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Projeto e construção de placas espalhadoras e degradadoras de energia para  uso em radioterapia com feixes de elétrons para doenças de pele / Project and construction of energy degrading and scattering plates for electron beam radiotherapy for skin diseases

Fonseca, Gabriel Paiva 24 June 2010 (has links)
Há diversas enfermidades radiossensíveis epidermotrópicas, como a micose fungóide e a síndrome de Sézary, neoplasias cutâneas originadas de linfócitos do tipo T, que apresentam grande possibilidade de erradicação quando tratadas com feixes de elétrons com energia entre 4 e 10 MeV, conforme apontam diversos estudos. No entanto, esta técnica de tratamento apresenta inúmeras dificuldades práticas, pois a doença dissemina-se por todo o corpo do paciente tornando necessário um grande campo de radiação e deposição de energia limitada à profundidade da pele. A fim de obter uma distribuição de dose uniforme, muitas técnicas já foram desenvolvidas. Com base em estudos anteriores e guiados pelo protocolo n. 23 da American Association of Physicists in Medicine (AAPM), o presente trabalho desenvolveu placas espalhadoras e degradadoras de energia e realizou toda a dosimetria (computacional e experimental), a fim de fornecer subsídios para a implementação da técnica de tratamento Total Skin Electron Therapy (TSET) no Serviço de Radioterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. O programa MCNP4C baseado no método de Monte Carlo foi utilizado para reconstruir o espectro energético do acelerador Varian Clinac 2100C, por meio de medidas experimentais de percentual de dose em profundidade (PDP) e perfis radiais de dose. Com estes dados, foi possível efetuar simulações computacionais para a seleção de materiais, mediante análise da distribuição radial e axial de dose, produção de raios-X e a atenuação do feixe, além da simulação de placas espalhadoras e degradadoras de energia, a serem posicionadas na saída do acelerador. Os resultados das simulações foram validados por meio de medidas experimentais a fim de obter um grande campo de radiação com 200 cm x 80 cm que atendesse as especificações do protocolo da AAPM. / There are many radiosensitive epidermotropics diseases such as mycosis fungoids and the syndrome of Sézary, coetaneous neoplasics originated from type T lymphocytes. Several studies indicate the eradication of the disease when treated with linear accelerators emitting electron beams with energies between 4 to 10 MeV. However, this treatment technique presents innumerable technical challenges since the disease in general reaches all patient´s body, becoming necessary not only a very large field size radiation beam, but also deliver superficial doses limited to the skin depth. To reach the uniformity in the dose distribution, many techniques had already been developed. Based on these previous studies and guided by the report n. 23 of the American Association of Physicists in Medi-cine (AAPM), the present study developed an energy scattering and degrading plates and made dosimetry (computational and experimental), supplying subsidies for a future installation of Total Skin Electron Therapy (TSET) at the Serviço de Radioterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. As part of the plates design, first of all, the energy spectrum of the 6 MeV electron beam of the VARIAN 2100C accelerator was reconstructed through Monte Carlo simulations using the MCNP4C code and based on experimental data. Once the spectrum is built, several materials were analyzed for the plates design based on radial and axial dose distribution, production of rays-x and dose attenuation. The simulation results were validated by experimental measurements in order to obtain a large field of radiation with 200 cm x 80 cm that meets the specifications of the AAPM protocol.
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Projeto e construção de placas espalhadoras e degradadoras de energia para  uso em radioterapia com feixes de elétrons para doenças de pele / Project and construction of energy degrading and scattering plates for electron beam radiotherapy for skin diseases

Gabriel Paiva Fonseca 24 June 2010 (has links)
Há diversas enfermidades radiossensíveis epidermotrópicas, como a micose fungóide e a síndrome de Sézary, neoplasias cutâneas originadas de linfócitos do tipo T, que apresentam grande possibilidade de erradicação quando tratadas com feixes de elétrons com energia entre 4 e 10 MeV, conforme apontam diversos estudos. No entanto, esta técnica de tratamento apresenta inúmeras dificuldades práticas, pois a doença dissemina-se por todo o corpo do paciente tornando necessário um grande campo de radiação e deposição de energia limitada à profundidade da pele. A fim de obter uma distribuição de dose uniforme, muitas técnicas já foram desenvolvidas. Com base em estudos anteriores e guiados pelo protocolo n. 23 da American Association of Physicists in Medicine (AAPM), o presente trabalho desenvolveu placas espalhadoras e degradadoras de energia e realizou toda a dosimetria (computacional e experimental), a fim de fornecer subsídios para a implementação da técnica de tratamento Total Skin Electron Therapy (TSET) no Serviço de Radioterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. O programa MCNP4C baseado no método de Monte Carlo foi utilizado para reconstruir o espectro energético do acelerador Varian Clinac 2100C, por meio de medidas experimentais de percentual de dose em profundidade (PDP) e perfis radiais de dose. Com estes dados, foi possível efetuar simulações computacionais para a seleção de materiais, mediante análise da distribuição radial e axial de dose, produção de raios-X e a atenuação do feixe, além da simulação de placas espalhadoras e degradadoras de energia, a serem posicionadas na saída do acelerador. Os resultados das simulações foram validados por meio de medidas experimentais a fim de obter um grande campo de radiação com 200 cm x 80 cm que atendesse as especificações do protocolo da AAPM. / There are many radiosensitive epidermotropics diseases such as mycosis fungoids and the syndrome of Sézary, coetaneous neoplasics originated from type T lymphocytes. Several studies indicate the eradication of the disease when treated with linear accelerators emitting electron beams with energies between 4 to 10 MeV. However, this treatment technique presents innumerable technical challenges since the disease in general reaches all patient´s body, becoming necessary not only a very large field size radiation beam, but also deliver superficial doses limited to the skin depth. To reach the uniformity in the dose distribution, many techniques had already been developed. Based on these previous studies and guided by the report n. 23 of the American Association of Physicists in Medi-cine (AAPM), the present study developed an energy scattering and degrading plates and made dosimetry (computational and experimental), supplying subsidies for a future installation of Total Skin Electron Therapy (TSET) at the Serviço de Radioterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. As part of the plates design, first of all, the energy spectrum of the 6 MeV electron beam of the VARIAN 2100C accelerator was reconstructed through Monte Carlo simulations using the MCNP4C code and based on experimental data. Once the spectrum is built, several materials were analyzed for the plates design based on radial and axial dose distribution, production of rays-x and dose attenuation. The simulation results were validated by experimental measurements in order to obtain a large field of radiation with 200 cm x 80 cm that meets the specifications of the AAPM protocol.
