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O duplo espelho: a (auto)reflexividade da obra clariceana em Um sopro de vida (Pulsações) / The double mirror: the (self)reflexivity of the claricean work in Um sopro de vida (Pulsações)Soggia, Janaina Santos Silva 13 April 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-04-13 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This dissertation aims to investigate the (self) reflexivity that is revealed in the Claricean posthumous work, Um sopro de vida (Pulsações), in two levels: in (auto) biographical terms and in structural terms, transforming it into a double mirror. In a first level, we consider our corpus of analysis, investigating the (auto) biographical and autofictional indexes of Clarice Lispector in the novel. Starting from the hypothesis that the author, in countless moments of its literary production, left traces that evidences aspects of her life in her characters, transforming them into a sort of her alter egos. Based on this premise, we aim to bring Clarice's life and work closer together through the author' s mirroring in her writing, establishing relationships between the textual elements of the posthumous novel in harmony with the life of Clarice Lispector. Our exploratory-descriptive and bibliographical research uses theories about autobiography, through the postulates of Philippe Lejeune and Alba Olmi; the considerations of Gerard Genette and Lucien Dallenbach of intratextuality, as well as of the autofictional studies from Serge Doubrovsky, Leonor Arfuch, Diana Klinger and Vincent Colonna. In a second level, we analyze the reflexivity of our corpus from the perspective of the mirroring of the work on itself, that is, the reflections on the literary doing itself, evidencing the text as an artifact in the construction process. We consider the premise that this mirroring would be printed in the text through metalinguistic, metafictional and authorial processes. In order to investigate how the word goes beyond the perspective of language and reaches the fictional plane, we use the studies of metalanguage developed by Samira Chalub, as well as the metafictional studies developed by Linda Hutcheon, Patricia Waugh and Gustavo Bernardo. For the different levels of authorship, we explain the notions of authorship, according to Roland Barthes and Michel Foucault / Esta dissertação tem como proposta investigar a (auto)reflexividade que se revela na obra póstuma clariceana, Um sopro de vida (Pulsações), em dois níveis: em termos (auto)biográficos e em termos estruturais, transformando-a num duplo espelho. Em um primeiro nível, adentramos em nosso corpus de análise, investigando os índices (auto)biográficos e autoficcionais de Clarice Lispector no romance, partindo da hipótese de que a autora, em inúmeros momentos de sua produção literária, deixou rastros que evidenciam aspectos de sua vida em suas personagens, transformando-as em espécies de alter egos seus. Com base nessa premissa, aproximamos a vida e a obra de Clarice, por meio do espelhamento da autora em sua escritura, estabelecendo relações entre os elementos textuais do romance póstumo coadunados à vida de Clarice Lispector. Nossa pesquisa de caráter exploratório-descritivo e bibliográfico utilizou-se, neste viés, de teorias acerca da autobiografia, por meio dos postulados de Philippe Lejeune e Alba Olmi; das considerações de Gerárd Genette e Lucien Dallenbach em torno da intratextualidade, bem como dos estudos autoficcionais a partir de Serge Doubrovsky, Leonor Arfuch, Diana Klinger e Vincent Colonna. Em um segundo nível, analisamos a reflexividade do nosso corpus sob a perspectiva do espelhamento da obra sobre si mesma, ou seja, as reflexões sobre o próprio fazer literário, evidenciando o texto como artefato em processo de construção. Partimos da premissa de que esse espelhamento estaria impresso no texto por meio de processos metalinguísticos, metaficcionais e pelos jogos autorais. A fim de investigarmos como a palavra ultrapassa a perspectiva da linguagem e atinge o plano ficcional, recorremos às considerações de Samira Chalub acerca da metalinguagem, bem como aos estudos em torno da metaficção desenvolvidos por Linda Hutcheon, Patricia Waugh e Gustavo Bernardo. Quanto aos diferentes níveis autorais, explicitaremos as noções de autoria, segundo Roland Barthes e Michel Foucault
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Um narrador e sua criatura: uma leitura do duplo em Um sopro de vida, de Clarice LispectorIvan, Maria Eloísa de Souza 27 February 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-02-27 / Started in 1974, the posthumous book Um sopro de vida (pulsações), by Clarice Lispector, came to public in 1978. Written "in agony" (Borelli, 1981), the work resumes introspective density featuring Clarice's writing, repeats the existential paradox life and death so recurrent in her work, reveals itself as a work of beginning and end, one and multiple, finally, leading us by several known ways, or not. Recognizing that reading involves an empathetic relationship and motivated to continue the master's research, also about Clarice's work, I felt