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Isótopos estáveis de carbono e nitrogênio aplicados ao estudo da ecologia trófia do peixe-boi marinho (Trichechus manatus) no Brasil

Ciotti, Leandro Lazzari January 2012 (has links)
Dissertação(mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós–Graduação em Oceanografia Biológica, Instituto de Oceanografia, 2012. / Submitted by Cristiane Gomides (cristiane_gomides@hotmail.com) on 2013-10-11T12:19:06Z No. of bitstreams: 1 Leandro.pdf: 1098668 bytes, checksum: d672d3888ee8760a698a4ba11e3e1121 (MD5) / Approved for entry into archive by Sabrina Andrade (sabrinabeatriz@ibest.com.br) on 2013-10-17T17:27:18Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Leandro.pdf: 1098668 bytes, checksum: d672d3888ee8760a698a4ba11e3e1121 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-10-17T17:27:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Leandro.pdf: 1098668 bytes, checksum: d672d3888ee8760a698a4ba11e3e1121 (MD5) Previous issue date: 2012 / Na costa brasileira, o peixe-boi marinho, Trichechus manatus, apresenta distribuição fragmentada e restrita a algumas regiões com características ecológicas distintas. É considerado um herbívoro generalista e oportunista, que consome uma ampla variedade de vegetação de rios, mares e estuários, porém, existem poucas informações sobre a ecologia da espécie no país. O objetivo do presente estudo foi o de estudar a ecologia trófica de T. manatus no Brasil por meio de análise de isótopos estáveis. Amostras de dentes (n=22) e ossos (n=21) de peixes-bois encalhados e amostras de vegetação foram coletadas na região nordeste do país para a análise de isótopos estáveis de carbono (δ13C) e nitrogênio (δ15N). Os animais foram agrupados em cinco regiões: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba (que também inclui animais do Rio Grande do Norte e Pernambuco) e Piauí. As plantas, obtidas destas mesmas regiões, foram categorizadas em quatro grupos: fanerógamas marinhas, macroalgas, mangues e de marismas. O modelo de mistura bayesiano para isótopos estáveis SIAR (Stable Isotopes Analysis in R) foi utilizado para estimar as proporções das fontes nas dietas dos grupos de peixesbois. Não foram verificadas diferenças nos valores de δ13C e δ15N entre dentes e ossos, classes de idade ou sexos. Foram verificadas, entretanto, diferenças nas composições isotópicas dos peixes-bois entre as regiões, principalmente com relação ao carbono: os peixes-bois do Ceará (-7,0 ±0,5‰) apresentaram as composições mais enriquecidas em 13C, enquanto os valores mais empobrecidos foram encontrados nos animais do Maranhão (-15,7 ±1,6‰). Valores intermediários foram observados nos indivíduos de Alagoas (-9,3 ±0,4‰), Piauí (-9,3 ±0,6‰) e Paraíba (-11,4 ±2,8‰). Com relação aos isótopos de nitrogênio, os animais da Paraíba (8,8 ±1,2‰) apresentaram composições mais enriquecidas em 15N do que os indivíduos das outras regiões. O modelo de mistura também mostrou diferenças espaciais na ecologia trófica dos peixes-bois. Os animais do Ceará consumiram predominantemente fanerógamas (97,3%), enquanto as fanerógamas (69,4%) e as macroalgas (64,4%) foram mais importantes para os indivíduos de Alagoas e Paraíba, respectivamente. Apesar dos manguezais predominarem no Maranhão, a vegetação de marisma foi a que apresentou a maior contribuição (68,7%) na dieta dos peixes-bois do região. Diferentemente das demais regiões, os indivíduos do Piauí apresentaram uma dieta mais diversificada, na qual os quatro grupos de macrófitas contribuíram em proporções similares (fanerógamas: 28,5%; marismas: 27,1%; macroalgas: 24,0%; mangues: 20,4%). Os resultados demonstram diferenças espaciais nas estratégias alimentares, bem como a importância dos diferentes grupos de macrófitas na dieta dos peixes-bois. O presente estudo é o primeiro a aplicar a análise de isótopos estáveis em peixes-bois marinhos na América do Sul, amplia o conhecimento sobre a ecologia trófica da espécie no país e fornece informações importantes para o estabelecimento de estratégias para a conservação de T. manatus e seu habitat no Brasil. / On the Brazilian coast, the manatee Trichechus manatus has a fragmented distribution, restricted to a few regions with different ecological characteristics. It is considered a generalist and opportunistic herbivore, consuming a wide range of vegetation from rivers, seas and estuaries, however, information about the ecology of the species in the country is scarce. The aim of this study was to study the trophic ecology of T. manatus in Brazil through stable isotopes. Samples of teeth (n=22) and bones (n=21) of stranded manatees and plants were collected in the northeastern region of the country for the analysis of stable isotopes of carbon (δ13C) and nitrogen (δ15N). The animals were grouped in five regions: Alagoas, Ceara, Maranhão, Paraíba (that includes individuals from Pernambuco and Rio Grande do Norte) and Piauí. The plants, obtained from these same areas, were categorized in four main groups: macroalgae, mangroves, seagrasses and saltmarsh plants. The bayesian mixture model for stable isotopes SIAR (Stable Isotopes Analysis in R) was used to estimate the proportions of the sources in the diets of the groups of manatees. There were no differences in the values of δ13C and δ15N among teeth and bones, age classes or between