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Manejo de variedades de mandioca em áreas de reforma agrária: manutenção ou perda de agrobiodiversidade? / Management of cassava varieties in two different regions of agrarian reform in Brazil: maintenance or loss of agrobiodiversity?

Marchetti, Fábio Frattini 03 September 2018 (has links)
O potencial da agrobiodiversidade em fortalecer a segurança e soberania alimentar de comunidades rurais, com sustentabilidade ambiental e inclusão social, está amplamente reconhecido. Contudo, parte dessa diversidade biocultural tem sido perdida com a expansão da urbanização, da agricultura moderna e suas variedades comerciais, geneticamente homogêneas. Os assentamentos rurais de reforma agrária representam espaços de resistência, importantes para manter as pessoas no campo e estimular os processos que geram e mantém agrobiodiversidade. O objetivo da tese foi analisar como os contextos socioeconômicos e culturais, em diferentes regiões de reforma agrária, impactam o manejo e a manutenção da agrobiodiversidade associada à mandioca (Manihot esculenta), e contribuir para o aprimoramento de ações direcionadas ao seu uso e conservação. A tese está dividida em sete capítulos. O Capítulo 1 - Introdução geral - apresenta as origens e os manejos da agrobiodiversidade e suas estratégias de conservação, em nível global, a importância da mandioca nos estudos em agrobiodiversidade no Brasil, e as abordagens metodológicas em torno do tema. O Capítulo 2 - A não reforma agrária brasileira e seus impactos na conservação da agrobiodiversidade - traz um histórico das políticas públicas de reforma agrária no Brasil, e discute as possibilidades de aliar a organização social no campo, o desenvolvimento de assentamentos rurais e os programas de manejo e manutenção da agrobiodiversidade. O Capítulo 3 - O contexto socioeconômico dos assentados no Extremo Sul da Bahia e no Pontal do Paranapanema - apresenta as duas regiões selecionadas para esse estudo e faz apontamentos sobre os contextos socioeconômicos dos assentamentos rurais e dos agricultores amostrados em cada região. O Capítulo 4 - A estrutura da diversidade de variedades de mandioca nos assentamentos rurais - analisa, por meio de uma abordagem etnobotânica e genética, a estrutura e amplitude da diversidade de variedades de mandioca amostrada nos dois diferentes contextos regionais. O Capítulo 5 - Os conhecimentos locais e as práticas agrícolas associadas à diversidade de mandioca - analisa os elementos socioeconômicos e culturais que influenciam sobre a diversidade de mandioca amostrada, considerando os parâmetros de identidade, manejo agrícola e formas de uso das variedades locais. O Capítulo 6 - Ações de valorização e conservação da agrobiodiversidade: aprendizados dos Parques Naturais Regionais na França- apresenta ações de valorização e conservação da agrobiodiversidade a partir da experiência vivenciada pelo autor nos Parques Naturais Regionais, na França. E, por fim, o Capítulo 7 - Considerações Finais - revisita as questões iniciais da tese, analisa os resultados e conclusões apresentados e sugere ações para a valorização e conservação da agrobiodiversidade em assentamentos rurais de reforma agrária, em especial no Extremo Sul da Bahia e no Pontal do Paranapanema. / The potential of agrobiodiversity to strengthen food security and sovereignty is widely recognized. However, part of this biocultural diversity has been lost due expansion of urbanization, modern agriculture, and its genetically homogeneous varieties. Rural settlements of agrarian reform are spaces of resistance, relevant for keeping people at the countryside, and stimulating the process that generate and maintain agrobiodiversity. The main goal of the thesis was to analyze how socioeconomic and cultural contexts impact the management of cassava agrobiodiversity, in different regions of agrarian reform, and contribute to the improvement of actions to use and conservation it. The thesis is divided in seven chapters. Chapter 1 - General Introduction - presents the origins and management of agrobiodiversity, the conservation strategies at a global level, the importance of cassava in agrobiodiversity studies in Brazil, and the methodological approaches. Chapter 2 - The weak agrarian reform in Brazil, and the impacts on the conservation of agrobiodiversity - brings a history of agrarian reform in Brazil, and discusses the possibilities to allying rural social movements, the development of rural settlements, and maintenance of agrobiodiversity. Chapter 3 - The socioeconomic context of the settlers in Extreme South of Bahia, and Pontal do Paranapanema - presents the two study regions, and discuss the rural settlements and farmers socioeconomic contexts. Chapter 4 - The structure of diversity of cassava varieties in rural settlements - analyzes, through an ethnobotanical and genetic approach, the structure of cassava diversity sampled in the two different regional contexts. Chapter 5 - Local knowledge and agricultural practices associated with cassava diversity - analyzes the socioeconomic and cultural elements that influence cassava diversity, considering the parameters of identity, management, and uses of local varieties. Chapter 6 - Actions for the valorization and conservation of agrobiodiversity: notes from the Regional Natural Parks in France - presents actions for the valorization and conservation of agrobiodiversity on the author experience in the Regional Natural Parks in France. Finally, Chapter 7 - Final Considerations - revisits the thesis initial questions, analyzes the presented results and conclusions, and suggests actions to agrobiodiversity valorization and conservation in rural agrarian reform settlements, especially in Extreme South of Bahia, and Pontal do Paranapanema.
