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Revisão Sistemática dos Conulatae Collins Et Al. 2000, Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), Bacia do Paraná, Brasil: Implicações Paleobiogeográficas e Comentários sobre as Relações Filogenéticas entre os ConulataeLeme, Juliana de Moraes 10 December 2002 (has links)
Este estudo compreende a primeira revisão sistemática dos Conulatae Collins et al. 2000 (Cnidaria) da Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), Bacia do Paraná, desde 1913. O exame de 133 espécimes de conulários, provenientes das regiões de Jaguariaíva e Ponta Grossa, Estado do Paraná, indica que, pelo menos, duas espécies estão presentes na Formação Ponta Grossa, ou seja: Conularia quichua Ulrich e Paraconularia africana (Sharpe). Uma terceira espécie, Paraconularia ulrichana (Clarke), identificada por Clarke (1913), não foi identificada nas coleções examinadas. Constatou-se ainda que os espécimes atribuídos por Clarke (1913) à P. africana não pertencem a essa espécie. Desse modo, os espécimes aqui descritos como Paraconularia africana são os primeiros identificados e ilustrados para a Formação Ponta Grossa. Notavelmente, espécimes de C. quichua e P. africana da Formação Ponta Grossa têm caracteres morfológicos internos da teca preservados. A teca de C. quichua, por exemplo, exibe espessamentos internos nas arestas, bem como uma estrutura mineralizada na base, à moda de um \"pilar central\". Tais feições são também, pela primeira vez, descritas para essas espécies. Entretanto, a estrutura denominada de \"pilar central\" é referida, pela primeira vez, para os Conulatae. Em decorrência das observações acima, a diagnose específica de C. quichua e P. africana foi emendada. Indivíduos da espécie C. quichua ocorrem isolados ou formando agrupamentos com dois ou três exemplares. Anteriormente, agrupamentos de indivíduos do gênero Conularia estavam restritos às espécies C. splendida Billing, C. tenuicosta Ruedemann e C. congregata Hall, que ocorrem América do Norte. C. quichua e P. africana são duas espécies de ampla ocorrência no Devoniano, sendo especialmente comuns no Emsiano. Ambas têm ampla distribuição paleobiogeográfica no Domínio Malvinocáfrico, ocorrendo nos terrenos devonianos do Peru, da Bolívia, do Chile, da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, do Brasil até a África do Sul. Entretanto, a ocorrência de C. quichua no Devoniano africano carece ainda de comprovação. Em adição à revisão sistemática realizada, uma análise cladística preliminar para os Conulatae é apresentada. Para tal, foram utilizados somente os caracteres e táxons sugeridos por R. C. Moore e H. J. Harrington em 1956, no clássico volume do \"Treatise on Invertebrate Paleontology\", Part F, Coelenterata, Conulata, a fim de comprovar a consistência dos grupos taxonômicos (famílias e subfamílias) propostos por esses autores. Os resultados mostram que, com exceção de Conulariinae, os outros agrupamentos sugeridos pelos autores acima não foram reconhecidos. Desse modo, os dados derivados de uma análise ainda muito preliminar, sugerem urgência nos estudos de revisão sistemática dos Conulatae, englobando uma revisão crítica dos caracteres e seus estados, além do emprego da metodologia cladística. Finalmente, fundamentados nos resultados obtidos e nas discussões apresentadas, algumas recomendações e estratégias para estudos futuros são sugeridas: a- a utilização de caracteres biométricos (e.g., ângulo basal, espaçamento entre cordões) deve ser evitada, em decorrência da ampla variação desses em função do tipo de preservação apresentado pelos espécimes; b- técnicas de computação (e.g., software MATLAB versão 6.0, Release 12, The MathWorks Inc.) poderiam ser empregadas nas reconstruções tridimensionais de tecas achatadas, possibilitando resgatar a morfologia original dos conulários e, a partir de então, recuperar valores biométricos para alguns caracteres, tais como, o ângulo basal e o espaçamento entre cordões; c- o estudo da sistemática dos Conulatae deve estar fundamentado na teoria cladística, procurando esclarecer as relações de parentesco dentro desse grupo e seu escopo, bem como a identificação das autapomorfias de Conulatae e o reconhecimento de subgrupos monofiléticos. Para viabilizar essa análise, entretanto, estudos morfológicos minuciosos deverão ser realizados, incluindo não apenas a descrição de feições morfológicas externas, mas também internas da teça e, d- revisões amplas deverão obrigatoriamente estar fundamentadas também no reexame dos espécimes de coleções previamente estudadas. Isso porque muitos dados morfológicos (e.g., morfologia de arestas; estruturas internas da teca) não são passíveis de resgate, apenas a partir dos dados de literatura. Esses poderiam ser úteis no reconhecimento de gêneros e espécies e para traçar as afinidades dos conulários com outros grupos de cnidários (Scyphozoa). / The present study is the first, since 1913, to revise the conulariids (Conulatae Collins et al. 2000, Cnidaria) from the Ponta Grossa Formation, Devonian (?Lochkovian-Frasnian), Paraná Basin. Bulk sample included the exam of 133 specimens found in Devonian rocks from Jaguariaíva and Ponta Grossa region, Paraná State. The results indicate that, at least, two conulariid species are present in the Ponta Grossa Formation, including Conularia quichua Ulrich and Paraconularia africana (Sharpe). A third species, Paraconularia ulrichana (Clarke), identified by Clarke (1913), was not recognized among the examined specimens. Yet, the detailed analyses of Clarke\'s specimens of P. africana indicate that they do not belong to this species. Therefore, the Paraconularia africana specimens herein described are the first one of this species identified and illustrated for the conulariid fauna of the Ponta Grossa Formation. Notably the internal characters of C. quichua and P. africana thecae are preserved. The theca of C. quichua, for example, has internal thickening at the corners, as well as a mineralized structure (central pillar) at the base. Such features are also described by the first time to these species. However, the \"central pillar\" has never been found in other conulariids. Consequently the specific diagnosis of C. quichua e P. africana was emended. Specimens of C. quichua are found as solitary or forming clusters with two or three individuals. Before this study, clusters of Conularia were restricted to the following species: C. splendida Billing, C. tenuicosta Ruedemann and C. congregata Hall. C. quichua and P. africana show wide paleobiogeographic distribution in the Devonian, particularly during the Emsian. Both species are distributed in the Malvinokaffrick Realm, being found in terrains of Peru, Bolivia, Chile, Argentina, Paraguay, Uruguay, Brazil and South Africa. However, the occurrence of C. quichua in the South African Devonian needs further confirmation. In addition to the systematic study done, a preliminary cladistic analysis for Conulatae is also presented. The cladistic analysis was based on the taxa and characters proposed by R. C. Moore and H. J. Harrington, in 1956, in the classical volume of the \"Treatise on Invertebrate Paleontology\", Part F, Coelenterata, Conulata. The goal here was to test the consistency of some groups (families and subfamilies) recognized by these authors. The results indicate that, with exception of Ctenoconulariinae, the groups suggested by those authors are not valid. Even considering the very preliminary nature of the presented cladistic analysis that could mar our results, seems urgent a systematic review of Conulatae using the cladistic methodology. Finally based on the obtained results and the discussions presented, the following recommendations and strategies for future researches are suggested: a- avoid the use of biometric characters (e.g., apical angles, spacing of rods), because of the wide range of values that could be obtained from specimens with different taphonomic histories; b- computational techniques (e.g., software MATLAB 6.0, Release 12, The MathWorks Inc.) could be employed in the three-dimensional reconstructions of colapsed thecae. By using this approach the values of the biometric characters could be determined; c- the study of Conulatae systematics must be based on the cladistic theory, trying to establish the relationships within the group and its scope. However, in order to ensure this, detailed morphological studies must be done in the coming years, and d- exhaustive reviews must be based on the reexamination of specimens deposited in previously studied type collections. This is because some morphological data (e.g., corner morphology; internal structures) cannot be adequately studied from the information amassed in the literature. These may be useful in the recognizance of genera and species within Conulatae, also helping the interpretation of conulariid affinities with other groups of cnidarians (Scyphozoa).