compelled to face the reading of such a dense work and to seek still little trodden paths. Thus, in this project, we have resumed aspects which have not been explored in our master's research for not being part of the objectives of that work, but which were perceived as relevant for further study. Among these aspects, we mention the manifestation of the double as a structural element of Um sopro de vida (pulsações) narrative, 1978, chosen as the corpus of this research. The theme of the double has always been present in the Western culture, varying according to the historical moment. Renovated in modernity, the myth of the double also reveals the man as a shattered person, having as one of its possible representations the division of the "I" in an "ego" and an "alter ego". To better understand the relationship of the double with the work, we can say that many centuries separate the Greek legend, told by Aristophanes, and from the book Um sopro de vida (pulsações), by Clarice Lispector. The legend seeks to explain the need of human beings to ever get the half that fulfills them; Clarice's work embodies, among others, the man's questioning in search of himself, reflecting on the "who am I?", "who is the other?". In this way, describing and analyzing the figure of the narrator-Author, establishing a counterpoint between narrator-Author/Ângela Pralini and observing the process of building the character like an image that is constituted "by" the other makes up the specific objectives of this study; it is also our purpose to investigate and analyze the effects of discursive meanings that recover the images of God, of the "you", of the mirror and the death in relation to the narrator-Author and Ângela Pralini. Guiding us, then, through reflections, by Rank, Clément Rosset, Bravo, Bakhtin, among others, the research presented here proposes, as a questioning, to investigate how the image of the double emerges as a structuring element of Clarice's narrative, more specifically in Um sopro de vida (pulsações), and to what extent this discursive feature manifests itself in the narrator-Author/Ângela Pralini counterpoint, his double, also investigating how this narrator is manifested in personal oscillations, in the expansion of the narrating function, in the lexical choices, in the adopted bias: who is the double of whom? / Iniciado em 1974, o livro póstumo Um sopro de vida (pulsações), de Clarice Lispector, vem a público em 1978. Escrito ―em agonia‖ (Borelli, 1981), a obra retoma a densidade introspectiva que caracteriza a escrita clariceana, repete o paradoxo existencial vida e morte tão recorrente em sua obra, revela-se como obra de princípio e fim, uno e múltiplo, enfim, nos guia por vários caminhos conhecidos, ou pouco explorados. Reconhecendo que leitura envolve relação empática e motivada a continuar a pesquisa de mestrado, também acerca da obra clariceana, senti-me provocada a enfrentar a leitura de obra tão densa e buscar esses caminhos ainda pouco trilhados. Assim, neste projeto, retomamos aspectos os quais não foram explorados na nossa pesquisa de mestrado por não fazerem parte dos objetivos daquele trabalho, mas que foram percebidos como relevantes para um estudo posterior. Dentre esses aspectos, citamos a manifestação do duplo como elemento estruturante da narrativa Um sopro de vida (pulsações),1978, escolhida como corpus desta pesquisa. A temática do duplo sempre esteve presente na cultura ocidental, variando de acordo com o momento histórico. Renovado na modernidade, o mito do duplo também revela o homem estilhaçado, tendo como uma de suas possíveis representações a cisão do Eu em um ―ego‖ e um ―alter ego‖. Para melhor entendermos a relação do duplo com a obra, podemos dizer que muitos séculos separam a lenda grega, contada por Aristófanes, do livro Um sopro de vida (pulsações), de Clarice Lispector. A lenda procura explicar a necessidade do ser humano de buscar eternamente a metade que o completa; a obra clariceana materializa, entre outros, o questionamento do homem em busca de si mesmo, refletindo acerca do ―quem sou eu?‖ ―quem é o outro?‖ Desse modo, compõem os objetivos específicos deste estudo descrever e analisar a figura do narrador-Autor, estabelecendo-se um contraponto entre narrador-Autor/Ângela Pralini, observando-se o processo de construção da personagem como imagem que se constitui ―pelo‖ outro; também é nosso propósito investigar e analisar os efeitos de sentido discursivos que recobrem as imagens de Deus, do vós, do espelho e da morte em relação ao narrador-Autor e Ângela Pralini. Orientando-nos, então, pelas reflexões de Rank, Clément Rosset, Bravo, Bakhtin, entre outros, a pesquisa que aqui se apresenta propõe, como questionamento, investigar de que modo a imagem do duplo se materializa como um elemento estruturante da narrativa clariceana, mais especificamente em Um sopro de vida (pulsações), e em que medida esse recurso discursivo se manifesta no contraponto narrador-Autor/Ângela Pralini, seu duplo, investigando também como esse narrador se manifesta nas oscilações de pessoa, na ampliação da função de narrar, nas escolhas vocabulares, no viés adotado: quem é o duplo de quem?