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Linfomas cutâneos em cães: estudo epidemiológico, morfológico, imunofenotípico e seroproteico / Linfomas cutáneos en caninos: estudio epidemiológico, morfológico, inmunofenotipo y proteico / Cutaneous lymphomes in dogs: epidemiological, morphological, imunophenotypic and seroprotetic study

Vargas Hernández, Giovanni [UNESP] 09 March 2017 (has links)
Submitted by Giovanni Vargas Hernández null (giovetc@hotmail.com) on 2017-07-26T10:24:51Z No. of bitstreams: 1 Tese_Vargas-Hernández_Giovanni-Versao Definitiva.pdf: 2680064 bytes, checksum: 453c6564bff0423d6ce9a6965253668e (MD5) / Approved for entry into archive by Luiz Galeffi (luizgaleffi@gmail.com) on 2017-07-26T19:05:23Z (GMT) No. of bitstreams: 1 vargashernandez_g_dr_jabo.pdf: 2680064 bytes, checksum: 453c6564bff0423d6ce9a6965253668e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-07-26T19:05:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 vargashernandez_g_dr_jabo.pdf: 2680064 bytes, checksum: 453c6564bff0423d6ce9a6965253668e (MD5) Previous issue date: 2017-03-09 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / O linfoma cutâneo (LC) em cães é uma doença que se caracteriza pela proliferação clonal de linfócitos atípicos na pele (MILLER et al., 2013). É um linfoma não-Hodgkin, formado por um grupo de doenças neoplásicas malignas de linfócitos T e B e células Natural Killer (NK), cuja primeira manifestação clínica é a presença de lesões cutâneas, sem existir lesão extra cutâneas no momento do diagnóstico (RUEDA; CORTES, 2008). A apresentação clínica é inespecífica e pode mimetizar muitas dermatites (FONTAINE et al., 2010). Nas fases inicias da doença torna-se difícil diferenciar a condição neoplásica de quadro inflamatório linfocítico cutâneo (MURPHY; OLIVRY 2000). Descrita pela primeira vez em 1972 (KELLY et al., 1972), e para muitos autores a doença rara e de etiologia desconhecida (FONTAINE et al., 2009; WITHROW et al., 2013). Diversos estudos mencionaram novas variedades e formas de apresentação do LC na espécie canina baseadas principalmente nos resultados de reações imuno-histoquímicas, comportamento clínico da neoplasia e nas frequentes mudanças da classificação desta doença na espécie humana, que tem levado na classificação em novas variantes de LC (WILLEMZE et al., 2005; DE BOSSCHERE; DECLERCQ, 2008; AFFOLTER et al., 2009; FONTAINE et al., 2009; MILLER et al., 2013; MOORE et al., 2012). Nas últimas três décadas, a classificação morfológica e imunofenotípica do LC em medicina veterinária baseou-se nos critérios de classificação utilizados em humanos (VALLI et al., 2011). O objetivo desta revisão é definir quais são as atuais variantes, tipos e subtipos do LC em cães e estabelecer as principais semelhanças e diferenças com a classificação existente na espécie humana. / Cutaneous lymphoma (LC) in dogs is a disease characterized by the clonal proliferation of atypical lymphocytes in the skin (Miller et al., 2013). It is a non-Hodgkin's lymphoma, consisting of a group of malignant neoplastic diseases of T and B lymphocytes and Natural Killer (NK) cells, whose first clinical manifestation is the presence of cutaneous lesions, with no extra-cutaneous lesion at the time of diagnosis (WHEEL . The clinical presentation is non-specific and may mimic many dermatitis (FONTAINE et al., 2010). In the early stages of the disease, it is difficult to differentiate the neoplastic condition of cutaneous lymphocytic inflammatory disease (MURPHY; OLIVRY 2000). It was first described in 1972 (KELLY et al., 1972), and for many authors, the rare disease of unknown etiology (FONTAINE et al., 2009, WITHROW et al., 2013). Several studies have mentioned new varieties and forms of LC presentation in the canine species based mainly on the results of immunohistochemical reactions, clinical behavior of the neoplasia and the frequent changes in the classification of this disease in the human species, which has led to classification in new variants of LC (Muller et al., 2009), and in the literature on the use of this method (Macker et al., 2009). In the last three decades, the morphological and immunophenotypic classification of CL in veterinary medicine was based on the classification criteria used in humans (VALLI et al., 2011). The objective of this review is to define the current variants, types and subtypes of LC in dogs and establish the main similarities and differences with the existing classification in the human species.
