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Um terreno cheio de asperezas : o Cemitério da Matriz de Porto Alegre no cotidiano da cidade (1772-1888)

Meirelles, Pedro von Mengden January 2016 (has links)
Este trabalho tem por objetivo compreender a dinâmica cotidiana desenvolvida no Cemitério da Matriz de Porto Alegre, entre os anos de 1772 e 1850. Defendo nesta dissertação o argumento de que é preciso levar em consideração a gênese e o funcionamento deste espaço para melhor estudar os primeiros anos desta cidade, pois vejo no cemitério um espaço privilegiado de análise do social, embora o mesmo não tenha sido tradicionalmente estudado em trabalhos de história local. Com base em uma ampla e exaustiva análise dos livros de óbito das freguesias que utilizavam aquele cemitério, acompanhei diariamente o uso do mesmo, possibilitando por a prova a aplicação ou não da legislação oriunda do Poder Central desejosa de uma maior regulamentação daquele espaço. No primeiro capítulo abordo duzentos anos de trabalhos e pesquisas históricas a respeito da fundação de Porto Alegre, salientando o caráter religioso dessa fundação. No segundo capítulo, calcado principalmente nos registros de óbito, analiso o cotidiano da principal necrópole da cidade, sua geografia tanatológica, e a distribuição da população em diferentes tipos de sepulturas. No terceiro capítulo, embasado pela bibliografia a respeito das mudanças de mentalidade quanto à morte e o morrer no Ocidente, analiso o descontentamento surgido em meados do século XVIII quanto aos cemitérios eclesiásticos, e seu impacto em Porto Alegre, em princípios do século seguinte. Por fim, em um quarto capítulo que abarca o período de 1865 a 2012, analiso os usos que o espaço no qual estivera o cemitério exerceu após o fechamento, e como os mesmos influíram na construção de uma memória daquele local. A partir desse percurso, pretendi demonstrar que é possível realizar a história social de dada comunidade mesmo a partir de um enfoque, a princípio, sem vida ou sociedade. / This paper aims to understand the daily dinamics developed in the Main Church Graveyard of Porto Alegre, between 1772 and 1850. In this dissertation I advocate that is necessary to understand the genesis and the operation of such place to better comprehend the first years of the city. The reason to such analysis stands in the comprehension of the graveyard as a privileged place to study society, although this point of view isn’t very common among social historians. Based on a wide and exhaustive analysis of the death records of all parishes that used the mentioned graveyard, I have followed the daily pratices in this place, allowing to demonstrate if the legislation deriving from the Crown was or was not applyed. In the first chapter I work with 200 years of researches about the creation of Porto Alegre, stressing the religious ethos of its fundation. In the second chapter, in which the death records will be the main source of analysis, I study the daily routine of Porto Alegre’s main graveyard, its thanatological geography, and the distribuition of the population in several types of graves. In the third chapter, based on the bibliography about the changes of mentality on death and dying in Western civilization, I analysed the emergence of discontent on ecclesiastical graveyards on the first half of XVIII century in Porto Alegre. To conclude, in a fourth chapter, which covers the gap between the years of 1865 and 2012, I analyse the secundary uses of the cemetery, after its shutdown, and how those help in the understanding the way its social memory was built. In this research I have intended to show that it is possible to write the social history of such comunity even through the use of sources that speak more of death than life.
