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A morfologia do indicativo na expressão do modo subjuntivo em São Paulo e São Luís / The indicative morphology on the subjunctive mood expression in São Paulo and São Luís

Santos, Wendel 23 March 2015 (has links)
Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]; 2001), esta pesquisa investiga o emprego de formas verbais subjuntivas e indicativas em três contextos de subordinação orações adverbiais, substantivas (na posição de complemento do verbo da oração principal) e relativas. Os dados foram extraídos de 36 entrevistas sociolinguísticas com paulistanos e 36 entrevistas com ludovicenses, estratificadas de acordo com o sexo/gênero dos informantes, sua faixa etária (18 a 35; 36 a 59; e 60 anos ou mais) e seu nível de escolaridade (médio superior). Examinam-se as variáveis linguísticas e sociais que se correlacionam à ocorrência dessas formas. Entre as linguísticas, incluem-se variáveis como o tempo verbal da oração subordinada; o tipo de subordinador (tais como se e embora, no caso das orações adverbiais); o verbo da oração principal e o tempo verbal da oração principal (no caso das orações substantivas). Propõe-se que, em português, formas subjuntivas e indicativas funcionam como variantes de uma variável apenas nas orações adverbiais, ao passo que, nos outros dois contextos, tais formas se alternam mas não constituem sempre formas de dizer a mesma coisa (LABOV, 1972; 1978). A análise quantitativa dos dados foi feita com o pacote estatístico GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005). Os resultados indicam que, no geral, é maior a tendência de ocorrência do modo indicativo em São Paulo relativamente a São Luís. Por outro lado, há indício de mudança na fala ludovicense, na direção do indicativo, em orações adverbiais e substantivas. / Based on the theory and methods of Variationist Sociolinguistics (LABOV, 2008 [1972]; 2001), this master thesis investigates the use of indicative and subjunctive verbal forms in three contexts of subordination: adverbial, nominal and relative clauses. The data were extracted from 36 sociolinguistic interviews with native speakers from São Paulo and 36 from São Luís, stratified by sex/gender, age (18-35 years old, 36 to 59, and 60 or older) and level of education (high school or college). Social and linguistic independent variables are examined vis-à-vis their correlation to the occurrence of those forms. Among the linguistic factors are the verbal tense in the subordinate clause, the subordinator (as se if and embora though, for adverbial clauses), the verb and the verb tense in the main clause (for the nominal clauses, embedded in the position of the verbal complement). This thesis discusses that, in Brazilian Portuguese, subjunctive and indicative forms function as variants of a variable in adverbial clauses, but not in nominal or relative clauses, in which they are not different ways of saying the same thing (Labov, 1972; 1978). The quantitative analyses were developed on GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005). The results suggest that indicative forms tend to occur more in São Paulo relatively to São Luís. However, theres change in progress in São Luís (apparent time), with the indicative being favored by younger speakers, both in adverbial and nominal subordinate clauses.
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A morfologia do indicativo na expressão do modo subjuntivo em São Paulo e São Luís / The indicative morphology on the subjunctive mood expression in São Paulo and São Luís

Wendel Santos 23 March 2015 (has links)
Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]; 2001), esta pesquisa investiga o emprego de formas verbais subjuntivas e indicativas em três contextos de subordinação orações adverbiais, substantivas (na posição de complemento do verbo da oração principal) e relativas. Os dados foram extraídos de 36 entrevistas sociolinguísticas com paulistanos e 36 entrevistas com ludovicenses, estratificadas de acordo com o sexo/gênero dos informantes, sua faixa etária (18 a 35; 36 a 59; e 60 anos ou mais) e seu nível de escolaridade (médio superior). Examinam-se as variáveis linguísticas e sociais que se correlacionam à ocorrência dessas formas. Entre as linguísticas, incluem-se variáveis como o tempo verbal da oração subordinada; o tipo de subordinador (tais como se e embora, no caso das orações adverbiais); o verbo da oração principal e o tempo verbal da oração principal (no caso das orações substantivas). Propõe-se que, em português, formas subjuntivas e indicativas funcionam como variantes de uma variável apenas nas orações adverbiais, ao passo que, nos outros dois contextos, tais formas se alternam mas não constituem sempre formas de dizer a mesma coisa (LABOV, 1972; 1978). A análise quantitativa dos dados foi feita com o pacote estatístico GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005). Os resultados indicam que, no geral, é maior a tendência de ocorrência do modo indicativo em São Paulo relativamente a São Luís. Por outro lado, há indício de mudança na fala ludovicense, na direção do indicativo, em orações adverbiais e substantivas. / Based on the theory and methods of Variationist Sociolinguistics (LABOV, 2008 [1972]; 2001), this master thesis investigates the use of indicative and subjunctive verbal forms in three contexts of subordination: adverbial, nominal and relative clauses. The data were extracted from 36 sociolinguistic interviews