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Micose fungóide foliculotrópica: descrição clínico-epidemiológica, análise histológica e investigação do colapso do imunoprivilégio do folículo piloso / Folliculotropic mycosis fungoides: clinical and epidemiological description, histological analysis and investigation of hair follicle immune privilege collapse

Deonizio, Janyana Marcela Doro 27 April 2015 (has links)
Introdução: A micose fungóide foliculotrópica (MFF) é subtipo de linfoma cutâneo de células T que atinge especialmente o folículo piloso e parece ter prognóstico mais reservado. Informações clínicas sobre a população acometida por linfomas cutâneos no Brasil são escassas. O fenômeno de imunoprivilégio (IP) diz respeito à habilidade de alguns órgãos em permanecer protegidos contra reações inflamatórias. Tem sido sugerido que o folículo piloso normal represente um local de IP. Nesse estudo aventou-se a possibilidade de haver uma quebra no equilíbrio desse fenômeno na MFF, com alteração na expressão de moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) e na expressão de MHC não-clássicos (HLA-G), com algum papel no mecanismo do foliculotropismo. Os objetivos foram: descrever o perfil clínico-epidemiológico de paciente com MFF, descrever a histologia e imunofenótipo dos casos de MFF e investigar os mecanismos envolvidos na predileção dos linfócitos atípicos pelo folículo piloso. Metodologia: Os prontuários de pacientes com diagnóstico de MFF provenientes do ambulatório de Linfomas Cutâneos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) foram revisados (n=33). O material histológico de biópsias de pele dos pacientes com MFF provenientes dos ambulatórios de Linfomas Cutâneos da FMUSP e da Northwestern University foi analisado por meio de escala semi-quantitativa (n=43). Na coloração de hematoxilina-eosina foram avaliados os seguintes parâmetros: infiltrado neoplásico epidérmico, infiltrado neoplásico dérmico, presença de acantose/espongiose, de mucinose folicular, de fibroplasia do tecido conjuntivo, de eosinófilos, de plasmócitos, o tamanho celular e o grau de dano folicular. Analisou-se a positividade do infiltrado neoplásico para os seguintes marcadores celulares: CD1a, CD56, TIA-1 e CD117. As expressões do complexo de histocompatibilidade HLA-G e do MHCII no infiltrado celular e no epitélio folicular foram investigadas no grupo de pacientes com MFF e comparadas com o grupo de pacientes com micose fungóide clássica (MFC) e pele normal. A expressão do complexo de histocompatibilidade MHCII também foi investigada na epiderme. Resultados: A mediana das idades ao diagnóstico foi de 46 anos com 61% dos pacientes classificados como portadores de estágio avançado. A proporção entre homens e mulheres foi de 1,54 e a mediana de duração de doença antes do diagnóstico foi de três anos. Ao final de três anos de acompanhamento, 67% dos casos estavam vivos com a doença. O prurido foi relatado em 82% dos casos. Histologicamente, encontrou-se associação entre a presença de eosinófilos e de plasmócitos com fibroplasia do tecido conjuntivo. Observou-se diminuição da expressão do HLA-G no epitélio folicular nos grupos MFF e MFC em relação à pele normal. Observou-se aumento da expressão do MHCII no epitélio folicular na MFF em comparação à pele normal e na epiderme na MFC quando comparada à MFF. Conclusões: Dados clínicos da população estudada assemelharam-se aos dados da literatura como estágio avançado ao diagnóstico e prognóstico reservado. Cerca de metade dos casos de MFF foi positiva para o marcador citotóxico TIA-1. Demonstrou-se haver um provável colapso do imunoprivilégio folicular nos linfomas cutâneos com expressão diminuída de moléculas HLA-G em comparação à pele normal. O aumento da expressão do MHCII poderia relaciona-se com o foliculotropismo na MFF e com o epidermotropismo na MFC / Introduction: Folliculotropic mycosis fungoides (FMF) is a subtype of cutaneous T cells lymphoma affecting mainly the hair follicle and seems to have a less favorable prognosis. Clinical information on the population affected by cutaneous lymphomas in Brazil is scarce. The immune privilege (IP) phenomenon involves the ability of some body sites remaining protected from inflammatory reactions. It has been suggested that normal hair follicle represents an IP location. We hypothesized that a collapse of this phenomenon would occur in FMF, with changes in the expression of classical major histocompatibility molecules (MHC) and in the expression of nonclassical MHC molecules (HLA-G) with a role in folliculotropism mechanism. The objectives of this study were to describe the clinical and epidemiological profile of patients with MFF, describe the histology and immunophenotype of cases of MFF and investigate the expression of MHC molecules. Methods: The medical records of patients from the outpatient Cutaneous Lymphoma Clinic of the University of Sao Paulo Medical School (FMUSP) diagnosed with MFF were reviewed (n = 33). The histological material from skin biopsies of patients with MFF from the Cutaneous Lymphomas Clinic of FMUSP and Northwestern University was stained and evaluated by semi-quantitative scale. In hematoxylin-eosin staining the following parameters were evaluated: epidermal neoplastic infiltrate, dermal neoplastic infiltrate, acanthosis/spongiosis, follicular mucinosis, connective tissue fibroplasia, presence of eosinophils and plasma cells, cell size and degree of follicular damage. We analyzed the positivity of the neoplastic infiltrate for the following cellular markers: CD1a, CD56, TIA-1, and CD117. Finally, the expression of histocompatibility complex HLA-G and MHC II in the neoplastic infiltrate and the follicular epithelium was investigated in MFF group and compared to patients with classical mycosis fungoides (CMF) and to normal skin. MHCII expression in the epidermis was also investigated. Results: The median age at diagnosis was 46 years, with 61% classified as advanced stage disease. The ratio between men and women was 1.54, the median