considerable group of work guided by memories of earlier the war and other two groups which have as subject the Terezín camp. The first presents more symbolic and subjective forms to figure the concentrationary experience that underlie places, people, observed scenes and different modes of representation of the field. The latter group presents a more objective bias, representational, connected to transmission of the experiment assimilated by the sense of sight. We also note that representations of Terezín camp does not appear in the drawings of children born between 1933 and 1938. The results, in general, expand our understanding of the events and demonstrate the contribution of child art for building other narratives about the concentrationary universe.
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Pelos olhos da criança: concepções do universo concentracionário nos desenhos de Terezín / Through the child\'s eyes: conceptions of the concentrationary universe in Terezín\'s drawingsLuciane Bonace Lopes Fernandes 10 December 2015 (has links)
A presente tese tem como objetivo geral investigar, a partir de uma perspectiva sócio-histórica, 367 trabalhos artísticos produzidos por 26 crianças, nascidas entre 1926 e 1938, que estiveram confinadas no campo de concentração nazista de Terezín, na República Checa, durante a Segunda Guerra Mundial, visando levantar outras informações sobre o universo concentracionário, perdidas, esquecidas ou não tocadas pelos sobreviventes. Objetiva também investigar como contextos violentos foram assimilados por essas crianças e quais estratégias simbólicas e narrativas elas desenvolveram para tematizá-los por meio da arte. Busca estabelecer diálogo entre sua produção e as concepções estéticas e pedagógicas promovidas pela Arte Moderna, pelo Movimento Escola Nova, tendências em voga no período de pré-ocupação nazista, e por Friedl Dicker-Brandeis, professora que orientou os trabalhos no campo. Os procedimentos metodológicos adotados na realização da pesquisa foram seleção e leitura de fontes escritas e análise de fontes de outras naturezas, como entrevistas, filmes e documentários. Partimos da hipótese de que esses desenhos possuem teor e valor testemunhal, sendo um outro testemunho do Holocausto, um registro poético pautado na percepção da criança sobre os eventos e em sua forma muito particular de expressá-los. Partimos também do princípio de que esses trabalhos artísticos expressam as imagens de seus pensamentos, seus medos, lembranças, sonhos e esperanças. A análise se pautou na bibliografia de autores que se dedicaram a compreender como e por que a criança desenha, e que desenvolveram suas teorias no contexto da Arte Moderna, do Movimento Escola Nova e da contemporaneidade. A análise do corpus da pesquisa indicou a presença exígua de trabalhos com temas ligados a eventos insistentemente citados pelos sobreviventes ou registrados em seus diários. Por outro lado, indicou a existência de um grupo considerável de trabalhos pautados em memórias anteriores à guerra e de outros dois grupos que têm como tema o campo de Terezín. O primeiro apresenta formas mais simbólicas e subjetivas para figurar a experiência concentracionária, que perpassam lugares, pessoas, cenas observadas e diferentes modos de representação do campo. O segundo grupo apresenta um viés mais objetivo, representacional, ligado à transmissão da experiência assimilada prioritariamente pelo sentido da visão. Notamos também que representações do campo de Terezín não aparecem nos desenhos das crianças nascidas entre 1933 e 1938. Os resultados, de modo geral, ampliam nossa compreensão sobre os eventos e demonstram a contribuição da arte infantil para a construção de outras narrativas sobre o universo concentracionário. / This thesis has as main objective to investigate, from a socio-historical perspective, 367 artworks produced by 26 children, born between 1926 and 1938, which were confined at Terezín, a Nazi concentration camp, in the Czech Republic, during the Second World War, aiming to raise other information about the concentrationary universe, lost, forgotten or not touched by the survivors. It also aims to investigate how violent contexts were assimilated by these children and what symbolic and narrative strategies they have developed to thematize it through art. Seeks to establish dialogue between its production and the aesthetic and pedagogical concepts promoted by Modern Art, the New School Movement, trends in vogue in the Nazi pre-occupation period, and by Friedl Dicker- Brandeis, teacher who had supervised the artistic work in camp. The methodological procedures used in conducting the research were selection and reading of written sources and analyzing sources of other types, such as interviews, movies and documentaries. Our hypothesis is that these drawings have testimonial content and value, being another testimony of the Holocaust, a poetic record founded on the child\'s perception of the events and in his very particular way of expressing them. Also we assume that these artworks express the images of their thoughts, their fears, memories, hopes and dreams. The analysis was guided on the literature of authors who have dedicated themselves to understand how and why the child draws, and that developed theirs theories in the context of Modern Art, the New School Movement and the contemporary. The analysis of the research corpus indicated the meager presence of works with themes related to events repeatedly cited by survivors or recorded in their daily books. On the other hand, indicated the existence of a considerable group of work guided by memories of earlier the war and other two groups which have as subject the Terezín camp. The first presents more symbolic and subjective forms to figure the concentrationary experience that underlie places, people, observed scenes and different modes of representation of the field. The latter group presents a more objective bias, representational, connected to transmission of the experiment assimilated by the sense of sight. We also note that representations of Terezín camp does not appear in the drawings of children born between 1933 and 1938. The results, in general, expand our understanding of the events and demonstrate the contribution of child art for building other narratives about the concentrationary universe.
