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Peer Gynt: encontros e diálogos com a psicanálise / Peer Gynt: meetings and dialogues with psychoanalysisJoão Rodrigo Oliveira e Silva 01 June 2012 (has links)
Esta investigação consiste de uma leitura psicanalítica da peça Peer Gynt, de Henrik Ibsen. Inicialmente, o autor apresenta a obra mencionada de forma sintética e explicita a sua trajetória de conhecimento e interesse pela obra. Em seguida, situa sua leitura numa tradição que remonta não apenas à longa história das interpretações psicanalíticas de obras de arte, mas também àquela das análises realizadas sobre essa obra em particular. Dentre as últimas, apresenta e critica as análises feitas sobre a peça por W. Reich, G. Groddeck, M. Little e R. May. Também resgata os comentários de Freud sobre Ibsen e suas obras. A partir daí, apoiando-se em uma perspectiva metodológica dialógica, inspirada por M. Bahktin, bem como no método psicanalítico de investigação, o autor investe na criação de uma construção interpretativa do drama. Ao longo dessa construção, certas passagens da obra ganham visibilidade e sentidos renovados a partir do diálogo com referenciais teórico-clinicos de alguns autores da psicanálise contemporânea (D. Winnicott, C. Bollas, T. Ogden, entre outros). É desta forma que certos temas como a impossibilidade de sonhar, a mentira, o trauma, a convenção, o falso, a amorfia, o self, entre outros, vão surgir e ser desdobrados. Tal investigação se torna, por fim, uma possibilidade de ampliar e atualizar a compreensão da peça, inserindo-a no debate sobre a condição humana desde o viés do pensamento psicanalítico contemporâneo / This research consists of a psychoanalytic reading of Henrik Ibsens play \"Peer Gynt\". Initially, the author presents the aforementioned play in a concise way and makes explicit the history of his knowledge and interest for this work. Then he places his reading amongst a tradition that goes back not only to the long history of psychoanalytic interpretations of works of art, but also to that of the interpretations about this particular work. Among the latter he presents and criticizes the interpretations made by W. Reich, G. Groddeck, M. Little and R. May. He also recollects Freud\'s comments on Ibsen and his works. Thereafter, relying on a dialogical methodological perspective, inspired by M. Bahktin, as well as on the psychoanalytic method of investigation, the author engages in drawing up an interpretative construction on the drama. Throughout this construction, certain parts of the play gain visibility and renewed meanings rise from the dialogue with theoretical and clinical references from some contemporary psychoanalytic authors (D. Winnicott, C. Bollas, T. Ogden, and others). This is how certain themes such as the impossibility of dreaming, the lie, the trauma, the convention, the false, the formlessness, the self, and others will appear and be unfolded. This research becomes, finally, an opportunity to broaden and update the understanding of the play, casting it into the debate around the human condition from the bias of contemporary psychoanalytic thought
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Borges, um estranho : litorais entre a literatura e a psicanálise / The uncanny Borges : littorals between literature and psychoanalysisLeme, Patrícia de Oliveira, 1986- 02 January 2013 (has links)
Orientador: Nina Virgínia de Araújo Leite / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-21T22:47:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2013 / Resumo: O presente trabalho consiste em uma leitura do estilo de Jorge Luis Borges a partir de um inquietante efeito narrativo, passível de ser abordado na área psicanalítica através do enigmático conceito de estranho. Para a elaboração dessa hipótese, inicialmente chamou-se à baila três contos de Borges: "La escritura del dios", "La muerte y la brújula" e "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius". Mesmo estendendo-se a outras incursões na vasta obra borgeana, as três narrativas constituem a moldura necessária para a compreensão de certos mecanismos do estilo borgeano, que nesse trabalho acabam por figurar como elemento causa de estranhamento. No primeiro capítulo tomaram-se os textos como cenas de leitura, em um procedimento que buscou explicitar esse inquietante efeito da escrita de Borges, bem como salientar suas reverberações no campo da crítica literária. O impacto do estilo borgeano na sua crítica pôde elucidar alguns pontos cruciais ao enodamento com a teoria psicanalítica nos capítulos posteriores, recuperando também algumas chaves de leitura importantes no delineamento do efeito em questão. No segundo capítulo promoveu-se uma leitura d' "O estranho", de Sigmund Freud, a partir desse funcionamento da obra borgeana: seus pontos de contato puderam revelar que o conceito erigido por Freud supera os limites de sua própria elaboração, fazendo-se presente mais como um lugar de enunciação do estranho do que como um conceito fechado em suas próprias bases. Esse movimento convocou, no terceiro capítulo, a retomada do conceito de estranho por Jacques Lacan em seu O seminário, livro 10: a angústia. Nele, Lacan promove uma elaboração do estatuto do objeto a, noção paradigmática no campo psicanalítico, a partir do estranho como um efeito de seu aparecimento na estrutura subjetiva. Para tecer o enodamento com o literário, as