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Associações entre reações contratransferenciais desencadeadas por agressores sexuais, mecanismos de defesa e trauma vicário em psiquiatras e psicólogos forensesBarros, Alcina Juliana Soares January 2018 (has links)
A avaliação de criminosos sexuais por psiquiatras e psicólogos forenses consiste em atividade específica que envolve desafios intelectuais e emocionais aos peritos. Esses profissionais trabalham diretamente com indivíduos que cometeram atos graves, que violaram o corpo e as emoções de suas vítimas, de modo profundo, estando expostos ao risco de trauma vicário, um subtipo de trauma psicológico indireto. Pouco se sabe, entretanto, sobre as repercussões desse tipo de avaliação na vida pessoal e profissional dos peritos. Assim, a tese aqui apresentada tem o objetivo de examinar as associações entre sentimentos contratransferenciais desencadeados por criminosos sexuais, mecanismos de defesa e manifestações do trauma vicário em psiquiatras e psicólogos forenses. A primeira etapa desse trabalho consistiu na revisão da literatura acerca de contratransferência e sua expressão no setting pericial, mecanismos de defesa e trauma vicário, tendo sido realizado um estudo exploratório com peritos psiquiatras. Ao se verificar que a versão brasileira da escala de avaliação de trauma vicário - a Trauma and Attachment Belief Scale (TABS) – ainda não se encontrava disponível, um estudo foi realizado para sua tradução, adaptação transcultural e validação aparente. Em seguida, o estudo principal, com delineamento transversal e utilizando métodos mistos, foi conduzido com 56 psiquiatras e psicólogos forenses brasileiros, entre outubro de 2016 e maio de 2017. Reações contratransferenciais, mecanismos de defesa e trauma vicário foram avaliados usando a Escala de Avaliação de Contratransferência (ACS), o Defensive Style Questionnaire (DSQ-40) e a TABS, respectivamente. A grounded theory (GT) foi utilizada na análise qualitativa, através de um questionário auto-aplicado, a fim de compreender a influência da avaliação de agressores sexuais na vida profissional e pessoal dos peritos. Correlações positivas foram identificadas entre sentimentos de indiferença e trauma vicário e entre mecanismos de defesa imaturos e trauma vicário. Essas correlações foram muitos fortes no subgrupo de peritos sem história de psicoterapia pessoal. A investigação qualitativa demonstrou que ocorreram mudanças na identidade profissional dos peritos, na visão de mundo e nas crenças relacionadas à segurança e confiança. Concluiu-se que estratégias específicas maladaptativas de enfrentamento, tais como sentimentos de indiferença e defesas imaturas, durante a avaliação de criminosos sexuais, estiveram associadas com manifestações de trauma vicário em psiquiatras e psicólogos forenses. / The assessment of sex offenders by forensic psychiatrists and psychologists consists in a specific activity that involves intelectual and emotional challenges to experts. These professionals work directly with individuals who have committed serious acts that violated the body and emotions from their victms, in a profound way, being exposed to the risk of vicarious trauma (VT), a subtype of indirect psychological trauma. Little is known, however, about the implications of this type of assessment in personal and professional lives of experts. Thus, the thesis presented here aims to examine the associations between countertransference reactions aroused by sex offenders, defense mechanisms and manifestations of vicarious trauma in forensic psychiatrists and psychologists. The first step of this work consisted in a review of literature about countertransference and it’s expression in a forensic setting, defense mechanisms and vicarious trauma, and we have conducted an exploratory study with forensic psychiatrists. Since it was verified that a Brazilian version of the assessment scale of vicarious trauma - the Trauma and Attachment Belief Scale (TABS) - was not yet available, a study was performed for its translation, cross-cultural adaptation, and apparent validation. Then, the main study, using a cross-sectional design and mixed methods, was conducted with 56 Brazilian forensic psychiatrists and psychologists, between October 2016 and May 2017. Countertransference reactions, defense mechanisms and vicarious trauma were assessed using the Assessment of Countertransference Scale (ACS), the Defensive Style Questionnaire (DSQ- 40) and the TABS, respectively. The grounded theory (GT) was used in qualitative analysis, by means of a self-report questionnaire, in order to understand the influence of the assessment of sexual aggressors in professional and personal life of experts. Positive correlations were found between feelings of indifference and vicarious trauma and between immature defense mechanisms and vicarious trauma. These correlations were very strong in a subgroup of experts without a history of personal psychotherapy. Qualitative data showed changes in the professionals’ identity, worldview and beliefs related to safety and trust. It was concluded that specific maladaptive coping strategies such as feelings of indifference and immature defenses during the assessment of sex offenders were associated with manifestations of vicarious trauma in forensic psychiatrists and psychologists.