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A comunicação persuasiva como estratégia de controle da memória coletivaCastro, Fernando Cibelli de January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / This study aimed at pointing out the connection between history, memory and communication from two objects of study, the traumatic memory of the Holocaust and the Military Dictatorship in Brazil, through qualitative research, using the technique of discourse analysis. The memory has two basic fields of study: his case is the subject of biological research in the panorama of neuroscience. In the field of humanities is a concern of psychology, philosophy and social sciences. However, the term collective memory, from the beginning of the twentieth century was owned by the Social Sciences, Social Psychology. Indeed, antagonistic groups take advantage of the media, be the mass media or the segmented media, to wage their battles with the versions of events. In short the control of collective memory. / O presente estudo tem como proposta apontar a conexão entre história, memória e comunicação a partir de dois objetos de estudo, a Memória Traumática do Holocausto e da Ditadura Militar no Brasil, por meio de pesquisa qualitativa, com uso da técnica de análise de discurso. A memória tem dois campos de estudos básicos: sua vertente biológica é objeto de pesquisa no panorama das neurociências. No terreno das humanidades é motivo de preocupação da psicologia, da filosofia e das ciências sociais. Entretanto, o termo memória coletiva, a partir do começo do século XX foi apropriado pelas Ciências Sociais da Psicologia Social. Com efeito, grupos antagônicos tiram proveito dos meios de comunicação, sejam os mass media, seja a mídia segmentada, para travarem suas batalhas pelas versões dos fatos. Em suma pelo controle da memória coletiva.
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Maus de Art Spiegelman : uma outra historia da Shoah / Art Spiegelman's Maus : another history of ShoahCuri, Fabiano Andrade, 1971- 13 August 2018 (has links)
Orientador: Fabio Akcelrud Durão / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-13T07:42:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2009 / Resumo: Este texto tem o objetivo de apresentar a obra Maus, de Art Spiegelman, como uma nova forma de transmissão dos traumas da Shoah. Com a proximidade do fim das gerações de sobreviventes, as atenções se voltam para produção daqueles que tiveram contato indireto com a tentativa de aniquilamento de judeus nos campos de extermínio nazistas. Nesse grupo encontra-se o autor da obra que analisamos com um livro no formato de quadrinhos absolutamente inovador não só entre os testemunhos, mas também entre os próprios quadrinhos. A composição de textos e desenhos feita por Spiegelman enfrenta as mesmas limitações de outras obras de testemunhos diretos ou indiretos ao tentar narrar o que não se narra, mas traz elementos bastante interessantes na representação artística da memória, como a adequação dos relatos ao espaço dos quadros, as feições antropomórficas dos personagens e toda a discussão sobre a obra dentro dela mesma. Além disso, Maus traz uma série de experiências nesse tipo de literatura ao justapor a história de sobrevivente de Auschwitz narrada pelo pai com a sua própria vida de filho de sobrevivente com as difíceis implicações dessa situação. Dessa forma, Spiegelman trabalha em diferentes níveis de narrativa, alternando e relacionado biografia e autobiografia. / Abstract: This text aims to present the Art Spiegelman's work, Maus as a new way of transmitting the traumas of the Shoah. With the generations of survivors coming to an end, the attention has turned to the production of the new generations, who have had indirect contact with the attempt of annihilation of Jews in the Nazi?s extermination camps. In this group, there is the author of the work that we look with a comic book format that is absolutely innovative, not only among the Shoah?s narratives, but also among the comics itself. The composition