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Etnobotânica e diversidade genética de mandioca (Manihot esculenta Crantz.): a manutenção da agrobiodiversidade em comunidades tradicionais de Jangada, Mato Grosso, Brasil / Ethnobotany and genetic diversity of cassava (Manihot esculenta Crantz.): agrobiodiversity maintenance in traditional communities from Jangada, Mato Grosso, Brazil

Oler, Juliana Rodrigues Larrosa [UNESP] 06 November 2017 (has links)
Submitted by Juliana Rodrigues Larrosa Oler null (juliana.oler@gmail.com) on 2017-12-19T14:06:41Z No. of bitstreams: 1 Juliana_Oler_tese_completa_final.pdf: 7870655 bytes, checksum: a1e75032b62c41906b8acdebbc32a56b (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Aparecida Puerta null (dripuerta@rc.unesp.br) on 2017-12-19T17:05:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1 oler_jrl_dr_rcla.pdf: 7822316 bytes, checksum: 3011bf0ec0e5719e972514d1352e442a (MD5) / Made available in DSpace on 2017-12-19T17:05:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 oler_jrl_dr_rcla.pdf: 7822316 bytes, checksum: 3011bf0ec0e5719e972514d1352e442a (MD5) Previous issue date: 2017-11-06 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Sabe-se que os agricultores de pequena escala que praticam agricultura de modo tradicional desempenham um importante papel na manutenção da agrobiodiversidade, podendo complementar o trabalho de conservação ex situ. Um dos cultivos mais presentes na agricultura tradicional tropical é a mandioca (Manihot esculenta Crantz.), base alimentar de mais de 800 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, encontra-se elevada diversidade intraespecífica da referida tuberosa, sobretudo entre os agricultores da Baixada Cuiabana, Mato Grosso, que ainda praticam agricultura nos moldes tradicionais por meio de técnicas que não apenas mantêm, mas também amplificam essa diversidade. O presente estudo teve como objetivo caracterizar a dinâmica de cultivo das variedades locais de mandioca das comunidades tradicionais contíguas Mutum (Mt), Vaquejador (Vq), Ribeirão das Pedras Acima (Ra) e Quilombo (Qb), localizadas no município de Jangada-MT e analisar a influência dos aspectos socioeconômicos, culturais e genéticos na manutenção da agrobiodiversidade local, bem como analisar as relações entre as comunidades estudadas e suas influências sobre o manejo da agrobiodiversidade. Os capítulos que compõem este trabalho consistem em: 1) Apresentação da problemática, área de estudo, métodos e análises utilizados; 2) Caracterização socioeconômica das comunidades estudadas e dos agricultores; 3) Descrição dos espaços de cultivo, técnicas de manejo e produção de farinha de mandioca; e 4) Levantamento etnobotânico e análise genética das variedades de mandioca cultivadas. Em linhas gerais, o perfil dos agricultores foi semelhante, sendo a atividade agrícola praticada principalmente por homens com idade mediana de 56 anos. Quanto à manutenção dos jovens no campo, a comunidade Mt foi a que apresentou maior saída de jovens da zona rural (63,9 %), enquanto que Ra exibiu a maior quantidade de novas unidades familiares no mesmo local (64,3 %). Falta de infraestrutura, de acesso à educação e a serviços de saúde, assim como a busca por melhores oportunidades profissionais destacaram-se entre os motivos para que os jovens deixassem as comunidades. A agricultura era praticada em quintais e roças nas quatro comunidades. O modo de fazer agricultura foi similar em todas elas, mesclando técnicas tradicionais e modernas, sendo que a mandioca constituía uma importante espécie para alimentação. A principal dificuldade para o cultivo da mandioca foi a escassez de mão de obra e de assistência técnica. A manufatura de farinha de mandioca era mais importante para as comunidades Ra e Vq. Os agricultores citaram a presença do atravessador como o maior entrave