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Avaliação da contratransferência no atendimento inicial de pacientes vítimas de trauma psíquicoEizirik, Mariana January 2007 (has links)
O conceito de contratransferência foi introduzido por Freud e ampliado por outros autores, sendo compreendido como as reações emocionais despertadas pelo paciente no terapeuta. Tem papel central na teoria e na técnica psicanalíticas atuais por ser uma importante ferramenta para o entendimento do mundo interno e das comunicações do paciente, com influência no desenvolvimento da relação terapêutica e no desfecho do tratamento. A partir do reconhecimento da importância da mente do terapeuta e do campo terapêutico, tem sido discutida a associação entre características da pessoa real do terapeuta e a forma como é estabelecida a relação com o paciente. Do mesmo modo, características específicas dos pacientes, como ter sido vítima de trauma psíquico, são consideradas potenciais desencadeadoras de padrões contratransferenciais similares. A relevância do estudo dos sentimentos contratransferenciais despertados no atendimento de vítimas de trauma psíquico se justifica pela grande intensidade destes e pelo potencial destas reações emocionais se tornarem barreiras para o sucesso do tratamento quando não compreendidas pelo terapeuta.Avaliar o padrão de expressão da contratransferência dos terapeutas durante o atendimento inicial de pacientes mulheres vítimas de trauma psíquico e a sua associação com características dos terapeutas e das pacientes, tais como o momento da consulta, o gênero do terapeuta, a natureza do trauma (violência sexual ou violência urbana) e o momento da violência sexual na vida das pacientes. Também foi investigada a associação entre o padrão contratransferencial e a presença de sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático e de sintomas depressivos atuais nas pacientes, escores em rastreamento para transtornos de personalidade e em escala de percepção da gravidade da doença nas pacientes e estilo defensivo utilizado pelas mesmas. Os estudos foram realizados no Núcleo de Estudos e Tratamento do Trauma Psíquico (NETTRAUMA), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brasil. Os terapeutas eram médicos residentes do segundo ano de Psiquiatria do HCPA. No primeiro estudo, foi conduzidauma avaliação qualitativa, a análise de conteúdo, associada a uma análise estatística, de 36 relatos de sentimentos contratransferenciais despertados no primeiro atendimento de pacientes mulheres, sendo13 vítimas de violência sexual na infância, 15 vítimas de violência sexual atual, e 8 vítimas de violência urbana. Os relatos foram classificados em 6 grupos, conforme o gênero do terapeuta e a natureza do trauma. O segundo estudo teve a participação de 26 terapeutas, 11 homens e 15 mulheres. Foram incluídas nesta amostra todas as pacientes mulheres vítimas de violência sexual, tanto na infância quanto na idade adulta, atendidas no NET-TRAUMA durante dois anos consecutivos, totalizando 40 pacientes. Após a primeira consulta com a paciente, era solicitado ao terapeuta que preenchesse a Escala para Avaliação da Contratransferência (EACT). Neste mesmo momento, era solicitado à paciente que preenchesse os instrumentos referentes aos fatores em estudo: a Escala Davidson de Trauma (EDT), a Standardized Assessment of Personality - Abbreviated Scale (SAPAS), o Inventário de Depressão de Beck (BDI), e a versão em português do Defense Style Questionaire (DSQ-40). A Escala de Impressão Clínica Global (CGI) era preenchida após a consulta de triagem. Na análise dos relatos redigidos pelos terapeutas, observou-se predomínio de sentimentos de aproximação nos terapeutas de ambos os gêneros no atendimento de vítimas de violência sexual. Entre terapeutas mulheres, a natureza do trauma (sexual ou urbano) não influenciou os padrões contratransferenciais. Entre os terapeutas homens, a natureza do trauma influenciou de forma significativa a contratransferência, havendo um número elevado de sentimentos de distanciamento nos relatos de atendimentos de vítimas de violência urbana em relação àqueles atendimentos a vítimas de violência sexual na infância (p=0,02). No segundo estudo, os terapeutas apresentaram, da mesma forma, mais sentimentos de proximidade em relação às pacientes, que foram maiores no meio e no final das consultas (p<0,001), sem influência do gênero do terapeuta. Em uma sub-amostra estratificada para pacientes atendidas por terapeutas mulheres, identificou-se associação significativa entre maiores escores obtidos pelas pacientes na SAPAS e menos sentimentos de proximidade das terapeutas (p=0,038).Estes estudos evidenciaram um predomínio de respostas contratransferenciais de proximidade em terapeutas jovens, no início da vida profissional, ao longo das primeiras consultas compacientes mulheres vítimas de violência sexual. Destaca-se a importância da utilização da contratransferência para a melhor compreensão dos pacientes, o que pode trazer benefícios ao tratamento e ao prognóstico destes, ressaltando-se a necessidade de que investigações continuadas sobre o tema sigam sendo desenvolvidas. / The concept of countertransference was introduced by Freud and expanded by other authors. It is understood as the emotional reactions triggered by the patient in the therapist. It is pivotal in the current psychoanalytic theory and technique since it is an important tool in understanding the patient’s internal world and reportings, influencing the therapeutic relationship and the outcome of the treatment. From the acknowledgement of the importance of the therapist’s mind and the therapeutic field, there has been a growing debate on the association between characteristics of the real person of the therapist and the way that the relationship with the patient is established. Likewise, specific characteristics of the patients, such as having been victim of a psychological trauma, have been considered potential triggers of similar patterns of countertransferential responses. The relevance of studying the countertransferential feelings triggered when seeing victims of psychological trauma is justified by their high intensity and by the possibility of such emotional reactions becoming barriers for a successful treatment when they are not understood by the therapist.To evaluate the therapists’ countertransference during the first visit of women victims of psychological trauma, and its association with therapists’ and patients’ characteristics, such as the moment within the visit, the gender of the therapist, the nature of the trauma (sexual violence or urban violence) and the time when sexual violence occurred in the patient’s life. The association between countertransference pattern and the presence of Post-Traumatic Stress Disorder symptoms and of depressive