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Indígenas estudantes nas graduações da UFRGS : movimentos de re-existênciaDoebber, Michele Barcelos January 2017 (has links)
A presença indígena no Ensino Superior brasileiro é um fenômeno recente e, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lócus desta investigação, ocorre desde o ano de 2008, a partir da mobilização dos coletivos indígenas. Sua crescente demanda pelo acesso ao Ensino Superior motiva-se pela busca de apropriação de ferramentas da sociedade não indígena para a defesa de seus direitos, territórios e organização social. Como servidora técnica que se dedica a acompanhar os movimentos da política de ações afirmativas na UFRGS, realizei esta tese com o intuito de compreender o estar indígena universitário e como a instituição vem se mobilizando diante de tal presença. Trata-se de um estudo inspirado na etnografia, na cartografia e na pesquisa colaborativa, evidenciando os contornos da presença indígena na UFRGS no ir se fazendo da política. Assenta-se na convivência com indígenas no espaço acadêmico e em algumas terras de origem, conformando um estar-junto registrado no Diário de Campo e em conversas-entrevista. Também realizei pesquisa documental para dizer como a política foi se construindo em um processo conflitual de negociação entre universidade, lideranças e indígenas universitários, bem como para a análise de uma década de programa no que diz respeito ao perfil dos candidatos e dos ingressantes no processo seletivo específico. A partir dos temas que emergiram da escuta sensível como postura metodológica e, ancorada na perspectiva da decolonialidade e dos estudos de interculturalidade, apresento algumas contribuições para pensar a relação universidade-indígenas na atualidade. Foi possível identificar que, ao mesmo tempo em que avança em termos de acolhimento da diferença, a universidade segue perpetuando práticas eurocentradas de colonialidade do ser, do saber e do poder produtoras de exclusão no interior de uma política que se pretende inclusiva. No que toca aos indígenas universitários, experimentam o (des)encontro com as lógicas de ser e estar nesse espaço e a ambiguidade na relação de aproximação e afastamento, na qual a conexão com a vida é que define sobre permanecer (ou não) na universidade. Apropriam-se do universo acadêmico, dos conhecimentos ocidentais, e, ao mesmo tempo, re-existem através de uma presença disruptiva que se expressa na linguagem, nas diferentes temporalidades, na lógica comunal, no compromisso com a comunidade, na re-existência epistêmica. Desse modo, o estar sendo indígena universitário dá-se num espaço de fronteira entre dois universos opostos e complementares. Nesse lugar, habita a potência do pensar indígena que, atuando entre dois sistemas de pensamento (da ciência ocidental e o próprio), pode causar rupturas na episteme hegemônica. Dados da pesquisa mostram, ainda, que a presença indígena nos cursos de graduação da UFRGS oferece possibilidades de autorreflexão para a instituição, sobre suas práticas pedagógicas e seu papel social. A escuta, a construção de relações afetivas e de diálogo equitativo com os indígenas, bem como a postura receptiva aos conhecimentos originários, são ações fundamentais no exercício da interculturalidade e podem se constituir como práticas que tornem esse encontro fecundo, tanto para os povos originários, quanto para a própria universidade. / The indigenous presence in Brazilian Universities is a recent phenomenon and, at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), where this research was conducted, occurs since the year 2008, having originated from the mobilization of indigenous groups. The search for ownership of tools of the non-indigenous society for the defense of their rights, territories and social organization has motivated the growing demand for access to higher education. As a technical worker dedicated to accompanying the affirmative action policy movements at UFRGS, I conceived this thesis with the objective of understanding the indigenous university existence and how the institution mobilizes itself in the face of such presence. This study is inspired by ethnography, cartography, and collaborative research, underscoring the contours of the indigenous presence in UFRGS in the creation an implementation of this politicies. It is based on the coexistence with indigenous people in the academic environment and some lands of origin, generating a being-together recorded in the field diary and in conversation-interviews. The author also carried out documentary research in order to tell how the policy was being built in a conflictive process of negotiation between