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O cemitério dos vivos: a experiência manicomial de Lima Barreto / The cemetery of the living: the experience of Lima Barreto asylum

Barros, Adeliana Alves January 2016 (has links)
BARROS, Adeliana Alves. O cemitério dos vivos: a experiência manicomial de Lima Barreto. 2016. 170f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em História, Fortaleza (CE), 2016. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-08-05T13:45:22Z No. of bitstreams: 1 2016_dis_aabarros.pdf: 1191002 bytes, checksum: bc5410cc6e62b845e390e1bce5ee6f6e (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-08-05T14:59:23Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_dis_aabarros.pdf: 1191002 bytes, checksum: bc5410cc6e62b845e390e1bce5ee6f6e (MD5) / Made available in DSpace on 2016-08-05T14:59:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_dis_aabarros.pdf: 1191002 bytes, checksum: bc5410cc6e62b845e390e1bce5ee6f6e (MD5) Previous issue date: 2016 / The starting point of this investigation is the asylum experience of writer Lima Barreto, admitted as a psychiatric patient in 1914 and 1919, to the Hospício Nacional de Alienados do Rio de Janeiro. From the writer’s analysis of the “asylum spectacle”, described as “a place that sentences to social death”, that appears on Diário do Hospício and O Cemitério dos Vivos, this paper reviews the beginning of psychic science and its assumptions originated mostly from Europe and performed in Brazil, presuming madness as an inseparable medical and social problematic. An analysis will be made based on the “self-writing” of Lima Barreto, from the documents produced by the institution responsible for this admission (medical charts) and the works toward thinking psychiatry and madness as a mental disease. The asylum experience from the insane himself, the history of psychiatry theories that defined and legitimated what were normal and pathological, the classification and creation of the medical institutional space, the routine of the asylum and the medical specialization towards healing insanity. From those resources, was considered the imposition of a power relation between the doctor and the sick individual, the practices around the “insane”, the confiscation of “madness” through the physician’s specialist point of view, and the subjects that were part of the psychiatry theory research, exposed to their therapy and practices, that, in most part, were poor, black and handymen, from a perspective that comprehends an eminently social topic, although elaborated as a disease. / O ponto de partida desta investigação é a experiência manicomial do escritor Lima Barreto, internado como paciente psiquiátrico, em 1914 e 1919, no Hospício Nacional de Alienados do Rio de Janeiro. A partir da análise do escritor acerca do “espetáculo do hospício”, descrito como “lugar que condena os sujeitos à morte em vida”, presente nas obras Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos, dedicamo-nos à observância e à análise do surgimento da ciência psiquiátrica e de seus pressupostos, advindos, sobretudo, da Europa, e executados no Brasil, pensando a loucura como uma problemática indissociavelmente médica e social. Analisaremos, portanto, a partir da “escrita de si” de Lima Barreto, dos documentos produzidos pela instituição responsável pela sua internação (prontuários médicos) e dos trabalhos voltados a pensar a psiquiatria e a loucura como doença mental, a experiência manicomial a partir do próprio louco, a história das teorias psiquiátricas definidoras e legitimadoras daquilo que era normal e patológico, a classificação e a criação do espaço institucional medicalizado, o cotidiano no espaço asilar e a especialização médica voltada a curar a loucura. A partir desses materiais, pensamos sobre a imposição de uma relação de poder entre o médico e o doente, as práticas em torno dos “insanos”, o confisco da “loucura” pelo olhar especialista do médico e os sujeitos que compunham o arsenal teórico da psiquiatria, expostos às suas terapias e práticas, que, na maioria das vezes, eram pobres, negros e trabalhadores braçais, perspectiva que compreende uma questão iminentemente social, muito embora elaborada como doença.
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Um terreno cheio de asperezas : o Cemitério da Matriz de Porto Alegre no cotidiano da cidade (1772-1888)

Meirelles, Pedro von Mengden January 2016 (has links)
Este trabalho tem por objetivo compreender a dinâmica cotidiana desenvolvida no Cemitério da Matriz de Porto Alegre, entre os anos de 1772 e 1850. Defendo nesta dissertação o argumento de que é preciso levar em consideração a gênese e o funcionamento deste espaço para melhor estudar os primeiros anos desta cidade, pois vejo no cemitério um espaço privilegiado de análise do social, embora o mesmo não tenha sido tradicionalmente estudado em trabalhos de história local. Com base em uma ampla e exaustiva análise dos livros de óbito das freguesias que utilizavam aquele cemitério, acompanhei diariamente o uso do mesmo, possibilitando por a prova a aplicação ou não da legislação oriunda do Poder Central desejosa de uma maior regulamentação daquele espaço. No primeiro capítulo abordo duzentos anos de trabalhos e pesquisas históricas a respeito da fundação de Porto Alegre, salientando o caráter religioso dessa fundação. No segundo capítulo, calcado principalmente nos registros de óbito, analiso o cotidiano da principal necrópole da cidade, sua geografia tanatológica, e a distribuição da população em diferentes tipos de sepulturas. No terceiro capítulo, embasado pela bibliografia a respeito das mudanças de mentalidade quanto à morte e o morrer no Ocidente, analiso o descontentamento surgido em meados do século XVIII quanto aos cemitérios eclesiásticos, e seu impacto em Porto Alegre, em princípios do século seguinte. Por fim, em um quarto capítulo