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Jovens do sexo masculino de famílias de camadas populares: sociabilidade, identidade, subjetividade, masculinidade / Male young men of low income families: sociability, identity, subjectivity, masculinity

Risk, Eduardo Name 24 April 2012 (has links)
A juventude assume características próprias conforme o contexto sociocultural e histórico. No Brasil, jovens pertencentes às camadas populares, em geral, ingressam no mercado de trabalho antes de atingir a maioridade legal, e passam a gozar de certa autonomia em relação à família. Durante a juventude as experiências vividas e os modos de conduta juvenis podem entrar em confronto com aqueles preconizados pelos pais. O grupo de pares contribui para a constituição da identidade pessoal e social dos jovens, além de ser importante agente na constituição de sua subjetividade. Esta pesquisa objetivou investigar como jovens do sexo masculino constituem suas identidades, subjetividade e masculinidade a partir das relações de sociabilidade vividas na família e no grupo de pares. Para isso, foram descritas e analisadas normas, códigos de conduta, representações de gênero e formas de sociabilidade que vigoram em cada uma dessas esferas. Foram realizadas nove entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas, com jovens do sexo masculino, na faixa etária entre 17 e 23 anos, solteiros e inseridos no mercado de trabalho, pertencentes a famílias das camadas populares de Ribeirão Preto-SP. Além das entrevistas, realizou-se observação das formas de sociabilidade entre jovens em uma praça localizada na região central da cidade, e também foram realizadas observações em um bairro da periferia da cidade em que alguns entrevistados residiam. Os dados foram analisados qualitativamente, de acordo com a temática e fundamentados em referenciais teóricos da Antropologia, Sociologia e Psicologia. Ainda que pertençam a arranjos familiares distintos, os participantes apontam a mãe como figura afetiva e mais próxima deles, sendo o pai ou padrasto relativamente distante. Quanto à sociabilidade grupal, a maior parte dos participantes afirmou ter bastante afinidade com seus pares do mesmo sexo, com quem dividem questões pessoais, pois essas relações fundam-se na confiança mútua e na reciprocidade. O contato com os pares constitui um modo de amenizar as tensões entre orientações parentais e disposições juvenis, compartilhando com eles vivências comuns e modificando suas identidades, que se reconstroem ao longo de sua trajetória individual, social e geracional. A construção da masculinidade parece estar relacionada à honra, à virilidade. Apesar de manifestações tradicionais a respeito das relações de gênero, a maioria dos entrevistados também expressou vias alternativas a esse modelo. Desse modo, expressam certas mudanças em suas representações acerca das relações de gênero quando as comparam com as posturas paternas e ainda que essas inovações sejam relativamente reduzidas, convivendo ambiguamente com modelos tradicionais, julgam-se diferentes dos homens da geração anterior quanto a algumas dimensões definidoras da masculinidade e da convivência com mulheres. Com referência à trajetória dos participantes, em particular sua inserção precoce no mercado de trabalho e a convivência cotidiana com jovens que praticam atos ilícitos no bairro em que vivem, os entrevistados apoiam-se na família como referência para seus códigos morais, a fim de que sejam \"honestos\", opondo-se àqueles que se envolvem em atividades ilícitas, com quem convivem de modo cordial no bairro, ou até mesmo com quem podem ter alguma proximidade. (FAPESP) / The youth has different characteristics according to the sociocultural and historical context. In Brazil, generally young people from low income families enter the labor market before having reached legal majority, and start to enjoy some autonomy from their family. Throughout the youth, the experiences and modes of conduct may conflict with the standards established by their parents. The peer group contributes to the personal and social identity formation of young people; besides, it is an important agent for the constitution of their subjectivity. This study aimed to investigate how young men build their identity, subjectivity and masculinity based on their social relations with their family and peer group. In order to achieve this, there were described and analyzed standards, codes of conduct, gender representations and forms of sociability that prevail in each of these spheres. Nine semi-structured interviews with young males between the ages of 17 and 23, single, who entered the labor market and belong to lowincoming families of Ribeirão Preto, SP, Brazil were conducted, recorded and transcribed. Likewise, observations on the forms of sociability among young people were made both in a square located in the downtown area of the city and in a neighborhood where some participants live. The data was analyzed qualitatively, according to the theme and based on Anthropology, Sociology and Psychology theory. Although belonging to different family arrangements, participants point the mothers as the closest affective figure, whereas the father or stepfather are relatively distant. Regarding the group sociability, most participants stated that they have affinity with their same-sex pairs, with whom they share personal issues, because these relationships are founded on mutual trust and reciprocity. The contact with peers is one way to reduce tensions between parental guidance and youth provisions, sharing common experiences and modifying their identities, which are reconstructed along their individual, social and generational history of life. The construction of their masculinity seems to be related to honor and virility. Despite traditional expressions of gender relations, the majority of the participants also expressed alternative ways to this model. Thus, they express certain changes in their representations of gender relations when compared to the parental attitudes and, even though these innovations are relatively small and coexist ambiguously with traditional models, they think of themselves as different from the previous generation of men in some defining dimensions of masculinity and in relation to women. Regarding to the participants\' life history, in particular about their entrance in the labor market and about sharing their daily lives with young people who engage in illegal activities in the neighborhood where they live, the respondents rely on the family as a reference for their moral codes, in order to become \"honest\", as opposed to those who are envolved in illegal activities, with whom they share the neighborhood cordially, or even have some proximity. (FAPESP)
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Jovens do sexo masculino de famílias de camadas populares: sociabilidade, identidade, subjetividade, masculinidade / Male young men of low income families: sociability, identity, subjectivity, masculinity

