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Associação dos achados morfofuncionais cardíacos, renais e vasculares com as alterações do índice tornozelo-braço em pacientes hipertensos diabéticos / Association of cardiac, renal and vascular morphological and functional findings with changes in ankle brachial index in diabetic hypertensive patients

José Carlos Jucá Pompeu Filho 12 August 2015 (has links)
Introdução: Inúmeros estudos estabeleceram correlações entre o índice tornozelo-braço (ITB), um marcador de aterosclerose subclínica, e o prognóstico cardiovascular em diferentes populações. No entanto, poucos estudos avaliaram a correlação entre os valores do ITB e lesões cardiovasculares e renais, exclusivamente, em pacientes com hipertensão arterial e diabetes. Objetivo: Estudar a prevalência de alterações morfofuncionais cardíacas, carotídeas, retinianas e renais de acordo com a presença ou não de valores de ITB alterados (ITB <= 0,9 ou ITB > 1,4) em pacientes hipertensos com diabetes tipo 2. Métodos: Foram incluídos no estudo 99 pacientes hipertensos diabéticos com idade entre 50 e 80 anos. A aferição do ITB foi realizada em todos os pacientes por método validado e estes foram classificados em Grupo 1 (ITB normal, n = 49) ou Grupo 2 (ITB alterado, n =50). Todos os pacientes foram submetidos, em até 06 meses, à realização de ecodopplercardiograma, ultrassonografia de carótidas, retinografia colorida, aferição da taxa de filtração glomerular (TFG) e da albuminúria de 24h. Os pacientes foram analisados para a ocorrência ou não de um desfecho-composto ecocardiográfico que incluiu alterações morfológicas e funcionais cardíacas relevantes para a prática clínica. Os pacientes dos grupos 1 e 2 foram também comparados quanto à prevalência de placas carotídeas com ou sem repercussão hemodinâmica, TFG < 60 ml/mim/m2, albuminúria de 24h > 30mg e presença ou não de retinopatia. Por fim, foram comparadas as frequências médias das seguintes lesões de órgãos-alvo de ambos os grupos, considerando-se valor unitário para a presença de cada uma delas: hipertrofia do ventrículo esquerdo, retinopatia hipertensiva, TFG < 60 ml/min/m2 e estenose da artéria carótida interna > 50% do seu diâmetro. Resultados: A média de idade dos pacientes foi 65,4 ± 7 anos, sendo 61,6% deles do sexo feminino. A presença de níveis elevados de pressão arterial sistólica (153,4 ± 18 versus 170 ± 26 mmHg), de albuminúria de 24h > 30mg (55,3% versus 82,6%) e de TFG < 60 ml/min/m2 (12,8% versus 33,3%) foi significativamente maior (p < 0.05) entre os pacientes do Grupo 2. O desfecho-composto ecocardiográfico foi mais prevalente no grupo 2 (84,0% versus 59,2%; p = 0,006) e a frequência média de lesões de órgãos-alvo também foi maior nos pacientes do grupo 2 (0,36 ± 0,31 versus 0,19 ± 0,19; p = 0,001). Análise por regressão logística binária revelou que o ITB foi uma das variáveis preditoras independentes para o desfecho-composto ecocardiográfico (OR = 3,43; IC 95% = 1,07 - 11,0; p = 0,04). A partir da análise por regressão linear obteve-se um modelo final no qual o ITB foi uma das três variáveis preditoras independentes para a estimativa da frequência média de lesões de órgãos-alvo com coeficiente beta = 13,22 (1,81 - 24,63), ao lado da idade e do infarto prévio. Conclusão: Nossos dados mostram que valores de ITB alterados estão associados à maior prevalência de lesões em órgãos-alvo, principalmente alterações ecocardiográficas, em pacientes com hipertensão arterial e diabetes / Introduction: A lot of studies have established strong correlations between the ankle-brachial index (ABI), a marker of subclinical atherosclerosis and cardiovascular prognosis in different populations. However, few studies have assessed the correlation between the values of the ABI and cardiovascular and renal lesions in patients with hypertension and diabetes. Objective: To study the prevalence of cardiac, carotid, renal and retinal morphological and functional changes according to the presence or not of altered ABI values (ABI <= 0.9 or ABI > 1.4) in hypertensive patients with type 2 diabetes. Methods: It was included 99 diabetic hypertensive patients aged between 50 and 80 years. The measurement of the ABI was performed in all patients by validated method and they were classified in Group 1 (normal ABI, n = 49) or group 2 (altered ABI, n = 50). All patients were submitted, up to 6 months, to Doppler echocardiography, carotid ultrasound, color retinography, assessment of glomerular filtration rate (GFR) and 24h albuminuria. Patients were analyzed for the occurrence or not of a composite echocardiographic outcome which included morphological and functional cardiac alterations relevant to clinical practice. Patients in groups 1 and 2 were compared regarding the prevalence of carotid plaques with or without hemodynamic repercussion, TFG < 60 ml/min/m2, 24h albuminuria > 30 mg and the presence or not of retinopathy. Finally, we compared the prevalence of mean frequency of the following end-organ lesions of both groups, considering unit value for each one: left ventricular hypertrophy, hypertensive retinopathy, TFG < 60 ml/min/m2 and internal carotid artery stenosis > 50%. Results: The mean age of the patients was 65.4 ± 7 years, with 61.6% of them female. The presences of elevated levels of systolic blood pressure (153.4 ± 18 versus 170.0 ± 26 mmHg), of 24h albuminuria > 30 mg (55.3% versus 82.6%) and TFG < 60 ml/min/m2 (12.8% vs. 33.3%) were significantly greater (p < 0.05) among the patients of Group 2. The composite echocardiographic outcome was more prevalent in Group 2 (84.0% versus 59.2%, p = 0.006) and the average frequency of subclinical injury of target organs was also greater in patients of Group 2 (0.36 ± 0.31 versus 0.19 ± 0.19; p = 0.001). Binary logistic regression analysis revealed that the ABI was one of the independent predictors of composite echocardiographic outcome (OR = 3.43; IC 95% = 1.07 - 11.0; p = 0.04). From the linear regression analysis it was obtained a final model in which the ABI was one of three independent predictors for the estimation of the average frequency of end-organ damage with ? coefficient = 13.22 (1.81-24.63), besides age and previous myocardial infarction. Conclusion: Our data demonstrates that changed ABI values are associated with higher prevalence of subclinical end-organ lesions, principally changes in echocardiographic parameters, in patients with hypertension and diabetes

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