symptoms in the patients, scores in a screening of personality disorders and in a scale of perception of disease severity in the patients and the defensive style utilized by them were also investigated. The studies were conducted at the Center for the Study and Treatment of Psychological Trauma (NET-TRAUMA), of Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brazil. The therapists were second-year Psychiatry residents of HCPA. On the first study, a qualitative evaluation, thecontent analysis, was performed, associated to a statistical analysis, of 36 reports of the countertransferential feelings aroused in the first visit of female patients. Thirteen patients were victims of sexual violence during childhood, 15 were victims of current sexual violence, and 8 were victims of urban violence. The reports were categorized into 6 groups according to the gender of the therapist and the nature of the trauma. Twenty-six therapists (11 males and 15 females) participated in the second study. All women victims of sexual violence, both during childhood and adulthood, seen at the NET-TRAUMA during two consecutive years were included in this sample, which totaled 40. After the patient’s first visit, the therapist was asked to complete the Assessment of Countertransference Scale (ACTS). On the same visit, the patient was asked to complete the instruments regarding the factors in study: the Davidson Trauma Scale (DTS), the Standardized Assessment of Personality - Abbreviated Scale (SAPAS), the Beck Depression Inventory (BDI), and the Brazilian Portuguese version of the Defense Style Questionnaire (DSQ-40). The Clinical Global Impressions Scale (CGI) was completed after the screening visit. In the analysis of the therapists’ reports, a predominance of feelings of closeness was observed in therapists of both genders when caring for victims of sexual violence. Among female therapists, the nature of the trauma (sexual or urban) did not influence the countertransferential pattern. Among male therapists, the nature of the trauma significantly influenced countertransference, with increased number of feelings of distance toward victims of urban violence compared to victims of sexual violence during childhood (p=0.02). On the second study, the therapists showed, likewise, more feelings of closeness toward the patients, which were higher in the midpoint and in the end of the visits (p<0.001), without influence of the therapists' gender. In a stratified sample of patients seen by female therapists, there was a significant association between higher patients’ SAPAS scores and less therapists’ feelings of closeness (p=0.038).These studies have showed a predominance of countertransferential reactions of closeness in young therapists, at the beginning of their professional lives, during the first visit of women victims of sexual violence. The importance of the use of countertransference for theunderstanding of the patients is emphasized, as it can be beneficial for their treatment and prognosis; further investigation on the matter is of interest.
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A problemática do holding corporal na análise do paciente borderline: um estudo de caso / The problem of corporal holding in the analysis of the borderline patient: a case studyVeronez, Solange 06 October 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-10-24T12:03:16Z
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Previous issue date: 2017-10-06 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This study aims to reflect on the need for physical contact with the psychologist of a
borderline patient attended at a public institution. To this end, aspects of the Theory
of the Maturing of D.W.Winnicott and their application in the clinic, such as body
holding, regression management and egoic needs are included here. Also discussed
are questions of technique, transference and countertransference, involving the
abstinence rule, analyst neutrality and the necessary modification of classical
psychoanalysis in the care of patients who have suffered from inadequate
environmental care in a phase of absolute dependence. Diagnosed with
schizoaffective disorder, the patient in question was assisted in a task group proposal
and in individual consultations when she requested it. It was possible to conclude
that in some moments, the attendance to the need for corporal contact - touch to the
hands and the hair - proved adequate to unfreeze the environmental fault lived by the
patient in the beginnings of its existence; in others, however, it was important to deny
her the request in order to safeguard the setting and the psychologist as a real
person in the treatment / Este estudo tem como proposta realizar uma reflexão acerca da necessidade de
contato físico com a psicóloga de uma paciente borderline atendida em instituição
pública. Para tanto, são aqui retomados aspectos da Teoria do Amadurecimento de
D. W. Winnicott e sua aplicação na clínica, tais como holding corporal, manejo da
regressão e necessidades egoicas. Também são abordadas questões da técnica, da
transferência e contratransferência, envolvendo a regra da abstinência, a
neutralidade do analista e a necessária modificação da psicanálise clássica no
atendimento de pacientes que sofreram falhas de cuidados ambientais numa fase de
dependência absoluta. Diagnosticada com transtorno esquizoafetivo, a paciente em
questão foi atendida numa proposta de grupo de tarefas e em consultas individuais,
quando assim o solicitava. Foi possível concluir que, em alguns momentos, o
atendimento à necessidade de contato corporal – toque nas mãos e nos cabelos –
mostrou-se adequado para descongelar a falha ambiental vivida pela paciente nos
primórdios de sua existência; em outros, porém, foi importante negar-lhe o pedido,
de modo a salvaguardar o setting e a psicóloga como pessoa real no tratamento
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Validação da escala para avaliação da contratransferência (EACT) no atendimento psiquiátrico inicial de vítimas de trauma psíquicoSilveira Júnior, Érico de Moura January 2010 (has links)
