Spelling suggestions: "subject:"neurofisiologia"" "subject:"neurofisiología""
51 |
Papel dos receptores VR1 hipocampais sobre a consolidação da memóriaGenro, Bruna Pasqualini January 2008 (has links)
Os receptores vanilóides VR1 estão presentes em grandes quantidades no sistema nervoso periférico (SNP) e têm sido amplamente estudados como integradores de estímulos nocivos. A detecção desse sistema vanilóide também no sistema nervoso central (SNC), leva ao questionamento de qual seria o papel fisiológico dos receptores VR1 localizados no encéfalo. No presente estudo, abordamos a função desses receptores no hipocampo, estrutura essencial para a formação de memórias aversivas. Foram estudados os efeitos da administração bilateral intrahipocampal de capsaicina, um agonista vanilóide endógeno e de capsazepina, um antagonista dos receptores vanilóides VR1 sobre a etapa de consolidação da memória avaliando 3 parâmetros comportamentais (a) a tarefa de Esquiva Inibitória (b) a tarefa de Condicionamento Aversivo ao Contexto, e (c) o Labirinto em Cruz Elevado. Nossos resultados mostram que o antagonista VR1, a capsazepina, na concentração de 10µM prejudicou a consolidação da memória somente na tarefa de Condicionamento Aversivo ao Contexto. Não foram observados efeitos na tarefa da Esquiva Inibitória e tampouco no Labirinto em Cruz Elevado, sugerindo que o sistema vanilóide participa nos processos de memória envolvendo componentes mais aversivos e que os fármacos utilizados não produziram efeito sobre a ansiedade ou atividade locomotora dos animais. As evidências sugerem um envolvimento do sistema vanilóide endógeno na modulação da consolidação de memórias com um maior grau de aversividade.
|
52 |
Efeitos de intervenções no ambiente neonatal sobre a relação mãe-filhote e o comportamento dos ratos na idade adultaAzevedo, Marcia Scherem January 2005 (has links)
O período neonatal corresponde ao período onde as primeiras ligações sociais do animal são formadas e o organismo está muito sensível aos efeitos de estímulos ambientais. Nas últimas décadas, tem havido um grande interesse em compreender quais fatores do ambiente neonatal e de que forma estes fatores podem exercer influência na fisiologia e no comportamento de animais que tiveram qualquer tipo de intervenção neste período. Quando adultos, os animais que sofreram intervenção neonatal apresentam uma menor secreção de corticosterona e um retorno mais rápido a concentração basal, quando submetidos a estímulos estressores. Além de alterar o eixo hipotálmo–hipófise-adrenal, estudos demonstram que ratas manipuladas apresentam ciclos estrais anovulatórios e há uma redução do comportamento sexual tanto em machos quanto em fêmeas, alterando assim o eixo hipotálamo-hipófise-gônada. A intervenção neonatal também altera a relação mãe-filhote. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo analisar se diferentes tipos de intervenção ambiental (manipulação, separação e estimulação com pincel) promovem alguma alteração na relação mãe-filhote e no comportamento dos animais adultos. Ao parirem (Dia 0), as ratas com suas ninhadas foram divididas em quatro grupos: não manipulado (controle), que não foram tocados durante os 10 primeiros dias após o nascimento; manipulados, que foram manipulados gentilmente pelo experimentador durante 10 minutos por dia, nos 10 primeiros dias de vida; separados, que foram separados da mãe durante 10 minutos por dia, nos 10 primeiros dias de vida; e estimulação tátil com pincel, que foram separados da mãe durante 10 minutos por dia, nos 10 primeiros dias de vida, e durante este tempo foram estimulados com o auxílio de um pincel No experimento 1 foi realizado o registro do comportamento maternal, após o procedimento experimental, no 1º, 5º e 10º dia pós-parto. Neste experimento, foram analisados o comportamento da mãe de lamber os filhotes e de amamentação com dorso arqueado. No experimento 2 os ratos machos com aproximadamente 90 dias de idade e que sofreram intervenção neonatal, passaram pela análise comportamental. Foi analisada a exploração a ambientes novos e medo no campo aberto. No experimento 3, foi analisada a resposta da liberação de prolactina após estresse por contenção, também nos ratos machos com cerca de 90 dias de idade que sofreram intervenção neonatal. Os resultados mostram que ratas, cujos filhotes foram manipulados no período neonatal apresentam um aumento na duração do comportamento de lamber em relação aos grupos não manipulado, separado e estimulação tátil com pincel. No campo aberto ocorreu uma redução na latência de entradas no centro do campo aberto, bem como um aumento no tempo de permanência no centro, em ratos que foram separados e manipulados em relação aos demais. Nossos resultados mostram também que todos os grupos apresentaram um aumento na resposta da prolactina plasmática quando submetidos ao estresse após 15 minutos de contenção.