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Revisão Sistemática dos Conulatae Collins Et Al. 2000, Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), Bacia do Paraná, Brasil: Implicações Paleobiogeográficas e Comentários sobre as Relações Filogenéticas entre os ConulataeJuliana de Moraes Leme 10 December 2002 (has links)
Este estudo compreende a primeira revisão sistemática dos Conulatae Collins et al. 2000 (Cnidaria) da Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), Bacia do Paraná, desde 1913. O exame de 133 espécimes de conulários, provenientes das regiões de Jaguariaíva e Ponta Grossa, Estado do Paraná, indica que, pelo menos, duas espécies estão presentes na Formação Ponta Grossa, ou seja: Conularia quichua Ulrich e Paraconularia africana (Sharpe). Uma terceira espécie, Paraconularia ulrichana (Clarke), identificada por Clarke (1913), não foi identificada nas coleções examinadas. Constatou-se ainda que os espécimes atribuídos por Clarke (1913) à P. africana não pertencem a essa espécie. Desse modo, os espécimes aqui descritos como Paraconularia africana são os primeiros identificados e ilustrados para a Formação Ponta Grossa. Notavelmente, espécimes de C. quichua e P. africana da Formação Ponta Grossa têm caracteres morfológicos internos da teca preservados. A teca de C. quichua, por exemplo, exibe espessamentos internos nas arestas, bem como uma estrutura mineralizada na base, à moda de um \"pilar central\". Tais feições são também, pela primeira vez, descritas para essas espécies. Entretanto, a estrutura denominada de \"pilar central\" é referida, pela primeira vez, para os Conulatae. Em decorrência das observações acima, a diagnose específica de C. quichua e P. africana foi emendada. Indivíduos da espécie C. quichua ocorrem isolados ou formando agrupamentos com dois ou três exemplares. Anteriormente, agrupamentos de indivíduos do gênero Conularia estavam restritos às espécies C. splendida Billing, C. tenuicosta Ruedemann e C. congregata Hall, que ocorrem América do Norte. C. quichua e P. africana são duas espécies de ampla ocorrência no Devoniano, sendo especialmente comuns no Emsiano. Ambas têm ampla distribuição paleobiogeográfica no Domínio Malvinocáfrico, ocorrendo nos terrenos devonianos do Peru, da Bolívia, do Chile, da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, do Brasil até a África do Sul. Entretanto, a ocorrência de C. quichua no Devoniano africano carece ainda de comprovação. Em adição à revisão sistemática realizada, uma análise cladística preliminar para os Conulatae é apresentada. Para tal, foram utilizados somente os caracteres e táxons sugeridos por R. C. Moore e H. J. Harrington em 1956, no clássico volume do \"Treatise on Invertebrate Paleontology\", Part F, Coelenterata, Conulata, a fim de comprovar a consistência dos grupos taxonômicos (famílias e subfamílias) propostos por esses autores. Os resultados mostram que, com exceção de Conulariinae, os outros agrupamentos sugeridos pelos autores acima não foram reconhecidos. Desse modo, os dados derivados de uma análise ainda muito preliminar, sugerem urgência nos estudos de revisão sistemática dos Conulatae, englobando uma revisão crítica dos caracteres e seus estados, além do emprego da metodologia cladística. Finalmente, fundamentados nos resultados obtidos e nas discussões apresentadas, algumas recomendações e estratégias para estudos futuros são sugeridas: a- a utilização de caracteres biométricos (e.g., ângulo basal, espaçamento entre cordões) deve ser evitada, em decorrência da ampla variação desses em função do tipo de preservação apresentado pelos espécimes; b- técnicas de computação (e.g., software MATLAB versão 6.0, Release 12, The MathWorks Inc.) poderiam ser empregadas nas reconstruções tridimensionais de tecas achatadas, possibilitando resgatar a morfologia original dos conulários e, a partir de então, recuperar valores biométricos para alguns caracteres, tais como, o ângulo basal e o espaçamento entre cordões; c- o estudo da sistemática dos Conulatae deve estar fundamentado na teoria cladística, procurando esclarecer as relações de parentesco dentro desse grupo e seu escopo, bem como a identificação das autapomorfias de Conulatae e o reconhecimento de subgrupos monofiléticos. Para viabilizar essa análise, entretanto, estudos morfológicos minuciosos deverão ser realizados, incluindo não apenas a descrição de feições morfológicas externas, mas também internas da teça e, d- revisões amplas deverão obrigatoriamente estar fundamentadas também no reexame dos espécimes de coleções previamente estudadas. Isso porque muitos dados morfológicos (e.g., morfologia de arestas; estruturas internas da teca) não são passíveis de resgate, apenas a partir dos dados de literatura. Esses poderiam ser úteis no reconhecimento de gêneros e espécies e para traçar as afinidades dos conulários com outros grupos de cnidários (Scyphozoa). / The present study is the first, since 1913, to revise the conulariids (Conulatae Collins et al. 2000, Cnidaria) from the Ponta Grossa Formation, Devonian (?Lochkovian-Frasnian), Paraná Basin. Bulk sample included the exam of 133 specimens found in Devonian rocks from Jaguariaíva and Ponta Grossa region, Paraná State. The results indicate that, at least, two conulariid species are present in the Ponta Grossa Formation, including Conularia quichua Ulrich and Paraconularia africana (Sharpe). A third species, Paraconularia ulrichana (Clarke), identified by Clarke (1913), was not recognized among the examined specimens. Yet, the detailed analyses of Clarke\'s specimens of P. africana indicate that they do not belong to this species. Therefore, the Paraconularia africana specimens herein described are the first one of this species identified and illustrated for the conulariid fauna of the Ponta Grossa Formation. Notably the internal characters of C. quichua and P. africana thecae are preserved. The theca of C. quichua, for example, has internal thickening at the corners, as well as a mineralized structure (central pillar) at the base. Such features are also described by the first time to these species. However, the \"central pillar\" has never been found in other conulariids. Consequently the specific diagnosis of C. quichua e P. africana was emended. Specimens of C. quichua are found as solitary or forming clusters with two or three individuals. Before this study, clusters of Conularia were restricted to the following species: C. splendida Billing, C. tenuicosta Ruedemann and C. congregata Hall. C. quichua and P. africana show wide paleobiogeographic distribution in the Devonian, particularly during the Emsian. Both species are distributed in the Malvinokaffrick Realm, being found in terrains of Peru, Bolivia, Chile, Argentina, Paraguay, Uruguay, Brazil and South Africa. However, the occurrence of C. quichua in the South African Devonian needs further confirmation. In addition to the systematic study done, a preliminary cladistic analysis for Conulatae is also presented. The cladistic analysis was based on the taxa and characters proposed by R. C. Moore and H. J. Harrington, in 1956, in the classical volume of the \"Treatise on Invertebrate Paleontology\", Part F, Coelenterata, Conulata. The goal here was to test the consistency of some groups (families and subfamilies) recognized by these authors. The results indicate that, with exception of Ctenoconulariinae, the groups suggested by those authors are not valid. Even considering the very preliminary nature of the presented cladistic analysis that could mar our results, seems urgent a systematic review of Conulatae using the cladistic methodology. Finally based on the obtained results and the discussions presented, the following recommendations and strategies for future researches are suggested: a- avoid the use of biometric characters (e.g., apical angles, spacing of rods), because of the wide range of values that could be obtained from specimens with different taphonomic histories; b- computational techniques (e.g., software MATLAB 6.0, Release 12, The MathWorks Inc.) could be employed in the three-dimensional reconstructions of colapsed thecae. By using this approach the values of the biometric characters could be determined; c- the study of Conulatae systematics must be based on the cladistic theory, trying to establish the relationships within the group and its scope. However, in order to ensure this, detailed morphological studies must be done in the coming years, and d- exhaustive reviews must be based on the reexamination of specimens deposited in previously studied type collections. This is because some morphological data (e.g., corner morphology; internal structures) cannot be adequately studied from the information amassed in the literature. These may be useful in the recognizance of genera and species within Conulatae, also helping the interpretation of conulariid affinities with other groups of cnidarians (Scyphozoa).
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Tafonomia comparada dos conulatae collins et al.2000, Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), Bacia do Paraná: implicações paleoautoecológicas e paleoambientais / Not available.Rodrigues, Sabrina Coelho 16 December 2002 (has links)
No presente estudo, uma análise tafonômica de alta resolução é apresentada para os Conulatae da Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), da Sub-bacia Apucarana, Bacia do Paraná. O estudo está fundamentado, principalmente, nas ocorrências de conulários encontrados em sedimentitos da Seqüência B, litoestratigraficamente correspondente ao Membro Jaguariaíva, aflorantes no município homônimo. Dados tafonômicos de ocorrências coevas, encontradas no município de Ponta Grossa são também analisados. Os dados tafonômicos indicam que os conulários [Conularia quichua Ulrich 1890 e Paraconularia africana (Sharpe 1856)] estão preservados, segundo três classes tafonômicas, identificadas a partir de: a- sua atitude em relação ao plano de acamamento; b- se representado por indivíduos isolados ou agrupados; c- o grau de bioturbação dos estratos; d- o grau e tipo de deformação apresentado pelas tecas e, e- a sua posição estratigráfica na sucessão estudada. A primeira classe inclui conulários verticalmente orientados, com a abertura para cima e dispostos com o eixo maior orientado cerca de 90° a 70° em relação ao plano de acamamento. Ocorrem, na maioria das vezes, inflados, completos, incluindo formas isoladas e agrupamentos com dois ou três indivíduos. Estão presentes em siltitos maciços ou incipientemente laminados, às vezes, com icnofósseis isolados, discretos. Nesses sedimentos, fósseis de organismos bentônicos vágeis não foram verificados. A segunda classe engloba conulários inflados, inclinados, com seu eixo maior disposto cerca de 60° a 20°, em relação plano de acamamento, ocorrendo isolados ou em agrupamentos de dois ou três espécimes. Inclui também espécimes completos, preservados com a abertura orientada para cima, em sua grande maioria. Orbiculoidea e moldes de Shuchertella sp. e Australocoelia touterlotii ocorrem em associação, sendo que elementos bentônicos vágeis não foram observados. Todos os espécimes estão preservados em siltitos com icnofósseis isolados (e.g., Zoophycus) ou zonas com generalizada bioturbação. A terceira classe é representada por conulários isolados, horizontalmente orientados e inclui 5 subclasses, sendo elas: I- representada por indivíduos inflados ou comprimidos lateralmente, com as três regiões da teca (abertura, região mediana e basal) preservadas, estando presentes em siltitos com alto grau de bioturbação (índice de bioturbação 3 ou 4). Orbiculoidea e moldes de Australospirifer inheringi são os fósseis que comumente ocorrem em associação. Fósseis de trilobitas não foram verificados; II- engloba indivíduos fortemente comprimidos em sua região basal, com duas faces adjacentes da teca expostas no mesmo plano de acamamento e região da abertura incompleta. Ocorrem em siltitos altamente bioturbados; III- constituída por indivíduos inflados, preservados em sedimentos finos (siltitos ou arenitos muito finos), associados a estruturas sedimentares, geradas por fluxooscilatório, tais como as estratificações cruzadas do tipo micro hummockies. Outros exemplares dessa subclasse estão, porém, intimamente associados a pavimentos de conchas articuladas de Australospirifer inheringi; IV- inclui espécimes fortemente achatados lateralmente, porém mantendo a tridimensionalidade da teca. Ocorrem em sedimentos finos (siltitos ou arenitos muito finos), associados a estruturas sedimentares, geradas por fluxo oscilatório (micro hummockies) e V- abrangendo indivíduos incompletos, faltando a região da abertura e parte de porção mediana, extremamente achatados lateralmente, isso