que abarca o período de 1865 a 2012, analiso os usos que o espaço no qual estivera o cemitério exerceu após o fechamento, e como os mesmos influíram na construção de uma memória daquele local. A partir desse percurso, pretendi demonstrar que é possível realizar a história social de dada comunidade mesmo a partir de um enfoque, a princípio, sem vida ou sociedade. / This paper aims to understand the daily dinamics developed in the Main Church Graveyard of Porto Alegre, between 1772 and 1850. In this dissertation I advocate that is necessary to understand the genesis and the operation of such place to better comprehend the first years of the city. The reason to such analysis stands in the comprehension of the graveyard as a privileged place to study society, although this point of view isn’t very common among social historians. Based on a wide and exhaustive analysis of the death records of all parishes that used the mentioned graveyard, I have followed the daily pratices in this place, allowing to demonstrate if the legislation deriving from the Crown was or was not applyed. In the first chapter I work with 200 years of researches about the creation of Porto Alegre, stressing the religious ethos of its fundation. In the second chapter, in which the death records will be the main source of analysis, I study the daily routine of Porto Alegre’s main graveyard, its thanatological geography, and the distribuition of the population in several types of graves. In the third chapter, based on the bibliography about the changes of mentality on death and dying in Western civilization, I analysed the emergence of discontent on ecclesiastical graveyards on the first half of XVIII century in Porto Alegre. To conclude, in a fourth chapter, which covers the gap between the years of 1865 and 2012, I analyse the secundary uses of the cemetery, after its shutdown, and how those help in the understanding the way its social memory was built. In this research I have intended to show that it is possible to write the social history of such comunity even through the use of sources that speak more of death than life.
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Um terreno cheio de asperezas : o Cemitério da Matriz de Porto Alegre no cotidiano da cidade (1772-1888)

Meirelles, Pedro von Mengden January 2016 (has links)
Este trabalho tem por objetivo compreender a dinâmica cotidiana desenvolvida no Cemitério da Matriz de Porto Alegre, entre os anos de 1772 e 1850. Defendo nesta dissertação o argumento de que é preciso levar em consideração a gênese e o funcionamento deste espaço para melhor estudar os primeiros anos desta cidade, pois vejo no cemitério um espaço privilegiado de análise do social, embora o mesmo não tenha sido tradicionalmente estudado em trabalhos de história local. Com base em uma ampla e exaustiva análise dos livros de óbito das freguesias que utilizavam aquele cemitério, acompanhei diariamente o uso do mesmo, possibilitando por a prova a aplicação ou não da legislação oriunda do Poder Central desejosa de uma maior regulamentação daquele espaço. No primeiro capítulo abordo duzentos anos de trabalhos e pesquisas históricas a respeito da fundação de Porto Alegre, salientando o caráter religioso dessa fundação. No segundo capítulo, calcado principalmente nos registros de óbito, analiso o cotidiano da principal necrópole da cidade, sua geografia tanatológica, e a distribuição da população em diferentes tipos de sepulturas. No terceiro capítulo, embasado pela bibliografia a respeito das mudanças de mentalidade quanto à morte e o morrer no Ocidente, analiso o descontentamento surgido em meados do século XVIII quanto aos cemitérios eclesiásticos, e seu impacto em Porto Alegre, em princípios do século seguinte. Por fim, em um quarto capítulo que abarca o período de 1865 a 2012, analiso os usos que o espaço no qual estivera o cemitério exerceu após o fechamento, e como os mesmos influíram na construção de uma memória daquele local. A partir desse percurso, pretendi demonstrar que é possível realizar a história social de dada comunidade mesmo a partir de um enfoque, a princípio, sem vida ou sociedade. / This paper aims to understand the daily dinamics developed in the Main Church Graveyard of Porto Alegre, between 1772 and 1850. In this dissertation I advocate that is necessary to understand the genesis and the operation of such place to better comprehend the first years of the city. The reason to such analysis stands in the comprehension of the graveyard as a privileged place to study society, although this point of view isn’t very common among social historians. Based on a wide and exhaustive analysis of the death records of all parishes that used the mentioned graveyard, I have followed the daily pratices in this place, allowing to demonstrate if the legislation deriving from the Crown was or was not applyed. In the first chapter I work with 200 years of researches about the creation of Porto Alegre, stressing the religious ethos of its fundation. In the second chapter, in which the death records will be the main source of analysis, I study the daily routine of Porto Alegre’s main graveyard, its thanatological geography, and the distribuition of the population in several types of graves. In the third chapter, based on the bibliography about the changes of mentality on death and dying in Western civilization, I analysed the emergence of discontent on ecclesiastical graveyards on the first half of XVIII century in Porto Alegre. To conclude, in a fourth chapter, which covers the gap between the years of 1865 and 2012, I analyse the secundary uses of the cemetery, after its shutdown, and how those help in the understanding the way its social memory was built. In this research I have intended to show that it is possible to write the social history of such comunity even through the use of sources that speak more of death than life.