|
53 |
Estudo comportamental sobre os efeitos do tratamento crônico com imipramina em ratos manipulados no período neonatalPortella, André Krumel January 2005 (has links)
Eventos precoces, particularmente diferentes tipos de estresse, como hipóxiaisquemia, infecções, desnutrição/hipernutrição e negligência materna, podem trazer conseqüências para toda a vida. Tais conseqüências variam conforme a qualidade, a intensidade e a janela de tempo em que o agente agressor atuou, além da susceptibilidade do organismo que o recebeu. Os mecanismos pelos quais estes eventos levam a tais alterações ainda não estão totalmente esclarecidos, mas sabe-se que esta fase da vida constitui-se ao mesmo tempo de um período de hiporresponsividade ao estresse, assim como uma fase crítica para desenvolvimento de diversos órgãos e sistemas. Sabe-se que desafiando a homeostasia do organismo nesse momento, ocorre uma programação de diversos sistemas envolvidos na resposta ao estresse a um novo equilíbrio funcional, o que pode alterar a relação saúde-doença na vida adulta. Dentre os modelos para o estudo de intervenções precoces, temos a Manipulação Neonatal, que consiste numa separação breve da mãe, durante o período hiporresponsivo ao estresse. Nesse trabalho usou-se a separação por 10 min, nos primeiros 10 dias de vida. A partir desta intervenção animais tornam-se menos reativos ao estresse, apresentam comportamento menos ansioso frente a estressores e têm comportamento alimentar caracterizado por um aumento no consumo de alimento palatáveis, sem alteração no consumo de ração padrão. O controle da alimentação envolve basicamente dois componentes, um homeostático e outro hedônico. A preferência alimentar alterada dos animais manipulados no período neonatal indica possivelmente uma alteração da percepção hedônica do alimento. As vias dopaminérgicas mesolímbicas estão associadas a recompensas naturais ou biológicas como alimentação, sexo, drogadição. Sabe-se que animais manipulados no período neonatal apresentam redução de receptores D3 no núcleo acumbens. A Imipramina é um antidepressivo tricíclico que age principalmente por inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina, e com ações indiretas sobre o sistema dopaminérgico e eixo Hipotálamo – Pituitária - Adrenal. Seu uso crônico reforça a capacidade do organismo de enfrentar o estresse e de sentir recompensas naturais como a da alimentação. O objetivo desse trabalho foi investigar se o tratamento crônico com Imipramina reverteria o comportamento alimentar alterado de animais manipulados no periodo neonatal. Adicionalmente investigou-se o efeito deste tratamento sobre outras alterações comportamentais como a menor inibição exploratória no Labirinto em Cruz Elevado e menor habituação no teste do Campo Aberto. No consumo basal de alimento doce, houve aumento de consumo de alimento doce apenas em machos manipulados, sendo que o tratamento com Imipramina diminui este efeito. Os animais machos manipulados não tiveram aumento de consumo em resposta ao estresse de contenção nem à exposição a um ambiente enriquecido, porém responderam à novidade. Novamente aqui o tratamento com Imipramina reverteu o comportamento, pois os animais tratados apresentaram maior reatividade aos estímulos, igualando seu modo de reagir ao dos animais não manipulados. As fêmeas não apresentaram diferenças no consumo de alimento doce no basal, porém o tratamento com Imipramina reduziu a intensidade da resposta aos diferentes estímulos, levando-as a um menor consumo. Nos testes comportamentais, de um modo geral, animais manipulados, tanto machos (no Labirinto em Cruz Elevado), quanto fêmeas (no Campo Aberto), mostraram sinais de menor ansiedade, sem efeito da Imipramina. Porém entre os não manipulados, a Imipramina teve efeito ansiolítico apenas em fêmeas. Tanto o tratamento medicamentoso, quanto a manipulação neonatal levaram a uma menor habituação ao Campo Aberto. Na Preferência Condicionamada de Lugar houve igual desempenho de todos os animais. O principal achado deste trabalho foi o fato dos animais manipulados não tratados com Imipramina terem apresentado uma reduzida variabilidade nas respostas decorrentes de mudanças ambientais, evidenciado tanto no comportamento alimentar persistentemente mantido no mesmo patamar (independentemente das intervenções), quanto na resistência a habituação ao Campo Aberto. A Imipramina foi eficaz em reverter apenas a alteração do comportamento alimentar de ratos machos manipulados no período neonatal, permitindo-lhes uma maior variabilidade de resposta, o que aproximou o seu comportamento ao dos animais não manipulados.