para a comercialização da farinha produzida. Foram catalogadas 31 variedades locais, sendo Mt a comunidade mais diversificada (H’ = 2,64). Elevada diversidade genética também foi observada, evidenciando o potencial das comunidades como mantenedoras da agrobiodiversidade. A rede de circulação de propágulos mostrou-se complexa e pode ser responsável pela semelhança genética das comunidades mais próximas entre si geograficamente. A existência de outras comunidades e até cidades abarcadas pela rede de circulação de propágulos indica a necessidade de uma abordagem regional em futuros estudos para melhor compreensão da dinâmica de conservação da agrobiodiversidade. / Small-scale farmers who perform agriculture in a traditional manner are known to play an important role in maintaining agrobiodiversity and, therefore, they may complement ex situ conservation work. Cassava (Manihot esculenta Crantz.) is one of the most important crops in traditional tropical agriculture, being considered as staple food for more than 800 million people in the world. There is a high intraspecific diversity in Brazil, especially among farmers located in the region of Baixada Cuiabana, Mato Grosso, which still cultivates it in a traditional way, using techniques that contribute not only to maintain but also to expand the diversity. Thus, this study aimed to characterize the dynamics of cultivation of local cassava varieties, given its relevance to small scale farmers, of four contiguous traditional communities located in the municipality of Jangada, State of Mato Grosso, Brazil; Mutum (Mt), Vaquejador (Vq), Ribeirão das Pedras Acima (Ra), and Quilombo (Qb); and it also aimed to analyze the influence of socioeconomic, cultural and genetic aspects in the maintenance of agrobiodiversity, as well as the relations between studied communities and their influences on the agrobiodiversity management. The chapters of this work consist of: 1) Problem presentation, study area, methods and adopted analysis; 2) Socioeconomic characterization of studied communities and farmers; 3) Description of crop spaces, management techniques and production of cassava flour; and 4) Ethnobotanical survey and genetic analysis of cultivated cassava varieties. In general, the farmers profile was similar, with agricultural activity being performed mainly by men with median age of 56 years. Regarding the maintenance of the youth in the countryside, Mt community presented the largest rural youth drop out (63.9 %), as Ra community showed the largest number of new local family units (64.3 %). The deficiency in infrastructure as well as in education and health services access, and the seek for greater job opportunities composed the main reasons why young people would leave the countryside. In the four communities, agriculture was being practiced in backyards and gardens. The way they used to perform it was similar in all of them, mixing traditional and modern techniques, with cassava being a fundamental species as for feeding. The main difficulty as to cassava cultivation was the lack of both labor force and technical assistance and its flour production was more relevant for Ra and Vq communities. Farmers mentioned the middleman presence as the major obstacle in marketing the produced flour. Thirty-one local varieties were surveyed, with Mt community being the most diversified (H’ = 2.64). The communities also presented high genetic diversity, revealing their potential as agrobiodiversity maintainers. Propagules circulation network has proved to be complex and may be responsible for the genetic resemblance of nearby communities. The existence of other communities and even towns within the propagules circulation network indicates the need for a regional approach in future studies in order to improve the comprehension about the dynamics of agrobiodiversity conservation.