é, com duas faces adjacentes expostas no mesmo plano de acamamento. Ocorrem em siltito cinza, aparentemente maciço. Pequenas conchas desarticuladas de Australocoelia tourtelotii estão em associação. Os conulários verticalmente preservados são interpretados como soterrados vivos, por rápida deposição de sedimentos finos, em decorrência do aumento brusco nas taxas de sedimentação, associado a eventos de tempestades. Já os conulários inclinados ou horizontalmente orientados, preservados em sedimentos com alto índice de bioturbação são também registros autóctones a parautóctones, pois há uma íntima relação entre esse tipo de orientação e a sua presença em sedimentitos fortemente bioturbados. Possivelmente, representam invertebrados soterrados in situ, mas cuja posição dentro do substrato foi alterada pela atividade biológica intraestratal. Os conuláiros comtecas parcial ou totalmente infladas, orientados horizontalmente em pavimento de conchas de Australospirifer inheringi ou em sedimentitos associados a estruturas sedimentares geradas por fluxo oscilatório, como estratificações cruzadas do tipo micro hummockies, são interpretados como registros parautóctones a autóctones, nos quais, possivelmente, os indivíduos foram previamente soterrados in situ, remobilizados e depositados durante tempestades. Tecas lateralmente comprimidas indicam que o sedimento que preencheu a cavidade gastrovascular apresentava-se em estado plástico, durante a compactação dos sedimentos. Por sua vez, os conulários horizontalmente orientados, fortemente achatados e incompletos, mas preservados em sedimentitos aparentemente maciços, revelam história complexa de exposição na interface água/sedimento e perda de partes esqueléticas. Tal ocorrência sugere soterramento final por decantação de finos, em associação com tempestades, em situação mais distal. Do ponto de vista paleoautoecológico, os conulários são interpretados como animais bentônicos de epifauna, podendo ocorrer em agrupamentos monoespecíficos, com dois ou três espécimes inflados, orientados verticalmente ou inclinados, em relação ao plano de acamamento, indicando que os conulários poderiam apresentar um modo de vida tanto solitário, como agrupado. Porém, a origem desse agrupamento, isso é, se reflete um comportamento clonal ou gregário, não pode ser esclarecida, uma vez que, assim como ocorre em outros exemplos na literatura, a região basal dos exemplares não está preservada. Na Formação Ponta Grossa, tais agrupamentos são formados por indivíduos da espécie Conularia quichua. Ao longo da Seqüência B, na seção de Jaguariaíva, a distribuição vertical dos conulários não é aleatória, pois os mesmos ocorrem em dois intervalos estratigráficos bem definidos, 29 a 32 metros e 44 a 48 metros de contato com a Formação Furnas. Tais intervalos incluem depósitos de sufocamento (obrution deposits), os quais representam tempestitos ditais, situados logo abaixo de superfícies de inundação marinha, caracterizada por folhelho cinza escuro. Apenas um espécime estudado (DZP-3634) ocorre a 39 metros do contato com a Formação Furnas, onde foram predominantes as condições de águas rasas, dominadas pela ação de ondas. Aspectos morfológicos das tecas dos conulários estão, também, intimamente relacionados à sua história tafonômica. Assumindo-se, por exemplo, que a formação da parede basal (e.g., schott) na teca dos conulários está associada à indução por fatores extrínsecos (e.g., atuação de correntes tracionais), sua preservação em espécimes verticalmente orientados, interpretados como registros autóctones, sugere que as correntes tracionais foram capazes de causar injúria, porém insuficientes para a retirada completa dos indivíduos de sua posição de vida. Dessa forma, num dado instante, o indivíduo cuja teca sofreu injúria permaneceu vivo, possivelmente, em substrato situado acima ou junto ao nível de base de onda de tempestade, porém o evento de soterramento final deu-se, ao que tudo indica, abaixo do nível de base de onda de tempestade, por estarem preservados in situ. Feições morfométricas e morfológicas empregadas na descrição dos conulários (e.g., ângulo basal, espaçamento) dos cordões e ornamentação da teca), variam, segundo o grau e o sentido de compressão da teca (lateral ou longitudinal), o grau de esfoliação da teca, decorrente de processos intempéricos e das regiões da teca que estão preservadas. Portanto, os dados tafonômicos mostram que o emprego de caracteres biométricos para a diagnose de gêneros e espécies deve ser feito com cautela. Desse modo, descrições de novos táxons devem estar fundamentadas em grandes coleções, idealmente englobando o maior espectro de modos de preservação possível. Além disso, novos gêneros de espécies devem ser propostos com base em espécimes completos, na medida do possível, e comparações morfométricas devem ser realizadas entre espécimes \"isotafonômicos\", isso é, espécimes que apresentam o mesmo modo de preservação. / In this study, a high resolution taphonomic analysis for the Conulatae from the Ponta Grossa Formation, Devonian (?lochkovian-Frasnian), Apucarana Sub-basin, Paraná Basin, is presented. This study is mainly based on the occurrences found in the rocks of Sequence B, lithostratigraphically coeval to Jaguariaíva member, which crop out in the homonymous region. Taphonimic data from other occurrences found in the rocks of the Ponta Grossa region are also analysed. The thafonomic data gathered indicate that the conulariids [Conularia quichua Ulrich 1890 and Paraconularia Africana (Sharpe 1856)] are preserved according three distinct taphonomic classes. These classes are stablished according to: a- three-dimensional distribution of fossils in the matrix; b- occurrence of isolated or clustered specimens; c- degree of bioturbation; d- degree and type of deformation showed by thecae; and e- stratigraphic distribution in the studied succession. The first taphonomic class includes vertically oriented conulariids (90° to 70°), with aperture-up. Commonly, they are inflated, complete, including specimens that are isolated and occurring in clusters. They are preserved in massive or laminated siltstones, sometimes with discrete and isolated ichnofossils. In these rocks, fossil remains of benthic and vagile invertebrates have not yet been found. The second taphonomic class emcompasses inclined (60° a 20°) conulariids, mainly with the aperture-up, which are isolated or forming clusters of two or three specimens. Orbiculoids and molds of Schuchertella sp. And Australocoelia touterlotii are associated with this taphonomic class, but skeletal remains of vagile invertebrates have not been observed. Specimens belonging to this class are all preserved in intensely bioturbated siltstones or with isolated trace fossils (e.g., Zoophycus). The third class is represented by isolated conulariids that were horizontally oriented, including five subclasses: Subclass I is represented by inflated or laterally compressed specimens, with theca regions (aperture, middle region, and apex) preserved. They are found in intensely bioturbated siltstones (bioturbation index 3 and 4). Orbiculoids and molds of Australospirifer inhering are commonly associated with this subclass. Trilobite fossils are not found in the same layers. Subclass II includes strongly compressed specimens, specially in their apical region, with two adjacent faces preserved in the same bedding. The apertural region is always incomplete, and they are preserved in intensely bioturbated siltstones. Subclass III is represented by inflated specimens, that are preserved in fine-grained rocks (siltstones and very fine sandstones) with sedimentary structures that are indicative of oscillatory flows (hummockies). Other examples within this subclass are provided by conulariids that are close associated to brachiopod-dominated pavements (i.e., Australospirifer inhering). Subclass IV includes slightly compressed specimens, however maintaining their three- dimensionally. They are found in fine-grained rocks (siltstones and very fine sandstones) in association with sedimentary structures indicative of oscillatory flows (micro-hummockies). Finally, Subclass V includes incomplete specimens, in which the aperture is always missing and middles region incomplete. The specimens are found strongly compressed, with two adjacent faces preserved side-by-side in the same bedding. They are found in massive gray siltstones associated with small and disarticulated shells of Australocoelia tourtelotii. Vertically oriented conulariids are interpreted as in situ occurrences, in which living organisms are abruptly buried by mud clouds during storm events. Inclined and horizontally oriented conulariids preserved in deeply bioturbated rocks indicate autochthonous to parautochthonous occurrences. This assertation is based on the close relationships between this mode of preservation and high rates of sediment bioturbation. Probably, this scenario represents records of in situ burial, in which the original position in the sediment was modified by the intense intra-stratal biological activity. Horizontally oriented with inflated or partially inflated thecae, found in close association with brachiopod-dominated pavements (i.e., Australospirifer inhering) or with sedimentary structures that are indicative or oscillatory flows (hummockies), are interpreted as parautochthonous to alochthonous records. In this case, conulariids previously preserved in situ were removed and deposited during storm events. Laterally compressed thecae indicate that either the sediments did not fill the gastrovascular cavity entirely or the sediments in the gastrovascular cavity were plastic during the matrix compaction. Conversely, horizontally oriented conulariids, that are found incomplete and strongly compressed in massive fine-grained sediments, are interpreted as a record of complex history, which could have included exposure at the sediment/water interface and loss of skeletal hard parts. Probably, their final burial was associated with storm events in distally conditions. Herein, conulariids are interpreted as benthic and epifaunal invertebrates. In addition, their occurrences in monospecific cluster (as in Conularia quichua), with two or three inflated, vertically, or inclined specimens, suggests that they were solitary or clustered invertebrates. However, the origin of these clusters, if clonal or gregarious, is still a contentious issue; mainly because, in clustered specimens, is yet to be found a preserved apex. Conulariids exhibit nonrandom stratigraphic distribution in rocks of the Sequence B. In the geological section of Jaguaraíva, conulariids are preferentially preserved at two well defined intervals, of about four-meter-thick, located at 29 to 32 and at 44 to 48 meters from the basal contact with Furnas Formation. These intervals are characterized by layers with in situ occurrences of conulariids, representing obrution deposits or distal tempestites. These are located a few centimeters below the marine flooding surfaces that are characterized by dark, massive, or laminated shales. Rare conulariids are find out of the four-meter-thick intervals above. The specimen (DZP-3634) was found 39 meters above the contact with Furnas Formation, in a interval where shallow water conditions prevailed. The anatomy of conulariid thecae is also close related to their taphonomic history. Assuming that the schott is induced by extrinsic factors (e.g., bottom currents), its preservation in vertically oriented specimens, interpreted as in situ records, suggests that the currents or flows were able to cause the injure. However, they were not energetic enough to cause complete substrate disruption of these specimens. In this context, the specimens with injured thecae probably remained alive in a substrate just at the storm wave base or below it. However, since they are preserved in situ, their final burial occurred in waters below the storm wave. Biometric characters that are used in the systematic of conulariid (e.g., apical angle and relative spacing of ribs) vary according to the degree and direction of thecae compression (lateral or longitudinal), degree of thecae exfoliation - as a response to weathering processes, and the preserved thecae region. Therefore, the taphonomic data show that the use of biometric characters to diagnose genera and species must be done with caution. Whithin this framework, descriptions of new taxa must be based on the examination of large fossil collections, and ideally, these samples should encompass all the spectrum of preservational modes. Finally, new taxonomic entities must be erected only when complete specimens are available, and biometric comparisons should be done with \"isotaphonomic\" specimens.