|
54 |
Caracterização da morte celular em neurônios da região CA1 do hipocampo de ratos submetidos à isquemia global transitória e reperfusãoPagnussat, Aline de Souza January 2005 (has links)
A caracterização da morte neuronal após injúria neuronal aguda é um assunto muito discutido e que está sob constante investigação. O presente estudo tem por objetivo caracterizar a morte celular na camada de células piramidais da região CA1 do hipocampo após 10 minutos de isquemia e períodos precoces de reperfusão, utilizando a microscopia eletrônica da transmissão. O modelo animal empregado para produzir a isquemia prosencefálica foi o de oclusão dos 4 vasos com modificações (Netto et al, 1993). Após 3, 6, 12 e 24 h de reperfusão, os animais eram anestesiados e perfundidos transcardiacamente. Os encéfalos eram removidos e seccionados. Os cortes contendo o hipocampo eram desidratados, incluídos em resina, seccionados, observados no microscópio eletrônico de transmissão e eletromicrografados. As células piramidais da região CA1 do hipocampo de todos os grupos submetidos à isquemia apresentavam alterações morfológicas. Em tempos precoces de reperfusão as alterações eram menos expressivas quando comparadas a maiores tempos de reperfusão, e envolviam sinais de necrose apoptótica e necrose oncótica. Com 12 h de reperfusão, as células apresentavam uma aparente recuperação. Decorridas 24 h do insulto isquêmico, o dano neuronal era mais severo e incluía sinais de necrose oncótica, assim como, corpos apoptóticos, os quais caracterizam a morte celular por necrose apoptótica É possível que as células no período pós-isquemia passem por um processo conhecido como um continnum entre a apoptose e a necrose, ou, um processo denominado parapoptose. A aparente recuperação ocorrida com 12 h de reperfusão pode dever-se à influência das células gliais, em especial das células astrocitárias. Dessa forma, o presente estudo fornece evidências que a morte celular após evento isquêmico global transitório, em ratos Wistar adultos envolve características de necrose apoptótica e necrose oncótica.