Introdução: O conceito de contratransferência evoluiu de “um obstáculo ao tratamento” à ferramenta útil à compreensão do paciente dentro de uma relação bi-pessoal. Atualmente, buscam-se evidências da sua especificidade, correlacionando padrões específicos de contratransferência com características do paciente e terapeuta, classes diagnósticas e desfechos do tratamento. Acredita-se que, devido à intensidade das reações emocionais despertadas nos terapeutas que atendem vítimas de trauma, o estudo da contratransferência nesta população auxilie no autoconhecimento dos terapeutas, amplie a compreensão sobre o fenômeno e contribua para um melhor atendimento dos pacientes. O desenvolvimento de pesquisas nesta área esbarra no reduzido número de escalas validadas para acessar a contratransferência. No Brasil, estão disponíveis a escala para Avaliação da Contratransferência e as versões traduzidas do Inventory of Countertransference Behavior e Mental States Rating System, mas nenhuma validada.A Escala para a Avaliação da Contratransferência (EACT) foi criada em nosso meio, com elevada validade de face, construída em torno de três dimensões conceituais de sentimentos. Entretanto, suas propriedades psicométricas ainda não foram avaliadas. Objetivos: Investigara validade de construto da EACT, respondida por terapeutas de vítimas de trauma psíquico (Artigo 1). Secundariamente, analisar a correlação entre a contratransferência inicial com vítimas de trauma psíquico e os dados demográficos e clínicos de terapeutas e pacientes e o tipo de trauma, e investigar a associação entre a contratransferência inicial e a adesão dos pacientes ao tratamento e o seu desfecho, operacionalizado como alta ou abandono (Artigo 2). Método: Delineamento transversal (Artigo 1) e análises secundárias com dados longitudinais (Artigo 2). A amostra foi composta por 50 psiquiatras no segundo ano de formação durante estágio no Núcleo de Estudos e Tratamento de Trauma Psíquico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil. Esses terapeutas atenderam 131 pacientes recrutados consecutivamente durante 4 anos, que incluiu a primeira ou segunda consulta de vítimas de abuso sexual, seqüestro, assalto, agressão física, tentativa de homicídio, tortura e trauma indireto, independentemente do tempo decorrido entre a consulta atual e o evento traumático. Foram excluídos atendimentos de pacientes que chegaram à primeira consulta com ideação suicida grave, sintomas psicóticos e/ou com indicação de internação psiquiátrica. Os pacientes foram selecionados após triagem, que avaliou as variáveis clínicas e o diagnóstico segundo os critérios do DSM-IV-TR. Na primeira consulta, foram coletados os dados demográficos e clínicos e avaliada a contratransferência identificada pelo terapeuta através da EACT. Os pacientes foram acompanhados ao longo do tratamento psiquiátrico para determinar o número de consultas, faltas e o desfecho: alta ou abandono. A EACT é uma escala auto-aplicável, composta por 23 itens pontuados para 3 momentos da sessão (início, durante e final) em escala tipo Likert (0=ausência a 3=muito), e distribuídos em 3 domínios: aproximação (10 itens), afastamento (10 itens) e indiferença (3 itens). A validade de constructo da EACT no atendimento desta população foi avaliada através da análise fatorial exploratória (EFA) e consistência interna (α de Cronbach). O tamanho amostral foi calculado a partir de pelo menos 5 aplicações da EACT para cada item da escala (mínimo N = 115). E a análise fatorial confirmatória foi usada para determinar os parâmetros de adequação (goodness-of-fit) da versão da EACT no atendimento de vítimas de trauma obtida na EFA em comparação com a versão original. Resultados: A EFA mostrou 3 fatores com homogeneidade consistente, sendo distinta da versão original da EACT a correlação entre os itens e o terceiro fator: afastamento (9 itens com 24% da variância; α = 0,88), aproximação (7 itens com 15% da variância; α=0,82) e tristeza (6 itens com 9% da variância; α = 0,72). O item alegria, com carga fatorial baixa, foi retirado da análise por ser considerado irrelevante neste contexto. A análise fatorial confirmatória evidenciou melhores critérios de goodness-of-fit em todos os parâmetros testados para a presente versão da EACT do que a original. Secundariamente, as características demográficas e clínicas dos terapeutas e dos pacientes dos grupos alta e abandono foram similares. Os terapeutas com idade ≤ 27 anos pontuaram maior afastamento que os mais velhos (0,14 ± 1 vs. -0,21 ± 0,9; P=0,019). Os pacientes casados induziram nos terapeutas mais sentimentos de afastamento (0,20 ±1 vs. -0,19 ± 0,9; P = 0,016) e tristeza (0,18 ±1 vs. -0,17 ± 1; P = 0,049) que os que vivem sozinhos. Nas variáveis clínicas, as vítimas de trauma indireto e de múltiplos traumas despertaram mais tristeza (0,38 ± 1 e 0,76 ± 0,4, respectivamente), comparadas às vítimas de violência sexual (0,03 ± 0,9) e urbana (-0,3 ± 1) (P = 0,039). A mediana de consultas realizadas foi 5 [4; 8], faltas 1 [0; 1] e a taxa de abandono foi de 34,4%. Na análise multivariada, identificou-se que os pacientes com relato de história de trauma na infância abandonaram menos o tratamento (OR = 0,39; P = 0,039; CI 95% 0,16- 0,95). Não foi detectada associação entre sentimentos contratransferenciais iniciais com os desfechos do tratamento. Conclusões: A EACT apresentou propriedades psicométricas consistentes, demonstrando ser um instrumento confiável para acessara contratransferência inicial de terapeutas de vítimas de trauma psíquico. Os sentimentos contratransferenciais no atendimento inicial destes pacientes associaram-se a parâmetros demográficos e clínicos, mas não se associaram ao abandono do tratamento. Estudos futuros devem avaliar a modificação dos sentimentos contratransferenciais ao longo do tratamento e o seu impacto sobre os desfechos do tratamento. / Introduction: The concept of countertransference (CT) evolved from an “obstacle to treatment” to "an useful tool to understand patients within a bi-personal relationship". Currently, evidences of its specificity are searched for, correlating specific CT patterns to patients and therapists’ features, diagnostic classes, and treatment outcomes. Due to the intensity of emotional reactions aroused in therapists caring for trauma victims, it is believed that the study of CT in this population will help self-knowledge of therapists and contribute for a better patient care. The development of studies in this field is hindered by the reduced number of validated scales to assess CT. In Brazil, the Assessment of Countertransference Scale and the translated versions of the Inventory of Countertransference Behavior and Mental States Rating System are available, however, none of them has been validated. The Assessment of Countertransference Scale (ACS) has been created in our department with high face validity, built around three conceptual dimensions of feelings. However, its psychometric properties have not been assessed yet. Objectives: To investigate the construct validity of the ACS answered by therapists of psychological trauma victims (Article 1). Then, to assess the correlation between initial CT with victims of psychological trauma and the clinical and demographic data of therapists and patients and the type of trauma, and to investigate the association between initial countertransference and patients’ adherence to treatment and its outcome, defined as discharge or drop-out (Article 2). Methods: A Cross-sectional study (Article 1) and