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Um narrador e sua criatura: uma leitura do duplo em Um sopro de vida, de Clarice LispectorIvan, Maria Eloísa de Souza 27 February 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-02-27 / Started in 1974, the posthumous book Um sopro de vida (pulsações), by Clarice Lispector, came to public in 1978. Written "in agony" (Borelli, 1981), the work resumes introspective density featuring Clarice's writing, repeats the existential paradox life and death so recurrent in her work, reveals itself as a work of beginning and end, one and multiple, finally, leading us by several known ways, or not. Recognizing that reading involves an empathetic relationship and motivated to continue the master's research, also about Clarice's work, I felt compelled to face the reading of such a dense work and to seek still little trodden paths. Thus, in this project, we have resumed aspects which have not been explored in our master's research for not being part of the objectives of that work, but which were perceived as relevant for further study. Among these aspects, we mention the manifestation of the double as a structural element of Um sopro de vida (pulsações) narrative, 1978, chosen as the corpus of this research. The theme of the double has always been present in the Western culture, varying according to the historical moment. Renovated in modernity, the myth of the double also reveals the man as a shattered person, having as one of its possible representations the division of the "I" in an "ego" and an "alter ego". To better understand the relationship of the double with the work, we can say that many centuries separate the Greek legend, told by Aristophanes, and from the book Um sopro de vida (pulsações), by Clarice Lispector. The legend seeks to explain the need of human beings to ever get the half that fulfills them; Clarice's work embodies, among others, the man's questioning in search of himself, reflecting on the "who am I?", "who is the other?". In this way, describing and analyzing the figure of the narrator-Author, establishing a counterpoint between narrator-Author/Ângela Pralini and observing the process of building the character like an image that is constituted "by" the other makes up the specific objectives of this study; it is also our purpose to investigate and analyze the effects of discursive meanings that recover the images of God, of the "you", of the mirror and the death in relation to the narrator-Author and Ângela Pralini. Guiding us, then, through reflections, by Rank, Clément Rosset, Bravo, Bakhtin, among others, the research presented here proposes, as a questioning, to investigate how the image of the double emerges as a structuring element of Clarice's narrative, more specifically in Um sopro de vida (pulsações), and to what extent this discursive feature manifests itself in the narrator-Author/Ângela Pralini counterpoint, his double, also investigating how this narrator is manifested in personal oscillations, in the expansion of the narrating function, in the lexical choices, in the adopted bias: who is the double of whom? / Iniciado em 1974, o livro póstumo Um sopro de vida (pulsações), de Clarice Lispector, vem a público em 1978. Escrito ―em agonia‖ (Borelli, 1981), a obra retoma a densidade introspectiva que caracteriza a escrita clariceana, repete o paradoxo existencial vida e morte tão recorrente em sua obra, revela-se como obra de princípio e fim, uno e múltiplo, enfim, nos guia por vários caminhos conhecidos, ou pouco explorados. Reconhecendo que leitura envolve relação empática e motivada a continuar a pesquisa de mestrado, também acerca da obra clariceana, senti-me provocada a enfrentar a leitura de obra tão densa e buscar esses caminhos ainda pouco trilhados. Assim, neste projeto, retomamos aspectos os quais não foram explorados na nossa pesquisa de mestrado por não fazerem parte dos objetivos daquele trabalho, mas que foram percebidos como relevantes para um estudo posterior. Dentre esses aspectos, citamos a manifestação do duplo como elemento estruturante da narrativa Um sopro de vida (pulsações),1978, escolhida como corpus desta pesquisa. A temática do duplo sempre esteve presente na cultura ocidental, variando de acordo com o momento histórico. Renovado na modernidade, o mito do duplo também revela o homem estilhaçado, tendo como uma de suas possíveis representações a cisão do Eu em um ―ego‖ e um ―alter ego‖. Para melhor entendermos a relação do duplo com a obra, podemos dizer que muitos séculos separam a lenda grega, contada por Aristófanes, do livro Um sopro de vida (pulsações), de Clarice Lispector. A lenda procura explicar a necessidade do ser humano de buscar eternamente a metade que o completa; a obra clariceana materializa, entre outros, o questionamento do homem em busca de si mesmo, refletindo acerca do ―quem sou eu?‖ ―quem é o outro?‖ Desse modo, compõem os objetivos específicos deste estudo descrever e analisar a figura do narrador-Autor, estabelecendo-se um contraponto entre narrador-Autor/Ângela Pralini, observando-se o processo de construção da personagem como imagem que se constitui ―pelo‖ outro; também é nosso propósito investigar e analisar os efeitos de sentido discursivos que recobrem as imagens de Deus, do vós, do espelho e da morte em relação ao narrador-Autor e Ângela Pralini. Orientando-nos, então, pelas reflexões de Rank, Clément Rosset, Bravo, Bakhtin, entre outros, a pesquisa que aqui se apresenta propõe, como questionamento, investigar de que modo a imagem do duplo se materializa como um elemento estruturante da narrativa clariceana, mais especificamente em Um sopro de vida (pulsações), e em que medida esse recurso discursivo se manifesta no contraponto narrador-Autor/Ângela Pralini, seu duplo, investigando também como esse narrador se manifesta nas oscilações de pessoa, na ampliação da função de narrar, nas escolhas vocabulares, no viés adotado: quem é o duplo de quem?