Eduardo Name Risk 24 April 2012 (has links)
A juventude assume características próprias conforme o contexto sociocultural e histórico. No Brasil, jovens pertencentes às camadas populares, em geral, ingressam no mercado de trabalho antes de atingir a maioridade legal, e passam a gozar de certa autonomia em relação à família. Durante a juventude as experiências vividas e os modos de conduta juvenis podem entrar em confronto com aqueles preconizados pelos pais. O grupo de pares contribui para a constituição da identidade pessoal e social dos jovens, além de ser importante agente na constituição de sua subjetividade. Esta pesquisa objetivou investigar como jovens do sexo masculino constituem suas identidades, subjetividade e masculinidade a partir das relações de sociabilidade vividas na família e no grupo de pares. Para isso, foram descritas e analisadas normas, códigos de conduta, representações de gênero e formas de sociabilidade que vigoram em cada uma dessas esferas. Foram realizadas nove entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas, com jovens do sexo masculino, na faixa etária entre 17 e 23 anos, solteiros e inseridos no mercado de trabalho, pertencentes a famílias das camadas populares de Ribeirão Preto-SP. Além das entrevistas, realizou-se observação das formas de sociabilidade entre jovens em uma praça localizada na região central da cidade, e também foram realizadas observações em um bairro da periferia da cidade em que alguns entrevistados residiam. Os dados foram analisados qualitativamente, de acordo com a temática e fundamentados em referenciais teóricos da Antropologia, Sociologia e Psicologia. Ainda que pertençam a arranjos familiares distintos, os participantes apontam a mãe como figura afetiva e mais próxima deles, sendo o pai ou padrasto relativamente distante. Quanto à sociabilidade grupal, a maior parte dos participantes afirmou ter bastante afinidade com seus pares do mesmo sexo, com quem dividem questões pessoais, pois essas relações fundam-se na confiança mútua e na reciprocidade. O contato com os pares constitui um modo de amenizar as tensões entre orientações parentais e disposições juvenis, compartilhando com eles vivências comuns e modificando suas identidades, que se reconstroem ao longo de sua trajetória individual, social e geracional. A construção da masculinidade parece estar relacionada à honra, à virilidade. Apesar de manifestações tradicionais a respeito das relações de gênero, a maioria dos entrevistados também expressou vias alternativas a esse modelo. Desse modo, expressam certas mudanças em suas representações acerca das relações de gênero quando as comparam com as posturas paternas e ainda que essas inovações sejam relativamente reduzidas, convivendo ambiguamente com modelos tradicionais, julgam-se diferentes dos homens da geração anterior quanto a algumas dimensões definidoras da masculinidade e da convivência com mulheres. Com referência à trajetória dos participantes, em particular sua inserção precoce no mercado de trabalho e a convivência cotidiana com jovens que praticam atos ilícitos no bairro em que vivem, os entrevistados apoiam-se na família como referência para seus códigos morais, a fim de que sejam \"honestos\", opondo-se àqueles que se envolvem em atividades ilícitas, com quem convivem de modo cordial no bairro, ou até mesmo com quem podem ter alguma proximidade. (FAPESP) / The youth has different characteristics according to the sociocultural and historical context. In Brazil, generally young people from low income families enter the labor market before having reached legal majority, and start to enjoy some autonomy from their family. Throughout the youth, the experiences and modes of conduct may conflict with the standards established by their parents. The peer group contributes to the personal and social identity formation of young people; besides, it is an important agent for the constitution of their subjectivity. This study aimed to investigate how young men build their identity, subjectivity and masculinity based on their social relations with their family and peer group. In order to achieve this, there were described and analyzed standards, codes of conduct, gender representations and forms of sociability that prevail in each of these spheres. Nine semi-structured interviews with young males between the ages of 17 and 23, single, who entered the labor market and belong to lowincoming families of Ribeirão Preto, SP, Brazil were conducted, recorded and transcribed. Likewise, observations on the forms of sociability among young people were made both in a square located in the downtown area of the city and in a neighborhood where some participants live. The data was analyzed qualitatively, according to the theme and based on Anthropology, Sociology and Psychology theory. Although belonging to different family arrangements, participants point the mothers as the closest affective figure, whereas the father or stepfather are relatively distant. Regarding the group sociability, most participants stated that they have affinity with their same-sex pairs, with whom they share personal issues, because these relationships are founded on mutual trust and reciprocity. The contact with peers is one way to reduce tensions between parental guidance and youth provisions, sharing common experiences and modifying their identities, which are reconstructed along their individual, social and generational history of life. The construction of their masculinity seems to be related to honor and virility. Despite traditional expressions of gender relations, the majority of the participants also expressed alternative ways to this model. Thus, they express certain changes in their representations of gender relations when compared to the parental attitudes and, even though these innovations are relatively small and coexist ambiguously with traditional models, they think of themselves as different from the previous generation of men in some defining dimensions of masculinity and in relation to women. Regarding to the participants\' life history, in particular about their entrance in the labor market and about sharing their daily lives with young people who engage in illegal activities in the neighborhood where they live, the respondents rely on the family as a reference for their moral codes, in order to become \"honest\", as opposed to those who are envolved in illegal activities, with whom they share the neighborhood cordially, or even have some proximity. (FAPESP)

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