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Caracterização tafonômica das concentrações fossilíferas do Calcário Esperança, Formação Piauí (Carbonífero Superior), Bacia do Parnaíba e suas implicações paleoecológicas e paleoambientais / Not available.Nunes, Juliana Rodrigues da Silva 30 June 2003 (has links)
A Formação Piauí (Carbonífero Superior), Bacia do Parnaíba, preserva uma grande quantidade de invertebrados conchíferos, distribuídos em fácies carbonáticas com diferentes histórias deposicionais. Entretanto, até o presente momento, os estudos relacionados a essa importante unidade litoestratigráfica enfocaram, principalmente, a sedimentologia da área e a taxonomia dos invertebrados. Há somente breves trabalhos de cunho tafonômico para a bacia, sendo esses essenciais para a compreensão da gênese das concentrações fossilíferas ali presentes e para análises paleobiológicas modernas. Desse modo, o intuito desse trabalho foi realizar a caracterização bioestratinômica das concentrações de bioclastos da fácies Esperança, objetivando interpretar a sua gênese. O Calcário Esperança foi dividido em 7 pontos de coleta, de modo a abranger toda a porção aflorante. Três unidades microestratigráficas sobrepostas foram estabelecidas. A fauna de tais unidades é dominada por braquiópodes, com ocorrência subsidiária de bivalves, briozoários e vegetais. Os fósseis estão, predominantemente, bem preservados e representados por moldes e contra-moldes externos. As unidades estudadas diferem umas das outras em suas composições taxonômicas e ecológicas, em seus padrões tafonômicos e nas distribuições de freqüência de tamanho das guildas que as compõe. A análise dessas unidades auxilia na elucidação da historiografia do registro da fácies carbonática Esperança. Os bioclastos acumuladosnas três unidades supracitadas não foram significantemente afetados por processos bioestratinômicos biológicos, tais como incrustação e bioerosão. Porém, esses foram moderadamente alterados por processos mecânicos, tal como desarticulação. Além disso, pôde-se observar que as valvas ventrais predominam entre os restos esqueléticos presentes nas acumulações de braquiópodes. Contudo, um desvio significativo na proporção 50:50 não foi observado entre as valvas direita e esquerda, preservadas em concentrações onde bivalves predominam. A história deposicional dessa fácies iniciou-se com a unidade 1. Essa é representada por um pacote dolomítico afossilífero, com dois pavimentos do braquiópode inarticulado Orbiculoidea intercalados. As características bioestratinômicas dos fósseis dessa unidade (e.g., presença de bioclastos com a convexidade para cima e para baixo, em relação aos estratos, com porcentagens muito semelhantes; proporção de valvas opostas próxima a 50:50; ausência de seleção de tamanho) sugerem que seu transporte não foi significativo e que a energia do ambiente de deposição dessa unidade foi baixa. Ademais, a baixa diversidade faunística sugere que a unidade em questão tenha sido depositada sob condições físicas estressantes. Características sedimentológicas e diagenéticas, bem como as análises de microfácies realizadas apontam para condições deposicionais disaeróbicas, as quais parecem estar associadas a um ambiente marinho proximal, porém com circulação de água restrita. As características tafonômicas são compatíveis com essa interpretação. O estudo tafonômico dessa unidade do Calcário Esperança permitiu, ainda, a elucidação de aspectos da paleoecologia dos representantes do gênero predominante nessa unidade, qual seja, as Orbiculoidea. Esses organismos são uma das criaturas mais enigmáticas do Paleozóico e a grande maioria dos trabalhos a eles relacionados trata apenas da taxonomia do gênero. Características tafonômicas, morfológicas, sedimentológicas e dados obtidos na literatura indicam que esses braquiópodes inarticulados foram organismos epifaunais e pedunculados, vivendo fixos diretamente no substrato ou em restos esqueléticos presentes no fundo marinho. Esses devem ter sido organismos fisiologicamente generalistas e oportunistas, podendo habitar locais fisicamente estressantes. Por fim, é possível afirmar que apresentaram uma ampla tolerância batimétrica durante o Paleozóico, apesar de terem habitado, preferencialmente, ambientes de baixa energia, os quais estão freqüentemente associados com sedimentos finos. Em seguida, ocorreu a deposição da unidade 2. Essa unidade é representada por um dolomito cinza claro, com fósseis dispersos na matriz sedimentar. Há, ainda, cinco pavimentos constituídos por braquiópodes articulados intercalados. As assinaturas tafonômicas dos bioclastos (e.g., predominância de espécimes desarticulados e de valvas ventrais em detrimento devalvas dorsais) e a biofábrica (e.g., elevada porcentagem de espécimes na posição hidrodinâmica estável) sugerem que essa unidade represente um tempestito distal, depositado logo acima do nível de base de onda de tempestade. Os grupos ecológicos presentes apontam para o mesmo ambiente deposicional inferido a partir das características tafonômicas. Além disso, as características paleoautoecológicas dos organismos preservados nessa unidade (e.g., presença de um grande sulco mediano nos estrofomenídeos e de asas nos espiriferídeos) são sugestivas de um paleoambiente de águas calmas e com substrato mole. Por fim, ocorreu a deposição da unidade 3. Tal unidade é constituída, predominantemente, por espécimes de bivalves articulados e preservados em posição de vida. Essas características são indícios de que a unidade em questão também represente um tempestito distal, porém depositado abaixo do nível de base de onda de tempestade. A abundância de detritívoros na fauna dessa unidade, representados pelo gênero Solemya, sugere, ainda, a ocorrência de águas calmas e de substrato lamoso, rico em matéria orgânica, durante o período de deposição da referida unidade. No que se refere ao intervalo de tempo compreendido pelas concentrações fossilíferas preservadas, critérios tafonômicos, ecológicos, sedimentológicos e atualísticos sugerem a ocorrência de mistura temporal da ordem de centenas de anos. As informações obtidas a partir do estudo das três unidades preservadas no Calcário Esperança sugerem que o ambiente de deposição dessa fácies carbonática tornou-se gradativamente mais profundo ao longo do tempo. Esse parece ter sido o principal fator responsável pela variação faunística observada entre as unidades. Os resultados obtidos reiteram a importância da tafonomia e da paleoecologia como ferramenta imprescindível na reconstrução de mudanças ambientais e da dinâmica deposicional do passado. / The Piauí Formation (Upper Carconiferous), of the Parnaíba Basin, preserves a rich and diversified invertebrate fauna, distributed in carbonate facies of varying depositional histories. Until now, studies related to this important lithostratigraphic unit focused mainy on the sedimentology of the area and the taxonomy of the invertebrates. There are only brief taphonomic works about this basin, and they are essential to understand the genesis of any fossil concentrations present and for modern paleobiological analysis. The purpose of this work is to produce a biostratinomic characterization of the bioclast concentrations from the Esperança facies, and to interpret its genesis. The \"Esperança Limestone\" was sampled at seven locations in the quarry, selected to represent all exposure portion. Three microstratigraphic units were recognized. The fauna is mostly Brachiopoda, along with Bivalvia, with minor occurrences of Bryzoa and Plantae. Most fossils are well preserved and represented by molds and casts. The three units differ from one another in taxonomic and ecological compositions, taphonomic patterns and in size frequency distributions of the guilds that are present. Detailed biostratinomic reconstruction of these useful insights into the depositional history of the Esperança limestone facies. Accumulation of bioclasts in the three units was not significantly affected by biological biostratinomic processes, such as encrustation and bioerosion. These, however, were moderately altered by mechanical processes like disarticulation. It could also be observed that the ventral valves dominate among skeletal remains in brachiopods accumulations. Nevertheless, there was no significant deviation from the 50:50 ratio of opposing valves in bivalves concentrations. The depositional history of the \"Esperança Limestone\" began with unit 1, a dolomite unfossiliferous except for two pavements of the inarticulate brachiopod Orbiculoidea. Biostratinomic features of the fossils from that unit (e.g., similar proportion of convex-up and convex-down specimens; ratio of opposite valves close to 50:50; lack of size selection) suggest that the transport was not significant and that the energy of the depositional environment of this unit was low. Moreover, the low faunal diversity suggests that the unit in subject has been deposited inder physical stressful conditions. Sedimentological and diagenetics features, as well as the analyses of microfacies point for dysaerobic depositional conditions, which seem to be associated to a proximal marine environment, with restricted circulation of water. The taphonomic features observed are compatible with that interpretation. In addition, the study of unit 1 of the \"Esperança Limestone\" allows an elucidation of the paleoecology of its most common taxa, Orbiculoidea. These inarticulate brachiopods are one of the most enigmatic creatures of the Paleozoic. The overwhelming majority of the works related to them treat only the taxonomy of the gender. Taphonomic, morphologic, sedimentological features and data from the literature indicate that they were epifaunal and pedunculated organisms. They were fixed directly to the substratum or to skeletal remains on the ocean floor. They could have been physiological gerenalists abd opportunists and probably inhabited physically stressed places. Finally, they had a wide bathymetric tolerance. However, they preferentially inhabited low energy environments, which are frequently associated with fine, argillaceous sediments. The subsequent deposition of the unit 2 is represented by a clean grey dolomite, with fossils dispersed throughout the matrix. There are five inserted pavements of articulate brachiopods. The taphonomic signatures of the bioclasts (e.g., predominance of disarticulates specimens and greater proportion of ventral valves) and the biofabric (e.g., high percentage of specimens in a hydrodynamically stable position) suggest that it is a distal tempestite, deposited soon above the level of storm wave base. The ecological groups present point to the same depositional environment inferred from the taphonomic features. Furthermore, paleoautoecology characteristics of the organisms of that unit (e.g., presence of a big medium sulcus in the productids and of large wings in the spiriferids) suggest an environment of calm waters and soft substratum. Finally, unit 3 represents the final part of the depositional history recorded in the \"Esperança Limestone\". This unit consists, predominantly, of the articulated specimens, preserved in life position. Such characteristics indicate another unit which represents a distal tempestite, even so deposited below the level of storm wave base. The abundance of deposit-feeding organisms in the fauna of that unit, represented by the gender Solemya, also suggests the occurrence of calm waters and of a mud substratum, rich in organic matter, during the deposition of this unit. The taphonomic, ecologic and sedimentological analysis and, also, actualistic studies related to brachiopods suggest that the preserved concentrations are time-averaged, in order of hundreds of years. Informations obtained from the study of the three units of \"Esperança Limestone\" indicate that the depositional environment became gradually deeper with time, and it seems to have been the main factor responsible for faunal variations amongst the units. The results reiterate the importance of the taphonomy and paleoecology as tools of reconstruction of environments and environmental changes of the past and of the depositional dynamics.