secondary analysis with longitudinal data (Article 2) were carried out. The sample was formed by 50 psychiatrists in the second year of training in their internship in the Center for Study and Treatment of Traumatic Stress in Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brazil. These therapists cared for 131 patients consecutively recruited for 4 years, including the first and second appointment with victims of sexual abuse, kidnapping, robbery, physical assault, homicide attempt, torture and indirect trauma, regardless of the time elapsed between the current appointment and the trauma event. We have excluded patients that arrived in the first appointment with severe suicidal ideation, psychotic symptoms and/or referral for psychiatric hospitalization. Patients have been selected after screening, which assessed the clinical variables and the diagnoses according to DSM-IV-TR criteria. In the first appointment, demographic and clinical data were collected and CT, identified by therapists through the ACS, was assessed. Patients were followed-up during psychiatric treatment to determine the number of appointments, absences, and the outcome: discharge or drop-out. ACS is a self-applied scale composed by 23 items scored for 3 moments of the session (start, midpoint and end) in a Likert-type scale (0=absence to 3=very), and distributed into 3 dimensions: closeness (10 items), distance (10 items) and indifference (3 items). The construct validity of ACS in the care for this population was assessed through the Exploratory Factor Analysis (EFA) and the internal consistency (α de Cronbach). The sample size was calculated for at least 5 applications of ACS for each item of the scale (minimum N = 115). The Confirmatory Factor Analysis (CFA) was used to determine the goodness of fit parameters of the ACS version in the care for trauma victims obtained in the EFA compared to the original version. Results: EFA showed 3 factors with consistent homogeneity, but the correlation between the items and the third factor were different from the original version, in the following: rejection (9 items with 24% of variance; α = 0.88), closeness (7 items with 15% of variance; α = 0.82) and sadness (6 items with 9% of variance; α = 0.72). The item “happiness”, with low factorial load, was withdrawn from the analysis because it was considered to be irrelevant in this context. CFA showed better goodness of fit criteria in all tested parameters for the present version of ACS compared to the original version. Secondly, the demographic and clinical characteristics of therapists and patients of the discharge and drop-out groups were similar. Therapists with ages ≤ 27 years scored more rejection than older therapists (0.14 ± 1 vs. -0.21 ± 0.9; P = 0.019). Married patients induced in therapists more feelings of rejection (0.20 ± 1 vs. -0.19 ± 0.9; P = 0.016) and sadness (0.18 ± 1 vs. -0.17 ± 1; P = 0.049) than those patients living alone. In the clinical variables, the victims of indirect trauma and of several traumas aroused more feelings of sadness (0.38 ± 1 and 0.76 ± 0.4, respectively) compared to sexual violence (0.03 ± 0.9) and urban violence victims (-0.3 ± 1) (P = 0.039). Median of appointments performed was 5 [4; 8], absences 1 [0; 1] and the drop-out rate was 34.4%. In the multivariate analysis, we have identified that patients with reported history of childhood trauma were less likelihood of dropping out treatment (OR=0.39; P = 0.039; CI 95% 0.16-0.95). Association between the initial CT feelings and the treatment outcomes has not been detected. Conclusions: ACS presented sound psychometric properties, and it has been demonstrated to be a reliable instrument to access initial CT of therapists in victims of psychological trauma. Countertransference feelings in the initial care of patients were associated with clinical and demographic parameters, but it were not associated with treatment drop-out. Further studies should assess the changes in CT feelings over treatment and their impact on treatment outcomes.
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O manejo da transferência e contratransferência na relação, professor e aluno adolescente : sua função no processo de aprendizagemMaria Helena Peixoto de Oliveira 27 April 2012 (has links)
A pesquisa articula Psicanálise e Educação, trata da relação professor-aluno adolescente e discute sua importância para a efetivação da aprendizagem. Como temática central,
destaca-se o processo da transferência e da contratransferência na perspectiva psicanalítica. O estudo da transferência teve como referencial teórico os textos de Freud
no contexto evolutivo de sua obra. Como o conceito de contratransferência foi pouco trabalhado por Freud, recorremos a alguns pós-freudianos para fundamentar nosso
estudo; dentre estes ressaltamos as contribuições de Sándor Ferenczi, Paula Heimann, Pierre Fèdida e Luís Cláudio Figueiredo. Os processos da transferência e da
contratransferência, que podem ser observados em qualquer relacionamento interpessoal, ganham importância diferenciada no âmbito da relação professor-aluno adolescente. Partindo da convicção de que o manejo da transferência e da
contratransferência, na relação professor-aluno adolescente, tem um impacto positivo, ou negativo, sobre o processo da aprendizagem, desenvolvemos a presente pesquisa de
natureza qualitativa, observando e escutando professores e alunos acerca de suas experiências no contexto escolar. O locus da pesquisa foi a Escola de Referência em
Ensino Médio Francisco Madeiros, localizada no município de Garanhuns (PE), no bairro Magano. Quanto aos resultados alcançados, verificamos, nas narrativas dos professores, fatos que indicam relações positivas, alicerçadas no respeito, admiração e vínculos de amizade. As maiores dificuldades indicadas pelos professores para o estabelecimento de uma boa relação com os alunos foram a falta de respeito, a rebeldia
e a agressividade. Quanto aos alunos adolescentes, a afetividade permeia suas relações com os professores e constrõe vínculos positivos de admiração, mas existem também
aqueles que se distanciam dos professores devido à rigidez com que são tratados e à desconfiança que este tratamento provoca. A maioria dos alunos apresenta um melhor
desempenho nas disciplinas com as quais mantêm um bom relacionamento com o professor. A pesquisa pretende também contribuir para a comunidade escolar, favorecendo uma nova forma de entendimento dos fatores que podem concorrer para
uma melhor eficácia do processo de aprendizagem / The research articulates Psychoanalysis and Education, approaches the teacher-teenager student relationship and discusses its importance for an effective learning. As a central theme, the process of transference and counter-transference is highlighted into the psychoanalytic perspective. The study of transference has as theorical reference Freuds writings in the evolutive context of his work. As the concept of counter-transference has