with native speakers from São Paulo and 36 from São Luís, stratified by sex/gender, age (18-35 years old, 36 to 59, and 60 or older) and level of education (high school or college). Social and linguistic independent variables are examined vis-à-vis their correlation to the occurrence of those forms. Among the linguistic factors are the verbal tense in the subordinate clause, the subordinator (as se if and embora though, for adverbial clauses), the verb and the verb tense in the main clause (for the nominal clauses, embedded in the position of the verbal complement). This thesis discusses that, in Brazilian Portuguese, subjunctive and indicative forms function as variants of a variable in adverbial clauses, but not in nominal or relative clauses, in which they are not different ways of saying the same thing (Labov, 1972; 1978). The quantitative analyses were developed on GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005). The results suggest that indicative forms tend to occur more in São Paulo relatively to São Luís. However, theres change in progress in São Luís (apparent time), with the indicative being favored by younger speakers, both in adverbial and nominal subordinate clauses.
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A negação dupla no português paulistano / The double negation in São Paulo Portuguese

Rocha, Rafael Stoppa 25 March 2013 (has links)
Este trabalho descreve o emprego variável de estruturas de negação na variedade paulistana do português. São três as formas variantes: não pré-verbal (NEG1, p.ex. Não gosto de chocolate), não pré e pós-verbal (NEG2, p. ex. Não gosto de chocolate não) e não pós-verbal apenas (NEG3, p. ex. Gosto de chocolate não). A partir da discussão de restrições discursivo-pragmáticas, define-se o envelope de variação (os contextos em que as formas são semanticamente equivalentes). NEG1 e NEG2 são ambas alternativas quando a proposição que está sendo negada foi direta ou indiretamente ativada no discurso anterior. Quando a informação proposicional é nova no discurso, apenas NEG1 é possível. Já NEG3 parece improdutiva na variedade paulistana: representa menos de 1% em mais de cinco mil ocorrências de sentenças negativas. Os dados analisados foram extraídos de 48 entrevistas sociolinguísticas com paulistanos estratificados em Sexo/gênero, Faixa etária e Escolaridade. Elas foram coletadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Sociolinguística da Universidade de São Paulo (GESOL-USP), entre os anos de 2003 e 2010. Além da amostra geral (com todas essas entrevistas), são analisadas duas subamostras menores (24 entrevistas cada), organizadas com base na região da cidade em que vivem os paulistanos (mais central ou mais periférica) e na sua geração (filhos de pais paulistanos ou filhos de migrantes de outros estados brasileiros). Os resultados indicam que a variante NEG2, bastante infrequente (cerca de 6% no conjunto de 48 entrevistas), é favorecida por informantes de escolaridade mais baixa e de 1ª geração na cidade de São Paulo. Algumas análises sugerem ainda que informantes que vivem em bairros mais periféricos favorecem NEG2. Não há indícios, contudo, de correlação entre a variável e Sexo/gênero; tampouco há indício de mudança em curso. No âmbito linguístico, a ativação direta de proposições é o fator que mais fortemente favorece o emprego da variante NEG2, seguido da ausência de marcadores discursivos ou de outros termos negativos na sentença. / This masters thesis describes the variable use of negation structures in São Paulo Portuguese. There are three variants: pre-verbal não (NEG1, e.g. Não gosto de chocolate), pre and post-verbal não (NEG2, e.g. Não gosto de chocolate não) and post-verbal não only (NEG3, e.g. Gosto de chocolate não). All of these sentences mean I dont like chocolate. By discussing discourse-pragmatic restrictions on the use of such structures, the envelope of variation is defined as follows: NEG1 and NEG2 can both be employed when the proposition that is being negated was activated earlier (directly or indirectly) in discourse. When the propositional information is discourse-new, only NEG1 is possible. As for NEG3, it seems very unproductive in São Paulo Portuguese; it occurs in less than 1% of 5,000 tokens of negative sentences. The data was extracted from 48 sociolinguistic interviews with Paulistanos (those born and raised in the city of São Paulo) stratified by sex/gender, age group and level of education. From the general corpus of 48 interviews, two subsamples of 24 interviews each have also been analyzed. One of them is based on the region of the city where the informants live (central or peripheral), whereas the other is based on their generation in the city (Paulistano parents or migrants from other states in Brazil). Results show that NEG2 (an infrequent variant about 6% of the tokens extracted from the 48 interviews) is favored by those with lower level of education and by first generation Paulistanos (that is, by those whose parents were not born and raised in the city). Some analyses suggest that NEG2 is also favored by those groups that live in more peripheral areas of São Paulo. There is no indication of correlation between the variable and sex/gender, nor is there any indication of change in progress. Linguistically, the factor that most favors NEG2 is the direct activation of propositional information in discourse, followed by the absence of discourse markers or other negative elements in the sentence.