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Caracterização tafonômica das concentrações fossilíferas do Calcário Esperança, Formação Piauí (Carbonífero Superior), Bacia do Parnaíba e suas implicações paleoecológicas e paleoambientais / Not available.Juliana Rodrigues da Silva Nunes 30 June 2003 (has links)
A Formação Piauí (Carbonífero Superior), Bacia do Parnaíba, preserva uma grande quantidade de invertebrados conchíferos, distribuídos em fácies carbonáticas com diferentes histórias deposicionais. Entretanto, até o presente momento, os estudos relacionados a essa importante unidade litoestratigráfica enfocaram, principalmente, a sedimentologia da área e a taxonomia dos invertebrados. Há somente breves trabalhos de cunho tafonômico para a bacia, sendo esses essenciais para a compreensão da gênese das concentrações fossilíferas ali presentes e para análises paleobiológicas modernas. Desse modo, o intuito desse trabalho foi realizar a caracterização bioestratinômica das concentrações de bioclastos da fácies Esperança, objetivando interpretar a sua gênese. O Calcário Esperança foi dividido em 7 pontos de coleta, de modo a abranger toda a porção aflorante. Três unidades microestratigráficas sobrepostas foram estabelecidas. A fauna de tais unidades é dominada por braquiópodes, com ocorrência subsidiária de bivalves, briozoários e vegetais. Os fósseis estão, predominantemente, bem preservados e representados por moldes e contra-moldes externos. As unidades estudadas diferem umas das outras em suas composições taxonômicas e ecológicas, em seus padrões tafonômicos e nas distribuições de freqüência de tamanho das guildas que as compõe. A análise dessas unidades auxilia na elucidação da historiografia do registro da fácies carbonática Esperança. Os bioclastos acumuladosnas três unidades supracitadas não foram significantemente afetados por processos bioestratinômicos biológicos, tais como incrustação e bioerosão. Porém, esses foram moderadamente alterados por processos mecânicos, tal como desarticulação. Além disso, pôde-se observar que as valvas ventrais predominam entre os restos esqueléticos presentes nas acumulações de braquiópodes. Contudo, um desvio significativo na proporção 50:50 não foi observado entre as valvas direita e esquerda, preservadas em concentrações onde bivalves predominam. A história deposicional dessa fácies iniciou-se com a unidade 1. Essa é representada por um pacote dolomítico afossilífero, com dois pavimentos do braquiópode inarticulado Orbiculoidea intercalados. As características bioestratinômicas dos fósseis dessa unidade (e.g., presença de bioclastos com a convexidade para cima e para baixo, em relação aos estratos, com porcentagens muito semelhantes; proporção de valvas opostas próxima a 50:50; ausência de seleção de tamanho) sugerem que seu transporte não foi significativo e que a energia do ambiente de deposição dessa unidade foi baixa. Ademais, a baixa diversidade faunística sugere que a unidade em questão tenha sido depositada sob condições físicas estressantes. Características sedimentológicas e diagenéticas, bem como as análises de microfácies realizadas apontam para condições deposicionais disaeróbicas, as quais parecem estar associadas a um ambiente marinho proximal, porém com circulação de água restrita. As características tafonômicas são compatíveis com essa interpretação. O estudo tafonômico dessa unidade do Calcário Esperança permitiu, ainda, a elucidação de aspectos da paleoecologia dos representantes do gênero predominante nessa unidade, qual seja, as Orbiculoidea. Esses organismos são uma das criaturas mais enigmáticas do Paleozóico e a grande maioria dos trabalhos a eles relacionados trata apenas da taxonomia do gênero. Características tafonômicas, morfológicas, sedimentológicas e dados obtidos na literatura indicam que esses braquiópodes inarticulados foram organismos epifaunais e pedunculados, vivendo fixos diretamente no substrato ou em restos esqueléticos presentes no fundo marinho. Esses devem ter sido organismos fisiologicamente generalistas e oportunistas, podendo habitar locais fisicamente estressantes. Por fim, é possível afirmar que apresentaram uma ampla tolerância batimétrica durante o Paleozóico, apesar de terem habitado, preferencialmente, ambientes de baixa energia, os quais estão freqüentemente associados com sedimentos finos. Em seguida, ocorreu a deposição da unidade 2. Essa unidade é representada por um dolomito cinza claro, com fósseis dispersos na matriz sedimentar. Há, ainda, cinco pavimentos constituídos por braquiópodes articulados intercalados. As assinaturas tafonômicas dos bioclastos (e.g., predominância de espécimes desarticulados e de valvas ventrais em detrimento devalvas dorsais) e a biofábrica (e.g., elevada porcentagem de espécimes na posição hidrodinâmica estável) sugerem que essa unidade represente um tempestito distal, depositado logo acima do nível de base de onda de tempestade. Os grupos ecológicos presentes apontam para o mesmo ambiente deposicional inferido a partir das características tafonômicas. Além disso, as características paleoautoecológicas dos organismos preservados nessa unidade (e.g., presença de um grande sulco mediano nos estrofomenídeos e de asas nos espiriferídeos) são sugestivas de um paleoambiente de águas calmas e com substrato mole. Por fim, ocorreu a deposição da unidade 3. Tal unidade é constituída, predominantemente, por espécimes de bivalves articulados e preservados em posição de vida. Essas características são indícios de que a unidade em questão também represente um tempestito distal, porém depositado abaixo do nível de base de onda de tempestade. A abundância de detritívoros na fauna dessa unidade, representados pelo gênero Solemya, sugere, ainda, a ocorrência de águas calmas e de substrato lamoso, rico em matéria orgânica, durante o período de deposição da referida unidade. No que se refere ao intervalo de tempo compreendido pelas concentrações fossilíferas preservadas, critérios tafonômicos, ecológicos, sedimentológicos e atualísticos sugerem a ocorrência de mistura temporal da ordem de centenas de anos. As informações obtidas a partir do estudo das três unidades preservadas no Calcário Esperança sugerem que o ambiente de deposição dessa fácies carbonática tornou-se gradativamente mais profundo ao longo do tempo. Esse parece ter sido o principal fator responsável pela variação faunística observada entre as unidades. Os resultados obtidos reiteram a importância da tafonomia e da paleoecologia como ferramenta imprescindível na reconstrução de mudanças ambientais e da dinâmica deposicional do passado. / The Piauí Formation (Upper Carconiferous), of the Parnaíba Basin, preserves a rich and diversified invertebrate fauna, distributed in carbonate facies of varying depositional histories. Until now, studies related to this important lithostratigraphic unit focused mainy on the sedimentology of the area and the taxonomy of the invertebrates. There are only brief taphonomic works about this basin, and they are essential to understand the genesis of any fossil concentrations present and for modern paleobiological analysis. The purpose of this work is to produce a biostratinomic characterization of the bioclast concentrations from the Esperança facies, and to interpret its genesis. The \"Esperança Limestone\" was sampled at seven locations in the quarry, selected to represent all exposure portion. Three microstratigraphic units were recognized. The fauna is mostly Brachiopoda, along with Bivalvia, with minor occurrences of Bryzoa and Plantae. Most fossils are well preserved and represented by molds and casts. The three units differ from one another in taxonomic and ecological compositions, taphonomic patterns and in size frequency distributions of the guilds that are present. Detailed biostratinomic reconstruction of these useful insights into the depositional history of the Esperança limestone facies. Accumulation of bioclasts in the three units was not significantly affected by biological biostratinomic processes, such as encrustation and bioerosion. These, however, were moderately altered by mechanical processes like disarticulation. It could also be observed that the ventral valves dominate among skeletal remains in brachiopods accumulations. Nevertheless, there was no significant deviation from the 50:50 ratio of opposing valves in bivalves concentrations. The depositional history of the \"Esperança Limestone\" began with unit 1, a dolomite unfossiliferous except for two pavements of the inarticulate brachiopod Orbiculoidea. Biostratinomic features of the fossils from that unit (e.g., similar proportion of convex-up and convex-down specimens; ratio of opposite valves close to 50:50; lack of size selection) suggest that the transport was not significant and that the energy of the depositional environment of this unit was low. Moreover, the low faunal diversity suggests that the unit in subject has been deposited inder physical stressful conditions. Sedimentological and diagenetics features, as well as the analyses of microfacies point for dysaerobic depositional conditions, which seem to be associated to a proximal marine environment, with restricted circulation of water. The taphonomic features observed are compatible with that interpretation. In addition, the study of unit 1 of the \"Esperança Limestone\" allows an elucidation of the paleoecology of its most common taxa, Orbiculoidea. These inarticulate brachiopods are one of the most enigmatic creatures of the Paleozoic. The overwhelming majority of the works related to them treat only the taxonomy of the gender. Taphonomic, morphologic, sedimentological features and data from the literature indicate that they were epifaunal and pedunculated organisms. They were fixed directly to the substratum or to skeletal remains on the ocean floor. They could have been physiological gerenalists abd opportunists and probably inhabited physically stressed places. Finally, they had a wide bathymetric tolerance. However, they preferentially inhabited low energy environments, which are frequently associated with fine, argillaceous sediments. The subsequent deposition of the unit 2 is represented by a clean grey dolomite, with fossils dispersed throughout the matrix. There are five inserted pavements of articulate brachiopods. The taphonomic signatures of the bioclasts (e.g., predominance of disarticulates specimens and greater proportion of ventral valves) and the biofabric (e.g., high percentage of specimens in a hydrodynamically stable position) suggest that it is a distal tempestite, deposited soon above the level of storm wave base. The ecological groups present point to the same depositional environment inferred from the taphonomic features. Furthermore, paleoautoecology characteristics of the organisms of that unit (e.g., presence of a big medium sulcus in the productids and of large wings in the spiriferids) suggest an environment of calm waters and soft substratum. Finally, unit 3 represents the final part of the depositional history recorded in the \"Esperança Limestone\". This unit consists, predominantly, of the articulated specimens, preserved in life position. Such characteristics indicate another unit which represents a distal tempestite, even so deposited below the level of storm wave base. The abundance of deposit-feeding organisms in the fauna of that unit, represented by the gender Solemya, also suggests the occurrence of calm waters and of a mud substratum, rich in organic matter, during the deposition of this unit. The taphonomic, ecologic and sedimentological analysis and, also, actualistic studies related to brachiopods suggest that the preserved concentrations are time-averaged, in order of hundreds of years. Informations obtained from the study of the three units of \"Esperança Limestone\" indicate that the depositional environment became gradually deeper with time, and it seems to have been the main factor responsible for faunal variations amongst the units. The results reiterate the importance of the taphonomy and paleoecology as tools of reconstruction of environments and environmental changes of the past and of the depositional dynamics.