|
55 |
Efeitos de lesão por hipóxia-isquemia pré-natal sobre o desenvolvimento do sistema motor: córtex e cerebelo / Effects of a prenatal hypoxic-ischemic lesion on motor system development: cortex and cerebellumTiago Savignon Cardoso Machado 07 November 2008 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Infant human brains show hypomyelination, astrogliosis and impairments in cortical development after perinatal hypoxic-ischemic insults. Robinson and colleagues, using a model of hypoxia-ischemia (HI) in which they clamped the uterine arteries of pregnant rats, showed astrogliosis, oligodendroglial death and axonal rupture in the offspring. In this work we evaluated the expression of 23 cyclic nucleotide 3 phosphodiesterase (CNPase) in motor cortex and cerebellum and the NADPHdiaphorase (NADPH-d) distribution in the cerebellum of rats submitted to this HI model. Rats in the 18th gestation day were anesthetized, the uterine horns were exposed and the four uterine arteries were clamped for 45 minutes. Sham controls had the uterine horns exposed, but no arteries were clamped. Gestation proceeded after surgery. Only full term animals were used. A third group of animals were not submitted to the surgical procedure (NM). Animals were anesthetized and perfused with 4% paraformaldehyde at 9, 23 and 90 days. Coronal prosencephalus and parassagital cerebellum sections were submitted to CNPase immunohistochemistry. Additionally, parassagital cerebellum sections were submitted to NADPH-d hystochemistry. We observed a decrease in CNPase immunoreactivity in the cingulum of HI animals at all ages compared with NM and Sham animals. At P9 a lower number of CNPase+ cells in the cingulum and motor cortex of HI animals was observed. At P23 we observed a lower number of CNPase+ cells and fibers in the motor cortex and a greater number of cells in the cingulum of HI animals. A lower number of CNPase+ fibers were observed in the HI animals in the motor cortex at P90. In the cerebellum, at P9, CNPase+ fibers and cells were observed in more distal positions in the folium 1 of Sham and NM than in HI animals. The immunoreactivity to CNPase was altered in the white matter and in the fibers in the gray matter of HI animals at P23 and P90. The cerebelar white matter of HI animals showed a greater number of NADPH-d+ cells than that of control groups at both P9 and P23. At P23 the labeling was observed in the body as well as in the processes. Purkinje cells of Sham animals showed NADPH-d+ labeling in the body and dendritic arborization at folium 1, meanwhile animals of HI group did not show this labeling in the body, but the dendritic arborization had a widespread strong labeling. HI animals at P23 showed NADPHd+ cells in the molecular layer of cerebellum folia 1, 6 and 10. Sham or NM animals did not show NADPH-d+ cell in this region. This pattern was maintained up to P90. Our results showed impairments in oligodendroglial cells that may have been caused by reductions in the number of progenitors, alterations in migration patterns and/or delays in differentiation. We also showed that perinatal HI altered the distribution of NADPH-d+ cells during cerebelar development and that some alterations persist into adulthood, which suggests a permanent impairment. These alterations could lead to motor deficits in young adult HI rats, which, if present,
could be used in devising new therapeutic strategies. / Crianças que sofrem insultos hipóxico-isquêmicos perinatais têm hipomielinização, astrogliose e desenvolvimento cortical alterado. Robinson e cols., usando um modelo de hipóxia-isquemia (HI) por obstrução das artérias uterinas na rata grávida, mostraram astrogliose, morte de oligodendrócitos e ruptura axonal na prole. Neste trabalho avaliamos a expressão de 23nucleotídeo 3fosfodiesterase (CNPase) no córtex e cerebelo e a distribuição da NADPH-diaforase (NADPH-d) no cerebelo de ratos submetidos a este modelo de HI. Ratas no 18 dia de gestação foram anestesiadas, os cornos uterinos expostos e as 4 artérias uterinas obstruídas por 45 minutos (Grupo HI). Animais controle tiveram os úteros expostos sem sofrer a obstrução (Grupo Sham). Após a cirurgia a gestação prosseguiu. Somente animais nascidos a termo foram utilizados. Um terceiro grupo de animais não foi operado (Grupo NM). Após anestesia e perfusão-fixação com paraformaldeído 4% aos 9, 23 e 90 dias