of texts and drawings made by Spiegelman faces the same limitations that other important testimonies direct or indirect have on trying to tell what cannot be told, but has very interesting elements in the artistic representation of the memory and the suitability of reporting the area of the drawings, the anthropomorphic features of the characters and the whole discussion on the work inside itself. Moreover, Maus has a lot of experiences in this type of literature when juxtapose the story of an Auschwitz survivor narrated by his father with his own life as the son of a survivor with the difficult implications of this situation. As a result, Spiegelman works in different levels of narrative, alternating and linking biography and autobiography. / Mestrado / Mestre em Teoria e História Literária
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O judaismo em Philip Roth: um conceito às avessas / The judaism in Philip Roth: a concept in reverseLanda, Dora 26 March 2010 (has links)
O objetivo desse trabalho é analisar algumas das obras de Philip Roth em que a temática judaica é o eixo principal. Meu interesse reside especialmente nos romances em que o Holocausto Judeu na Segunda Grande Guerra e o Estado de Israel com sua complexa situação no Oriente Médio são abordados. Baseei minha análise dessas obras na seguinte hipótese: para se aproximar de recentes situações traumáticas da história judaica, Philip Roth precisou adotar recursos narrativos que lhe permitissem ampliar seu raio de visão, evitando estereótipos e generalizações infrutíferas. Assim, o estilo rothiano carregado de ironia e humor foi alterado. Em O Avesso da Vida parte-se de uma situação absurda: um personagem judeu morto nos Estados Unidos ressurge vivo num assentamento judaico na Cisjordânia e lutando pelo Grande Israel. Esse recurso possibilitou uma abordagem inusitada da tensa relação árabe-israelense. Em Operação Shylock encontramos um duplo impertinente e exasperante, proclamando uma absurda solução para o conflito no Oriente Médio. Finalmente em Complô contra a América o autor adota o recurso da distopia com os Estados Unidos elegendo um presidente nazista, em 1940, com todas as funestas consequências para a comunidade judaica. Entrevistas do autor assim como livros em que analisa extensamente sua própria produção literária e a de outros autores, especialmente Primo Levi e Aharon Appelfeld, também mostraram-se fontes valiosas para a análise do sempre polêmico posicionamento do autor diante de sua condição judaica. / This paper aims to analyse some of Philip Roths work, in which the Jewish subject is the main axis. My greater interest lies basically upon the romances in which the Jewish Holocaust, during the Second World War and the State of Israel with its complex situation in Middle East are aproached. I have based my analysis of his works on the following hipothesis: in order to get closer to recent traumatic situations of the Jewish history, Philip Roth had to use narrative resources that allow him to enlarge his point of view, avoiding stereotypes and fruitless generalizations. Therefore, the Rothian style, highly ironic and humorous, has been altered. In The Counterlife the point of departure is an absurd situation: an American Jewish dead character resurges alive at a Jewish settlement on Cisjordanie, and fighting for the Great Israel. Such resourse enabled a unusual aproach of the tense Arab-Israeli relationship. In Operation Shylock we find an impertinent and exasperating double, that heralds an absurd solution for the Middle East conflict. Eventually, in The Plot Against America, the author adopts distopy as a resource, having the U.S. elect a Nazi president, in 1940, with all the appaling consequences for the Jewish community. Interviews with the author, as well as books in which he extensively analyses his own and other authors literary production, specially Primo Levi and Aharon Appelfeld, also acted as valuable sources for the analysis of the ever polemic positioning of the author towards his Jewish condition.