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Tafonomia comparada dos conulatae collins et al.2000, Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), Bacia do Paraná: implicações paleoautoecológicas e paleoambientais / Not available.Sabrina Coelho Rodrigues 16 December 2002 (has links)
No presente estudo, uma análise tafonômica de alta resolução é apresentada para os Conulatae da Formação Ponta Grossa, Devoniano (?Lochkoviano-Frasniano), da Sub-bacia Apucarana, Bacia do Paraná. O estudo está fundamentado, principalmente, nas ocorrências de conulários encontrados em sedimentitos da Seqüência B, litoestratigraficamente correspondente ao Membro Jaguariaíva, aflorantes no município homônimo. Dados tafonômicos de ocorrências coevas, encontradas no município de Ponta Grossa são também analisados. Os dados tafonômicos indicam que os conulários [Conularia quichua Ulrich 1890 e Paraconularia africana (Sharpe 1856)] estão preservados, segundo três classes tafonômicas, identificadas a partir de: a- sua atitude em relação ao plano de acamamento; b- se representado por indivíduos isolados ou agrupados; c- o grau de bioturbação dos estratos; d- o grau e tipo de deformação apresentado pelas tecas e, e- a sua posição estratigráfica na sucessão estudada. A primeira classe inclui conulários verticalmente orientados, com a abertura para cima e dispostos com o eixo maior orientado cerca de 90° a 70° em relação ao plano de acamamento. Ocorrem, na maioria das vezes, inflados, completos, incluindo formas isoladas e agrupamentos com dois ou três indivíduos. Estão presentes em siltitos maciços ou incipientemente laminados, às vezes, com icnofósseis isolados, discretos. Nesses sedimentos, fósseis de organismos bentônicos vágeis não foram verificados. A segunda classe engloba conulários inflados, inclinados, com seu eixo maior disposto cerca de 60° a 20°, em relação plano de acamamento, ocorrendo isolados ou em agrupamentos de dois ou três espécimes. Inclui também espécimes completos, preservados com a abertura orientada para cima, em sua grande maioria. Orbiculoidea e moldes de Shuchertella sp. e Australocoelia touterlotii ocorrem em associação, sendo que elementos bentônicos vágeis não foram observados. Todos os espécimes estão preservados em siltitos com icnofósseis isolados (e.g., Zoophycus) ou zonas com generalizada bioturbação. A terceira classe é representada por conulários isolados, horizontalmente orientados e inclui 5 subclasses, sendo elas: I- representada por indivíduos inflados ou comprimidos lateralmente, com as três regiões da teca (abertura, região mediana e basal) preservadas, estando presentes em siltitos com alto grau de bioturbação (índice de bioturbação 3 ou 4). Orbiculoidea e moldes de Australospirifer inheringi são os fósseis que comumente ocorrem em associação. Fósseis de trilobitas não foram verificados; II- engloba indivíduos fortemente comprimidos em sua região basal, com duas faces adjacentes da teca expostas no mesmo plano de acamamento e região da abertura incompleta. Ocorrem em siltitos altamente bioturbados; III- constituída por indivíduos inflados, preservados em sedimentos finos (siltitos ou arenitos muito finos), associados a estruturas sedimentares, geradas por fluxooscilatório, tais como as estratificações cruzadas do tipo micro hummockies. Outros exemplares dessa subclasse estão, porém, intimamente associados a pavimentos de conchas articuladas de Australospirifer inheringi; IV- inclui espécimes fortemente achatados lateralmente, porém mantendo a tridimensionalidade da teca. Ocorrem em sedimentos finos (siltitos ou arenitos muito finos), associados a estruturas sedimentares, geradas por fluxo oscilatório (micro hummockies) e V- abrangendo indivíduos incompletos, faltando a região da abertura e parte de porção mediana, extremamente achatados lateralmente, isso é, com duas faces adjacentes expostas no mesmo plano de acamamento. Ocorrem em siltito cinza, aparentemente maciço. Pequenas conchas desarticuladas de Australocoelia tourtelotii estão em associação. Os conulários verticalmente preservados são interpretados como soterrados vivos, por rápida deposição de sedimentos finos, em decorrência do aumento brusco nas taxas de sedimentação, associado a eventos de tempestades. Já os conulários inclinados ou horizontalmente orientados, preservados em sedimentos com alto índice de bioturbação são também registros autóctones a parautóctones, pois há uma íntima relação entre esse tipo de orientação e a sua presença em sedimentitos fortemente bioturbados. Possivelmente, representam invertebrados soterrados in situ, mas cuja posição dentro do substrato foi alterada pela atividade biológica intraestratal. Os conuláiros comtecas parcial ou totalmente infladas, orientados horizontalmente em pavimento de conchas de Australospirifer inheringi ou em sedimentitos associados a estruturas sedimentares geradas por fluxo oscilatório, como estratificações cruzadas do tipo micro hummockies, são interpretados como registros parautóctones a autóctones, nos quais, possivelmente, os indivíduos foram previamente soterrados in situ, remobilizados e depositados durante tempestades. Tecas lateralmente comprimidas indicam que o sedimento que preencheu a cavidade gastrovascular apresentava-se em estado plástico, durante a compactação dos sedimentos. Por sua vez, os conulários horizontalmente orientados, fortemente achatados e incompletos, mas preservados em sedimentitos aparentemente maciços, revelam história complexa de exposição na interface água/sedimento e perda de partes esqueléticas. Tal ocorrência sugere soterramento final por decantação de finos, em associação com tempestades, em situação mais distal. Do ponto de vista paleoautoecológico, os conulários são interpretados como animais bentônicos de epifauna, podendo ocorrer em agrupamentos monoespecíficos, com dois ou três espécimes inflados, orientados verticalmente ou inclinados, em relação ao plano de acamamento, indicando que os conulários poderiam apresentar um modo de vida tanto solitário, como agrupado. Porém, a origem desse agrupamento, isso é, se reflete um comportamento clonal ou gregário, não pode ser esclarecida, uma vez que, assim como ocorre em outros exemplos na literatura, a região basal dos exemplares não está preservada. Na Formação Ponta Grossa, tais agrupamentos são formados por indivíduos da espécie Conularia quichua. Ao longo da Seqüência B, na seção de Jaguariaíva, a distribuição vertical dos conulários não é aleatória, pois os mesmos ocorrem em dois intervalos estratigráficos bem definidos, 29 a 32 metros e 44 a 48 metros de contato com a Formação Furnas. Tais intervalos incluem depósitos de sufocamento (obrution deposits), os quais representam tempestitos ditais, situados logo abaixo de superfícies de inundação marinha, caracterizada por folhelho cinza escuro. Apenas um espécime estudado (DZP-3634) ocorre a 39 metros do contato com a Formação Furnas, onde foram predominantes as condições de águas rasas, dominadas pela ação de ondas. Aspectos morfológicos das tecas dos conulários estão, também, intimamente relacionados à sua história tafonômica. Assumindo-se, por exemplo, que a formação da parede basal (e.g., schott) na teca dos conulários está associada à indução por fatores extrínsecos (e.g., atuação de correntes tracionais), sua preservação em espécimes verticalmente orientados, interpretados como registros autóctones, sugere que as correntes tracionais foram capazes de causar injúria, porém insuficientes para a retirada completa dos indivíduos de sua posição de vida. Dessa forma, num dado instante, o indivíduo cuja teca sofreu injúria permaneceu vivo, possivelmente, em substrato situado acima ou junto ao nível de base de onda de tempestade, porém o evento de soterramento final deu-se, ao que tudo indica, abaixo do nível de base de onda de tempestade, por estarem preservados in situ. Feições morfométricas e morfológicas empregadas na descrição dos conulários (e.g., ângulo basal, espaçamento) dos cordões e ornamentação da teca), variam, segundo o grau e o sentido de compressão da teca (lateral ou longitudinal), o grau de esfoliação da teca, decorrente de processos intempéricos e das regiões da teca que estão preservadas. Portanto, os dados tafonômicos mostram que o emprego de caracteres biométricos para a diagnose de gêneros e espécies deve ser feito com cautela. Desse modo, descrições de novos táxons devem estar fundamentadas em grandes coleções, idealmente englobando o maior espectro de modos de preservação possível. Além disso, novos gêneros de espécies devem ser propostos com base em espécimes completos, na medida do possível, e comparações morfométricas devem ser realizadas entre espécimes \"isotafonômicos\", isso é, espécimes que apresentam o mesmo modo de preservação. / In this study, a high resolution taphonomic analysis for the Conulatae from the Ponta Grossa Formation, Devonian (?lochkovian-Frasnian), Apucarana Sub-basin, Paraná Basin, is presented. This study is mainly based on the occurrences found in the rocks of Sequence B, lithostratigraphically coeval to Jaguariaíva member, which crop out in the homonymous region. Taphonimic data from other occurrences found in the rocks of the Ponta Grossa region are also analysed. The thafonomic data gathered indicate that the conulariids [Conularia quichua Ulrich 1890 and Paraconularia Africana (Sharpe 1856)] are preserved according three distinct taphonomic classes. These classes are stablished according to: a- three-dimensional distribution of fossils in the matrix; b- occurrence of isolated or clustered specimens; c- degree of bioturbation; d- degree and type of deformation showed by thecae; and e- stratigraphic distribution in the studied succession. The first taphonomic class includes vertically oriented conulariids (90° to 70°), with aperture-up. Commonly, they are inflated, complete, including specimens that are isolated and occurring in clusters. They are preserved in massive or laminated siltstones, sometimes with discrete and isolated ichnofossils. In these rocks, fossil remains of benthic and vagile invertebrates have not yet been found. The second taphonomic class emcompasses inclined (60° a 20°) conulariids, mainly with the aperture-up, which are isolated or forming clusters of two or three specimens. Orbiculoids and molds of Schuchertella sp. And Australocoelia touterlotii are associated with this taphonomic class, but skeletal remains of vagile invertebrates have not been observed. Specimens belonging to this class are all preserved in intensely bioturbated siltstones or with isolated trace fossils (e.g., Zoophycus). The third class is represented by isolated conulariids that were horizontally oriented, including five subclasses: Subclass I is represented by inflated or laterally compressed specimens, with theca regions (aperture, middle region, and apex) preserved. They are found in intensely bioturbated siltstones (bioturbation index 3 and 4). Orbiculoids and molds of Australospirifer inhering are commonly associated with this subclass. Trilobite fossils are not found in the same layers. Subclass II includes