University, leaders and indigenous university students, as well as for the analysis of a decade of the Program with respect to the profile of candidates and new entrants in the specific selection process. From the themes that emerged from sensitive listening as a methodological stance, and anchored in the perspective of decoloniality and intercultural studies, the author presents some contributions to think about the relationship Universityindigenous people today. It was possible to identify that, while advancing in terms of welcoming differences, the University continues to perpetuate Eurocentric practices of coloniality of being, knowledge, and power, producing exclusion within a policy that is intended to be inclusive. As far as indigenous University students are concerned, they experience the (dis)encounter with the logics of being and existing in that space, as well as the ambiguity in the relation of approach and withdrawal, in which the connection with life is what defines whether to remain (or not) in the University. They seize the academic universe, Western knowledge, and at the same time re-exist through a disruptive presence expressed in language, in different temporalities, in communal logic, in commitment to community, in epistemic re-existence. The existencebeing of indigenous university students occurs, therefore, in the borderline between two opposing and complementary universes. In this place, there inhabits the power of indigenous thinking, which, acting between two systems of thought (Western science and itself), can cause ruptures in the hegemonic episteme. Research data also show that the indigenous presence in undergraduate courses at UFRGS offers possibilities for self-reflection for the institution, its pedagogical practices, and its social role. Listening, building affective relations, plus an equitable dialogue with indigenous people, as well as receptive attitude to the original knowledge, are central actions in the exercise of interculturality and can become practices that make this encounter fruitful, for the native peoples, as well as for the University.
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Atos de currículo e re-existências epistemológicas e formativas: um olhar crítico-hermenêutico sobre a formação de professores em atuaçãoPaim, Ana Verena Freitas 24 April 2013 (has links)
Submitted by Ana Paim (verenaebranca@gmail.com) on 2014-01-06T18:59:05Z
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TESE 2013 DEFINITIVA.pdf: 1652998 bytes, checksum: e1685ee73a9e1bd893019c494f4c0deb (MD5) / Este é um trabalho de tese que teve como objeto de pesquisa as re-existências dos professores-estudantes como atos de currículo do Curso de Licenciatura em Física do Programa de Formação para Professores (5ª à 8ª séries/Ensino Médio) – Modalidade Presencial, desenvolvido na Universidade Estadual de Feira de Santana. Investigar como as re-existências epistemológicas e formativas, enquanto atos de currículo se manifestaram neste Curso constituiu-se, portanto, no problema de pesquisa que norteou esta investigação. A pesquisa teve como objetivo maior compreender as re-existências epistemológicas e formativas desses professores-estudantes aos atos de currículo constitutivos do Curso de Licenciatura em Física do Programa de Formação para Professores. Para tanto, optei pela abordagem de pesquisa qualitativa a partir do viés teórico-metodológico da etnopesquisa crítica e multirreferencial de inspiração fenomenológica, pelos princípios que apresenta, pela pertinência ao tipo de estudo realizado e aos seus propósitos. Dado o caráter idiográfico do contexto e dos sujeitos pesquisados escolhi desenvolver um estudo de caso de tipo etnográfico. No trabalho de campo fiz uso de dispositivos de recolha de informações que permitiram a “escuta sensível” (BARBIER,1990) dos sujeitos e a revelação do fenômeno através de suas narrativas, a saber: a “entre-vista” aberta, o questionário com perguntas semi-abertas, o grupo focal, cartas formativas, análise documental e “narrativas catárticas” (PAIM,2013). O estudo do fenômeno da re-existência como atos de currículo no âmbito da formação revelou o poder dos sujeitos em seus processos formativos de autorizar-se e instituírem-se como atores sociopedagógicos, assim como me remeteu a um exercício reflexivo sobre os atos de currículo e suas implicações na formação. As re-existências dos professores-estudantes aos atos de currículo confirmaram, portanto, a inseparabilidade do Ser e sua existência no processo formativo, bem como a responsabilidade dos atos de currículo na formação, algo que pouco tem sido pensado quando se discute esse fenômeno, daí a relevância desse estudo.