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A modernidade como violência e horror : a burocratização e a desumanização da vida em É isto um homem?, de Primo Levi /Afonso, Elaine. January 2017 (has links)
Orientador: Márcio Scheel / Banca: Arnaldo Franco Júnior / Banca: Cláudia Fernanda de Campos Mauro / Resumo: Este trabalho consiste no estudo das relações entre modernidade, racionalização e violência no livro É isto um homem?, de Primo Levi. Este autor é um judeu italiano, personagem central de sua obra, que consiste no testemunho daquilo que viveu em Auschwitz, um dos maiores campos de concentração nazista. No livro, o autor recria, por meio da linguagem, um mundo extraliterário, o do campo, com sua arquitetura própria, sua organização interna e suas formas de controle e extermínio. Primo Levi narra as atrocidades cometidas por seres humanos contra outros seres humanos, de uma forma bárbara, deixando claro que, quando a luta é pela sobrevivência, os valores éticos e morais são postos à prova; ao mesmo tempo em que, no caso do carrasco, verdadeiras faces se revelam, trazendo à tona a força da barbárie e sua capacidade de ultrapassar todos os limites humanos. Primo Levi narra os fatos sentindo-se como que incumbido de um dever moral para com a sociedade, dever de falar em nome daqueles que não sobreviveram. Apesar da dificuldade de representação de sua experiência traumática, Levi expõe todo um sistema burocraticamente organizado que possibilitou que Auschwitz chegasse a ser o próprio horror; lugar onde a razão instrumentalizada desfez os princípios iluministas de progresso e animalizou os homens, condenados a uma violência destrutiva e mortífera, que, por sua vez, foi subsidiada pela própria noção de progresso e desenvolvimento técnico que marcou os ideais da modernidade. / Mestre
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Para além das cercas de arame farpado : o Holocausto em Maus, de Art Spiegelman, e em Os emigrantes, de W. G. SebaldNascimento, Larissa Silva 28 March 2012 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2012 / Submitted by Alaíde Gonçalves dos Santos (alaide@unb.br) on 2012-04-18T14:08:53Z
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2012_LarissaSilvaNascimento.pdf: 3069035 bytes, checksum: 95f66d67a6c2b2cafacbf7aeea0962ae (MD5) / Approved for entry into archive by Leila Fernandes (leilabiblio@yahoo.com.br) on 2012-04-18T17:29:22Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2012_LarissaSilvaNascimento.pdf: 3069035 bytes, checksum: 95f66d67a6c2b2cafacbf7aeea0962ae (MD5) / Made available in DSpace on 2012-04-18T17:29:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2012_LarissaSilvaNascimento.pdf: 3069035 bytes, checksum: 95f66d67a6c2b2cafacbf7aeea0962ae (MD5) / Esta dissertação tem por objetivo evidenciar a expansão das possibilidades representativas que ocorre na literatura sobre o Holocausto. Para tanto, analisam-se dois livros – a obra Maus, escrita por Art Spiegelman, um romance gráfico no qual há uma inexorável interação entre imagem e texto, e o romance Os emigrantes, de W. G. Sebald, no qual também existe um diálogo entre fotografias selecionadas pelo autor e prosa literária – procurando-se investigar como esses textos ultrapassam aqueles discursos padronizados, o lugar-comum, que rondam as representações do Holocausto. Apesar de reconhecer e, ainda, de analisar os discursos que ressaltam os aspectos irrepresentáveis do evento em questão, este trabalho caminha em sentido contrário ao assinalar as novas possibilidades de representação do tema que surgem com a atualização dos meios de comunicação e das mídias na sociedade ocidental contemporânea. Essas mudanças notórias, como a ascensão da imagem como uma forma de expressão que antecipa o declínio da leitura linear da escrita, acontecem desde o imediato pós-guerra (meados de 1940), e isso se reflete na expressão da literatura que tem o Holocausto como objeto de representação. Graças a este estudo, pode-se notar que a ampliação das formas de representação do Holocausto se dá de forma mais evidente