sexes. There were, however, regional differences in isotopic compositions of manatees, especially for δ13C. Carbon stable isotope compositions ranged from depleted in 13C in Maranhão (- 15,7±1.6‰), to more enriched in Ceará (-7.0±0.5‰), whereas Alagoas (-9.3±0.4‰), Piauí (-9.3±0.6‰) and Paraíba (-11.4±2.8‰) presented intermediate values. Manatees from Paraíba had higher 15N values (8.8±1.2‰) than those from other regions. The mixture model also indicated regional variation on the manatees diet. Animals from Ceará feed almost exclusively on seagrasses (97.3%), while manatees from Alagoas and Paraíba graze mainly upon seagrasses (69.4%) and macroalgae (64.4%), respectively. Individuals from Maranhão were feeding mainly on saltmarsh plants (68.7%), despite mangrove dominate the area. Individuals from Piauí, on the other hand, had a more diversified diet, where seagrasses (28.5%), saltmarsh plants (27.1%), macroalgae (24.0%) and mangroves (20.4%) were assimilated in similar proportions. This study i the first to use stable isotopes do investigate the feeding ecology of manatees in South America. The spatial variation in the manatee’s diet demonstrates that proper conservation strategies for the species should include the maintenance of different macrophyte habitats along the northeastern Brazil.
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Seasonal Aggregations of the Florida Manatee (Trichechus manatus latirostris) in the Port Everglades and Intracoastal Regions of Fort Lauderdale, Florida.

Goldman, Jaime M. 01 December 2010 (has links)
The Florida manatee (Trichechus manatus latirostris), a subspecies of the West Indian manatee, is one of the most endangered marine mammals in United States waters. The Florida manatee is the only manatee that ranges into subtropical and temperate regions. During the winter months manatees adopt a “refuging strategy” where they aggregate at warm-water sources immediately following decreases in the ambient water temperature to below 20° C (68° F) in order to avoid cold stress syndrome (CSS). During the winter manatees aggregate in warm water refuges, including natural warm water springs and the effluent discharges of power plants. The purpose of this study was to determine the number of manatees that aggregate and utilize the waters of the Florida Power and Light (FPL) Plant in Port Everglades (PPE), Florida, its effluent canal, and the surrounding Intracoastal Waterway during the winter months. This study documents the importance of Port Everglades as a wintering refuge for the Florida manatee. This study analyzed the inverse relationship between the number of manatees present at a warm water effluent and water temperature. In this study data were collected over five manatee winter seasons (between 15 November and 31 March) from 1999-2004, from both boat-based and land-based surveys monitoring the presence of manatees in the effluent canal from the FPL electricity generating facility in Port Everglades, FL and the Intracoastal Waterway. Findings indicated that there was an inverse relationship between the number of manatees present and water temperature, where more manatees were present in cooler months, and fewer in warmer months. This study also analyzed the parameters of Catch per Unit Effort (CPUE) as well as heating degree-days and their effect on and relationship to the number of manatees present. The higher the heating degree-days number, the more severe, or cold, winter this indicates. The year with the highest heating degree-days, 24.98, was the 2002-2003 season, which was also the season with the highest number of manatees observed, 393, and the highest CPUE, 10.62 manatees/day.
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INDICADORES POPULACIONAIS E ECOLÓGICOS DE PEIXES-BOIS-MARINHOS (Trichechus manatus manatus) EM DUAS ÁREAS DE MANGUEZAIS E MARISMAS NO MARANHÃO / POPULATION AND ECOLOGICAL INDEX FOR MANATEES (Trichechus manatus manatus) IN TWO MANGROVES AND SALT-MARSHES AREAS OF MARANHÃO

Alvite, Carolina Mattosinho de Carvalho 28 September 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-19T18:20:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Carolina Mattosinho de Carvalho Alvite.pdf: 6763080 bytes, checksum: d171930fac0eadfa71fb881a91e48018 (MD5) Previous issue date: 2008-09-28 / INSTITUTO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DO BRASIL / The Brazilian north coast has the largest continuous area of mangroves on the planet and hosts large groups of manatees, aquatic mammal critically endangered. This research examines the efforts of fix point methodology of observation of manatees on relevant sites of occurrence, from data collected while on the beach in Guarapiranga (GUA), São José de Ribamar and on Ilha do Gato (IGA), Baía do Tubarão. This article discusses the application of population index for manatees in a ecological-environmental study on IGA (02°31'09, 81"S, 43°37'09,13" W), Mapari estuary, serving as a methodological basis to be replicated in other parts of the coast. From the application of index developed with data from fixed point and the characterization of the environmental area, the study provides evidence to infer the relative abundance of the population and it trends over the years, discussing aspects of spatial and temporal use of estuary. Was characterized: temperature, salinity, pH, conductivity, depth, current speed, tides fluctuations, rainfall, biomass of salt-marsh (Spartina alterniflora), and density of plants/seedlings of mangrove. The region showed a seasonal variation marked by two regimes of water, rain (January-July) and dry (August-December), with annual rainfall of 1,704mm. The oceanographic parameters ranged from tides: salinity (FLOOD=14.8; EBB=1.5), conductivity (FLOOD=27.1; EBB=6.3mS/cm), speed of current (FLOOD=46; EBB=88m/s). The tide height ranged from 0.0-5.4m. Biomass of S. alterniflora ranged from 860g/m2(RAIN) to 430g/m2(DRY) and density of plants/seedlings of 74ind/m2(RAIN) to 21ind/m2(DRY). Variations between rain/dry seasons influenced the availability of fresh water and food resources, important factors in the choice of areas for manatees. The estuary was shown with strong influence of daily tide fluctuations, reflecting changes in salinity, current speed, depth and access to plant resources by manatees. Between 2004/2007, manatees were monitored in 1241 days (GUA = 625, IGA = 616). The population analysis carried out in two sites of Maranhão indicated a trend of reducing population between 2004 and 2006, with stabilization between 2006 and 2007. The IGA had the highest relative abundance and showed to be important site of occurrence of manatees, which used as an area of reproduction, parental care, food and rest. IGA in the number of manatees seems to have relation with the seasons, being sighted in greater numbers in the rainy season. Variations during the tides also shown to influence the pattern of use of the IGA, and the manatees were more frequent in the tides ebb and flood. The main type of human activity in the IGA was not motorized boat and it had no negative influence on the occurrence of fish-horse. Knowledge about characteristics of coastal ecosystems is essential for development of appropriate conservation strategies for manatees in the Brazilian north coast. / O litoral norte do Brasil possui a maior área contínua de manguezais do planeta e abriga importantes grupos de peixes-bois-marinhos, mamífero aquático criticamente ameaçado de extinção. Esta pesquisa analisa o esforço da metodologia de observação de peixes-bois por meio de plataformas fixas em sítios de relevante ocorrência, a partir dos dados coletados simultaneamente na praia de Guarapiranga (GUA), São José de Ribamar, e na barra da Ilha do Gato (IGA), Baía do Tubarão. Também é discutida a aplicação de indicadores populacionais e ecológicos para peixes-bois em estudo de caso na barra da Ilha do Gato (02°31 09,81 S; 43°37 09,13 W), estuário do rio Mapari, servindo de base metodológica para ser replicada em outros pontos da costa. A partir da aplicação dos indicadores elaborados com os dados de ponto fixo e da caracterização ambiental da área, a pesquisa fornece elementos para inferir a abundância relativa da população e como esta se comporta ao longo dos anos, discutindo aspectos da utilização espacial e temporal do estuário. Para caracterização ambiental da IGA, foram levantados os seguintes parâmetros: temperatura (ar-água), salinidade, pH, condutividade, profundidade, velocidade de corrente, amplitude de marés, precipitação pluviométrica, biomassa de marisma (Spartina alterniflora), densidade de plântulas de mangue. A região mostrou uma variação sazonal do regime hidrológico: chuva (janeiro-julho) e seca (agosto-dezembro), com precipitação pluviométrica anual de 1704mm. Os parâmetros oceanográficos médios variaram entre as marés: salinidade (ENCH=14,8, VAZ=1,5), condutividade (ENCH=27,1, VAZ=6,3 mS/cm), velocidade de corrente (ENCH=46; VAZ=88 m/s). A altura da maré variou entre 0,0-5,4m. A biomassa de S. alterniflora variou de 860g/m2(chuva) a 430g/m2(seca) e a densidade de plântulas de 74 ind/m2(chuva) a 21 ind/m2(seca). As variações entre os períodos de seca e chuva influenciaram na disponibilidade de água doce e recursos vegetais, fatores determinantes na escolha de áreas pelos peixes-bois. O estuário mostrou-se com forte influência da variação diária nos regimes de maré, refletindo em mudanças na salinidade, velocidade de corrente, profundidade e acesso aos recursos vegetais pelos peixes-bois. Entre 2004/2007, os peixes-bois foram monitorados em 1.241 dias (GUA=625, IGA=616). As análises populacionais realizadas nos dois sítios do Maranhão indicaram uma tendência de redução populacional entre 2004 e 2006, com estabilização entre 2006 e 2007. A Ilha do Gato apresentou a maior abundância relativa e mostrou ser importante sítio de ocorrência de peixes-bois, sendo utilizada como área de reprodução, cuidado parental, alimentação e repouso. Na IGA o número de peixes-bois parece ter relação com as estações do ano, sendo avistados em maior número no período chuvoso. As variações nas fases de maré também mostraram ter influência no padrão de utilização da IGA, sendo que os peixesbois estiveram mais freqüentes nas marés vazantes e cheias. A ocorrência de embarcações não motorizadas foram a atividade humana com maior freqüência na IGA e não teve influência negativa na ocorrência dos peixes-bois. O conhecimento sobre as características dos ecossistemas costeiros é essencial para a elaboração de estratégias de conservação adequadas para o peixe-boi-marinho na região norte do Brasil.

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