Palavras-chave: Atos de currículo. Re-existência. Formação de professores. / ABSTRACT
This is a thesis paper which had as its research objective the re-existence of learner teachers as curriculum acts in the Physics Graduation Course from the Teacher Development Program (5th to 8th grades/High School) - Classroom Learning Modality, created at the State University in Feira de Santana. Investigating how the epistemological and formative re-existences, while curriculum acts arose in this Course resulted, thus, in a research object which led to this investigation. The research major objective was to understand the epistemological and formative re-existences of such learner teachers to the Curriculum Acts of the Physics Graduation Course as part of the Teacher Development Program. So, I chose the qualitative research approach from a theoretical methodological bias of multi-referential and critical ethnology research of phenomenological inspiration, for the principles it represents, for the importance of the study and its purposes. Given its context idiographic characteristic and the subjects under investigation, I decided to carry out a ethnographical case study. In the field study, devices for collecting information were adopted which made the “sensitive hearing” (BARBIER, 1990) on the subjects possible as well as the revealing of the phenomenon through their narratives, which are: the open interview, questionnaire with semi-open questions, the focus group, formative letters, document analysis and “cathartic narratives” (PAIM, 2013). The study of the re-existence phenomenon as curriculum acts about professional development revealed the power of the subjects in their formative process to regard and to refer to themselves as social pedagogical actors. It also reminded me of a reflection exercise about curriculum acts and their implications on development. The re-existence of learner teachers to the curriculum acts confirmed, therefore, the inseparability of the Person and his existence in the formative process, as well as the responsibility of curriculum acts for the development, which has not been widely considered when this phenomenon is discussed, that explains the importance of this study.
Key-words: curriculum acts; re-existence; teacher development.
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Indígenas estudantes nas graduações da UFRGS : movimentos de re-existênciaDoebber, Michele Barcelos January 2017 (has links)
A presença indígena no Ensino Superior brasileiro é um fenômeno recente e, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lócus desta investigação, ocorre desde o ano de 2008, a partir da mobilização dos coletivos indígenas. Sua crescente demanda pelo acesso ao Ensino Superior motiva-se pela busca de apropriação de ferramentas da sociedade não indígena para a defesa de seus direitos, territórios e organização social. Como servidora técnica que se dedica a acompanhar os movimentos da política de ações afirmativas na UFRGS, realizei esta tese com o intuito de compreender o estar indígena universitário e como a instituição vem se mobilizando diante de tal presença. Trata-se de um estudo inspirado na etnografia, na cartografia e na pesquisa colaborativa, evidenciando os contornos da presença indígena na UFRGS no ir se fazendo da política. Assenta-se na convivência com indígenas no espaço acadêmico e em algumas terras de origem, conformando um estar-junto registrado no Diário de Campo e em conversas-entrevista. Também realizei pesquisa documental para dizer como a política foi se construindo em um processo conflitual de negociação entre universidade, lideranças e indígenas universitários, bem como para a análise de uma década de programa no que diz respeito ao perfil dos candidatos e dos ingressantes no processo seletivo específico. A partir dos temas que emergiram da escuta sensível como postura metodológica e, ancorada na perspectiva da decolonialidade e dos estudos de interculturalidade, apresento algumas contribuições para pensar a relação universidade-indígenas na atualidade. Foi possível identificar que, ao mesmo tempo em que avança em termos de acolhimento da diferença, a universidade segue perpetuando práticas eurocentradas de colonialidade do ser, do saber e do poder produtoras de exclusão no interior de uma política que se pretende inclusiva. No que toca aos indígenas universitários, experimentam o (des)encontro com as lógicas de ser e estar nesse espaço e a ambiguidade na relação de aproximação e afastamento, na qual a conexão com a vida é que