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A negação dupla no português paulistano / The double negation in São Paulo Portuguese

Rafael Stoppa Rocha 25 March 2013 (has links)
Este trabalho descreve o emprego variável de estruturas de negação na variedade paulistana do português. São três as formas variantes: não pré-verbal (NEG1, p.ex. Não gosto de chocolate), não pré e pós-verbal (NEG2, p. ex. Não gosto de chocolate não) e não pós-verbal apenas (NEG3, p. ex. Gosto de chocolate não). A partir da discussão de restrições discursivo-pragmáticas, define-se o envelope de variação (os contextos em que as formas são semanticamente equivalentes). NEG1 e NEG2 são ambas alternativas quando a proposição que está sendo negada foi direta ou indiretamente ativada no discurso anterior. Quando a informação proposicional é nova no discurso, apenas NEG1 é possível. Já NEG3 parece improdutiva na variedade paulistana: representa menos de 1% em mais de cinco mil ocorrências de sentenças negativas. Os dados analisados foram extraídos de 48 entrevistas sociolinguísticas com paulistanos estratificados em Sexo/gênero, Faixa etária e Escolaridade. Elas foram coletadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Sociolinguística da Universidade de São Paulo (GESOL-USP), entre os anos de 2003 e 2010. Além da amostra geral (com todas essas entrevistas), são analisadas duas subamostras menores (24 entrevistas cada), organizadas com base na região da cidade em que vivem os paulistanos (mais central ou mais periférica) e na sua geração (filhos de pais paulistanos ou filhos de migrantes de outros estados brasileiros). Os resultados indicam que a variante NEG2, bastante infrequente (cerca de 6% no conjunto de 48 entrevistas), é favorecida por informantes de escolaridade mais baixa e de 1ª geração na cidade de São Paulo. Algumas análises sugerem ainda que informantes que vivem em bairros mais periféricos favorecem NEG2. Não há indícios, contudo, de correlação entre a variável e Sexo/gênero; tampouco há indício de mudança em curso. No âmbito linguístico, a ativação direta de proposições é o fator que mais fortemente favorece o emprego da variante NEG2, seguido da ausência de marcadores discursivos ou de outros termos negativos na sentença. / This masters thesis describes the variable use of negation structures in São Paulo Portuguese. There are three variants: pre-verbal não (NEG1, e.g. Não gosto de chocolate), pre and post-verbal não (NEG2, e.g. Não gosto de chocolate não) and post-verbal não only (NEG3, e.g. Gosto de chocolate não). All of these sentences mean I dont like chocolate. By discussing discourse-pragmatic restrictions on the use of such structures, the envelope of variation is defined as follows: NEG1 and NEG2 can both be employed when the proposition that is being negated was activated earlier (directly or indirectly) in discourse. When the propositional information is discourse-new, only NEG1 is possible. As for NEG3, it seems very unproductive in São Paulo Portuguese; it occurs in less than 1% of 5,000 tokens of negative sentences. The data was extracted from 48 sociolinguistic interviews with Paulistanos (those born and raised in the city of São Paulo) stratified by sex/gender, age group and level of education. From the general corpus of 48 interviews, two subsamples of 24 interviews each have also been analyzed. One of them is based on the region of the city where the informants live (central or peripheral), whereas the other is based on their generation in the city (Paulistano parents or migrants from other states in Brazil). Results show that NEG2 (an infrequent variant about 6% of the tokens extracted from the 48 interviews) is favored by those with lower level of education and by first generation Paulistanos (that is, by those whose parents were not born and raised in the city). Some analyses suggest that NEG2 is also favored by those groups that live in more peripheral areas of São Paulo. There is no indication of correlation between the variable and sex/gender, nor is there any indication of change in progress. Linguistically, the factor that most favors NEG2 is the direct activation of propositional information in discourse, followed by the absence of discourse markers or other negative elements in the sentence.