been little explored by Freud, we resorted to some post-Freudian in order to base our study among them we highlight the contributions of Sandor Ferenczi, Paula Heimann, Pierre Fèdida and Luis Cláudio Figueiredo. The transference and counter-transference that con be observed in any interpersonal relationship, gains differentiated importance in the teacher-teenager student context. Based on the conviction that the management of transference and counter-transference in the teacher-teenager student relationship has a positive or negative impact on the learning process, we developed the current
qualitative- nature research, by watching and listening teachers and students about their experiences into the school context. The locus of the research was the school of
reference in High School Madeiros Francisco of Garanhuns (PE) in Magano neighborhood. As for reached results, according to the teachers narratives, we found
facts indicating positive relationships, based on respect, admiration and friendship bonds. The greatest difficulties pointed by the teachers to establish a good relationship
with students were lack of respect, rebellion and aggression. As for teenagers students affectivity permeates their relationship with the teacher and builds positive bonds of admiration, but there also those ones who set apart from the teacher due to the way they are treated and the suspicion provoked by this treatment. Most students show a better performance in subjects with which they have a good relationship with the teacher. The research also intends to contribute to the school community , by promoting a new
understanding of factors that may contribute to a better efficiency of the learning process
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Validação da escala para avaliação da contratransferência (EACT) no atendimento psiquiátrico inicial de vítimas de trauma psíquicoSilveira Júnior, Érico de Moura January 2010 (has links)
Introdução: O conceito de contratransferência evoluiu de “um obstáculo ao tratamento” à ferramenta útil à compreensão do paciente dentro de uma relação bi-pessoal. Atualmente, buscam-se evidências da sua especificidade, correlacionando padrões específicos de contratransferência com características do paciente e terapeuta, classes diagnósticas e desfechos do tratamento. Acredita-se que, devido à intensidade das reações emocionais despertadas nos terapeutas que atendem vítimas de trauma, o estudo da contratransferência nesta população auxilie no autoconhecimento dos terapeutas, amplie a compreensão sobre o fenômeno e contribua para um melhor atendimento dos pacientes. O desenvolvimento de pesquisas nesta área esbarra no reduzido número de escalas validadas para acessar a contratransferência. No Brasil, estão disponíveis a escala para Avaliação da Contratransferência e as versões traduzidas do Inventory of Countertransference Behavior e Mental States Rating System, mas nenhuma validada.A Escala para a Avaliação da Contratransferência (EACT) foi criada em nosso meio, com elevada validade de face, construída em torno de três dimensões conceituais de sentimentos. Entretanto, suas propriedades psicométricas ainda não foram avaliadas. Objetivos: Investigara validade de construto da EACT, respondida por terapeutas de vítimas de trauma psíquico (Artigo 1). Secundariamente, analisar a correlação entre a contratransferência inicial com vítimas de trauma psíquico e os dados demográficos e clínicos de terapeutas e pacientes e o tipo de trauma, e investigar a associação entre a contratransferência inicial e a adesão dos pacientes ao tratamento e o seu desfecho, operacionalizado como alta ou abandono (Artigo 2). Método: Delineamento transversal (Artigo 1) e análises secundárias com dados longitudinais (Artigo 2). A amostra foi composta por 50 psiquiatras no segundo ano de formação durante estágio no Núcleo de Estudos e Tratamento de Trauma Psíquico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil. Esses terapeutas atenderam 131 pacientes recrutados consecutivamente durante 4 anos, que incluiu a primeira ou segunda consulta de vítimas de abuso sexual, seqüestro, assalto, agressão física, tentativa de homicídio, tortura e trauma indireto, independentemente do tempo decorrido entre a consulta atual e o evento traumático. Foram excluídos atendimentos de pacientes que chegaram à primeira consulta com ideação suicida grave, sintomas psicóticos e/ou com indicação de internação psiquiátrica. Os pacientes foram selecionados após triagem, que avaliou as variáveis clínicas e o diagnóstico segundo os critérios do DSM-IV-TR. Na primeira consulta, foram coletados os dados demográficos e clínicos e avaliada a contratransferência identificada pelo terapeuta através da EACT. Os pacientes foram acompanhados ao longo do tratamento psiquiátrico para determinar o número de consultas, faltas e o desfecho: alta ou abandono. A EACT é uma escala auto-aplicável, composta por 23 itens pontuados para 3 momentos da sessão (início, durante e final) em escala tipo Likert (0=ausência a 3=muito), e distribuídos em 3 domínios: aproximação (10 itens), afastamento (10 itens) e indiferença (3 itens). A validade de constructo da EACT no atendimento desta população foi avaliada através da análise fatorial exploratória (EFA) e consistência interna (α de Cronbach). O tamanho amostral foi calculado a partir de pelo menos 5 aplicações da EACT para cada item da escala (mínimo N = 115). E a análise fatorial confirmatória foi usada para determinar os parâmetros de adequação (goodness-of-fit) da versão da EACT no atendimento de vítimas de trauma obtida na EFA em comparação com a versão original. Resultados: A EFA mostrou 3 fatores com homogeneidade consistente, sendo distinta da versão original da EACT a correlação entre os itens e o terceiro fator: afastamento (9 itens com 24% da variância; α = 0,88), aproximação (7 itens com 15% da variância; α=0,82) e tristeza (6 itens com 9% da variância; α = 0,72). O item alegria, com carga fatorial baixa, foi retirado da análise por ser considerado irrelevante neste contexto. A análise fatorial confirmatória evidenciou melhores critérios de goodness-of-fit em todos os parâmetros testados para a presente versão da EACT do que a original. Secundariamente, as características demográficas e clínicas dos terapeutas e dos pacientes dos grupos alta e abandono foram similares. Os terapeutas com idade ≤ 27 anos pontuaram maior afastamento que os mais velhos (0,14 ± 1 vs. -0,21 ± 0,9; P=0,019). Os pacientes casados induziram nos terapeutas mais sentimentos de afastamento (0,20 ±1 vs. -0,19 ± 0,9; P = 0,016) e tristeza (0,18 ±1 vs. -0,17 ± 1; P = 0,049) que os que vivem sozinhos. Nas variáveis