define sobre permanecer (ou não) na universidade. Apropriam-se do universo acadêmico, dos conhecimentos ocidentais, e, ao mesmo tempo, re-existem através de uma presença disruptiva que se expressa na linguagem, nas diferentes temporalidades, na lógica comunal, no compromisso com a comunidade, na re-existência epistêmica. Desse modo, o estar sendo indígena universitário dá-se num espaço de fronteira entre dois universos opostos e complementares. Nesse lugar, habita a potência do pensar indígena que, atuando entre dois sistemas de pensamento (da ciência ocidental e o próprio), pode causar rupturas na episteme hegemônica. Dados da pesquisa mostram, ainda, que a presença indígena nos cursos de graduação da UFRGS oferece possibilidades de autorreflexão para a instituição, sobre suas práticas pedagógicas e seu papel social. A escuta, a construção de relações afetivas e de diálogo equitativo com os indígenas, bem como a postura receptiva aos conhecimentos originários, são ações fundamentais no exercício da interculturalidade e podem se constituir como práticas que tornem esse encontro fecundo, tanto para os povos originários, quanto para a própria universidade. / The indigenous presence in Brazilian Universities is a recent phenomenon and, at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), where this research was conducted, occurs since the year 2008, having originated from the mobilization of indigenous groups. The search for ownership of tools of the non-indigenous society for the defense of their rights, territories and social organization has motivated the growing demand for access to higher education. As a technical worker dedicated to accompanying the affirmative action policy movements at UFRGS, I conceived this thesis with the objective of understanding the indigenous university existence and how the institution mobilizes itself in the face of such presence. This study is inspired by ethnography, cartography, and collaborative research, underscoring the contours of the indigenous presence in UFRGS in the creation an implementation of this politicies. It is based on the coexistence with indigenous people in the academic environment and some lands of origin, generating a being-together recorded in the field diary and in conversation-interviews. The author also carried out documentary research in order to tell how the policy was being built in a conflictive process of negotiation between University, leaders and indigenous university students, as well as for the analysis of a decade of the Program with respect to the profile of candidates and new entrants in the specific selection process. From the themes that emerged from sensitive listening as a methodological stance, and anchored in the perspective of decoloniality and intercultural studies, the author presents some contributions to think about the relationship Universityindigenous people today. It was possible to identify that, while advancing in terms of welcoming differences, the University continues to perpetuate Eurocentric practices of coloniality of being, knowledge, and power, producing exclusion within a policy that is intended to be inclusive. As far as indigenous University students are concerned, they experience the (dis)encounter with the logics of being and existing in that space, as well as the ambiguity in the relation of approach and withdrawal, in which the connection with life is what defines whether to remain (or not) in the University. They seize the academic universe, Western knowledge, and at the same time re-exist through a disruptive presence expressed in language, in different temporalities, in communal logic, in commitment to community, in epistemic re-existence. The existencebeing of indigenous university students occurs, therefore, in the borderline between two opposing and complementary universes. In this place, there inhabits the power of indigenous thinking, which, acting between two systems of thought (Western science and itself), can cause ruptures in the hegemonic episteme. Research data also show that the indigenous presence in undergraduate courses at UFRGS offers possibilities for self-reflection for the institution, its pedagogical practices, and its social role. Listening, building affective relations, plus an equitable dialogue with indigenous people, as well as receptive attitude to the original knowledge, are central actions in the exercise of interculturality and can become practices that make this encounter fruitful, for the native peoples, as well as for the University.