strongly compressed specimens, specially in their apical region, with two adjacent faces preserved in the same bedding. The apertural region is always incomplete, and they are preserved in intensely bioturbated siltstones. Subclass III is represented by inflated specimens, that are preserved in fine-grained rocks (siltstones and very fine sandstones) with sedimentary structures that are indicative of oscillatory flows (hummockies). Other examples within this subclass are provided by conulariids that are close associated to brachiopod-dominated pavements (i.e., Australospirifer inhering). Subclass IV includes slightly compressed specimens, however maintaining their three- dimensionally. They are found in fine-grained rocks (siltstones and very fine sandstones) in association with sedimentary structures indicative of oscillatory flows (micro-hummockies). Finally, Subclass V includes incomplete specimens, in which the aperture is always missing and middles region incomplete. The specimens are found strongly compressed, with two adjacent faces preserved side-by-side in the same bedding. They are found in massive gray siltstones associated with small and disarticulated shells of Australocoelia tourtelotii. Vertically oriented conulariids are interpreted as in situ occurrences, in which living organisms are abruptly buried by mud clouds during storm events. Inclined and horizontally oriented conulariids preserved in deeply bioturbated rocks indicate autochthonous to parautochthonous occurrences. This assertation is based on the close relationships between this mode of preservation and high rates of sediment bioturbation. Probably, this scenario represents records of in situ burial, in which the original position in the sediment was modified by the intense intra-stratal biological activity. Horizontally oriented with inflated or partially inflated thecae, found in close association with brachiopod-dominated pavements (i.e., Australospirifer inhering) or with sedimentary structures that are indicative or oscillatory flows (hummockies), are interpreted as parautochthonous to alochthonous records. In this case, conulariids previously preserved in situ were removed and deposited during storm events. Laterally compressed thecae indicate that either the sediments did not fill the gastrovascular cavity entirely or the sediments in the gastrovascular cavity were plastic during the matrix compaction. Conversely, horizontally oriented conulariids, that are found incomplete and strongly compressed in massive fine-grained sediments, are interpreted as a record of complex history, which could have included exposure at the sediment/water interface and loss of skeletal hard parts. Probably, their final burial was associated with storm events in distally conditions. Herein, conulariids are interpreted as benthic and epifaunal invertebrates. In addition, their occurrences in monospecific cluster (as in Conularia quichua), with two or three inflated, vertically, or inclined specimens, suggests that they were solitary or clustered invertebrates. However, the origin of these clusters, if clonal or gregarious, is still a contentious issue; mainly because, in clustered specimens, is yet to be found a preserved apex. Conulariids exhibit nonrandom stratigraphic distribution in rocks of the Sequence B. In the geological section of Jaguaraíva, conulariids are preferentially preserved at two well defined intervals, of about four-meter-thick, located at 29 to 32 and at 44 to 48 meters from the basal contact with Furnas Formation. These intervals are characterized by layers with in situ occurrences of conulariids, representing obrution deposits or distal tempestites. These are located a few centimeters below the marine flooding surfaces that are characterized by dark, massive, or laminated shales. Rare conulariids are find out of the four-meter-thick intervals above. The specimen (DZP-3634) was found 39 meters above the contact with Furnas Formation, in a interval where shallow water conditions prevailed. The anatomy of conulariid thecae is also close related to their taphonomic history. Assuming that the schott is induced by extrinsic factors (e.g., bottom currents), its preservation in vertically oriented specimens, interpreted as in situ records, suggests that the currents or flows were able to cause the injure. However, they were not energetic enough to cause complete substrate disruption of these specimens. In this context, the specimens with injured thecae probably remained alive in a substrate just at the storm wave base or below it. However, since they are preserved in situ, their final burial occurred in waters below the storm wave. Biometric characters that are used in the systematic of conulariid (e.g., apical angle and relative spacing of ribs) vary according to the degree and direction of thecae compression (lateral or longitudinal), degree of thecae exfoliation - as a response to weathering processes, and the preserved thecae region. Therefore, the taphonomic data show that the use of biometric characters to diagnose genera and species must be done with caution. Whithin this framework, descriptions of new taxa must be based on the examination of large fossil collections, and ideally, these samples should encompass all the spectrum of preservational modes. Finally, new taxonomic entities must be erected only when complete specimens are available, and biometric comparisons should be done with \"isotaphonomic\" specimens.
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Paleobiogeografia dos Bivalvia cenozóicos da Antártica / not availableQuaglio, Fernanda 02 May 2013 (has links)
Grandes mudanças climáticas ocorridas no final do Paleógeno afetaram profundamente a distribuição e evolução de faunas marinhas e terrestres das porções austrais do Hemisfério Sul. Evidências geoquímicas apontam para a ocorrência de um grande evento de esfriamento global concomitante à expansão dos mantos de gelo na Antártica, no limite Eoceno/Oligoceno, marcando a passagem greenhouse-icehouse no planeta. Tais eventos foram deflagrados pela queda na concentração de gás carbônico atmosférico durante uma fase de mudança na obliquidade da Terra. Simultaneamente, a Antártica se isolou geograficamente, pela separação da Austrália e da América do Sul. A nova configuração tectônica alterou os padrões de circulação marinha e atmosférica nas altas latitudes, culminando na formação da Corrente Circum- Antártica. Sob este aspecto, os bivalves representam um grupo adequado para estudos paleobiogeográficos, devido ao grande potencial de preservação e às características ecológicas, que auxiliam no entendimento da resposta biótica frente às mudanças ambientais e dinâmica das correntes marinhas ocorridas nas altas latitudes ao longo do Cenozoico. A presente tese introduz novos dados a respeito dos depósitos relacionados aos principais eventos cenozoicos de glaciação antártica, como as formações Polonez Cove (Oligoceno inicial) e Melville (Mioceno inicial), na Ilha Rei George. Além disso, avalia, do ponto de vista paleobiogeográfico, a distribuição do registro de moluscos bivalves ao longo do Cenozoico nas porções austrais do Hemisfério Sul. A descrição taxonômica de cinco novos registros, incluindo três espécies novas, contribui para o conhecimento da diversidade cenozoica de moluscos bivalves da Antártica. As análises paleobiogeográficas aplicaram, de forma inédita, métodos analíticos de biogeografia, como as análises de cluster e de parcimônia de endemicidade e panbiogeografia, a partir de extensa lista de dados de ocorrência de gêneros de bivalves, do registro atual e fóssil, totalizando aproximadamente 900 gêneros, distribuídos em mais de 41.000 registros austrais cenozoicos. Os resultados da presente tese confirmam a influência do histórico de mudanças ambientais ocorridas na Antártica na fauna de bivalves marinhos austrais ao longo do Cenozoico. A análise multivariada e de parcimônia de todos os gêneros de bivalves registrados do Cretáceo ao Recente em regiões austrais indica que a Província Weddelliana se fragmentou ainda no final do Cretáceo, sendo que as novas províncias austrais se definiram ainda no Paleógeno. O registro dos gêneros de bivalves cenozoicos da Formação Cape Melville sugere que os eventos glaciais na Antártica extinguiram apenas os gêneros de águas rasas, devido à restrição de habitats costeiros e plataformais após o avanço da plataforma de gelo no Plio-Pleistoceno. / Pronounced climatic changes at the end of Paleogene deeply affected the distribution and evolution of marine and terrestrial southern faunas. Geochemical evidences indicate the global occurrence of a major cooling event along with to the ice sheet expansion in Antarctica, in the Eocene/Oligocene boundary, marking the greenhouse-icehouse shift in the planet. Those events were triggered by the drop of the atmospheric carbon dioxide during a phase of changing in the Earth's obliquity. At the same time, Antarctica became geographically isolated, following the separation from Australia and South America. The newly achieved tectonic configuration had a great effect on the marine and atmospheric circulation of the high latitudes, resulting in the development of the Circum-Antarctic Current. In this context, the bivalve molluscs are a good macrofossil model taxon in paleobiogeographic studies as they have a high preservational potential and particular ecological requirements which may help in the understanding of the biotic responses to the environmental changes as well as marine currents dynamics occurred in the high latitudes along the Cenozoic. This thesis introduces new data on the deposits associated to the main Antarctic glacial events in the Cenozoic, as the Polonez Cove (early Oligocene) and Melville (early Miocene) formations. Moreover, it evaluates, in a paleobiogeographic perspective, the distribution of the Cenozoic record of bivalve molluscs in the southernmost South Hemisphere. The taxonomic description of five new records, including three new species, contributes to the knowledge of Cenozoic diversity of Antarctic bivalves. Paleobiogeogtaphic analyses employed, for the first time, analytical method of biogeography, such as cluster analysis, parsimony analysis of endemicity and panbiogeography, by means of a broad data set of Recent and fossil bivalve genera, reaching c.a. 900 austral genera, distributed in more than 41,000 Cenozoic austral records. The obtained results endorse the influence of Cenozoic environmental changes of the high latitudes in the southern marine bivalves. The multivariate and parsimony analyses of all biivalve genera recorded from the Cretaceous to Recent in the southern regions indicate that the Weddellian Province broke apart as early as the end of Cretaceous, and the new southern provinces formed in the Paleogene. The Cenozoic records of bivalve genus from the Cape Melville Formation suggest that the Antarctic glacial events extinguished only shallow genera, due to the restriction of shallow and shelfal habitats following the advance of the Antarctic ice shelf in the Plio-Pleistocene.