teorizações lacanianas em seu décimo oitavo seminário foram fundamentais, por trazerem à tona a noção de discurso e de escrita, sobretudo em sua "Lição sobre Lituraterra". O estabelecimento da letra como litoral entre saber e gozo, bem como o seu funcionamento a partir da rasura, permitiram a sustentação da hipótese de leitura que se soergueu inicialmente a partir de um efeito: há em Borges algo que causa estranhamento, e ele se anuncia para além do registro do relato, constituindo uma operação formal que produz esse efeito de escrita / Abstract: This work consists in a reading of Jorge Luis Borges' style beginning from a disquieting narrative effect, which is liable to be approached by the psychoanalytic area through the enigmatic concept of the uncanny. For the elaboration of this hypothesis three Borges' short stories were primarily chosen: "La escritura del dios", "La muerte y la brújula" and "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius". Even having made other incursions into the vast borgesian oeuvre, these three narratives constitute the needed frame for the understanding of certain mechanisms of the borgesian style, which in this work figure in the end as elements cause of uncanniness. In the first chapter these texts were boarded as reading scenes in a procedure that aimed to make explicit this disquieting Borges' writing effect, as well as to underline its repercussion in the field of literary criticism. The impact that the borgesian style had on his critics could elucidate some crucial points to the entanglement with the psychoanalytic theory in the posterior chapters, as well as recovering important keys for the reading in the proposed outlining. In the second chapter was promoted a reading of Freud's "The uncanny" through this aspect of the functioning of the borgesian oeuvre: their points of contact could reveal that the concept created by Freud overcomes the boundaries of its own elaboration, making itself present as a place of enunciation of the uncanny rather than a concept closed in its own bases. This movement summoned, in the third chapter, the resumption of the uncanny concept in the seminar, book 10. The anguish, by Jacques Lacan. In this work Lacan promotes an elaboration of a paradigmatic notion for the psychoanalytic field, the object a, starting from the uncanny as an effect of its appearance on the subjective structure. The lacanian theories in his eighteenth seminar were essential in order to compose the entanglement with the literary form, as they shed light on the notions of discourse and writing, especially in his "Lesson on Lituraterre". The establishment of the letter as littoral between knowledge and jouissance, as well as its way of function through the erasure, allowed to sustain this reading hypothesis, which was raised from an effect: there is something that causes uncanniness in Borges' writing and it shows itself beyond the register of the narrated story, constituting a formal operation that produces this writing effect / Mestrado / Linguistica / Mestra em Linguística
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Do ponto de virada das narrativas literárias à intervenção psicanalíticaChaves, Anna Barreto Campello Carvalheira 27 July 2017 (has links)
Submitted by Biblioteca Central (biblioteca@unicap.br) on 2018-01-23T14:10:30Z
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Previous issue date: 2017-07-27 / The interest in this work From the turning point of the literary narratives to the
psychoanalytic intervention arose from the psychoanalytic service performed on Bianca, Jean
and Beatriz. Bianca is an illustrative case of psychosis, while the Jean and Beatriz cases are
illustrative of autism. The methodology used was the study of the features of the case. In the
cases cited, the mark is a solid double bond. The double, according to Lacan, originates from
an idealized image, without holes, constituted by the Other and makes reference to the
Freudian Unheimlich. Bianca presents a destructive specular image, while in the Jean and
Beatriz cases the specular image is still under construction. In all three clinical cases,
something surprising has occurred. Even with the presence of the destructive mark of the
double, there were unexpected body metamorphoses. Such modifications in their lives
brought the idea of a "turning point" as it occurs in literary narratives. The aim of the thesis is,
therefore, to analyse how the literature resource, the "turning point", can contribute to
interventions in the psychoanalytic clinic in cases whose mark is the massive collage with the
double. The turning point refers to the presence of an element that maintains a coherence with
the story and, at the same time, brings about changes in the direction and in the very sense of
the narrative. This surprising element seems at first glance an accessory, but it becomes
fundamental. The twist performs a subversion to what is expected in the story, transforming
the relationship between the figure and the background of the narrative and the images
constituted by it. The work of this thesis points to the idea of a psychoanalyst, who uses the
transference to weave patchwork from the clinical case narrative. The patchwork is an
accessory, initially impossible to see or hear. The psychoanalyst, while weaving the
patchwork, creates holes in the narrative, thus generating a subversion to a destructive image.
