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O circuito do poder : soberania e governo em Giorgio AgambenPin, Alex Gonçalves 28 March 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília,Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Metafísica, 2017. / Submitted by Raiane Silva (raianesilva@bce.unb.br) on 2017-07-24T18:28:55Z
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Previous issue date: 2017-08-01 / Pretende-se, aqui, explicar a relação entre soberania e governo e evidenciar sua mútua inflexão, conforme o pensamento do filósofo italiano G. Agamben. Essa inflexão está mediada pelas ideias de ὀικονομία e δόξα. Para tanto, foi necessário, em um primeiro momento, explicar a metodologia agambeniana, e em seguida visitar a leitura da história do pensamento político-teológico. O método agambeniano é arqueológico e paradigmático, isto é, diante das dicotomias estruturantes da cultura ocidental, ir além das exceções que as produz, não para encontrar um estado originário, mas para compreender a situação hodierna. Assim, a arqueologia é uma via de acesso ao presente. Trata-se de superar a lógica binária transformando-a em bipolaridades, passar das oposições substanciais para campos de forças, percorridos por tensões polares, sem traçar linhas claras de demarcação. Quando Agamben fala da compreensão paulina do “messiânico” e sua capacidade de derrubar qualquer representação através da “divisão da própria divisão”, sinaliza o cerne “teológico” do mais básico empreendimento filosófico. A mais filosófica obra de Agamben sempre terá correlato teológico, assim como seus escritos sobre teologia sempre terão importantes conclusões filosóficas. Em consequência, a bipolaridade auctoritas e potestas assume agora a forma da articulação entre reino e governo e faz questionar a relação entre ὀικονομία e δόξα, entre o poder como governo e gestão eficaz e o poder como realeza cerimonial e litúrgica. O paradigma político estaria atravessado, desde a origem, pelo paradigma econômico. O ponto oculto entre ambos consiste no conceito, jurídico e político, de estado de exceção. Em suma, aquilo que caracteriza a política moderna não é tanto a inclusão da zoé na pólis, em si antiguíssima, nem simplesmente o fato de que a vida como tal venha a ser um objeto eminente dos cálculos e das previsões do poder estatal; decisivo é, sobretudo, o fato de que, lado a lado com o processo pelo qual a exceção se torna em todos os lugares a regra, o espaço da vida nua, situado originariamente à margem do ordenamento, vem progressivamente a coincidir com o espaço político, e exclusão e inclusão, externo e interno, bíos e zoé, direito e fato entram em uma zona de irredutível indistinção. / It is intended here to explain the relationship between sovereignty and government and to show their mutual inflection, according to the thought of the Italian philosopher Giorgio Agamben. This inflection is mediated by the ideas of ὀικονομία, glory. In order to do so, it was necessary, at first, to explain the Agambenian methodology, and then visit the reading of the history of political-theological thinking. The Agambenian method is archaeological and paradigmatic. It is, in the face of the structuring dichotomies of Western culture, to go beyond the exceptions that produce them, not to find an original state but to understand the situation in which we find ourselves. Archeology is the only way to access the present. Overcoming binary logic means turning the dichotomies into bipolarities, the substantial oppositions in the field of forces, traversed by polar tensions that are present at each point, without tracing clear lines of demarcation. Field logic versus substance logic. In turn, when Agamben speaks of the Pauline understanding of the "messianic" and its ability to overturn any representation through the "division of division itself", it is signaling the "theological" core of the most basic philosophical enterprise. Agamben's most philosophical work will always have its theological correlate, just as his writings on theology will always have important philosophical conclusions. As a consequence, the bipolarity auctoritas and potestas now takes the form of the articulation between Kingdom and Government and makes question the relation between ὀικονομία and δόξα, between the power like government and effective management and the power as ceremonial and liturgical royalty. The political paradigm would be traversed, from the origin, by the economic paradigm. The hidden point between the two consists in the concept, legal and political, of state of exception. In short, what characterizes modern politics is not so much the inclusion of zoé in the polis, in itself very old, or simply the fact that life as such becomes an eminent object of calculations and predictions of state power; It is decisive, above all, that alongside the process by which the exception becomes the norm everywhere, the bare life space originally situated on the fringes of the order is progressively coinciding with the political space , And exclusion and inclusion, external and internal, bíos and zoé, law and fact enter a zone of irreducible indistinction.