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Descentramentos e umbrais : Um sopro de vida (Pulsações), de Clarice LispectorRiobueno González, Yhana Milagros January 2006 (has links)
Partindo da consideração geral de que a obra de Clarice Lispector constitui uma totalidade múltipla formada por diversas partes de um conjunto narrativo único, propomo-nos fazer um corte virtual e nos determos na leitura de Um sopro de vida (Pulsações), obra póstuma publicada em 1978. Observando nela uma aguda consciência da linguagem entendida como forma de conhecimento e autoconhecimento veiculada pela experiência literária, partimos assim da reflexão da linguagem como logos e sobre a realidade como representação que se constrói na linguagem. Nossa hipótese orienta-se para mostrar que a obra de Clarice Lispector estabelece com a tradição platônico-aristotélica uma relação “descontínua” e por isso muito mais próxima das tradições filosóficas orientais, principalmente do budismo. Retomando uma das reflexões de Jaques Derrida, observamos então como a obra desta escritora parte de um centro para provocar um “descentramento”, alcançando assim um novo estatuto do discurso sem fonte, sujeito ou centro absolutos, partilhando com os mitos o seu caráter de palavra reveladora e epifânica. Esses descentramentos, presentes em boa parte do pensamento platônico e aristotélico, desaparecem posteriormente da superfície do pensamento ocidental mantendo-se submersos na literatura. É precisamente ali onde se depositam as imagens, mitos, metáforas e toda a grande variedade das formas atópicas e descentradas do conhecimento, nas quais a obra de Clarice Lispector encontra um lugar privilegiado. Partindo dessa consideração, propomos que a obra desta escritora estabelece um logos fronteiriço, intersticial, intervalar, que encontra no limes, no umbral, o lugar de sua emergência. Nesse umbral o logos adquire uma relevância ontológica: em Clarice Lispector o logos é o ser. Assim, segundo mostramos na leitura de Um sopro de vida (Pulsações), é através desse logos fronteiriço que o pensamento atinge aquilo que somos “atrás do pensamento”, uma verdade indizível e incomunicável. Essas colocações nos conduzem através do pensamento oriental até a filosofia do budismo: analisando cada uma das partes de Um sopro de vida (Pulsações) desde o título, as epígrafes e a própria estrutura da narrativa, a última parte do trabalho estuda especificamente seus pontos de encontro com o clássico do budismo tibetano conhecido como O livro tibetano dos mortos.