a partir da inclusão da imagem junto ao texto literário. É importante compreender também que, assim como se deu a expansão da forma literária, com a inserção de imagens, seu conteúdo, ou seja, a referência a sentimentos, tempos, espaços e vítimas do Holocausto, sofreu, igualmente, evidente ampliação. No que se refere às obras estudadas, Maus e Os emigrantes demonstram que o Holocausto ultrapassa o período da Segunda Guerra Mundial, de 1939-1945. Além disso, elas põem em evidência outros lugares em que a repressão nazista esteve presente que não só os campos de concentração, como também ressaltam a existência de inusitadas vítimas, por exemplo, emigrantes que fugiram da perseguição hitlerista. ____________________________________________________________________________ ABSTRACT / This work aims to evidence the expansion of representative possibilities that occurs in the literature about the Holocaust. For this, two books will be analyzed – the book Maus, written by Art Spiegelman, a graphic novel in which there is an inevitable interaction between image and text, and the novel The emigrants, written by W. G. Sebald, in which there is also a dialogue between photographs selected by the author and literary prose – seeking to investigate how these texts beyond those standardized discourse, the commonplace, that surround the representations of the Holocaust. Despite of recognize and, also, analyze the discourses that highlight aspects unrepresentable of the Holocaust, this work is moving in the opposite direction to signal the new possibilities of representation of the theme that come with the update of media of the contemporary occidental society. These remarkable changes, as the rise of the image as a form of expression that anticipates the decline of reading linear writing, have been held since the immediate post-war (Mid 1940), and this reflects in the expression of literature that has the Holocaust as representation object. Thanks to this study, it may be noted that the expansion of forms of representation of the Holocaust takes more evident from the inclusion of the image with the literary text. It is also important to understand that just as the expansion of the literary form with the inclusion of the image, the content, namely, the reference to feelings, time, space and Holocaust victims, suffered equally clear magnification. With regard to the works studied, Maus and The emigrants show that the Holocaust exceeded the period of World War II, of 1939-1945. Moreover, they highlight other places where the Nazi repression was present that not only the concentration camps, they also show the existence of unexpected victims, for example, immigrants who fled Hitler persecution.
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O testemunho no ensino de história : a lembrança, o esquecimento e o sensívelIndicatti, Kelen Katlen Staehler 19 June 2018 (has links)
Este estudo apresenta uma abordagem sobre o testemunho utilizado como fonte no ensino da história da Segunda Guerra Mundial. Tem como objeto de análise um projeto com sobreviventes da Shoah, desenvolvido pelo Instituto Marc Chagall. Por meio da história oral, da memória e do testemunho, possibilitou o desenvolvimento de uma sequência didática que promove a sensibilização, a aprendizagem humana e significativa em relação a história traumática da guerra. O produto elaborado por esta pesquisa constitui-se, então, em um material de referência para o professor utilizar o painel sobre a Shoah na educação básica. / This study presents an approach on the testimony used as a source in teaching the history of the World War II. Its object of analysis is a project with survivors of the Shoah, developed by the Marc Chagall Institute. Through oral history, memory and testimony, it enabled the development of a didactic sequence that promotes sensitization, human learning and meaningful relation to the traumatic history of the war. The product elaborated by this research constitutes, then, in a material of reference for the teacher to use the panel on Shoah in basic education.