disease duration before diagnosis was three years. After a median time of follow-up of three years, 67% of the cases were alive with disease. Pruritus was reported in 82% of the cases. Histologically, an association between the presence of eosinophils and plasma cells with fibroplasia of collagen was found. There was a decrease of HLA-G expression in the follicular epithelium in MFF and CMF groups compared to normal skin. There was an increase of MHCII expression in the follicular epithelium in FMF group compared to normal skin. There was an increased MHCII expression in the epidermis in CMF compared to FMF. Conclusions: Clinical data from the studied population were similar to the previous literature in relation to advanced stage at diagnosis and prognosis. There was a relationship between the presence of eosinophils and plasma cells in neoplastic infiltrate and the connective tissue fibrosis. Near half of the cases of FMF was positive for the cytotoxic marker TIA-1. A possible hair follicle immune privilege collapse was suggested by a decreased expression of HLA-G molecules in FMF and CMF compared to normal skin. Increased MHCII expression appears to be involved in the folliculotropism of FMF and epidermotropism of CMF
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Micose fungóide foliculotrópica: descrição clínico-epidemiológica, análise histológica e investigação do colapso do imunoprivilégio do folículo piloso / Folliculotropic mycosis fungoides: clinical and epidemiological description, histological analysis and investigation of hair follicle immune privilege collapse

Janyana Marcela Doro Deonizio 27 April 2015 (has links)
Introdução: A micose fungóide foliculotrópica (MFF) é subtipo de linfoma cutâneo de células T que atinge especialmente o folículo piloso e parece ter prognóstico mais reservado. Informações clínicas sobre a população acometida por linfomas cutâneos no Brasil são escassas. O fenômeno de imunoprivilégio (IP) diz respeito à habilidade de alguns órgãos em permanecer protegidos contra reações inflamatórias. Tem sido sugerido que o folículo piloso normal represente um local de IP. Nesse estudo aventou-se a possibilidade de haver uma quebra no equilíbrio desse fenômeno na MFF, com alteração na expressão de moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) e na expressão de MHC não-clássicos (HLA-G), com algum papel no mecanismo do foliculotropismo. Os objetivos foram: descrever o perfil clínico-epidemiológico de paciente com MFF, descrever a histologia e imunofenótipo dos casos de MFF e investigar os mecanismos envolvidos na predileção dos linfócitos atípicos pelo folículo piloso. Metodologia: Os prontuários de pacientes com diagnóstico de MFF provenientes do ambulatório de Linfomas Cutâneos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) foram revisados (n=33). O material histológico de biópsias de pele dos pacientes com MFF provenientes dos ambulatórios de Linfomas Cutâneos da FMUSP e da Northwestern University foi analisado por meio de escala semi-quantitativa (n=43). Na coloração de hematoxilina-eosina foram avaliados os seguintes parâmetros: infiltrado neoplásico epidérmico, infiltrado neoplásico dérmico, presença de acantose/espongiose, de mucinose folicular, de fibroplasia do tecido conjuntivo, de eosinófilos, de plasmócitos, o tamanho celular e o grau de dano folicular. Analisou-se a positividade do infiltrado neoplásico para os seguintes marcadores celulares: CD1a, CD56, TIA-1 e CD117. As expressões do complexo de histocompatibilidade HLA-G e do MHCII no infiltrado celular e no epitélio folicular foram investigadas no grupo de pacientes com MFF e comparadas com o grupo de pacientes com micose fungóide clássica (MFC) e pele normal. A expressão do complexo de histocompatibilidade MHCII também foi investigada na epiderme. Resultados: A mediana das idades ao diagnóstico foi de 46 anos com 61% dos pacientes classificados como portadores de estágio avançado. A proporção entre homens e mulheres foi de 1,54 e a mediana de duração de doença antes do diagnóstico foi de três anos. Ao final de três anos de acompanhamento, 67% dos casos estavam vivos com a doença. O prurido foi relatado em 82% dos casos. Histologicamente, encontrou-se associação entre a presença de eosinófilos e de plasmócitos com fibroplasia do tecido conjuntivo. Observou-se diminuição da expressão do HLA-G no epitélio folicular nos grupos MFF e MFC em relação à pele normal. Observou-se aumento da expressão do MHCII no epitélio folicular na MFF em comparação à pele normal e na epiderme na MFC quando comparada à MFF. Conclusões: Dados clínicos da população estudada assemelharam-se aos dados da literatura como estágio avançado ao diagnóstico e prognóstico reservado. Cerca de metade dos casos de MFF foi positiva para o marcador citotóxico TIA-1. Demonstrou-se haver um provável colapso do imunoprivilégio folicular nos linfomas cutâneos com expressão diminuída de moléculas HLA-G em comparação à pele normal. O aumento da expressão do MHCII poderia relaciona-se com o foliculotropismo na MFF e com o epidermotropismo na MFC / Introduction: Folliculotropic mycosis fungoides (FMF) is a subtype of cutaneous T cells lymphoma affecting mainly the hair follicle and seems to have a less favorable prognosis. Clinical information on the population affected by cutaneous lymphomas in Brazil is scarce. The immune privilege (IP) phenomenon involves the ability of some body sites remaining protected from inflammatory reactions. It has been suggested that normal hair follicle represents an IP location. We hypothesized that a collapse of this phenomenon would occur in FMF, with changes in the expression of classical major histocompatibility molecules (MHC) and in the expression of nonclassical MHC molecules (HLA-G) with a role in folliculotropism mechanism. The objectives of this study were to describe the clinical and epidemiological profile of patients with MFF, describe the histology and immunophenotype of cases of MFF and investigate the expression of MHC molecules. Methods: The medical records of patients from the outpatient Cutaneous Lymphoma Clinic of the University of Sao Paulo Medical School (FMUSP) diagnosed with MFF were reviewed (n = 33). The histological material from skin biopsies of patients with MFF from the Cutaneous Lymphomas Clinic of FMUSP and Northwestern University was stained and evaluated by semi-quantitative scale. In hematoxylin-eosin staining the following parameters were evaluated: epidermal neoplastic infiltrate, dermal neoplastic infiltrate, acanthosis/spongiosis, follicular mucinosis, connective tissue fibroplasia, presence of eosinophils and plasma cells, cell size and degree of follicular damage. We analyzed the positivity of the neoplastic infiltrate for the following cellular markers: CD1a, CD56, TIA-1, and CD117. Finally, the expression of histocompatibility complex HLA-G and MHC II in the neoplastic infiltrate and the follicular epithelium was investigated in MFF group and compared to patients with classical mycosis fungoides (CMF) and to normal skin. MHCII expression in the epidermis was also investigated. Results: The median age at diagnosis was 46 years, with 61% classified as advanced stage disease. The ratio between men and women was 1.54, the median disease duration before diagnosis was three years. After a median time of follow-up of three years, 67% of the cases were alive with disease. Pruritus was reported in 82% of the cases. Histologically, an association between the presence of eosinophils and plasma cells with fibroplasia of collagen was found. There was a decrease of HLA-G expression in the follicular epithelium in MFF and CMF groups compared to normal skin. There was an increase of MHCII expression in the follicular epithelium in FMF group compared to normal skin. There was an increased MHCII expression in the epidermis in CMF compared to FMF. Conclusions: Clinical data from the studied population were similar to the previous literature in relation to advanced stage at diagnosis and prognosis. There was a relationship between the presence of eosinophils and plasma cells in neoplastic infiltrate and the connective tissue fibrosis. Near half of the cases of FMF was positive for the cytotoxic marker TIA-1. A possible hair follicle immune privilege collapse was suggested by a decreased expression of HLA-G molecules in FMF and CMF compared to normal skin. Increased MHCII expression appears to be involved in the folliculotropism of FMF and epidermotropism of CMF
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Aplicabilidade da classificação WHO 2008 para os linfomas de células T não-micose fungóide/síndrome de Sézary com expressão primária cutânea / The applicability of the WHO 2008 classification for non-mycosis fungoides/Sezary syndrome T-cell lymphomas with cutaneous primary expression

Chang, Daniel 21 October 2010 (has links)
Nas últimas décadas, verificou-se diferenças nas classificações da World Health Organization (WHO) de 2001 e da European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) de 1997 para os linfomas cutâneos primários. Em 2005, representantes dessas classificações se reuniram e em consenso estabeleceram a classificação WHO-EORTC que foi adotada pela última classificação da WHO de 2008. O presente estudo visa a avaliar a aplicabilidade dessa nova classificação em casuística retrospectiva de um único centro de referência no diagnóstico e tratamento de linfomas cutâneos. Assim, todos os casos de linfoma cutâneo de células T, excluindo-se micose fungóide (MF) e síndrome de Sézary (SS), no período de 1986 a 2009, foram analisados em relação aos aspectos clínicos, histopatológicos e imunofenotípicos, incluindo-se a realização de novas reações imunoistoquímicas. Os casos foram, então, classificados de acordo com critérios estabelecidos na classificação WHO de 2008. Houve, assim, 33 casos de linfomas cutâneos de células T não-MF e não-SS, sendo 08 (24,2%) de linfoma cutâneo de grandes células anaplásicas, 05 (15,2%) de papulose linfomatóide, 06 (18,1%) de linfoma extranodal de células NK/T tipo nasal, 05 (15,2%) de neoplasia de células dendríticas plasmocitóides blásticas, 05 (15,2%) de linfoma/leucemia de células T do adulto e 04 (12,1%) de linfoma de células T periféricas, sem outra especificação. Portanto, a classificação WHO de 2008 é aplicável à maioria dos casos de linfoma cutâneo de células T não-MF e não-SS. Entretanto, permanecem casos não classificáveis, alguns dos quais com curso clínico agressivo / Recent years have witnessed differences between the World Health Organization (WHO) 2001 and the European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) 1997 classification systems of primary cutaneous lymphomas (PCLs). In 2005, a joint WHO-EORTC classification system for PCLs has been reached and was adopted by last WHO 2008 classification. This study was performed to assess the applicability of this new classification to a single referral center. All cutaneous T-cell lymphoma (CTCL) cases, excluding mycosis fungoides (MF) and Sezary syndrome (SS), who were referred from 1986 to 2009 were included. The clinical features, histological and immunohistochemical stainings were reviewed, and additional stains were performed as needed. The cases were then reclassified according to the WHO 2008 classification. There were 33 cases of non-MF and non-SS CTCL, included 08 (24.2%) CD30+ anaplastic large-cell lymphomas, 05 (15.2%) cases of lymphomatoid papulosis, 06 (18.1%) extranodal NK/T-cell lymphoma nasal type, 05 (15.2%) blastic plasmacytoid dendritic cell neoplasm, 05 (15.2%) adult T-cell lymphoma/leukemia and 04 (12.1%) peripheral T-cell lymphomas, unspecified. The new WHO 2008 classification is applicable to most nonMF and non-SS CTCL cases. However, there is still a substantial subset of T-cell PCLs which cannot be classified beyond the unspecified peripheral T-cell category, some of which may have an aggressive course