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Diversidade genética de inhame (Dioscorea trifida L.) avaliada por marcadores morfológicos, SSR e ISSR / Genetic diversity of yam (Dioscorea trifida L.) assessed with morphological, SSR and ISSR markers

Nascimento, Wellington Ferreira do 30 August 2013 (has links)
Dioscorea trifida L. é uma espécie de inhame comestível originária da América do Sul, que em conjunto com outras espécies importantes economicamente do gênero Dioscorea é mantida por pequenos agricultores tradicionais. Assim, observa-se que as comunidades tradicionais exercem um papel fundamental na manutenção e geração da diversidade genética de inhame.O objetivo deste trabalho foi obter informações a respeito da distribuição, manejo e diversidade genética de D. trifida no Brasil. Para tanto, foram visitados e entrevistados agricultores dos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso. Durante as visitas, foram coletados 51 acessos, os quais, juntamente com dois acessos adquiridos em feiras livres no Estado do Amazonas, foram caracterizados por meio de 16 descritores morfológicos, 16 ISSR e oito SSR.Observou-se que o cultivo de D. trifida ocorre na maioria das vezes em roças com menos de dois hectares (92%) mantidas por agricultores tradicionais, com a produção ocorrendo em baixa escala, visando principalmente a subsistência das pessoas envolvidas com o cultivo e manutenção da espécie. Dentre as denominações encontradas para a espécie, as mais citadas foram \"cará roxo\", em 43,4% das unidades amostrais, \"cará\" e \"cará branco\", ambos observados em 9,4%, e \"cará mimoso\", com 7,6%. Observou-se também uma regionalização dessas denominações, onde \"cará roxo\" e \"cará branco\" foram atribuídos à espécie pelos agricultores dos Estados de São Paulo e Mato Grosso, sendo que \"cará\" e \"cará mimoso\" foram atribuídos pelos agricultores de Santa Catarina. Os nomes \"cará roxo\" e \"cará\" foram também atribuídos aos dois acessos da Amazônia. Além dessas, várias outras denominações para a espécie foram encontradas, porém com baixa frequência. Na caracterização morfológica observou-se que as cores da casca e da polpa foram os caracteres morfológicos mais relevantes para a distinção dos acessos. O nível de polimorfismo entre os acessos foi elevado, 95% para SSR e 76% para ISSR. O coeficiente de similaridade de Jaccard, bem como os resultados obtidos com as análises de agrupamento, coordenadas principais e bayesiana para os marcadores SSR e ISSR, separaram os acessos em três grupos principais: I - acessos de Ubatuba-SP; II - acessos de Iguape-SP e SantaCatarina; III - acessos de Mato Grosso. Os dois acessos do Amazonas variaram de posição de acordo com a região genômica analisada. A maior parte da diversidade genética foi observada dentro dos grupos formados (66,5% e 60,6% para ISSR and SSR, respectivamente), embora a diversidade entre grupos tenha sido de considerável magnitude, mostrando a estruturação dos acessos de acordo com sua origem, o que foi comprovado pela correlação baixa, mas significativa entre as distâncias genéticas e geográficas dos acessos. Portanto, os resultados obtidos para os marcadores SSR e ISSR demonstraram que a diversidade genética dos acessos de D. trifida mantidos por pequenos agricultores tradicionais do Brasil está levemente estruturada no espaço geográfico amostrado. Estes resultados poderão auxiliar na elaboração de estratégias de conservação para a espécie, tanto ex situ como in situ, dentro da visão de conservação on farm. / Dioscorea trifida L. is a species of edible yams originated in South America, which together with other economically important species of the genus Dioscorea is cultivated by small traditional farmers. Thus, it is observed that traditional communities play a key role in the generation and maintenance of yams genetic diversity. The aim of this study was to obtain information about the distribution, management and genetic diversity of D. trifida in Brazil. So, were visited and interviewed farmers in the states of São Paulo, Santa Catarina and Mato Grosso. During the visits, we collected 51 accessions, which, together with two accessions purchased at fairs in the state of Amazonas, were characterized using 16 morphological descriptors, 16 ISSR and eight SSR markers.We observed that D. trifida occurs most often in swidden fields with less than two hectares (92%) maintained by traditional farmers, with production occurring on a small scale, mainly targeting the livelihood of the people involved with the cultivation and maintenance of the species. Among the names found for the species, the most cited were \"cará roxo\" in 43.4% of the sample units, \"cará\" and \"cará branco\", both observed in 9.4% and \"cará mimoso\" with 7.6%. There is also a regionalization of these denominations, where \"inhame roxo\" and \"inhame branco\" were assigned by farmers to the species in the states of São Paulo and Mato Grosso, where \"cará\" and \"cará mimoso\" were allocated to farmers of Santa Catarina. The names \"cará roxo\" and \"cará\" were also awarded to two accessions from the Amazon. Besides these, several other names for the species were found, but with low frequency. In the morphological characterization, the skin and flesh color were the most relevant traits for the distinction of accessions. The polymorphism level between the accessions was high, 95% for SSR and 76% for ISSR. The Jaccard similarity coefficient and the results obtained in the cluster analysis, principal coordinates and Bayesian analyses for ISSR and SSR markers, separated the accessions into three main groups: I - accessions from Ubatuba-SP; II - accessions from Iguape-SP and Santa Catarina; III - accessions from Mato Grosso. The accessions from Amazonas ranged their position according to the genomic region analyzed. The majority of genetic diversity was observed within groups (66.5% and 60.6% for ISSR and SSR, respectively), although differences between groups was of considerable magnitude, showing the structure of the accessions according to their origin, which was confirmed by correlation between genetic and geographic distances of accessions. Therefore, the results obtained for the SSR and ISSR markers showed that the genetic diversity of accessions of D. trifida maintained by small traditional farmers in Brazil is slightly structured in the geographic area sampled. These results may help in developing conservation strategies for the species, both ex situ and in situ, within the vision of on farm conservation.