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Descentramentos e umbrais : Um sopro de vida (Pulsações), de Clarice LispectorRiobueno González, Yhana Milagros January 2006 (has links)
Partindo da consideração geral de que a obra de Clarice Lispector constitui uma totalidade múltipla formada por diversas partes de um conjunto narrativo único, propomo-nos fazer um corte virtual e nos determos na leitura de Um sopro de vida (Pulsações), obra póstuma publicada em 1978. Observando nela uma aguda consciência da linguagem entendida como forma de conhecimento e autoconhecimento veiculada pela experiência literária, partimos assim da reflexão da linguagem como logos e sobre a realidade como representação que se constrói na linguagem. Nossa hipótese orienta-se para mostrar que a obra de Clarice Lispector estabelece com a tradição platônico-aristotélica uma relação “descontínua” e por isso muito mais próxima das tradições filosóficas orientais, principalmente do budismo. Retomando uma das reflexões de Jaques Derrida, observamos então como a obra desta escritora parte de um centro para provocar um “descentramento”, alcançando assim um novo estatuto do discurso sem fonte, sujeito ou centro absolutos, partilhando com os mitos o seu caráter de palavra reveladora e epifânica. Esses descentramentos, presentes em boa parte do pensamento platônico e aristotélico, desaparecem posteriormente da superfície do pensamento ocidental mantendo-se submersos na literatura. É precisamente ali onde se depositam as imagens, mitos, metáforas e toda a grande variedade das formas atópicas e descentradas do conhecimento, nas quais a obra de Clarice Lispector encontra um lugar privilegiado. Partindo dessa consideração, propomos que a obra desta escritora estabelece um logos fronteiriço, intersticial, intervalar, que encontra no limes, no umbral, o lugar de sua emergência. Nesse umbral o logos adquire uma relevância ontológica: em Clarice Lispector o logos é o ser. Assim, segundo mostramos na leitura de Um sopro de vida (Pulsações), é através desse logos fronteiriço que o pensamento atinge aquilo que somos “atrás do pensamento”, uma verdade indizível e incomunicável. Essas colocações nos conduzem através do pensamento oriental até a filosofia do budismo: analisando cada uma das partes de Um sopro de vida (Pulsações) desde o título, as epígrafes e a própria estrutura da narrativa, a última parte do trabalho estuda especificamente seus pontos de encontro com o clássico do budismo tibetano conhecido como O livro tibetano dos mortos.
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Descentramentos e umbrais : Um sopro de vida (Pulsações), de Clarice LispectorRiobueno González, Yhana Milagros January 2006 (has links)
Partindo da consideração geral de que a obra de Clarice Lispector constitui uma totalidade múltipla formada por diversas partes de um conjunto narrativo único, propomo-nos fazer um corte virtual e nos determos na leitura de Um sopro de vida (Pulsações), obra póstuma publicada em 1978. Observando nela uma aguda consciência da linguagem entendida como forma de conhecimento e autoconhecimento veiculada pela experiência literária, partimos assim da reflexão da linguagem como logos e sobre a realidade como representação que se constrói na linguagem. Nossa hipótese orienta-se para mostrar que a obra de Clarice Lispector estabelece com a tradição platônico-aristotélica uma relação “descontínua” e por isso muito mais próxima das tradições filosóficas orientais, principalmente do budismo. Retomando uma das reflexões de Jaques Derrida, observamos então como a obra desta escritora parte de um centro para provocar um “descentramento”, alcançando assim um novo estatuto do discurso sem fonte, sujeito ou centro absolutos, partilhando com os mitos o seu caráter de palavra reveladora e epifânica. Esses descentramentos, presentes em boa parte do pensamento platônico e aristotélico, desaparecem posteriormente da superfície do pensamento ocidental mantendo-se submersos na literatura. É precisamente ali onde se depositam as imagens, mitos, metáforas e toda a grande variedade das formas atópicas e descentradas do conhecimento, nas quais a obra de Clarice Lispector encontra um lugar privilegiado. Partindo dessa consideração, propomos que a obra desta escritora estabelece um logos fronteiriço, intersticial, intervalar, que encontra no limes, no umbral, o lugar de sua emergência. Nesse umbral o logos adquire uma relevância ontológica: em Clarice Lispector o logos é o ser. Assim, segundo mostramos na leitura de Um sopro de vida (Pulsações), é através desse logos fronteiriço que o pensamento atinge aquilo que somos “atrás do pensamento”, uma verdade indizível e incomunicável. Essas colocações nos conduzem através do pensamento oriental até a filosofia do budismo: analisando cada uma das partes de Um sopro de vida (Pulsações) desde o título, as epígrafes e a própria estrutura da narrativa, a última parte do trabalho estuda especificamente seus pontos de encontro com o clássico do budismo tibetano conhecido como O livro tibetano dos mortos.
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Mística e literatura : uma análise de “Um sopro de vida”, de Clarice LispectorSantana, Ramon Ferreira 20 February 2017 (has links)
Esta investigación tiene como objetivo analizar el posible diálogo entre el misticismo y
la literatura, especialmente en un ámbito filosófico, con referencia a uno de los últimos
textos de Clarice Lispector, el libro publicado póstumamente Um sopro de vida (1978).