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Micose fungoide hipocromiante: estudo epidemiológico e análise patogenética dos mecanismos da hipopigmentação / Hypopigmented mycosis fungoides: epidemiological study and pathogenetical analysis of hypopigmentation mechanisms

Furlan, Fabricio Cecanho 25 April 2013 (has links)
INTRODUÇÃO: A variante hipocromiante da micose fungoide - MF - (MFh) apresenta características peculiares, como a predileção por indivíduos jovens e melanodérmicos e curso clínico crônico. Estudos especulam a patogênese da hipocromia comparando-a à do vitiligo. No Brasil, faltam dados que permitam conhecer sua importância na saúde pública. O presente trabalho visou avaliar a epidemiologia, a histopatologia e a imunofenotipagem de uma amostra de pacientes com diagnóstico de MFh e propor hipóteses dos mecanismos patogênicos da hipocromia, além de comparar pacientes portadores de lesões hipocrômicas exclusivas com aqueles portadores de outras formas de MF com lesões hipocrômicas concomitantes. MÉTODOS: Foram selecionados pacientes do Ambulatório de Linfomas Cutâneos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e classificados em três grupos: A (21 portadores apenas de lesões hipocrômicas); B (15 portadores de outras formas de MF com lesões hipocrômicas concomitantes) e C (8 pacientes com diagnóstico de MF clássica, estes apenas para avaliações histológica e imuno-histoquímica). Foram obtidos dados clinicoepidemiológicos e realizadas análises histológica e imuno-histoquímica de biópsias das lesões e de pele normal, como controle. Para o estudo imuno-histoquímico foram utilizados os marcadores para imunofenotipagem da neoplasia, Melan-A, tirosinase, SCF, CD117 e MITF. RESULTADOS: Do total de pacientes acompanhados naquele ambulatório, os pacientes com MF portadores de lesões hipocrômicas corresponderam a 16%. As medianas das idades de início da doença e dos tempos de história foram de, no grupo A 25 anos e 8 anos; no grupo B, 29 anos e 13 anos, respectivamente; houve predomínio de indivíduos melanodérmicos , acometimento do sexo feminino e a maioria dos pacientes encontrava-se em estágios iniciais da doença em ambos os grupos. A avaliação histológica revelou achados semelhantes, como epidermotropismo de linfócitos atípicos e infiltrado dérmico linfomonocitário nas lesões hipocrômicas e não-hipocrômicas. O imunofenótipo CD8+ do infiltrado neoplásico epidérmico foi mais frequente no grupo A, ao passo que os grupos B e C apresentaram mais casos com imunofenótipo CD4+. A avaliação da função melanocítica das lesões hipocrômicas do grupo A revelou diminuição significativa da imunomarcação dos melanócitos por todos marcadores em comparação à pele normal e às lesões do grupo C. Em relação ao grupo B, não houve diferenças para as lesões hipocrômicas, não-hipocrômicas e pele normal, quando avaliadas dentro do próprio grupo (exceto para Melan A). A expressão de SCF pelos queratinócitos foi irregular sobretudo nas lesões hipocrômicas. DISCUSSÃO: Os pacientes com lesões hipocrômicas apresentaram características semelhantes (idade precoce, predomínio do sexo feminino, doença indolente). Mostrou-se que indivíduos melanodérmicos tem maior chance de apresentar lesões hipocrômicas. Além da redução de melanócitos e do receptor melanocítico CD117 em relação à pele normal já demonstradas previamente, mostrou-se, como no vitiligo, a redução da expressão do MITF, fator vital para a função e sobrevida do melanócito. Além disso, também se explicitou desbalanço da produção de citocinas melanogênicas pelos queratinócitos. CONCLUSÃO: A presença de lesões hipocrômicas pode ser considerada um marcador de bom prognóstico na MF. Diferentes mecanismos, como ação celular citotóxica e a alteração do microambiente da unidade epidérmica, colaboram para hipocromia das lesões da MFh / INTRODUCTION: The hypopigmented variant of mycosis fungoides - MF - (MFh) presents specific characteristics, such as a predilection for young and melanodermic individuals, and chronic clinical course. Studies speculate the pathogenesis of the hypopigmentation comparing it to vitiligo\'s. In Brazil, the lack of data prevents the knowledge of its importance in public health. This study aimed to evaluate the epidemiology, the histopathology and the immunophenotyping of a sample of patients diagnosed with MFh and to propose hypotheses of the pathogenic mechanisms of hypopigmentation, in addition to comparing exclusive hypopigmented lesion-bearer patients with those bearing other types of MF with concomitant hypopigmented lesions. METHODS: Patients were selected from the Cutaneous Lymphoma Clinic, from Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo and classified in three groups: A (21 hypopigmented only lesion- bearers); B (15 bearers of other types of MF with concomitant hypopigmented lesion) and C (8 patients diagnosed with classical MF, being those only for histology and immunohistochemistry evaluations). Clinical- epidemiological data were obtained and histology and immunohistochemistry analyses of lesion biopsies and normal skin, as a control, were made. For the immunohistochemistry study, the markers for immunophenotyping the neoplasm, Melan-A, tyrosinase, SCF, CD117 and MITF were used. RESULTS: Of the total number of patients treated at that clinic, the MF patients bearing hypopigmented lesions were 16%. The medians of the age of disease onset and the medical history time were 25 years and 8 years in group A; 29 years and 13 years in group B, respectively; there were a predominance of melanodermic individuals, involvement of the female sex, and the majority of the patients were in early stages of the disease in both groups. The histological evaluation revealed similar findings, such as epidermotropism of atypical lymphocytes and lympho-monocytic dermal infiltrate in hypopigmented and non-hypopigmented lesions. The CD8+ immunophenotype of the epidermal neoplastic infiltrate was more frequent in group A, while groups B and C showed more cases of CD4+ immunophenotype. The evaluation of the melanocytic function of the hypopigmented lesions in group A revealed a significant decrease of immunostaining of