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Manuscritos culinários femininos: escrituras das práticas de linguagem do trabalho na cozinhaSantos, Maíra Cordeiro dos 16 December 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-12-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / As receitas culinárias presentes nos manuscritos culinários denotam uma escritura do
cotidiano feminino que revela memórias, identidades e segredos, a partir dos registros
linguísticos e da atividade trabalhista. Analisar as vozes presentes nesses cadernos de
receitas é apontar para uma atividade de trabalho ligada ao mundo destinado
socialmente à mulher, identificando rastros da linguagem do trabalho na cozinha. As
mulheres que exercem profissionalmente a atividade culinária na cidade de Nova
Palmeira/PB registram em seus manuscritos traços da memória da cidade, do tempo e
do local da cultura (BHABHA, 1998) em que se encontram. A partir daí, pode-se
decodificar a linguagem própria do gênero discursivo receita culinária e os registros
linguísticos da oralidade, por ser o manuscrito a última instância da voz (ZUMTHOR,
1993). Os cadernos de receita culinária se inscrevem em uma tradição de narrativas
sobre a alimentação no Brasil, constituindo a formação da identidade nacional, por meio
das escolhas e coerções sociais ligadas aos sabores historicamente determinados.
Enquanto escritura do trabalho prescrito, o manuscrito culinário evoca os padrões
técnicos, sociais e linguísticos para o trabalho na cozinha, diferenciando-se do trabalho
real, efetivamente realizado. A linguagem como trabalho associa-se à linguagem no
trabalho, transpassando as vozes que circulam no entorno da atividade trabalhista e à
linguagem sobre o trabalho, por meio dos discursos que as trabalhadoras enunciam. Os
manuscritos culinários, assim, são repositórios das memórias familiares, dos segredos
profissionais, da experiência laboral, das identidades femininas e da linguagem
associada ao trabalho na cozinha, lócus de atividade doméstica e remunerada. / As receitas culinárias presentes nos manuscritos culinários denotam uma escritura do
cotidiano feminino que revela memórias, identidades e segredos, a partir dos registros
linguísticos e da atividade trabalhista. Analisar as vozes presentes nesses cadernos de
receitas é apontar para uma atividade de trabalho ligada ao mundo destinado
socialmente à mulher, identificando rastros da linguagem do trabalho na cozinha. As
mulheres que exercem profissionalmente a atividade culinária na cidade de Nova
Palmeira/PB registram em seus manuscritos traços da memória da cidade, do tempo e
do local da cultura (BHABHA, 1998) em que se encontram. A partir daí, pode-se
decodificar a linguagem própria do gênero discursivo receita culinária e os registros
linguísticos da oralidade, por ser o manuscrito a última instância da voz (ZUMTHOR,
1993). Os cadernos de receita culinária se inscrevem em uma tradição de narrativas
sobre a alimentação no Brasil, constituindo a formação da identidade nacional, por meio
das escolhas e coerções sociais ligadas aos sabores historicamente determinados.
Enquanto escritura do trabalho prescrito, o manuscrito culinário evoca os padrões
técnicos, sociais e linguísticos para o trabalho na cozinha, diferenciando-se do trabalho
real, efetivamente realizado. A linguagem como trabalho associa-se à linguagem no
trabalho, transpassando as vozes que circulam no entorno da atividade trabalhista e à
linguagem sobre o trabalho, por meio dos discursos que as trabalhadoras enunciam. Os
manuscritos culinários, assim, são repositórios das memórias familiares, dos segredos
profissionais, da experiência laboral, das identidades femininas e da linguagem
associada ao trabalho na cozinha, lócus de atividade doméstica e remunerada.
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