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Indígenas estudantes nas graduações da UFRGS : movimentos de re-existênciaDoebber, Michele Barcelos January 2017 (has links)
A presença indígena no Ensino Superior brasileiro é um fenômeno recente e, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lócus desta investigação, ocorre desde o ano de 2008, a partir da mobilização dos coletivos indígenas. Sua crescente demanda pelo acesso ao Ensino Superior motiva-se pela busca de apropriação de ferramentas da sociedade não indígena para a defesa de seus direitos, territórios e organização social. Como servidora técnica que se dedica a acompanhar os movimentos da política de ações afirmativas na UFRGS, realizei esta tese com o intuito de compreender o estar indígena universitário e como a instituição vem se mobilizando diante de tal presença. Trata-se de um estudo inspirado na etnografia, na cartografia e na pesquisa colaborativa, evidenciando os contornos da presença indígena na UFRGS no ir se fazendo da política. Assenta-se na convivência com indígenas no espaço acadêmico e em algumas terras de origem, conformando um estar-junto registrado no Diário de Campo e em conversas-entrevista. Também realizei pesquisa documental para dizer como a política foi se construindo em um processo conflitual de negociação entre universidade, lideranças e indígenas universitários, bem como para a análise de uma década de programa no que diz respeito ao perfil dos candidatos e dos ingressantes no processo seletivo específico. A partir dos temas que emergiram da escuta sensível como postura metodológica e, ancorada na perspectiva da decolonialidade e dos estudos de interculturalidade, apresento algumas contribuições para pensar a relação universidade-indígenas na atualidade. Foi possível identificar que, ao mesmo tempo em que avança em termos de acolhimento da diferença, a universidade segue perpetuando práticas eurocentradas de colonialidade do ser, do saber e do poder produtoras de exclusão no interior de uma política que se pretende inclusiva. No que toca aos indígenas universitários, experimentam o (des)encontro com as lógicas de ser e estar nesse espaço e a ambiguidade na relação de aproximação e afastamento, na qual a conexão com a vida é que define sobre permanecer (ou não) na universidade. Apropriam-se do universo acadêmico, dos conhecimentos ocidentais, e, ao mesmo tempo, re-existem através de uma presença disruptiva que se expressa na linguagem, nas diferentes temporalidades, na lógica comunal, no compromisso com a comunidade, na re-existência epistêmica. Desse modo, o estar sendo indígena universitário dá-se num espaço de fronteira entre dois universos opostos e complementares. Nesse lugar, habita a potência do pensar indígena que, atuando entre dois sistemas de pensamento (da ciência ocidental e o próprio), pode causar rupturas na episteme hegemônica. Dados da pesquisa mostram, ainda, que a presença indígena nos cursos de graduação da UFRGS oferece possibilidades de autorreflexão para a instituição, sobre suas práticas pedagógicas e seu papel social. A escuta, a construção de relações afetivas e de diálogo equitativo com os indígenas, bem como a postura receptiva aos conhecimentos originários, são ações fundamentais no exercício da interculturalidade e podem se constituir como práticas que tornem esse encontro fecundo, tanto para os povos originários, quanto para a própria universidade. / The indigenous presence in Brazilian Universities is a recent phenomenon and, at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), where this research was conducted, occurs since the year 2008, having originated from the mobilization of indigenous groups. The search for ownership of tools of the non-indigenous society for the defense of their rights, territories and social organization has motivated the growing demand for access to higher education. As a technical worker dedicated to accompanying the affirmative action policy movements at UFRGS, I conceived this thesis with the objective of understanding the indigenous university existence and how the institution mobilizes itself in the face of such presence. This study is inspired by ethnography, cartography, and collaborative research, underscoring the contours of the indigenous presence in UFRGS in the creation an implementation of this politicies. It is based on the coexistence with indigenous people in the academic environment and some lands of origin, generating a being-together recorded in the field diary and in conversation-interviews. The author also carried out documentary research in order to tell how the policy was being built in a conflictive process of negotiation between University, leaders and indigenous university students, as well as for the analysis of a decade of the Program with respect to the profile of candidates and new entrants in the specific selection process. From the themes that emerged from sensitive listening as a methodological stance, and anchored in the perspective of decoloniality and intercultural studies, the author presents some contributions to think about the relationship Universityindigenous people today. It was possible to identify that, while advancing in terms of welcoming differences, the University continues to perpetuate Eurocentric practices of coloniality of being, knowledge, and power, producing exclusion within a policy that is intended to be inclusive. As far as indigenous University students are concerned, they experience the (dis)encounter with the logics of being and existing in that space, as well as the ambiguity in the relation of approach and withdrawal, in which the connection with life is what defines whether to remain (or not) in the University. They seize the academic universe, Western knowledge, and at the same time re-exist through a disruptive presence expressed in language, in different temporalities, in communal logic, in commitment to community, in epistemic re-existence. The existencebeing of indigenous university students occurs, therefore, in the borderline between two opposing and complementary universes. In this place, there inhabits the power of indigenous thinking, which, acting between two systems of thought (Western science and itself), can cause ruptures in the hegemonic episteme. Research data also show that the indigenous presence in undergraduate courses at UFRGS offers possibilities for self-reflection for the institution, its pedagogical practices, and its social role. Listening, building affective relations, plus an equitable dialogue with indigenous people, as well as receptive attitude to the original knowledge, are central actions in the exercise of interculturality and can become practices that make this encounter fruitful, for the native peoples, as well as for the University.