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Diversidade genética de inhame (Dioscorea trifida L.) avaliada por marcadores morfológicos, SSR e ISSR / Genetic diversity of yam (Dioscorea trifida L.) assessed with morphological, SSR and ISSR markers

Wellington Ferreira do Nascimento 30 August 2013 (has links)
Dioscorea trifida L. é uma espécie de inhame comestível originária da América do Sul, que em conjunto com outras espécies importantes economicamente do gênero Dioscorea é mantida por pequenos agricultores tradicionais. Assim, observa-se que as comunidades tradicionais exercem um papel fundamental na manutenção e geração da diversidade genética de inhame.O objetivo deste trabalho foi obter informações a respeito da distribuição, manejo e diversidade genética de D. trifida no Brasil. Para tanto, foram visitados e entrevistados agricultores dos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso. Durante as visitas, foram coletados 51 acessos, os quais, juntamente com dois acessos adquiridos em feiras livres no Estado do Amazonas, foram caracterizados por meio de 16 descritores morfológicos, 16 ISSR e oito SSR.Observou-se que o cultivo de D. trifida ocorre na maioria das vezes em roças com menos de dois hectares (92%) mantidas por agricultores tradicionais, com a produção ocorrendo em baixa escala, visando principalmente a subsistência das pessoas envolvidas com o cultivo e manutenção da espécie. Dentre as denominações encontradas para a espécie, as mais citadas foram \"cará roxo\", em 43,4% das unidades amostrais, \"cará\" e \"cará branco\", ambos observados em 9,4%, e \"cará mimoso\", com 7,6%. Observou-se também uma regionalização dessas denominações, onde \"cará roxo\" e \"cará branco\" foram atribuídos à espécie pelos agricultores dos Estados de São Paulo e Mato Grosso, sendo que \"cará\" e \"cará mimoso\" foram atribuídos pelos agricultores de Santa Catarina. Os nomes \"cará roxo\" e \"cará\" foram também atribuídos aos dois acessos da Amazônia. Além dessas, várias outras denominações para a espécie foram encontradas, porém com baixa frequência. Na caracterização morfológica observou-se que as cores da casca e da polpa foram os caracteres morfológicos mais relevantes para a distinção dos acessos. O nível de polimorfismo entre os acessos foi elevado, 95% para SSR e 76% para ISSR. O coeficiente de similaridade de Jaccard, bem como os resultados obtidos com as análises de agrupamento, coordenadas principais e bayesiana para os marcadores SSR e ISSR, separaram os acessos em três grupos principais: I - acessos de Ubatuba-SP; II - acessos de Iguape-SP e SantaCatarina; III - acessos de Mato Grosso. Os dois acessos do Amazonas variaram de posição de acordo com a região genômica analisada. A maior parte da diversidade genética foi observada dentro dos grupos formados (66,5% e 60,6% para ISSR and SSR, respectivamente), embora a diversidade entre grupos tenha sido de considerável magnitude, mostrando a estruturação dos acessos de acordo com sua origem, o que foi comprovado pela correlação baixa, mas significativa entre as distâncias genéticas e geográficas dos acessos. Portanto, os resultados obtidos para os marcadores SSR e ISSR demonstraram que a diversidade genética dos acessos de D. trifida mantidos por pequenos agricultores tradicionais do Brasil está levemente estruturada no espaço geográfico amostrado. Estes resultados poderão auxiliar na elaboração de estratégias de conservação para a espécie, tanto ex situ como in situ, dentro da visão de conservação on farm. / Dioscorea trifida L. is a species of edible yams originated in South America, which together with other economically important species of the genus Dioscorea is cultivated by small traditional farmers. Thus, it is observed that traditional communities play a key role in the generation and maintenance of yams genetic diversity. The aim of this study was to obtain information about the distribution, management and genetic diversity of D. trifida in Brazil. So, were visited and interviewed farmers in the states of São Paulo, Santa Catarina and Mato Grosso. During the visits, we collected 51 accessions, which, together with two accessions purchased at fairs in the state of Amazonas, were characterized using 16 morphological descriptors, 16 ISSR and eight SSR markers.We observed that D. trifida occurs most often in swidden fields with less than two hectares (92%) maintained by traditional farmers, with production occurring on a small scale, mainly targeting the livelihood of the people involved with the cultivation and maintenance of the species. Among the names found for the species, the most cited were \"cará roxo\" in 43.4% of the sample units, \"cará\" and \"cará branco\", both observed in 9.4% and \"cará mimoso\" with 7.6%. There is also a regionalization of these denominations, where \"inhame roxo\" and \"inhame branco\" were assigned