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Paleobiogeografia dos Bivalvia cenozóicos da Antártica / not availableFernanda Quaglio 02 May 2013 (has links)
Grandes mudanças climáticas ocorridas no final do Paleógeno afetaram profundamente a distribuição e evolução de faunas marinhas e terrestres das porções austrais do Hemisfério Sul. Evidências geoquímicas apontam para a ocorrência de um grande evento de esfriamento global concomitante à expansão dos mantos de gelo na Antártica, no limite Eoceno/Oligoceno, marcando a passagem greenhouse-icehouse no planeta. Tais eventos foram deflagrados pela queda na concentração de gás carbônico atmosférico durante uma fase de mudança na obliquidade da Terra. Simultaneamente, a Antártica se isolou geograficamente, pela separação da Austrália e da América do Sul. A nova configuração tectônica alterou os padrões de circulação marinha e atmosférica nas altas latitudes, culminando na formação da Corrente Circum- Antártica. Sob este aspecto, os bivalves representam um grupo adequado para estudos paleobiogeográficos, devido ao grande potencial de preservação e às características ecológicas, que auxiliam no entendimento da resposta biótica frente às mudanças ambientais e dinâmica das correntes marinhas ocorridas nas altas latitudes ao longo do Cenozoico. A presente tese introduz novos dados a respeito dos depósitos relacionados aos principais eventos cenozoicos de glaciação antártica, como as formações Polonez Cove (Oligoceno inicial) e Melville (Mioceno inicial), na Ilha Rei George. Além disso, avalia, do ponto de vista paleobiogeográfico, a distribuição do registro de moluscos bivalves ao longo do Cenozoico nas porções austrais do Hemisfério Sul. A descrição taxonômica de cinco novos registros, incluindo três espécies novas, contribui para o conhecimento da diversidade cenozoica de moluscos bivalves da Antártica. As análises paleobiogeográficas aplicaram, de forma inédita, métodos analíticos de biogeografia, como as análises de cluster e de parcimônia de endemicidade e panbiogeografia, a partir de extensa lista de dados de ocorrência de gêneros de bivalves, do registro atual e fóssil, totalizando aproximadamente 900 gêneros, distribuídos em mais de 41.000 registros austrais cenozoicos. Os resultados da presente tese confirmam a influência do histórico de mudanças ambientais ocorridas na Antártica na fauna de bivalves marinhos austrais ao longo do Cenozoico. A análise multivariada e de parcimônia de todos os gêneros de bivalves registrados do Cretáceo ao Recente em regiões austrais indica que a Província Weddelliana se fragmentou ainda no final do Cretáceo, sendo que as novas províncias austrais se definiram ainda no Paleógeno. O registro dos gêneros de bivalves cenozoicos da Formação Cape Melville sugere que os eventos glaciais na Antártica extinguiram apenas os gêneros de águas rasas, devido à restrição de habitats costeiros e plataformais após o avanço da plataforma de gelo no Plio-Pleistoceno. / Pronounced climatic changes at the end of Paleogene deeply affected the distribution and evolution of marine and terrestrial southern faunas. Geochemical evidences indicate the global occurrence of a major cooling event along with to the ice sheet expansion in Antarctica, in the Eocene/Oligocene boundary, marking the greenhouse-icehouse shift in the planet. Those events were triggered by the drop of the atmospheric carbon dioxide during a phase of changing in the Earth's obliquity. At the same time, Antarctica became geographically isolated, following the separation from Australia and South America. The newly achieved tectonic configuration had a great effect on the marine and atmospheric circulation of the high latitudes, resulting in the development of the Circum-Antarctic Current. In this context, the bivalve molluscs are a good macrofossil model taxon in paleobiogeographic studies as they have a high preservational potential and particular ecological requirements which may help in the understanding of the biotic responses to the environmental changes as well as marine currents dynamics occurred in the high latitudes along the Cenozoic. This thesis introduces new data on the deposits associated to the main Antarctic glacial events in the Cenozoic, as the Polonez Cove (early Oligocene) and Melville (early Miocene) formations. Moreover, it evaluates, in a paleobiogeographic perspective, the distribution of the Cenozoic record of bivalve molluscs in the southernmost South Hemisphere. The taxonomic description of five new records, including three new species, contributes to the knowledge of Cenozoic diversity of Antarctic bivalves. Paleobiogeogtaphic analyses employed, for the first time, analytical method of biogeography, such as cluster analysis, parsimony analysis of endemicity and panbiogeography, by means of a broad data set of Recent and fossil bivalve genera, reaching c.a. 900 austral genera, distributed in more than 41,000 Cenozoic austral records. The obtained results endorse the influence of Cenozoic environmental changes of the high latitudes in the southern marine bivalves. The multivariate and parsimony analyses of all biivalve genera recorded from the Cretaceous to Recent in the southern regions indicate that the Weddellian Province broke apart as early as the end of Cretaceous, and the new southern provinces formed in the Paleogene. The Cenozoic records of bivalve genus from the Cape Melville Formation suggest that the Antarctic glacial events extinguished only shallow genera, due to the restriction of shallow and shelfal habitats following the advance of the Antarctic ice shelf in the Plio-Pleistocene.
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Lamelibrânquios triássicos de Rio Claro (Estado de São Paulo) / Not availableMendes, Josué Camargo 14 June 1944 (has links)
No presente trabalho o autor estuda uma coleção de lamelibrânquios triássicos da série Corumbataí por ele próprio organizada no Município de Rio Claro, Estado de São Paulo. Coleções menores da mesma região foram versadas por K. Holdhaus (1918) e C. Reed (1932). O bom estado geral de conservação dos espécimes da atual coleção tornou possível a observação de particularidades morfológicas e a discussão dos valores sistemáticos anteriormente conferidos. São propostos dois novos gêneros, jacquesia e Pinzonellopis, para formas referidas antes por Reed, respectivamente, aos gêneros Myophoriopis Whörmamm e Pachycardia Hauer e descritas quatro novas espécies: Pseudocorbula caquensis, P. triangularis, Anodontophora intricans e Pinzonella trigona. O total das espécies registradas é de 16 (Reed registrou um total de 9), distribuídas por 2 horizontes faunística e litologicamente distintos. Duas das conchas referidas por Reed, Pachycardia neotropical e Myophoriopis cf. carinata, não foram verificadas pelo autor. Com exceção das 4 entidades novas e duma forma não determinada especificamente, as demais constituem espécies já assinaladas nesse ou em outros pontos do triássico do Sul do Brasil. A malacofauna dos dois horizontes fossilíferos estudados, é idêntica às triássicas conhecidas de outras localidades do Sul do Brasil, bem como do Uruguai e Paraguai. Quanto ao valor cronológico da associação, parece que as evidências continuam favorecendo a idade triássica superior, proposta por Reed, apesar das alterações sistemáticas aqui introduzidas. Só estudos futuros, entretanto, poderão fornecer elementos mais seguros para uma avaliação satisfatória. / The present paper is the study of a collection of Triassic shells in the Corumbatahy Series made by the author in the municipal district of Rio Claro in the State of São Paulo. Smaller collections made in the gaine region have been studies by K. Holdhaus (1918) and F.R. Cowper Reed (1932). The exceptionally fine preservation of the material in this collection has permitted a reconsideration regarding morphological details and of systematic values. Two new genera have been proposed, viz.: Jacquesia and Pinzonellopis, for the forms formerly referred to by Reed as Myophoriopis Whörmann and Pachycardia Hauer, respectively;, and four new species have been described: Pseudocorbula camaquensis, P. triangularis, Anodontophora intricans and Pinzonella trigona. The total number of species amounts to 16 (reed registered a total of 9), distributed in two faunistic horizons, lithologically distinct. Two of the shells referred to by Reed: Pachycardia neotropica and Myophoriopis cf. carinata, have not been verified by the author. With the exception of the four new species, and one of the forms not identified specifically, the remaining forms have already been assigned to this or other points of the Triassic of southern Brazil. Regarding the age of the fauna, the evidence continues to favour assignment to the Upper Triassic as proposed by Reed, in spite of the systematic alterations here suggested. Future studies will furnish elements for a more satisfactory conclusion.
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Lamelibrânquios triássicos de Rio Claro (Estado de São Paulo) / Not availableJosué Camargo Mendes 14 June 1944 (has links)
No presente trabalho o autor estuda uma coleção de lamelibrânquios triássicos da série Corumbataí por ele próprio organizada no Município de Rio Claro, Estado de São Paulo. Coleções menores da mesma região foram versadas por K. Holdhaus (1918) e C. Reed (1932). O bom estado geral de conservação dos espécimes da atual coleção tornou possível a observação de particularidades morfológicas e a discussão dos valores sistemáticos anteriormente conferidos. São propostos dois novos gêneros, jacquesia e Pinzonellopis, para formas referidas antes por Reed, respectivamente, aos gêneros Myophoriopis Whörmamm e Pachycardia Hauer e descritas quatro novas espécies: Pseudocorbula caquensis, P. triangularis, Anodontophora intricans e Pinzonella trigona. O total das espécies registradas é de 16 (Reed registrou um total de 9), distribuídas por 2 horizontes faunística e litologicamente distintos. Duas das conchas referidas por Reed, Pachycardia neotropical e Myophoriopis cf. carinata, não foram verificadas pelo autor. Com exceção das 4 entidades novas e duma forma não determinada especificamente, as demais constituem espécies já assinaladas nesse ou em outros pontos do triássico do Sul do Brasil. A malacofauna dos dois horizontes fossilíferos estudados, é idêntica às triássicas conhecidas de outras localidades do Sul do Brasil, bem como do Uruguai e Paraguai. Quanto ao valor cronológico da associação, parece que as evidências continuam favorecendo a idade triássica superior, proposta por Reed, apesar das alterações sistemáticas aqui introduzidas. Só estudos futuros, entretanto, poderão fornecer elementos mais seguros para uma avaliação satisfatória. / The present paper is the study of a collection of Triassic shells in the Corumbatahy Series made by the author in the municipal district of Rio Claro in the State of São Paulo. Smaller collections made in the gaine region have been studies by K. Holdhaus (1918) and F.R. Cowper Reed (1932). The exceptionally fine preservation of the material in this collection has permitted a reconsideration regarding morphological details and of systematic values. Two new genera have been proposed, viz.: Jacquesia and Pinzonellopis, for the forms formerly referred to by Reed as Myophoriopis Whörmann and Pachycardia Hauer, respectively;, and four new species have been described: Pseudocorbula camaquensis, P. triangularis, Anodontophora intricans and Pinzonella trigona. The total number of species amounts to 16 (reed registered a total of 9), distributed in two faunistic horizons, lithologically distinct. Two of the shells referred to by Reed: Pachycardia neotropica and Myophoriopis cf. carinata, have not been verified by the author. With the exception of the four new species, and one of the forms not identified specifically, the remaining forms have already been assigned to this or other points of the Triassic of southern Brazil. Regarding the age of the fauna, the evidence continues to favour assignment to the Upper Triassic as proposed by Reed, in spite of the systematic alterations here suggested. Future studies will furnish elements for a more satisfactory conclusion.
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