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A territorialização do setor sucroenergético no município de Morrinhos - Goiás: transformações territoriais e (re)existências / The territorialization of the sugar-energy sector in the municipality of Morrinhos - Goiás: transformations of territorial (re) existenceMarcelino, Marcos Antonio 27 April 2016 (has links)
Submitted by JÚLIO HEBER SILVA (julioheber@yahoo.com.br) on 2016-12-19T18:28:55Z
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Previous issue date: 2016-04-27 / As stated by Alves (2007), the productive restructuring of capital expresses the social
metabolic reformulation of the capitalist system. In this constant creative action, as Harvey
(2011) expresses, the conditions for adaptation and conjuncture creation are drawn up, by
which capitalism ensures the exploitative hegemony over labor. Meanwhile, the modernizing
action of the Brazilian territory, consisted of geopolitics that guaranteed the capitalist
expansion across the country. Among the various structural crisis of capital, the 1970s crisis
deserves emphasis for its re-articulation of the territories on a global scale. In Brazil, starting
from the late 1980's, the productive restructuring of capital was based on the idea of a
supporting neoliberal government, that, as an ideological background of the restructuring
process, began to attack the practice of market being controled by government, blaming such
practice for the social illness, and implementing the idea of Minimum State by which large
corporations would control the economy. The privatizing policies became the flagship of
Brazilian politics of that period. In this context, the Brazilian countryside is considered
strategic, as happens the strengthening of the actions of large corporations, that start to control
important slices of the Brazilian production, by means of agroindustrial complexes
responsible for the production of commodities to the world market with substantial spatial
developments. Following this line, we investigate the territorialization of capital, from the
modernization of the countryside in the city of Morrinhos - Goiás. We assume that this
activity is the result of the capital productive restructuring in Brazil that occurred in Goiás by
the end of the 1970s. This reality puts Goiás as a strategic point for the productive logic of
capital, and the modernization of the countryside as one of the facets of the process of
appropriation and use of its territories. The city of Morrinhos enters this logic due to the
economic importance that the countryside plays, starting from the arrival of the sugarcane
industry which became one of the main productive activities of the city. In this sense, our
objective is to understand the socio-spatial implications of capital territorialization by the
sugarcane industry in the city of Morrinhos; the new production relations, social and
environmental effects, changes in the dairy industry and others, in the frame of the destructive
and concentrating capital action. To confront the expansionist action of capital in the city of
Morrinhos, we considered the destructive action in the countryside education, the effects in
dairy farming and the (Re)Existence set up by the peasant communities. Therefore, we
researched COOPERFAT - Cooperative of Family Farmers of Tijuqueiro settlement, and the
Morrinhos public policies (PAA and PNAE) that present significant elements of autonomy in
relation to agribusiness. For this, a literature review was done, a fieldwork, data collection and
document research regarding the city, and interviews with a number of subjects involved in the