by farmers to the species in the states of São Paulo and Mato Grosso, where \"cará\" and \"cará mimoso\" were allocated to farmers of Santa Catarina. The names \"cará roxo\" and \"cará\" were also awarded to two accessions from the Amazon. Besides these, several other names for the species were found, but with low frequency. In the morphological characterization, the skin and flesh color were the most relevant traits for the distinction of accessions. The polymorphism level between the accessions was high, 95% for SSR and 76% for ISSR. The Jaccard similarity coefficient and the results obtained in the cluster analysis, principal coordinates and Bayesian analyses for ISSR and SSR markers, separated the accessions into three main groups: I - accessions from Ubatuba-SP; II - accessions from Iguape-SP and Santa Catarina; III - accessions from Mato Grosso. The accessions from Amazonas ranged their position according to the genomic region analyzed. The majority of genetic diversity was observed within groups (66.5% and 60.6% for ISSR and SSR, respectively), although differences between groups was of considerable magnitude, showing the structure of the accessions according to their origin, which was confirmed by correlation between genetic and geographic distances of accessions. Therefore, the results obtained for the SSR and ISSR markers showed that the genetic diversity of accessions of D. trifida maintained by small traditional farmers in Brazil is slightly structured in the geographic area sampled. These results may help in developing conservation strategies for the species, both ex situ and in situ, within the vision of on farm conservation.
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Ecosystem services, biodiversity and human wellbeing along climatic gradients in smallholder agro-ecosystems in the Terai Plains of Nepal and northern Ghana

Thorn, Jessica Paula Rose January 2016 (has links)
Increasingly unpredictable, extreme and erratic rainfall with higher temperatures threatens to undermine the adaptive capacity of food systems and ecological resilience of smallholder landscapes. Despite growing concern, land managers still lack quantitative techniques to collect empirical data about the potential impact of climatic variability and change. This thesis aims to assess how ecosystem services and function and how this links with biodiversity and human wellbeing in smallholder agro-ecosystems in a changing climate. To this end, rather than relying on scenarios or probabilistic modelling, space was used as a proxy for time to compare states in disparate climatic conditions. Furthermore, an integrated methodological framework to assess ecosystem services at the field and landscape level was developed and operationalised, the results of which can be modelled with measures of wellbeing. Various multidisciplinary analytical tools were utilised, including ecological and socio-economic surveys, biological assessments, participatory open enquiry, and documenting ethnobotanical knowledge. The study was located within monsoon rice farms in the Terai Plains of Nepal, and dry season vegetable farms in Northern Ghana. Sites were selected that are climatically and culturally diverse to enable comparative analysis, with application to broad areas of adaptive planning. The linkages that bring about biophysical and human changes are complex and operate through social, political, economic and demographic drivers, making attribution extremely challenging. Nevertheless, it was demonstrated that within hotter and drier conditions in Ghana long-tongued pollinators and granivores, important for decomposition processes and pollination services, are more abundant in farms. Results further indicated that in cooler and drier conditions in Nepal, the taxonomic diversity of indigenous and close relative plant species growing in and around farms, important for the provisioning of ecosystem services, decreases. All other things equal, in both Nepal and Ghana findings indicate that overall human wellbeing may be adversely effected in hotter conditions, with a potentially significantly lower yields, fewer months of the year in which food is available, higher exposure to natural hazards and crop loss, unemployment, and psychological anxiety. Yet, surveys indicate smallholders continue to maintain a fair diversity of species in and around farms, which may allow them to secure basic necessities from provisioning ecosystem services. Moreover, farmers may employ adaptive strategies such as pooling labour and food sharing more frequently, and may have greater access to communication, technology, and infrastructure. Novel methodological and empirical contributions of this research offer predictive insights that could inform innovations in climate-smart agricultural practice and planning.

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