the melanocytes by all markers when compared to normal skin and group C lesions. Regarding group B, there were no differences to hypopigmented and non-hypopigmented lesions and normal skin, when evaluated within the group itself (except for Melan A). The SCF expression by the keratinocytes was irregular especially in hypopigmented lesions. DISCUSSION: Patients with hypopigmented lesions showed similar characteristics (early age, female sex predominance, indolent disease). It has been showed that melanodermic subjects are more likely to have hypopigmented lesions. In addition to the previously-showed reduction of melanocytes and CD117 melanocytic receptor related to normal skin, it has been showed, as in vitiligo, the reduction of MITF expression, a vital factor for the function and survival of the melanocyte. Besides that, it has been also made explicit a production imbalance of melanogenic cytokines by the keratinocytes. CONCLUSION: The presence of hypopigmented lesions can be considered a marker of good prognosis in MF. Different mechanisms, such as cytotoxic cellular action and the change of the microenvironment of the epidermal unit, collaborate for the hypopigmentation of the lesions of MFh
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Micose fungoide hipocromiante: estudo epidemiológico e análise patogenética dos mecanismos da hipopigmentação / Hypopigmented mycosis fungoides: epidemiological study and pathogenetical analysis of hypopigmentation mechanisms

Fabricio Cecanho Furlan 25 April 2013 (has links)
INTRODUÇÃO: A variante hipocromiante da micose fungoide - MF - (MFh) apresenta características peculiares, como a predileção por indivíduos jovens e melanodérmicos e curso clínico crônico. Estudos especulam a patogênese da hipocromia comparando-a à do vitiligo. No Brasil, faltam dados que permitam conhecer sua importância na saúde pública. O presente trabalho visou avaliar a epidemiologia, a histopatologia e a imunofenotipagem de uma amostra de pacientes com diagnóstico de MFh e propor hipóteses dos mecanismos patogênicos da hipocromia, além de comparar pacientes portadores de lesões hipocrômicas exclusivas com aqueles portadores de outras formas de MF com lesões hipocrômicas concomitantes. MÉTODOS: Foram selecionados pacientes do Ambulatório de Linfomas Cutâneos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e classificados em três grupos: A (21 portadores apenas de lesões hipocrômicas); B (15 portadores de outras formas de MF com lesões hipocrômicas concomitantes) e C (8 pacientes com diagnóstico de MF clássica, estes apenas para avaliações histológica e imuno-histoquímica). Foram obtidos dados clinicoepidemiológicos e realizadas análises histológica e imuno-histoquímica de biópsias das lesões e de pele normal, como controle. Para o estudo imuno-histoquímico foram utilizados os marcadores para imunofenotipagem da neoplasia, Melan-A, tirosinase, SCF, CD117 e MITF. RESULTADOS: Do total de pacientes acompanhados naquele ambulatório, os pacientes com MF portadores de lesões hipocrômicas corresponderam a 16%. As medianas das idades de início da doença e dos tempos de história foram de, no grupo A 25 anos e 8 anos; no grupo B, 29 anos e 13 anos, respectivamente; houve predomínio de indivíduos melanodérmicos , acometimento do sexo feminino e a maioria dos pacientes encontrava-se em estágios iniciais da doença em ambos os grupos. A avaliação histológica revelou achados semelhantes, como epidermotropismo de linfócitos atípicos e infiltrado dérmico linfomonocitário nas lesões hipocrômicas e não-hipocrômicas. O imunofenótipo CD8+ do infiltrado neoplásico epidérmico foi mais frequente no grupo A, ao passo que os grupos B e C apresentaram mais casos com imunofenótipo CD4+. A avaliação da função melanocítica das lesões hipocrômicas do grupo A revelou diminuição significativa da imunomarcação dos melanócitos por todos marcadores em comparação à pele normal e às lesões do grupo C. Em relação ao grupo B, não houve diferenças para as lesões hipocrômicas, não-hipocrômicas e pele normal, quando avaliadas dentro do próprio grupo (exceto para Melan A). A expressão de SCF pelos queratinócitos foi irregular sobretudo nas lesões hipocrômicas. DISCUSSÃO: Os pacientes com lesões hipocrômicas apresentaram características semelhantes (idade precoce, predomínio do sexo feminino, doença indolente). Mostrou-se que indivíduos melanodérmicos tem maior chance de apresentar lesões hipocrômicas. Além da redução de melanócitos e do receptor melanocítico CD117 em relação à pele normal já demonstradas previamente, mostrou-se, como no vitiligo, a redução da expressão do MITF, fator vital para a função e sobrevida do melanócito. Além disso, também se explicitou desbalanço da produção de citocinas melanogênicas pelos queratinócitos. CONCLUSÃO: A presença de lesões hipocrômicas pode ser considerada um marcador de bom prognóstico na MF. Diferentes mecanismos, como ação celular citotóxica e a alteração do microambiente da unidade epidérmica, colaboram para hipocromia das lesões da MFh / INTRODUCTION: The hypopigmented variant of mycosis fungoides - MF - (MFh) presents specific characteristics, such as a predilection for young and melanodermic individuals, and chronic clinical course. Studies speculate the pathogenesis of the hypopigmentation comparing it to vitiligo\'s. In Brazil, the lack of data prevents the knowledge of its importance in public health. This study aimed to evaluate the epidemiology, the histopathology and the immunophenotyping of a sample of patients diagnosed with MFh and to propose hypotheses of the pathogenic mechanisms of hypopigmentation, in addition to comparing exclusive hypopigmented lesion-bearer patients with those bearing other types of MF with concomitant hypopigmented lesions. METHODS: Patients were selected from the Cutaneous Lymphoma Clinic, from Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo and classified in three groups: A (21 hypopigmented only lesion- bearers); B (15 bearers of other types of MF with concomitant hypopigmented