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Da Ética ao Ethos : o habitar na morada originária segundo HeideggerAlmeida, David Wilkerson Silva 02 March 2018 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília,Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2018. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-07-10T21:33:17Z
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Previous issue date: 2018-07-10 / No conjunto de sua obra, Heidegger traça um caminho radicalmente distinto do todo da tradição metafísica. Partindo de uma interpretação da história da metafísica ancorada na perspectiva dos pensadores originários (Anaximandro, Heráclito e Parmênides), ele vê o surgimento da filosofia como um anúncio que não cumpriu sua promessa. Em seu nascedouro, ela apontava para o pensamento do Ser como o mais próprio de sua tarefa, porém, assim que ensaiou seus primeiros passos, deixou de lado o mistério de desvelamento-velamento do Ser e se constituiu, em sua essência, sobre o esquecimento do Ser. Assim, de Platão até Nietzsche, a metafísica não pensou o Ser, e consequentemente, não pensou também a distinção entre Ser e ente, nem a relação entre o humano e o Ser. Porém, o fim da metafísica traz consigo novamente aquela promessa, pois, em seu findar-se, a metafísica percebe-se em sua essência como esquecimento, possibilitando com isto, portanto, o pensamento do Ser. Heidegger prepara o ambiente para esse outro pensar que, tateante e provisório, porque radicalmente novo, se apresenta com a possibilidade inédita desde os pensadores originários de pensar o Ser. A história da metafísica revelou que o Ser não pode ser pensado como objeto, nesta tentativa ela sempre incorreu e só obteve fracassos. Isto leva Heidegger ao uso adaptado do método fenomenológico husserliano que aponta para um indagar em que tema e método se identificam. O que se dá através de uma investigação sobre o Ser, que se manifesta mais imediatamente no ente que somos – Dasein – compondo a analítica existencial como arcabouço para chegar ao pretendido na questão do Ser, o Sentido ou Verdade do Ser. Alcançado o horizonte em que o Ser pode oferecer-se em sua doação originária, descortina-se um modo de ser e estar no mundo que prescinde de quaisquer determinações normativas, dispensando a necessidade de uma ética. Deparamo-nos na visada da referência de ser do Ser para com o humano, cujas raízes se fundam na linguagem, com uma ótica que constitui-se num habitar originário, porque pré-teórico; habitar poético na morada do Ser, a linguagem, porque fala de sua dimensão inaugural e criadora. Este habitar não é uma ética nem uma metafísica, é o ἦθος (ethos), um deixar-se ser tocado pelo apelo do Ser em seu silencioso e sutil chamado. / In the whole of his works, Heidegger traces a path far distinct from that of metaphysics traditions. Starting on an interpretation of the history of metaphysics based on the originary thinkers (Anaximander, Heraclitus and Parmenides) perspective, he sees the rising of philosophy as the announcement of an unfulfilled promise. In its birth, it adressed the thinking of Being as the core of its purpose, however, as soon as it drew its first steps, it shifts its main concern from the non-concealment and hiddenness of the Being to the forgetting of Being. Hence, from Plato to Nietzsche, metaphysics did not think the Being, and as a consequence, did not think the the difference between Being and entity, or the relation between human and Being. However, the end of metaphysics brings with itself that same promise, because in its ending metaphysics realises itself in its very essence as forgetfullness, thus allowing the forgetfulness of Being. Heidegger sets the environment for this other thinking which, tantalizing and provisional, a radical novelty, presents itself with the unprecedented possibility, since the originary thinkers, of thinking the Being. The history of metaphysics revealed that the Being can not be conceived as an object, for it has always attempted to do so and only had failure as a result. This takes Heidegger to the adapted use of the phenomenological husserlian method, which points to an inquiry where theme and method relate with which other. This occurs through an investigation about the Being, which manifests itself more immediately in the entity we are – Dasein – setting the existential analytics as the foundation to achieve its goal in the question of the Being, the Sense or Truth of the Being. Achieving the horizon in which the Being can offer itself in its originary donation, we unveil a way of be and exist in the world which dispenses any normative determinations, and, hence, the need of an ethics. By observing the reference of be from the Being to the human, whose roots are founded on language itself, we come across a view which defines itself as an originary dwelling, for it is pre-theoretical; poetic dwelling at the house of Being, the language, because it speaks from its initial and creative dimension. This dwelling is not itself an ethics or a metaphysics, it is the ἦθος (ethos), a letting oneself be touched by the Beings appeal in its silent and subtle calling.
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A visão de homem em Nietzche e PauloMedeiros, Humberto Duarte de 29 April 2008 (has links)
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Previous issue date: 29 / Programa Institucional de Capacitação de Docentes e Técnicos / Neste trabalho busco analisar a visão básica de homem presente no pensamento do filósofo Nietzsche e do apóstolo Paulo. Nesse olhar dobrado procuro contemplar a relação existente na visão de homem nietzschiana e na visão paulina. Essa busca se dá a partir dos escritos dos autores e de seus comentadores, procurando identificar a fundamentação da visão de homem de cada um dos pensadores em foco. A primeira parte do texto procura identificar o conceito de corrupção do homem. Para Nietzsche, a corrupção presente no homem é resultado da realidade do cristianismo. Ele atribui à fé cristã a responsabilidade pela corrupção da humanidade. Esse processo se deu pela invenção da idéia de um Deus punidor e recompensador. Relacionada a idéia de Deus, o pecado e suas conseqüências também foi uma invenção cristã para manipular a humanidade. Assim, ele mostra que o homem precisa romper com essas idéias, por que elas negam, destroem a vida. Enquanto Nietzsche nega a realidade do pecado, Paulo edifica seu conceito de corrupção / In this paper, I seek to analyze the basic vision of this man in the thought of the philosopher Nietzsche and the apostle Paul. In this double looking, I try to contemplate the relationship existing in the vision of man nietzschiana and in the vision pauline. This search is given from the writings of the authors and their commentators, trying to identify the reasons for man's vision of each thinkers in focus. The first part of the text has as its purpose to identify the concept of corruption of man. For Nietzsche corruption present in the man is a product of the reality of Christianity. He attaches the Christian faith as responsible for the corruption of humanity. This process made by the invention of the idea of a God punishment and rewarding. Linked with the idea of God, sin and its consequences also was a Christian invention to manipulate mankind. Thus, it shows that man must break with these ideas, because they deny and destroy his life. As Nietzsche denies the reality of sin, Paulo builds its concept of
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