pós-natais, cortes coronais do prosencéfalo e parassagitais do cerebelo foram obtidos em criótomo e submetidos à imunohistoquímica para CNPase. Adicionalmente, cortes parassagitais do cerebelo obtidos em criótomo foram submetidos à histoquímica para NADPH-d. Observamos uma diminuição da imunorreatividade à CNPase no cingulum dos animais HI comparados aos animais NM e Sham em todas as idades. Em P9, nos animais HI, há menor número de células CNPase+ no cingulum e córtex motor. Aos 23 dias, há um menor número de células e fibras CNPase+ no córtex motor e mais corpos celulares no cingulum dos animais HI. Aos 90 dias, os animais HI apresentaram menos fibras no córtex motor que os animais controle. No cerebelo, observamos corpos celulares e fibras CNPase+ em regiões mais distais na folha 1 nos animais NM e Sham que nos animais HI aos 9 dias. A imunorreatividade à CNPase estava alterada na substância branca e nas fibras na substância cinzenta nos animais HI tanto aos 23 quanto aos 90 dias. A substância branca nos animais HI apresentaram maior numero de células marcadas para NADPH-d que os animais controle aos 9 e 23 dias, sendo que em P23 a marcação se encontrava tanto no corpo celular quanto nos prolongamentos. As células de Purkinje na folha 1 apresentaram marcação para NADPH-d+, tanto no corpo celular quanto na árvore dendrítica, nos animais NM e Sham, enquanto nos animais HI somente a árvore dendrítica apresentava marcação. Animais do grupo HI aos 23 dias apresentaram células NADPH-d+ na camada molecular das folhas 1, 6 e 10, sendo que animais dos grupos controle não apresentaram células NADPH-d+ nesta região. Este padrão de marcação se manteve nos animais adultos (P90). Nossos resultados mostram alterações na oligodendroglia que podem ser causadas por um menor número de células progenitoras, problemas na migração aos destinos finais e/ou atraso na diferenciação. Mostramos também que a HI perinatal altera a distribuição das células NADPH-d+ durante o desenvolvimento do cerebelo, com algumas destas alterações mantidas na vida adulta, indicando um dano permanente nesta estrutura. Estas alterações poderão resultar em distúrbios motores nos ratos adultos jovens que sofrerem HI perinatal, constituindo então um modelo interessante para desenvolver novas estratégias terapêuticas.
|
56 |
Caracterização da morte celular em neurônios da região CA1 do hipocampo de ratos submetidos à isquemia global transitória e reperfusãoPagnussat, Aline de Souza January 2005 (has links)
A caracterização da morte neuronal após injúria neuronal aguda é um assunto muito discutido e que está sob constante investigação. O presente estudo tem por objetivo caracterizar a morte celular na camada de células piramidais da região CA1 do hipocampo após 10 minutos de isquemia e períodos precoces de reperfusão, utilizando a microscopia eletrônica da transmissão. O modelo animal empregado para produzir a isquemia prosencefálica foi o de oclusão dos 4 vasos com modificações (Netto et al, 1993). Após 3, 6, 12 e 24 h de reperfusão, os animais eram anestesiados e perfundidos transcardiacamente. Os encéfalos eram removidos e seccionados. Os cortes contendo o hipocampo eram desidratados, incluídos em resina, seccionados, observados no microscópio eletrônico de transmissão e eletromicrografados. As células piramidais da região CA1 do hipocampo de todos os grupos submetidos à isquemia apresentavam alterações morfológicas. Em tempos precoces de reperfusão as alterações eram menos expressivas quando comparadas a maiores tempos de reperfusão, e envolviam sinais de necrose apoptótica e necrose oncótica. Com 12 h de reperfusão, as células apresentavam uma aparente recuperação. Decorridas 24 h do insulto isquêmico, o dano neuronal era mais severo e incluía sinais de necrose oncótica, assim como, corpos apoptóticos, os quais caracterizam a morte celular por necrose apoptótica É possível que as células no período pós-isquemia passem por um processo conhecido como um continnum entre a apoptose e a necrose, ou, um processo denominado parapoptose. A aparente recuperação ocorrida com 12 h de reperfusão pode dever-se à influência das células gliais, em especial das células astrocitárias. Dessa forma, o presente estudo fornece evidências que a morte celular após evento isquêmico global transitório, em ratos Wistar adultos envolve características de necrose apoptótica e necrose oncótica.