process of territorialization of sugarcane activity in the city of Morrinhos. Finally, it was
noticed that the peasants/family farmers when they appropriate public policies, they set up
political actions, in view of social reproduction and ensure healthy food, work, income
generation and sustainability. / A reestruturação produtiva do capital expressa a reformulação sociometabólica do sistema
capitalista como é afirmado por Alves (2007). Nessa constante ação criativa, como nos diz
Harvey (2011) são elaboradas as condições de adaptação e criação conjuntural, pelas quais, o
capitalismo garante a hegemonia exploradora do trabalho. Nesse ínterim, a ação
modernizadora do território brasileiro, consistiu na geopolítica que garantiu a expansão
capitalista pelo país. Dentre as várias crises estruturais do capital, a dos anos 1970, ganha
ênfase pela rearticulação dos territórios em escala global. No Brasil a reestruturação produtiva
do capital tem como base sustentadora o Estado neoliberal a partir do final da década de 1980,
que como suporte ideológico da reestruturação produtiva, passou a atacar o controle do
mercado pelo Estado, responsabilizando essa condição pelas mazelas sociais e implantando o
Estado Mínimo, em que, as grandes corporações deviam controlar a economia. As políticas
privatizantes tornam-se o carro chefe da política brasileira a partir desse período. Nesse
contexto, o campo brasileiro é considerado estratégico, pois ocorre o fortalecimento da ação
das grandes corporações, que passam a controlar, importante fatia da produção brasileira, pela
via dos complexos agroindustriais responsáveis pela produção de commodities para o mercado
mundial com desdobramentos espaciais substanciais. Seguindo essa vertente, propôs se o
estudo sobre a territorialização do capital, a partir da modernização do campo no Município
de Morrinhos - Goiás. Partimos do pressuposto que esta atividade é resultado da
reestruturação produtiva do capital no Brasil que se territorializa em Goiás a partir do final da
década de 1970. Tal realidade coloca Goiás como ponto estratégico para a lógica produtiva do
capital, tendo a modernização do campo como uma das faces do processo de apropriação e
uso dos territórios. O Município de Morrinhos entra nessa lógica pela relevância econômica
que o campo desempenha a partir da chegada do setor sucroenergético, se constituindo, em
uma das principais atividades produtivas do Município. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa
foi compreender as implicações socioespaciais da territorialização do capital pelo setor
sucroenergético no Município de Morrinhos; as novas relações de produção, os efeitos
socioambientais, as mudanças na pecuária leiteira e outros, sob os moldes da ação destruidora
e concentradora do capital. Para confrontar a ação expansionista do capital no Município de
Morrinhos considerou-se a ação destrutiva na educação no campo, os efeitos na pecuária
leiteira e as (Re)Existências construídas pelas Comunidades Camponesas. Para tanto,
pesquisou-se a COOPERFAT - Cooperativa dos Agricultores Familiares do Assentamento
Tijuqueiro e as políticas públicas (PAA e PNAE) em Morrinhos que apresentam elementos
significativos de autonomia em relação ao agronegócio. Para isso foi feita revisão
bibliográfica, trabalho de campo, levantamento de dados e documentos relativos ao Município
e entrevistas com vários sujeitos envolvidos no processo de territorialização da atividade
canavieira no Município de Morrinhos. Por fim, percebeu-se que os camponeses/agricultores
familiares quando se apropriam das políticas públicas constroem ações políticas, tendo em
vista, a reprodução social e asseguram alimentos saudáveis, trabalho, geração de renda e
sustentabilidade.