The environment generates the literary narrative image after the turning point. In the same
way, in the constitution of the subject, it is what is around the subject that determines its
specular image. In this way, if the background changes, the figure will also become different.
By means of interventions that promote an inversion between figure and background in the
constituent narrative of the subject, the destructive image constituted, or even still under
construction, may have the route modified and will provide body metamorphoses. / O interesse a respeito deste trabalho Do ponto de virada das narrativas literárias à
intervenção psicanalítica surgiu do atendimento psicanalítico realizado a três pacientes:
Bianca, Jean e Beatriz (nomes fictícios). Bianca é um caso ilustrativo de psicose, já os
casos de Jean e de Beatriz são ilustrativos de autismo. A metodologia utilizada foi a do
estudo do traço do caso. Nos casos citados, o que se faz marca é uma colagem maciça ao
duplo. O duplo, conforme Lacan, é originado de uma imagem idealizada, sem furos,
constituída pelo Outro e faz referência ao Unheimlich freudiano. Bianca apresenta uma
imagem especular destrutiva, enquanto em Jean e Beatriz a imagem especular ainda está
em construção. Nos três casos clínicos, ocorreu algo de surpreendente. Mesmo com a
presença da marca destrutiva do duplo, houve metamorfoses corporais inesperadas. Tais
modificações na vida de cada um trouxeram a ideia de um “ponto de virada” tal qual
ocorre em narrativas literárias. O objetivo da tese é, portanto, analisar como um recurso
da literatura, o “ponto de virada”, pode contribuir para intervenções na clínica
psicanalítica em casos cuja marca é a colagem maciça com o duplo. O ponto de virada ou
peripécia diz respeito à presença de um elemento que mantém uma coerência com a
história e, ao mesmo tempo, traz modificações na direção e no próprio sentido da
narrativa. Esse elemento surpreendente parece, à primeira vista, acessório, mas se torna
fundamental. A peripécia realiza uma subversão ao que é esperado na história,
transformando a relação entre a figura e o fundo da narrativa e das imagens constituídas
por esta. O trabalho de tese aponta para a ideia de um psicanalista, que se utiliza da
transferência para tecer retalhos da narrativa do caso clínico. Os retalhos são elementos
acessórios, inicialmente impossíveis de serem vistos ou escutados. O psicanalista, ao
mesmo tempo em que tece os retalhos, ocasiona furos na narrativa, gerando, dessa forma,
uma subversão a uma imagem destrutiva. É o entorno que gera a própria imagem nas
narrativas literárias após o ponto de virada, como também na constituição do sujeito é o
que está em volta do sujeito que determina sua imagem especular. Desse modo, se o fundo
se modifica, a figura também se tornará diferente. Por meio de intervenções que
propiciam uma inversão entre figura e fundo na narrativa constituinte do sujeito, a
imagem destrutiva constituída, ou mesmo ainda em construção, poderá ter o rumo
modificado e propiciará metamorfoses corporais.
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