clínicas, as vítimas de trauma indireto e de múltiplos traumas despertaram mais tristeza (0,38 ± 1 e 0,76 ± 0,4, respectivamente), comparadas às vítimas de violência sexual (0,03 ± 0,9) e urbana (-0,3 ± 1) (P = 0,039). A mediana de consultas realizadas foi 5 [4; 8], faltas 1 [0; 1] e a taxa de abandono foi de 34,4%. Na análise multivariada, identificou-se que os pacientes com relato de história de trauma na infância abandonaram menos o tratamento (OR = 0,39; P = 0,039; CI 95% 0,16- 0,95). Não foi detectada associação entre sentimentos contratransferenciais iniciais com os desfechos do tratamento. Conclusões: A EACT apresentou propriedades psicométricas consistentes, demonstrando ser um instrumento confiável para acessara contratransferência inicial de terapeutas de vítimas de trauma psíquico. Os sentimentos contratransferenciais no atendimento inicial destes pacientes associaram-se a parâmetros demográficos e clínicos, mas não se associaram ao abandono do tratamento. Estudos futuros devem avaliar a modificação dos sentimentos contratransferenciais ao longo do tratamento e o seu impacto sobre os desfechos do tratamento. / Introduction: The concept of countertransference (CT) evolved from an “obstacle to treatment” to "an useful tool to understand patients within a bi-personal relationship". Currently, evidences of its specificity are searched for, correlating specific CT patterns to patients and therapists’ features, diagnostic classes, and treatment outcomes. Due to the intensity of emotional reactions aroused in therapists caring for trauma victims, it is believed that the study of CT in this population will help self-knowledge of therapists and contribute for a better patient care. The development of studies in this field is hindered by the reduced number of validated scales to assess CT. In Brazil, the Assessment of Countertransference Scale and the translated versions of the Inventory of Countertransference Behavior and Mental States Rating System are available, however, none of them has been validated. The Assessment of Countertransference Scale (ACS) has been created in our department with high face validity, built around three conceptual dimensions of feelings. However, its psychometric properties have not been assessed yet. Objectives: To investigate the construct validity of the ACS answered by therapists of psychological trauma victims (Article 1). Then, to assess the correlation between initial CT with victims of psychological trauma and the clinical and demographic data of therapists and patients and the type of trauma, and to investigate the association between initial countertransference and patients’ adherence to treatment and its outcome, defined as discharge or drop-out (Article 2). Methods: A Cross-sectional study (Article 1) and secondary analysis with longitudinal data (Article 2) were carried out. The sample was formed by 50 psychiatrists in the second year of training in their internship in the Center for Study and Treatment of Traumatic Stress in Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brazil. These therapists cared for 131 patients consecutively recruited for 4 years, including the first and second appointment with victims of sexual abuse, kidnapping, robbery, physical assault, homicide attempt, torture and indirect trauma, regardless of the time elapsed between the current appointment and the trauma event. We have excluded patients that arrived in the first appointment with severe suicidal ideation, psychotic symptoms and/or referral for psychiatric hospitalization. Patients have been selected after screening, which assessed the clinical variables and the diagnoses according to DSM-IV-TR criteria. In the first appointment, demographic and clinical data were collected and CT, identified by therapists through the ACS, was assessed. Patients were followed-up during psychiatric treatment to determine the number of appointments, absences, and the outcome: discharge or drop-out. ACS is a self-applied scale composed by 23 items scored for 3 moments of the session (start, midpoint and end) in a Likert-type scale (0=absence to 3=very), and distributed into 3 dimensions: closeness (10 items), distance (10 items) and indifference (3 items). The construct validity of ACS in the care for this population was assessed through the Exploratory Factor Analysis (EFA) and the internal consistency (α de Cronbach). The sample size was calculated for at least 5 applications of ACS for each item of the scale (minimum N = 115). The Confirmatory Factor Analysis (CFA) was used to determine the goodness of fit parameters of the ACS version in the care for trauma victims obtained in the EFA compared to the original version. Results: EFA showed 3 factors with consistent homogeneity, but the correlation between the items and the third factor were different from the original version, in the following: rejection (9 items with 24% of variance; α = 0.88), closeness (7 items with 15% of variance; α = 0.82) and sadness (6 items with 9% of variance; α = 0.72). The item “happiness”, with low factorial load, was withdrawn from the analysis because it was considered to be irrelevant in this context. CFA showed better goodness of fit criteria in all tested parameters for the present version of ACS compared to the original version. Secondly, the demographic and clinical characteristics of therapists and patients of the discharge and drop-out groups were similar. Therapists with ages ≤ 27 years scored more rejection than older therapists (0.14 ± 1 vs. -0.21 ± 0.9; P = 0.019). Married patients induced in therapists more feelings of rejection (0.20 ± 1 vs. -0.19 ± 0.9; P = 0.016) and sadness (0.18 ± 1 vs. -0.17 ± 1; P = 0.049) than those patients living alone. In the clinical variables, the victims of indirect trauma and of several traumas aroused more feelings of sadness (0.38 ± 1 and 0.76 ± 0.4, respectively) compared to sexual violence (0.03 ± 0.9) and urban violence victims (-0.3 ± 1) (P = 0.039). Median of appointments performed was 5 [4; 8], absences 1 [0; 1] and the drop-out rate was 34.4%. In the multivariate analysis, we have identified that patients with reported history of childhood trauma were less likelihood of dropping out treatment (OR=0.39; P = 0.039; CI 95% 0.16-0.95). Association between the initial CT feelings and the treatment outcomes has not been detected. Conclusions: ACS presented sound psychometric properties, and it has been demonstrated to be a reliable instrument to access initial CT of therapists in victims of psychological trauma. Countertransference feelings in the initial care of patients were associated with clinical and demographic parameters, but it were not associated with treatment drop-out. Further studies should assess the changes in CT feelings over treatment and their impact on treatment outcomes.