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O judaismo em Philip Roth: um conceito às avessas / The judaism in Philip Roth: a concept in reverseDora Landa 26 March 2010 (has links)
O objetivo desse trabalho é analisar algumas das obras de Philip Roth em que a temática judaica é o eixo principal. Meu interesse reside especialmente nos romances em que o Holocausto Judeu na Segunda Grande Guerra e o Estado de Israel com sua complexa situação no Oriente Médio são abordados. Baseei minha análise dessas obras na seguinte hipótese: para se aproximar de recentes situações traumáticas da história judaica, Philip Roth precisou adotar recursos narrativos que lhe permitissem ampliar seu raio de visão, evitando estereótipos e generalizações infrutíferas. Assim, o estilo rothiano carregado de ironia e humor foi alterado. Em O Avesso da Vida parte-se de uma situação absurda: um personagem judeu morto nos Estados Unidos ressurge vivo num assentamento judaico na Cisjordânia e lutando pelo Grande Israel. Esse recurso possibilitou uma abordagem inusitada da tensa relação árabe-israelense. Em Operação Shylock encontramos um duplo impertinente e exasperante, proclamando uma absurda solução para o conflito no Oriente Médio. Finalmente em Complô contra a América o autor adota o recurso da distopia com os Estados Unidos elegendo um presidente nazista, em 1940, com todas as funestas consequências para a comunidade judaica. Entrevistas do autor assim como livros em que analisa extensamente sua própria produção literária e a de outros autores, especialmente Primo Levi e Aharon Appelfeld, também mostraram-se fontes valiosas para a análise do sempre polêmico posicionamento do autor diante de sua condição judaica. / This paper aims to analyse some of Philip Roths work, in which the Jewish subject is the main axis. My greater interest lies basically upon the romances in which the Jewish Holocaust, during the Second World War and the State of Israel with its complex situation in Middle East are aproached. I have based my analysis of his works on the following hipothesis: in order to get closer to recent traumatic situations of the Jewish history, Philip Roth had to use narrative resources that allow him to enlarge his point of view, avoiding stereotypes and fruitless generalizations. Therefore, the Rothian style, highly ironic and humorous, has been altered. In The Counterlife the point of departure is an absurd situation: an American Jewish dead character resurges alive at a Jewish settlement on Cisjordanie, and fighting for the Great Israel. Such resourse enabled a unusual aproach of the tense Arab-Israeli relationship. In Operation Shylock we find an impertinent and exasperating double, that heralds an absurd solution for the Middle East conflict. Eventually, in The Plot Against America, the author adopts distopy as a resource, having the U.S. elect a Nazi president, in 1940, with all the appaling consequences for the Jewish community. Interviews with the author, as well as books in which he extensively analyses his own and other authors literary production, specially Primo Levi and Aharon Appelfeld, also acted as valuable sources for the analysis of the ever polemic positioning of the author towards his Jewish condition.
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O testemunho no cinema documental: procedimentos criativos no campo da experiência traumática com ênfase em Shoah de Claude Lanzmann e Histoire(s) du Cinéma de GodardSuguiyama, Natália Keiko de Carvalho 24 August 2018 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2018-09-26T10:03:55Z
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Previous issue date: 2018-08-24 / Focusing in the documentary cinema as a way of representing the testimony of traumatic experiences in cinema, this project emphasizes the creative procedures found in the film Shoah (1985), by Claude Lanzmann, and in the series Histoire(s) du Cinéma (1988/1998), by Jean-Luc Godard. More specifically, it reflects on how documentary films has put us in contact with painful historical events, understanding the creative procedures used in its conception. Our corpus is based notably on the works above mentioned. The most important theoretical frameworks are the studies who deal with documentary theory, as presented by Bill Nichols theory and, in Brazil, Fernão Ramos. Our research also counterpoints the issue of representation of the catastrophe, using the studies of both Georges Didi-Huberman and, in Brazil, Márcio Seligmann-Silva. The relevance of the research is related to the intense debates that surround today the testimony, assigning to the images a role in the representability of the extreme, previously interdicted / Este projeto enfoca o cinema documental voltado à temática do testemunho no campo da experiência traumática, com ênfase no documentário Shoah (1985), de Claude Lanzmann, e na série em vídeo Histoire (s) du cinéma (1988-98) de Jean-Luc Godard. Mais especificamente, trata-se de perguntar como o cinema documental nos tem colocado em contato com eventos históricos dolorosos, assinalando os procedimentos criativos de que se tem valido. O corpus da pesquisa compõe-se principalmente das obras acima referidas. Os principais referenciais teóricos envolvem estudos abalizados sobre o gênero documentário, como os de Bill Nichols e, no Brasil, Fernão Ramos, e trabalhos em contraponto sobre a questão da representação da catástrofe, como os de Georges Didi-Huberman e, no Brasil, Márcio Seligmann-Silva. A relevância da pesquisa liga-se aos intensos debates que voltam a cercar hoje o testemunho, atribuindo às imagens um papel na representabilidade do extremo, antes interditado
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