|
57 |
Papel dos receptores VR1 hipocampais sobre a consolidação da memóriaGenro, Bruna Pasqualini January 2008 (has links)
Os receptores vanilóides VR1 estão presentes em grandes quantidades no sistema nervoso periférico (SNP) e têm sido amplamente estudados como integradores de estímulos nocivos. A detecção desse sistema vanilóide também no sistema nervoso central (SNC), leva ao questionamento de qual seria o papel fisiológico dos receptores VR1 localizados no encéfalo. No presente estudo, abordamos a função desses receptores no hipocampo, estrutura essencial para a formação de memórias aversivas. Foram estudados os efeitos da administração bilateral intrahipocampal de capsaicina, um agonista vanilóide endógeno e de capsazepina, um antagonista dos receptores vanilóides VR1 sobre a etapa de consolidação da memória avaliando 3 parâmetros comportamentais (a) a tarefa de Esquiva Inibitória (b) a tarefa de Condicionamento Aversivo ao Contexto, e (c) o Labirinto em Cruz Elevado. Nossos resultados mostram que o antagonista VR1, a capsazepina, na concentração de 10µM prejudicou a consolidação da memória somente na tarefa de Condicionamento Aversivo ao Contexto. Não foram observados efeitos na tarefa da Esquiva Inibitória e tampouco no Labirinto em Cruz Elevado, sugerindo que o sistema vanilóide participa nos processos de memória envolvendo componentes mais aversivos e que os fármacos utilizados não produziram efeito sobre a ansiedade ou atividade locomotora dos animais. As evidências sugerem um envolvimento do sistema vanilóide endógeno na modulação da consolidação de memórias com um maior grau de aversividade.
|
58 |
Efeitos de intervenções no ambiente neonatal sobre a relação mãe-filhote e o comportamento dos ratos na idade adultaAzevedo, Marcia Scherem January 2005 (has links)
O período neonatal corresponde ao período onde as primeiras ligações sociais do animal são formadas e o organismo está muito sensível aos efeitos de estímulos ambientais. Nas últimas décadas, tem havido um grande interesse em compreender quais fatores do ambiente neonatal e de que forma estes fatores podem exercer influência na fisiologia e no comportamento de animais que tiveram qualquer tipo de intervenção neste período. Quando adultos, os animais que sofreram intervenção neonatal apresentam uma menor secreção de corticosterona e um retorno mais rápido a concentração basal, quando submetidos a estímulos estressores. Além de alterar o eixo hipotálmo–hipófise-adrenal, estudos demonstram que ratas manipuladas apresentam ciclos estrais anovulatórios e há uma redução do comportamento sexual tanto em machos quanto em fêmeas, alterando assim o eixo hipotálamo-hipófise-gônada. A intervenção neonatal também altera a relação mãe-filhote. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo analisar se diferentes tipos de intervenção ambiental (manipulação, separação e estimulação com pincel) promovem alguma alteração na relação mãe-filhote e no comportamento dos animais adultos. Ao parirem (Dia 0), as ratas com suas ninhadas foram divididas em quatro grupos: não manipulado (controle), que não foram tocados durante os 10 primeiros dias após o nascimento; manipulados, que foram manipulados gentilmente pelo experimentador durante 10 minutos por dia, nos 10 primeiros dias de vida; separados, que foram separados da mãe durante 10 minutos por dia, nos 10 primeiros dias de vida; e estimulação tátil com pincel, que foram separados da mãe durante 10 minutos por dia, nos 10 primeiros dias de vida, e durante este tempo foram estimulados com o auxílio de um pincel No experimento 1 foi realizado o registro do comportamento maternal, após o procedimento experimental, no 1º, 5º e 10º dia pós-parto. Neste experimento, foram analisados o comportamento da mãe de lamber os filhotes e de amamentação com dorso arqueado. No experimento 2 os ratos machos com aproximadamente 90 dias de idade e que sofreram intervenção neonatal, passaram pela análise comportamental. Foi analisada a exploração a ambientes novos e medo no campo aberto. No experimento 3, foi analisada a resposta da liberação de prolactina após estresse por contenção, também nos ratos machos com cerca de 90 dias de idade que sofreram intervenção neonatal. Os resultados mostram que ratas, cujos filhotes foram manipulados no período neonatal apresentam um aumento na duração do comportamento de lamber em relação aos grupos não manipulado, separado e estimulação tátil com pincel. No campo aberto ocorreu uma redução na latência de entradas no centro do campo aberto, bem como um aumento no tempo de permanência no centro, em ratos que foram separados e manipulados em relação aos demais. Nossos resultados mostram também que todos os grupos apresentaram um aumento na resposta da prolactina plasmática quando submetidos ao estresse após 15 minutos de contenção.