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Viver e morrer em São Paulo: a vida, as doenças e a morte na cidade do século XIX

Camargo, Luís Soares de 03 October 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T19:31:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luis Soares de Camargo.pdf: 14102841 bytes, checksum: 7e539488f6eb646acf0a3ab12a6a24c7 (MD5) Previous issue date: 2007-10-03 / In the present thesis we analyse the social relationships in the city of São Paulo in the nineteenth century having in mind the constant presence of disease and death during this period. Source of tensions and arrangements, rich in mental elaborations attempting its elucidation, death is treated here as part of an intricate social mesh existing in a city in permanent transformation. Noticing its greater incidence among the children, the women, the poor and the slaves, we have investigated the probable reasons for this and quantified it in a set of tables that made possible the evaluation of the life expectancy of the inhabitants of de city of São Paulo in the mid nineteenth century. The tables are also used as source for further analyses. Death thus becomes the object of a complex history, ambiguous at times, since it is one of several stages in a process that starts by the contact with disease but does not end with the end of life, for there remains a body that is to become the source of conflicts and appropriations of diverse kinds. These complex social relationships in an interface with the city, with its problems and customs, can only be understood and disclosed when considered in the context of a hierarchical society submitted to several spheres of power and interacting with them. This being so, disease and death will be approached here as social phenomena, objetcs for historical reflexion, not the least because they do not occur secluded from their time, their space, or the individuals that experience them / O presente estudo tem como objetivo a análise das relações que se construíram na sociedade paulistana do século XIX tendo em vista a presença constante das doenças e da morte. Fonte de tensões e de arranjos, rica em elaborações que se forjaram no intuito de elucidá-la, a morte será tratada enquanto parte de uma intrincada rede social vivenciada numa cidade em constante transformação. Anotada a sua maior incidência entre crianças, mulheres, pobres e escravos, coube investigar as possíveis razões para isso, bem como utilizar as quantificações apuradas como base para a elaboração de tabelas que permitiram estabelecer a expectativa de vida dos paulistanos em meados do século XIX. Estas, por sua vez, não estarão aqui inseridas apenas enquanto demonstração senão, também, como fonte para outras análises. A morte, portanto, torna-se o objeto de uma história complexa, por vezes ambígua, até porque, como constatamos, ela é uma das várias etapas de um processo que, iniciado através do contato com a doença, não se esgota com o fim da vida, posto que resta ainda um corpo, daí por diante também transformado em fonte de conflitos e apropriações diversas. Numa interface com a cidade, com seus problemas e costumes, essas complexas relações somente se tornam inteligíveis e passíveis de serem desvendadas quando consideradas no bojo de uma sociedade hierarquizada, submetida a diversas esferas de poder e com elas interagindo. Nesse sentido, a doença e a morte estarão aqui sendo consideradas enquanto fenômenos sociais, objetos passíveis de reflexão histórica, até porque elas não ocorreram apartadas do seu tempo, do seu espaço ou dos indivíduos que as vivenciaram

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