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Extensão rural e valorização dos saberes/fazeres da comunidade Quilombola Kalunga de Monte Alegre de Goiás (GO) / Rural extension and valorization of knowledges/practices of the Kalunga Quilombo community from Monte Alegre de Goiás (GO)Santos, Valmir Crispim dos 07 August 2015 (has links)
Submitted by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-12-07T10:04:27Z
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Previous issue date: 2015-08-07 / The research developed in the Graduate Stricto Sensu Program in Geography through the
Federal University of Goiás – Regional Catalão (in the state of Goiás, Brazil) has as centrality
to identify and comprehend how is developed the policy of Technical Assistence and Rural
Extension (Ater) in Kalunga Quilombo Community by public and private enterprises. The used
methodology is based on qualitative research, developed in three stages: bibliographical
research: included the bibliographic gathering, based in the identification of books, scientific
articles, master and Ph.D. thesis and newspapers which treat about the proposed theme;
documental research: analysis supported in documents about practices in rural extension in
the communities; field research: point where we prioritized procedures as observation as
participant and register of the observations in field journal. Located in the Northeast of the
state of Goiás, the municipality of Monte Alegre de Goiás is inhabited by the Kalunga
Quilombo Community, a descendant of slave workers in the goldmines of the North of
Captaincy of Goiás in the 18th century. In the region composed by the municipalities of
Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás, Arraias and Paranã (the last two
located in the state of Tocantins), is territorialized the Kalunga Quilombo Community. Thus as
happen in other areas occupied by the descendant population of members of the quilombos in
Brazil, the Kalunga Quilombo territory suffers from the delay in the process of land
expropriation by existing landowners in the marked territory. This is due to the slowness of
the Brazilian State in consolidating the policies of support and protection of the minorities
which determine the existing regulations. The conditions of access to the public policies in the
Community is a practical example of the dispensed treatment by the State to the traditional
communities. Among the inconsistent policies in the Kalunga Community are the technical
assistance and rural extension, which the Ministry of Agrarian Development (MDA) and state
government are responsible. The actions of Ater when performed happen with inappropriate
methodologies which do not respect the existing knowledge/practices in the Community. In
this research, we looked for showing these methodologies and discuss other alternatives in
the rural extension which may aggregate agroecological e cultural practices and which may be
territorialized in the Kalunga Quilombo Community. Thus, we believe Ater employed with an
adequate methodology could reverberate in the strengthening of the (Re)Existence and food
sovereignty in the Community. / A pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Geografia pela
Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão possui como centralidade identificar e
compreender como se desenvolve a política de assistência técnica e extensão rural (Ater) na
Comunidade Quilombola Kalunga pelas empresas públicas e privadas. A metodologia utilizada
baseia-se na pesquisa qualitativa, desenvolvida em três etapas: Pesquisa bibliográfica: incluiu
o levantamento bibliográfico, baseado na identificação de livros, artigos científicos,
dissertação, teses e jornais que tratam sobre o tema proposto; Pesquisa documental:
consistiu na análise realizada em documentos referentes as práticas em extensão rural na
Comunidades; Pesquisa de Campo: onde priorizamos procedimentos como a observação
participante e registro das observações em diário de campo. Localizado na região Nordeste de
Goiás, o município de Monte Alegre de Goiás é habitado pela Comunidade Quilombola
Kalunga, descendentes de trabalhadores escravizados nas minas de ouro do Norte da
Capitania de Goiás no século XVIII. Na região que inclui os municípios de Cavalcante, Monte
Alegre de Goiás, Teresina de Goiás, Arraias e Paranã (os dois últimos localizados no Estado do
Tocantins), está territorializada a Comunidade Quilombola Kalunga. Assim como ocorrem em
outras áreas ocupadas pela população descendentes de quilombolas no Brasil, o Território
Quilombola Kalunga sofre com a demora na desapropriação das áreas ocupadas por
fazendeiros existentes no território demarcado. Isso decorre da morosidade do Estado
brasileiro em consolidar as políticas de apoio e proteção às minorias conforme determinam os
regulamentos existentes. As condições de acesso às políticas públicas na Comunidade é um
exemplo prático do tratamento dispensado pelo estado às comunidades tradicionais. Dentre
as políticas que caminham de forma inconsistente na Comunidade Kalunga está a assistência
técnica e extensão rural, de responsabilidade do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA)
e Governo Estadual. As ações de Ater quando realizadas ocorrem com metodologias
inadequadas, que não respeitam os sabres/fazeres existentes na Comunidade. Nessa pesquisa
procuramos evidenciar essas metodologias e discutir outras alternativas em extensão rural
que possam agregar as práticas agroecológicas, culturais e que sejam territorializadas na
Comunidade Quilombola Kalunga. Dessa maneira acreditamos que a Ater empregada com
metodologia adequada possa reverberar no fortalecimento da (Re)Existência e da soberania
alimentar na Comunidade.
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