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Identificações do feminino em materiais didáticos contemporâneos / Identifications of the feminine in contemporary textbooksCarla de Oliveira Romão 21 August 2014 (has links)
Dada a persistente restrição da presença feminina em diferentes espaços-tempos das sociedades contemporâneas, desenvolvemos esta pesquisa com o objetivo de discutir os significados atribuídos ao feminino em materiais didáticos da atualidade. Partindo da hipótese de que a educação escolar, embora não determine, participa dos processos sociais que resultam em tal quadro de subalternização da mulher, focalizamos as apostilas utilizadas pelos anos finais do ensino fundamental das escolas públicas da rede da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro, durante o ano de 2013. Foram selecionadas as apostilas das disciplinas Ciência, História e Matemática. Desenvolvemos também estudo sobre a apropriação da noção de gênero na produção acadêmica recente da pesquisa em Educação, de modo a mapear e discutir sobre esta outra importante instância de atribuição de sentido ao ser mulher. Em diálogo com o filósofo Jacques Derrida e suas teorizações sobre os processos sociais de construção de sentidos, nossas análises se basearam no entendimento de que as palavras possuem significados instáveis, provisórios e precários, instituídos de modo relacional e diferencial. Com as teorizações de Joan Scott e Judith Butler, trazemos as proposições de Derrida para pensar os mecanismos de produção do feminino no social, através do conceito de gênero e da noção de identidade performativa. Entre os resultados construídos, está a invisibilidade que a história das mulheres apresenta no material de História, a naturalização de funções apresentadas como femininas nas apostilas de Ciência e a reprodução de concepções tradicionais sobre o lugar de meninas e meninos no corpus de Matemática. Mas concluímos também que os materiais didáticos pesquisados já possuem concepções menos sexistas na forma de significar o feminino, observando-se deslocamentos que sugerem certa hibridação. Porém, esses deslocamentos são inseridos nos textos de forma tímida, fazendo com que os postulados com maior poder de iteração sejam aqueles que ainda reproduzem velhas formas de ser mulher e de ser homem, podendo reforçar os estereótipos de gênero, caso não haja acesso a informações que se contraponham às encontradas. / Given the persistent restriction of female presence in different space-times of contemporary societies, we developed this research with the aim of discussing the meanings attributed to the female in textbooks today. Assuming the hypothesis that school education, though not determine, takes part in the social process that result in the subordination of women, we focused in the handouts used by the final years of primary education in public schools of the City Department of Education of the city of Rio de Janeiro network, during the year of 2013. The handouts of Science, History and Mathematics were selected. We also developed study on the appropriation of the concept of gender in recent academic literature in Educational research, in order to map and discuss this another important instance of assigning meaning to a woman. In dialogue with philosopher Jacques Derrida and his theorizing about the social processes of meaning construction, our analysis were based on the understanding that words have unstable, provisional and precarious meanings, established in a relational and differential mode. With the theories of Joan Scott and Judith Butler, we bring Derridas propositions to think about the mechanisms of female production in the social, through the concept of gender and the notion of performative identity. Among the results produced is the invisibility that womens history presents in the History material, the naturalization of functions presented as female in Science handouts and the reproduction of traditional conceptions about the place of boys and girls in the corpus of Mathematics. But we also found that the textbooks surveyed already have less sexist conceptions in the way to mean feminine, observing shifts that suggest some hybridization. However, these shifts are inserted into the textbooks timidly, causing the postulates with greater iteration power to be those who still reproduce old ways of being woman and man, which may reinforce gender stereotypes, if there is no access to information that counter those found.
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Identificações do feminino em materiais didáticos contemporâneos / Identifications of the feminine in contemporary textbooksCarla de Oliveira Romão 21 August 2014 (has links)
Dada a persistente restrição da presença feminina em diferentes espaços-tempos das sociedades contemporâneas, desenvolvemos esta pesquisa com o objetivo de discutir os significados atribuídos ao feminino em materiais didáticos da atualidade. Partindo da hipótese de que a educação escolar, embora não determine, participa dos processos sociais que resultam em tal quadro de subalternização da mulher, focalizamos as apostilas utilizadas pelos anos finais do ensino fundamental das escolas públicas da rede da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro, durante o ano de 2013. Foram selecionadas as apostilas das disciplinas Ciência, História e Matemática. Desenvolvemos também estudo sobre a apropriação da noção de gênero na produção acadêmica recente da pesquisa em Educação, de modo a mapear e discutir sobre esta outra importante instância de atribuição de sentido ao ser mulher. Em diálogo com o filósofo Jacques Derrida e suas teorizações sobre os processos sociais de construção de sentidos, nossas análises se basearam no entendimento de que as palavras possuem significados instáveis, provisórios e precários, instituídos de modo relacional e diferencial. Com as teorizações de Joan Scott e Judith Butler, trazemos as proposições de Derrida para pensar os mecanismos de produção do feminino no social, através do conceito de gênero e da noção de identidade performativa. Entre os resultados construídos, está a invisibilidade que a história das mulheres apresenta no material de História, a naturalização de funções apresentadas como femininas nas apostilas de Ciência e a reprodução de concepções tradicionais sobre o lugar de meninas e meninos no corpus de Matemática. Mas concluímos também que os materiais didáticos pesquisados já possuem concepções menos sexistas na forma de significar o feminino, observando-se deslocamentos que sugerem certa hibridação. Porém, esses deslocamentos são inseridos nos textos de forma tímida, fazendo com que os postulados com maior poder de iteração sejam aqueles que ainda reproduzem velhas formas de ser mulher e de ser homem, podendo reforçar os estereótipos de gênero, caso não haja acesso a informações que se contraponham às encontradas. / Given the persistent restriction of female presence in different space-times of contemporary societies, we developed this research with the aim of discussing the meanings attributed to the female in textbooks today. Assuming the hypothesis that school education, though not determine, takes part in the social process that result in the subordination of women, we focused in the handouts used by the final years of primary education in public schools of the City Department of Education of the city of Rio de Janeiro network, during the year of 2013. The handouts of Science, History and Mathematics were selected. We also developed study on the appropriation of the concept of gender in recent academic literature in Educational research, in order to map and discuss this another important instance of assigning meaning to a woman. In dialogue with philosopher Jacques Derrida and his theorizing about the social processes of meaning construction, our analysis were based on the understanding that words have unstable, provisional and precarious meanings, established in a relational and differential mode. With the theories of Joan Scott and Judith Butler, we bring Derridas propositions to think about the mechanisms of female production in the social, through the concept of gender and the notion of performative identity. Among the results produced is the invisibility that womens history presents in the History material, the naturalization of functions presented as female in Science handouts and the reproduction of traditional conceptions about the place of boys and girls in the corpus of Mathematics. But we also found that the textbooks surveyed already have less sexist conceptions in the way to mean feminine, observing shifts that suggest some hybridization. However, these shifts are inserted into the textbooks timidly, causing the postulates with greater iteration power to be those who still reproduce old ways of being woman and man, which may reinforce gender stereotypes, if there is no access to information that counter those found.
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