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Identidade na pluralidade: avaliação, produção e percepção linguística na cidade de São Paulo / Identity and diversity: linguistic evaluation, production, and perception in the city of Sao Paulo

Oushiro, Lívia 20 February 2015 (has links)
Esta pesquisa apresenta análises sobre avaliação, produção e percepção linguística no português paulistano, por meio do exame de quatro variáveis sociolinguísticas: a realização de /e/ nasal como monotongo [e] ou ditongo [ej] (como em fazenda); a pronúncia de /r/ em coda silábica como tepe [R] ou retroflexo [õ] (como em porta); a concordância nominal de número (como em as casas/as casa); e a concordância verbal de primeira e de terceira pessoa do plural (como em nós fomos/nós foi, eles foram/eles foi). O objetivo central é analisar, em uma comunidade amplamente heterogênea de um ponto de vista sociodemográfico, as inter-relações entre a expressão de identidades sociais através de usos linguísticos e a possível influência dos significados sociais desses usos em processos de variação e mudança linguística. Para tanto, analisou-se qualitativa e quantitativamente uma amostra contemporânea do português paulistano, composta de 118 entrevistas sociolinguísticas com falantes nativos, à luz dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Labov, 2006 [1966], 2008 [1972]). Tais análises compreendem o encaixamento linguístico e social de cada variável, bem como seu encaixamento simultâneo na fala de cada indivíduo. Além disso, examinaram-se percepções sobre as variantes de (-r), com base na técnica de estímulos pareados (Lambert et al., 1960), a fim de melhor compreender os mecanismos subjacentes à associação de certos significados sociais ao emprego de diferentes formas linguísticas. Os resultados mostram que, embora as correlações entre as quatro variáveis sociolinguísticas e variáveis sociais sejam bastante semelhantes entre si (todas se correlacionam com o Sexo/Gênero, a Classe Social e o Nível de Escolaridade dos falantes), há diferentes tendências dentro da comunidade por exemplo, mudança em direção à variante ditongada [ej]; padrões divergentes quanto ao emprego de (-r) por parte de jovens de diferentes classes sociais; variação estável das concordâncias nominal e verbal em regiões periféricas e mudança em direção à variante padrão em regiões centrais. Para compreendê-los, o exame de seus significados sociais é fundamental. Argumenta-se que [ej] tem se difundido rápida e unidirecionalmente pelo fato de se constituir um marcador (Labov, 2008 [1972]) para paulistanos, que não revelam ter consciência da variável, tampouco apresentam um discurso metalinguístico sobre suas variantes. O forte favorecimento do retroflexo entre jovens de classes baixas foi desencadeado por uma reinterpretação de seu significado social como uma variante local e de prestígio, devido à presença maciça de migrantes do Norte/Nordeste, cuja variante fricativa é relativamente mais estigmatizada na comunidade. Ao mesmo tempo, ainda que o encaixamento social das concordâncias nominal e verbal seja bastante semelhante, a marca zero de concordância nominal (as casa) goza de maior vitalidade por indexicalizar significados como masculinidade, paulistanidade e morador da Mooca. Não obstante as diferentes tendências que se verificam na comunidade, os padrões de encaixamento das variáveis linguísticas se reproduzem sistematicamente na fala de cada indivíduo, o que permite caracterizar os paulistanos como uma única comunidade de fala (Labov, 2006 [1966]), que compartilha normas de produção e de avaliação linguística. De acordo com o teste de percepções, os moradores da cidade também são consistentes em suas reações subjetivas a variantes de (-r). Demonstra-se adicionalmente que a coesão dialetal é promovida não por amplas categorias sociais como Sexo/Gênero ou Faixas Etárias, mas pelo princípio mais fundamental de densidade de comunicação (Gumperz, 1971b,a). / This study examines linguistic evaluation, production, and perception in São Paulo Portuguese, through analyses of four sociolinguistic variables: the realization of nasal /e/ as a monophthong [e] or as a diphthong [ej] (as in fazenda farm); the realization of coda /r/ as a tap [R] or as a retroflex [õ] (as in porta door); nominal number agreement (as in as casas/as casa the houses); and first person plural and third person plural verb agreement (as in nós fomos/nós foi we went, eles foram/eles foi they went). The main goal is to investigate the inter-relation between the expression of social identities through language uses and the possible impact of social meanings on processes of language variation and change, in a highly diverse and heterogeneous community. Based on the theory and methods of Variationist Sociolinguistics (Labov, 2006 [1966], 2008 [1972]), each variables linguistic and social embedding, as well as their simultaneous embedding in individual speakers speech, were analyzed both