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Da África para o Brasil, de Orixá a Egum: as ressignificações de Exu no discurso umbandista / From Africa to Brazil, Orixá to Egum: the resignifications of Exu in Umbandist discourse

Nogueira, Léo Carrer 27 March 2017 (has links)
Submitted by Cássia Santos (cassia.bcufg@gmail.com) on 2017-04-17T11:01:26Z No. of bitstreams: 2 Tese - Léo Carrer Nogueira - 2017.pdf: 5565889 bytes, checksum: c62b665a0e30b9a3ed27550e5bdd9567 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2017-04-17T11:11:59Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Tese - Léo Carrer Nogueira - 2017.pdf: 5565889 bytes, checksum: c62b665a0e30b9a3ed27550e5bdd9567 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-17T11:11:59Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Tese - Léo Carrer Nogueira - 2017.pdf: 5565889 bytes, checksum: c62b665a0e30b9a3ed27550e5bdd9567 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2017-03-27 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / The constitution of the Exu in the Afro-Brazilian religions is the result of a long process of resignification, ruptures and hybridizations occurred in the Afro-American diaspora. In Africa, among the Yoruba peoples, Exu is a deity, an orixá, demonstrating characteristics such as communication, guide of ways, protection and sexuality. Among European and American travelers who visit this African region during the 19th and 20th centuries, Exu gains demonic characteristics, being associated with the Christian Devil. From Africa to Brazil, Exu maintains these characteristics, but also gains new interpretations: he is worshiped with many new elements in the nascent Afro-Brazilian religions. The demonization influences many members of these religions, which now incorporate it or deny it in their temples. This long process that happens throughout the twentieth century produced a new type of Eshu worshiped in temples of Brazilian Umbanda and Quimbanda. Here, Exu ceases to be considered an orixá, acquiring the status of Egum, spirit, soul of deceased person, appearing in the temples to give aid to the people. In this text we investigate the process of resignification of Exu, since he leaves Africa until reaching the Brazilians temples of Umbanda and Quimbanda, through the discourses produced about him by Umbandist intellectuals.Our central thesis is that the figure of Exu is represented in various formats in this discursive field of Umbandist literature, sometimes assuming its demonic character, others denying it and providing other explanations for its characteristics. We use Michel Foucault's discourse analysis theory to identify the continuities and ruptures of Exu in Umbanda in relation to his African ancestor. / A constituição do Exu nas religiões afro-brasileiras é fruto de um longo processo de ressignificações, rupturas e hibridismos ocorridos no âmbito da diáspora afro-americana. Na África, entre os povos Iorubas, Exu é uma divindade, um orixá, ligado a características como a comunicação, a abertura de caminhos, a proteção e a sexualidade. Entre os viajantes europeus e americanos que visitam esta região africana durante os séculos XIX e XX, Exu acaba ganhando características demoníacas, sendo associado ao Diabo cristão. Na passagem da África para o Brasil, Exu mantem estas características, mas também ganha novas roupagens: ele passa a ser cultuado sob uma multiplicidade de novos elementos no seio das nascentes religiões afro-brasileiras. Sua demonização acaba por influenciar a muitos membros destas religiões que passam ora a incorporá-la, ora a negá-la no interior de seus cultos. Este longo processo que permeia todo o século XX desemboca em um novo tipo de Exu que passa a ser cultuado nos terreiros de Umbanda e Quimbanda brasileiros. Aqui, Exu deixa de ser considerado como um orixá, ganhando o status de Egum, ou seja, espírito, alma de pessoa falecida, que baixa nos terreiros para prestar auxílio aos encarnados. Neste trabalho procuramos investigar todo este processo de ressignificação pelo qual passou Exu, desde que sai da África até chegar aos terreiros de Umbanda e Quimbanda brasileiros, através dos discursos produzidos a seu respeito pelos intelectuais umbandistas. Nossa tese central é que, no campo discursivo em questão, observado a partir da literatura umbandista, a figura de Exu é retratada de diferentes formas, às vezes assumindo seu caráter demoníaco, outras negando-a e fornecendo outras explicações para suas características. Utilizaremos como aporte teórico a análise do discurso proposta por Michel Foucault, afim de identificar as continuidades e rupturas da figura de Exu presentes na Umbanda para com seu ancestral africano.

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