lesion) and C (8 patients diagnosed with classical MF, being those only for histology and immunohistochemistry evaluations). Clinical- epidemiological data were obtained and histology and immunohistochemistry analyses of lesion biopsies and normal skin, as a control, were made. For the immunohistochemistry study, the markers for immunophenotyping the neoplasm, Melan-A, tyrosinase, SCF, CD117 and MITF were used. RESULTS: Of the total number of patients treated at that clinic, the MF patients bearing hypopigmented lesions were 16%. The medians of the age of disease onset and the medical history time were 25 years and 8 years in group A; 29 years and 13 years in group B, respectively; there were a predominance of melanodermic individuals, involvement of the female sex, and the majority of the patients were in early stages of the disease in both groups. The histological evaluation revealed similar findings, such as epidermotropism of atypical lymphocytes and lympho-monocytic dermal infiltrate in hypopigmented and non-hypopigmented lesions. The CD8+ immunophenotype of the epidermal neoplastic infiltrate was more frequent in group A, while groups B and C showed more cases of CD4+ immunophenotype. The evaluation of the melanocytic function of the hypopigmented lesions in group A revealed a significant decrease of immunostaining of the melanocytes by all markers when compared to normal skin and group C lesions. Regarding group B, there were no differences to hypopigmented and non-hypopigmented lesions and normal skin, when evaluated within the group itself (except for Melan A). The SCF expression by the keratinocytes was irregular especially in hypopigmented lesions. DISCUSSION: Patients with hypopigmented lesions showed similar characteristics (early age, female sex predominance, indolent disease). It has been showed that melanodermic subjects are more likely to have hypopigmented lesions. In addition to the previously-showed reduction of melanocytes and CD117 melanocytic receptor related to normal skin, it has been showed, as in vitiligo, the reduction of MITF expression, a vital factor for the function and survival of the melanocyte. Besides that, it has been also made explicit a production imbalance of melanogenic cytokines by the keratinocytes. CONCLUSION: The presence of hypopigmented lesions can be considered a marker of good prognosis in MF. Different mechanisms, such as cytotoxic cellular action and the change of the microenvironment of the epidermal unit, collaborate for the hypopigmentation of the lesions of MFh
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Aplicabilidade da classificação WHO 2008 para os linfomas de células T não-micose fungóide/síndrome de Sézary com expressão primária cutânea / The applicability of the WHO 2008 classification for non-mycosis fungoides/Sezary syndrome T-cell lymphomas with cutaneous primary expression

Daniel Chang 21 October 2010 (has links)
Nas últimas décadas, verificou-se diferenças nas classificações da World Health Organization (WHO) de 2001 e da European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) de 1997 para os linfomas cutâneos primários. Em 2005, representantes dessas classificações se reuniram e em consenso estabeleceram a classificação WHO-EORTC que foi adotada pela última classificação da WHO de 2008. O presente estudo visa a avaliar a aplicabilidade dessa nova classificação em casuística retrospectiva de um único centro de referência no diagnóstico e tratamento de linfomas cutâneos. Assim, todos os casos de linfoma cutâneo de células T, excluindo-se micose fungóide (MF) e síndrome de Sézary (SS), no período de 1986 a 2009, foram analisados em relação aos aspectos clínicos, histopatológicos e imunofenotípicos, incluindo-se a realização de novas reações imunoistoquímicas. Os casos foram, então, classificados de acordo com critérios estabelecidos na classificação WHO de 2008. Houve, assim, 33 casos de linfomas cutâneos de células T não-MF e não-SS, sendo 08 (24,2%) de linfoma cutâneo de grandes células anaplásicas, 05 (15,2%) de papulose linfomatóide, 06 (18,1%) de linfoma extranodal de células NK/T tipo nasal, 05 (15,2%) de neoplasia de células dendríticas plasmocitóides blásticas, 05 (15,2%) de linfoma/leucemia de células T do adulto e 04 (12,1%) de linfoma de células T periféricas, sem outra especificação. Portanto, a classificação WHO de 2008 é aplicável à maioria dos casos de linfoma cutâneo de células T não-MF e não-SS. Entretanto, permanecem casos não classificáveis, alguns dos quais com curso clínico agressivo / Recent years have witnessed differences between the World Health Organization (WHO) 2001 and the European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) 1997 classification systems of primary cutaneous lymphomas (PCLs). In 2005, a joint WHO-EORTC classification system for PCLs has been reached and was adopted by last WHO 2008 classification. This study was performed to assess the applicability of this new classification to a single referral center. All cutaneous T-cell lymphoma (CTCL) cases, excluding mycosis fungoides (MF) and Sezary syndrome (SS), who were referred from 1986 to 2009 were included. The clinical features, histological and immunohistochemical stainings were reviewed, and additional stains were performed as needed. The cases were then reclassified according to the WHO 2008 classification. There were 33 cases of non-MF and non-SS CTCL, included 08 (24.2%) CD30+ anaplastic large-cell lymphomas, 05 (15.2%) cases of lymphomatoid papulosis, 06 (18.1%) extranodal NK/T-cell lymphoma nasal type, 05 (15.2%) blastic plasmacytoid dendritic cell neoplasm, 05 (15.2%) adult T-cell lymphoma/leukemia and 04 (12.1%) peripheral T-cell lymphomas, unspecified. The new WHO 2008 classification is applicable to most nonMF and non-SS CTCL cases. However, there is still a substantial subset of T-cell PCLs which cannot be classified beyond the unspecified peripheral T-cell category, some of which may have an aggressive course

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