|
59 |
Estudo comportamental sobre os efeitos do tratamento crônico com imipramina em ratos manipulados no período neonatalPortella, André Krumel January 2005 (has links)
Eventos precoces, particularmente diferentes tipos de estresse, como hipóxiaisquemia, infecções, desnutrição/hipernutrição e negligência materna, podem trazer conseqüências para toda a vida. Tais conseqüências variam conforme a qualidade, a intensidade e a janela de tempo em que o agente agressor atuou, além da susceptibilidade do organismo que o recebeu. Os mecanismos pelos quais estes eventos levam a tais alterações ainda não estão totalmente esclarecidos, mas sabe-se que esta fase da vida constitui-se ao mesmo tempo de um período de hiporresponsividade ao estresse, assim como uma fase crítica para desenvolvimento de diversos órgãos e sistemas. Sabe-se que desafiando a homeostasia do organismo nesse momento, ocorre uma programação de diversos sistemas envolvidos na resposta ao estresse a um novo equilíbrio funcional, o que pode alterar a relação saúde-doença na vida adulta. Dentre os modelos para o estudo de intervenções precoces, temos a Manipulação Neonatal, que consiste numa separação breve da mãe, durante o período hiporresponsivo ao estresse. Nesse trabalho usou-se a separação por 10 min, nos primeiros 10 dias de vida. A partir desta intervenção animais tornam-se menos reativos ao estresse, apresentam comportamento menos ansioso frente a estressores e têm comportamento alimentar caracterizado por um aumento no consumo de alimento palatáveis, sem alteração no consumo de ração padrão. O controle da alimentação envolve basicamente dois componentes, um homeostático e outro hedônico. A preferência alimentar alterada dos animais manipulados no período neonatal indica possivelmente uma alteração da percepção hedônica do alimento. As vias dopaminérgicas mesolímbicas estão associadas a recompensas naturais ou biológicas como alimentação, sexo, drogadição. Sabe-se que animais manipulados no período neonatal apresentam redução de receptores D3 no núcleo acumbens. A Imipramina é um antidepressivo tricíclico que age principalmente por inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina, e com ações indiretas sobre o sistema dopaminérgico e eixo Hipotálamo – Pituitária - Adrenal. Seu uso crônico reforça a capacidade do organismo de enfrentar o estresse e de sentir recompensas naturais como a da alimentação. O objetivo desse trabalho foi investigar se o tratamento crônico com Imipramina reverteria o comportamento alimentar alterado de animais manipulados no periodo neonatal. Adicionalmente investigou-se o efeito deste tratamento sobre outras alterações comportamentais como a menor inibição exploratória no Labirinto em Cruz Elevado e menor habituação no teste do Campo Aberto. No consumo basal de alimento doce, houve aumento de consumo de alimento doce apenas em machos manipulados, sendo que o tratamento com Imipramina diminui este efeito. Os animais machos manipulados não tiveram aumento de consumo em resposta ao estresse de contenção nem à exposição a um ambiente enriquecido, porém responderam à novidade. Novamente aqui o tratamento com Imipramina reverteu o comportamento, pois os animais tratados apresentaram maior reatividade aos estímulos, igualando seu modo de reagir ao dos animais não manipulados. As fêmeas não apresentaram diferenças no consumo de alimento doce no basal, porém o tratamento com Imipramina reduziu a intensidade da resposta aos diferentes estímulos, levando-as a um menor consumo. Nos testes comportamentais, de um modo geral, animais manipulados, tanto machos (no Labirinto em Cruz Elevado), quanto fêmeas (no Campo Aberto), mostraram sinais de menor ansiedade, sem efeito da Imipramina. Porém entre os não manipulados, a Imipramina teve efeito ansiolítico apenas em fêmeas. Tanto o tratamento medicamentoso, quanto a manipulação neonatal levaram a uma menor habituação ao Campo Aberto. Na Preferência Condicionamada de Lugar houve igual desempenho de todos os animais. O principal achado deste trabalho foi o fato dos animais manipulados não tratados com Imipramina terem apresentado uma reduzida variabilidade nas respostas decorrentes de mudanças ambientais, evidenciado tanto no comportamento alimentar persistentemente mantido no mesmo patamar (independentemente das intervenções), quanto na resistência a habituação ao Campo Aberto. A Imipramina foi eficaz em reverter apenas a alteração do comportamento alimentar de ratos machos manipulados no período neonatal, permitindo-lhes uma maior variabilidade de resposta, o que aproximou o seu comportamento ao dos animais não manipulados.