qualitatively and quantitatively in 118 sociolinguistic interviews with native Paulistano speakers. In addition, perceptions on the variants of (-r) were examined through an experiment using the Matched Guise Technique (Lambert et al., 1960), aimed at describing the mechanisms underlying the association of certain social meanings with different language forms. The results show that, in spite of the similarity between the social embedding of the four variables (all of them are correlated with speakers sex/gender, social class, and level of education), there are different trends within the community for instance, change towards (e) diphthongization; divergent patterns regarding (-r) in the speech of younger speakers of different social classes; stable variation in nominal and verbal agreement in peripheral areas but change towards the prestige variant in central areas. The explanation for these patterns is related to the variants social meanings. It is argued that [ej] has spread rapidly and unidirectionally because it is a marker (Labov, 2008 [1972]) for Paulistanos, who are not aware of the variable and do not present an elaborate metalinguistic discourse on its variants. The fact that retroflex /r/ is strongly favored by working class youth may be attributed to a reinterpretation of its social meaning, due to the extensive presence of migrants from the Northern and Northeastern regions of the country, whose /r/ realization as a fricative is relatively more stigmatized in the community. At the same time, although nominal and verbal agreement are very similarly stratified, the nonstandard variant of the former (as casa the houses) exhibits greater vitality as it indexes masculinities and local identities with the city and with Mooca, one of its most traditional neighborhoods. Despite different trends by different social groups in the community, the embedding of the linguistic variables is systematically reproduced in each speakers speech, which allows for the characterization of São Paulo as a single speech community (Labov, 2006 [1966]) in that its native speakers share norms of use and evaluation of the variants. According to the perception test, the city inhabitants are also consistent in their subjective reactions to the variants of (-r). It is shown that such social cohesion is promoted not by census social categories such as sex/gender or age, but by the more fundamental principle of density of communication (Gumperz, 1971b,a).
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Identidade na pluralidade: avaliação, produção e percepção linguística na cidade de São Paulo / Identity and diversity: linguistic evaluation, production, and perception in the city of Sao Paulo

Lívia Oushiro 20 February 2015 (has links)
Esta pesquisa apresenta análises sobre avaliação, produção e percepção linguística no português paulistano, por meio do exame de quatro variáveis sociolinguísticas: a realização de /e/ nasal como monotongo [e] ou ditongo [ej] (como em fazenda); a pronúncia de /r/ em coda silábica como tepe [R] ou retroflexo [õ] (como em porta); a concordância nominal de número (como em as casas/as casa); e a concordância verbal de primeira e de terceira pessoa do plural (como em nós fomos/nós foi, eles foram/eles foi). O objetivo central é analisar, em uma comunidade amplamente heterogênea de um ponto de vista sociodemográfico, as inter-relações entre a expressão de identidades sociais através de usos linguísticos e a possível influência dos significados sociais desses usos em processos de variação e mudança linguística. Para tanto, analisou-se qualitativa e quantitativamente uma amostra contemporânea do português paulistano, composta de 118 entrevistas sociolinguísticas com falantes nativos, à luz dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Labov, 2006 [1966], 2008 [1972]). Tais análises compreendem o encaixamento linguístico e social de cada variável, bem como seu encaixamento simultâneo na fala de cada indivíduo. Além disso, examinaram-se percepções sobre as variantes de (-r), com base na técnica de estímulos pareados (Lambert et al., 1960), a fim de melhor compreender os mecanismos subjacentes à associação de certos significados sociais ao emprego de diferentes formas linguísticas. Os resultados mostram que, embora as correlações entre as quatro variáveis sociolinguísticas e variáveis sociais sejam bastante semelhantes entre si (todas se correlacionam com o Sexo/Gênero, a Classe Social e o Nível de Escolaridade dos falantes), há diferentes tendências dentro da comunidade por exemplo, mudança em direção à variante ditongada [ej]; padrões divergentes quanto ao emprego de (-r) por parte de jovens de diferentes classes sociais; variação estável das concordâncias nominal e verbal em regiões periféricas e mudança em direção à variante padrão em regiões centrais. Para compreendê-los, o exame de seus significados sociais é fundamental. Argumenta-se que [ej] tem se difundido rápida e unidirecionalmente pelo