El trabajo se divide en cuatro partes: 1) nos propusimos inicialmente, el cruce entre la
literatura y la filosofía que, aunque data la antigüedad, sin embargo, ha sido ampliamente
estudiado; 2) la revisión de la forma, en la história, consolidado el estrechamiento de las
discusiones sobre la relación entre la literatura y la filosofía; 3) el análisis de la aparición
de los estudios relacionados con la mística y como la mística y el lenguaje también están
vinculados entre sí, sobre todo cuando se trata de la lengua mística y su relación con el
silencio; 4) el estudio de la mística en sí en Um sopro de vida desde el vacío y el silencio
presente en la obra. Se utiliza como fuentes primarias de las obras, artículos y otras
producciones de autores que se ocupan de la mística, como Michel de Certeau, Raimon
Panikkar y Juan Martín Velasco y otros que tratan más específicamente la relación entre
la filosofía y la literatura, como es el caso, por ejemplo, Friedrich Nietzsche, Martin
Heidegger y Benedito Nunes, este último no sólo una referencia, pero también se
considera uno de los primeros en examinar la obra de Clarice Lispector en este sesgo
filosófico. Este modelo de análisis se constituye como punto de partida para una lectura
muy particular de la obra en lo que se considera uno de los más grandes escritores en
portugués del siglo pasado. / Esta pesquisa tem como objetivo analisar os diálogos possíveis entre a mística e a
literatura, especialmente sob um viés filosófico, tomando como referência um dos últimos
textos escritos por Clarice Lispector, o livro publicado postumamente Um sopro de vida
(1978). O trabalho está dividido em quatro partes: 1) partimos, inicialmente, do
intercruzamento entre a Literatura e a Filosofia que, apesar de datar épocas remotas, ainda
assim tem sido amplamente estudado; 2) revisão de como, na história, consolidou-se o
estreitamento das discussões acerca da relação entre a Literatura e a Filosofia; 3) análise
do surgimento dos estudos relacionados à mística e de como a mística e a linguagem
também estão vinculadas uma à outra, especialmente quando tratamos da linguagem
mística e a sua relação com o silêncio; 4) estudo propriamente dito da mística em Um
sopro de vida a partir do esvaziamento e do silêncio presentes na obra. Utiliza-se como
fontes primárias as obras, os artigos e demais produções de autores que tratam da mística,
como Michel de Certeau, Raimon Panikkar e Juan Martin Velasco, bem como outros que
tratam mais especificamente das relações entre a filosofia e a literatura, como é o caso,
por exemplo, de Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e Benedito Nunes, esse último
não só uma referência, mas considerado também um dos primeiros a analisar a obra de
Clarice Lispector sob este enviesamento filosófico. Este modelo de análise se constitui
como um ponto de partida para uma leitura muito particular da obra desta que é
considerada uma das maiores escritoras em Língua Portuguesa do último século.
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Esboço com luz e sombra: problemas de inscrição e apagamento do sujeito em Um sopro de vidaJustino, Katiuce Lopes [UNESP] 03 October 2006 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2006-10-03Bitstream added on 2014-06-13T20:07:56Z : No. of bitstreams: 1
justino_kl_me_sjrp.pdf: 730002 bytes, checksum: e3be1771a5c49891715da4ab362c6730 (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / O presente trabalho propõe o estudo dos problemas de representação da voz autoral no livro Um sopro de vida: pulsações, de Clarice Lispector, publicado postumamente em 1978. Diluída em um projeto muitas vezes lido como autobiográfico, a existência da personagem nomeada como Autor, sua atuação diferenciada na trama e seus mecanismos performáticos propõem uma narrativa complexa e que pode ser lida em diversos níveis: desde um mais elementar, no qual a criação literária é mais uma vez encenada como bastidor, até desdobramentos mais filosóficos, em que a própria condição da linguagem é especulada em sua possibilidade de criação de uma realidade autônoma e ritualizada como performance. Portanto, são inseridas as difíceis questões como voz, inspiração e autoria. / The present paper proposes a study of the issues concerning authorial voice representation in Clarice Lispector’s Um sopro de vida: pulsações, published posthumously in 1978. Diffused into a project commonly understood as autobiographic, the existence of the character named Autor, its unlike performance through the plot, and its performative mechanisms propose a complex narrative read in various levels: from the most elementary, in which literary creation is, once again, performed as an offstage; until more philosophical developments, in which language condition itself is investigated due to its creation possibility of an autonomous reality, ritualized as performance. Hence, problematic issues such as voice, inspiration and authorship are introduced.
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