|
60 |
Eletromiografia de superfície de músculos envolvidos na deglutição em pacientes com Doença de Parkinsondas Graças Wanderley de Sales Coriolano, Maria 31 January 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T22:58:53Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo4214_1.pdf: 8389985 bytes, checksum: 5056a8f5ca3a26a13c8e7bc08e46b0d8 (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2009 / Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma doença crônica e degenerativa do
sistema nervoso central que resulta da morte de neurônios motores da substância negra
promovendo distúrbios motores e disfunções posturais. A DP é uma das doenças neurológicas
que mais frequentemente resulta em dificuldades na deglutição (disfagia). A incidência de
disfagia na DP oscila entre 50% e 100% dos pacientes, podendo estar presente mesmo na
ausência de sintomas clínicos.
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi comparar os registros da eletromiografia de
superfície (EMGs) dos músculos envolvidos na deglutição entre sujeitos com DP e normais, e
caracterizar a população estudada através da aplicação de escalas que avaliam a DP, a
qualidade de vida e a qualidade de vida em deglutição.
Método: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos. A população foi composta por 30 sujeitos: 15 sujeitos com DP idiopática e 15
sujeitos normais. O equipamento utilizado no estudo foi um eletromiógrafo com 4 canais da
marca EMG System do Brasil LTDA. O sinal captado pelos eletrodos foi amplificado 2000
vezes (rejeição de modo comum > 120 dB), filtrado com filtro passa-banda de 20 a 500 Hz
com uma velocidade de digitalização de 8 KHz. Os parâmetros eletrofisiológicos analisados
foram a amplitude e a duração da atividade eletromiográfica durante as deglutições. Os dados
do registro bruto foram salvos em arquivo texto e lidos em matlab para análise dos sinais. Os
músculos registrados simultaneamente foram: orbicular dos lábios, masséter e músculos
localizados nas regiões supra-hióidea e infra-hióidea. O registro dos sujeitos com DP foi
realizado na fase off . Para o registro foi oferecido aos sujeitos os volumes de 10 ml e 20 ml
de água, 5 ml e 10 ml de iogurte e 100 ml de água. A caracterização da população estudada
foi feita através da aplicação das escalas de Hoehn Yarh, UPDRS, PDQ-39 e SWAL-QOL.
Resultados: A análise dos registros da EMGs foi realizada através de ANOVA, Teste
de Tukey (post hoc) e Teste-T. Os parâmetros eletromiográficos apresentaram diferenças
significativas entre os sujeitos com DP e normais. A amplitude sofreu influência significativa
(p<0,001) do aumento do volume de água e da variação entre as consistências água/iogurte. A
duração sofreu influência significativa (p<0,001) da condição, Parkinson ou normal, do
aumento do volume de água e da variação entre as consistências água/iogurte. Na deglutição
livre de 100 ml de água os sujeitos DP precisaram de um tempo significativamente maior
(p<0,004) que os sujeitos normais para engolir todo o volume. Entretanto os valores de
amplitude não apresentaram diferenças significativas.
Conclusões: Este trabalho mostrou que a análise da amplitude, duração e tempo da
atividade eletromiográfica pode fornecer informações importantes sobre a função da
deglutição. A EMGs é um método simples, confiável, reprodutível, e de baixo desconforto
para o paciente, podendo ser repetido sempre que necessário para monitorar a deglutição e
detectar precocemente suas disfunções, proporcionando a possibilidade de intervenção
precoce. Pode também ser usada para monitorar o tratamento, pois pode ser repetida quantas
vezes necessário
|
Page generated in 0.0528 seconds