fato de se constituir um marcador (Labov, 2008 [1972]) para paulistanos, que não revelam ter consciência da variável, tampouco apresentam um discurso metalinguístico sobre suas variantes. O forte favorecimento do retroflexo entre jovens de classes baixas foi desencadeado por uma reinterpretação de seu significado social como uma variante local e de prestígio, devido à presença maciça de migrantes do Norte/Nordeste, cuja variante fricativa é relativamente mais estigmatizada na comunidade. Ao mesmo tempo, ainda que o encaixamento social das concordâncias nominal e verbal seja bastante semelhante, a marca zero de concordância nominal (as casa) goza de maior vitalidade por indexicalizar significados como masculinidade, paulistanidade e morador da Mooca. Não obstante as diferentes tendências que se verificam na comunidade, os padrões de encaixamento das variáveis linguísticas se reproduzem sistematicamente na fala de cada indivíduo, o que permite caracterizar os paulistanos como uma única comunidade de fala (Labov, 2006 [1966]), que compartilha normas de produção e de avaliação linguística. De acordo com o teste de percepções, os moradores da cidade também são consistentes em suas reações subjetivas a variantes de (-r). Demonstra-se adicionalmente que a coesão dialetal é promovida não por amplas categorias sociais como Sexo/Gênero ou Faixas Etárias, mas pelo princípio mais fundamental de densidade de comunicação (Gumperz, 1971b,a). / This study examines linguistic evaluation, production, and perception in São Paulo Portuguese, through analyses of four sociolinguistic variables: the realization of nasal /e/ as a monophthong [e] or as a diphthong [ej] (as in fazenda farm); the realization of coda /r/ as a tap [R] or as a retroflex [õ] (as in porta door); nominal number agreement (as in as casas/as casa the houses); and first person plural and third person plural verb agreement (as in nós fomos/nós foi we went, eles foram/eles foi they went). The main goal is to investigate the inter-relation between the expression of social identities through language uses and the possible impact of social meanings on processes of language variation and change, in a highly diverse and heterogeneous community. Based on the theory and methods of Variationist Sociolinguistics (Labov, 2006 [1966], 2008 [1972]), each variables linguistic and social embedding, as well as their simultaneous embedding in individual speakers speech, were analyzed both qualitatively and quantitatively in 118 sociolinguistic interviews with native Paulistano speakers. In addition, perceptions on the variants of (-r) were examined through an experiment using the Matched Guise Technique (Lambert et al., 1960), aimed at describing the mechanisms underlying the association of certain social meanings with different language forms. The results show that, in spite of the similarity between the social embedding of the four variables (all of them are correlated with speakers sex/gender, social class, and level of education), there are different trends within the community for instance, change towards (e) diphthongization; divergent patterns regarding (-r) in the speech of younger speakers of different social classes; stable variation in nominal and verbal agreement in peripheral areas but change towards the prestige variant in central areas. The explanation for these patterns is related to the variants social meanings. It is argued that [ej] has spread rapidly and unidirectionally because it is a marker (Labov, 2008 [1972]) for Paulistanos, who are not aware of the variable and do not present an elaborate metalinguistic discourse on its variants. The fact that retroflex /r/ is strongly favored by working class youth may be attributed to a reinterpretation of its social meaning, due to the extensive presence of migrants from the Northern and Northeastern regions of the country, whose /r/ realization as a fricative is relatively more stigmatized in the community. At the same time, although nominal and verbal agreement are very similarly stratified, the nonstandard variant of the former (as casa the houses) exhibits greater vitality as it indexes masculinities and local identities with the city and with Mooca, one of its most traditional neighborhoods. Despite different trends by different social groups in the community, the embedding of the linguistic variables is systematically reproduced in each speakers speech, which allows for the characterization of São Paulo as a single speech community (Labov, 2006 [1966]) in that its native speakers share norms of use and evaluation of the variants. According to the perception test, the city inhabitants are also consistent in their subjective reactions to the variants of (-r). It is shown that such social cohesion is promoted not by census social categories such as sex/gender or age, but by the more fundamental principle of density of communication (Gumperz, 1971b,a).

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