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Validação da escala para avaliação da contratransferência (EACT) no atendimento psiquiátrico inicial de vítimas de trauma psíquicoSilveira Júnior, Érico de Moura January 2010 (has links)
Introdução: O conceito de contratransferência evoluiu de “um obstáculo ao tratamento” à ferramenta útil à compreensão do paciente dentro de uma relação bi-pessoal. Atualmente, buscam-se evidências da sua especificidade, correlacionando padrões específicos de contratransferência com características do paciente e terapeuta, classes diagnósticas e desfechos do tratamento. Acredita-se que, devido à intensidade das reações emocionais despertadas nos terapeutas que atendem vítimas de trauma, o estudo da contratransferência nesta população auxilie no autoconhecimento dos terapeutas, amplie a compreensão sobre o fenômeno e contribua para um melhor atendimento dos pacientes. O desenvolvimento de pesquisas nesta área esbarra no reduzido número de escalas validadas para acessar a contratransferência. No Brasil, estão disponíveis a escala para Avaliação da Contratransferência e as versões traduzidas do Inventory of Countertransference Behavior e Mental States Rating System, mas nenhuma validada.A Escala para a Avaliação da Contratransferência (EACT) foi criada em nosso meio, com elevada validade de face, construída em torno de três dimensões conceituais de sentimentos. Entretanto, suas propriedades psicométricas ainda não foram avaliadas. Objetivos: Investigara validade de construto da EACT, respondida por terapeutas de vítimas de trauma psíquico (Artigo 1). Secundariamente, analisar a correlação entre a contratransferência inicial com vítimas de trauma psíquico e os dados demográficos e clínicos de terapeutas e pacientes e o tipo de trauma, e investigar a associação entre a contratransferência inicial e a adesão dos pacientes ao tratamento e o seu desfecho, operacionalizado como alta ou abandono (Artigo 2). Método: Delineamento transversal (Artigo 1) e análises secundárias com dados longitudinais (Artigo 2). A amostra foi composta por 50 psiquiatras no segundo ano de formação durante estágio no Núcleo de Estudos e Tratamento de Trauma Psíquico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil. Esses terapeutas atenderam 131 pacientes recrutados consecutivamente durante 4 anos, que incluiu a primeira ou segunda consulta de vítimas de abuso sexual, seqüestro, assalto, agressão física, tentativa de homicídio, tortura e trauma indireto, independentemente do tempo decorrido entre a consulta atual e o evento traumático. Foram excluídos atendimentos de pacientes que chegaram à primeira consulta com ideação suicida grave, sintomas psicóticos e/ou com indicação de internação psiquiátrica. Os pacientes foram selecionados após triagem, que avaliou as variáveis clínicas e o diagnóstico segundo os critérios do DSM-IV-TR. Na primeira consulta, foram coletados os dados demográficos e clínicos e avaliada a contratransferência identificada pelo terapeuta através da EACT. Os pacientes foram acompanhados ao longo do tratamento psiquiátrico para determinar o número de consultas, faltas e o desfecho: alta ou abandono. A EACT é uma escala auto-aplicável, composta por 23 itens pontuados para 3 momentos da sessão (início, durante e final) em escala tipo Likert (0=ausência a 3=muito), e distribuídos em 3 domínios: aproximação (10 itens), afastamento (10 itens) e indiferença (3 itens). A validade de constructo da EACT no atendimento desta população foi avaliada através da análise fatorial exploratória (EFA) e consistência interna (α de Cronbach). O tamanho amostral foi calculado a partir de pelo menos 5 aplicações da EACT para cada item da escala (mínimo N = 115). E a análise fatorial confirmatória foi usada para determinar os parâmetros de adequação (goodness-of-fit) da versão da EACT no atendimento de vítimas de trauma obtida na EFA em comparação com a versão original. Resultados: A EFA mostrou 3 fatores com homogeneidade consistente, sendo distinta da versão original da EACT a correlação entre os itens e o terceiro fator: afastamento (9 itens com 24% da variância; α = 0,88), aproximação (7 itens com 15% da variância; α=0,82) e tristeza (6 itens com 9% da variância; α = 0,72). O item alegria, com carga fatorial baixa, foi retirado da análise por ser considerado irrelevante neste contexto. A análise fatorial confirmatória evidenciou melhores critérios de goodness-of-fit em todos os parâmetros testados para a presente versão da EACT do que a original. Secundariamente, as características demográficas e clínicas dos terapeutas e dos pacientes dos grupos alta e abandono foram similares. Os terapeutas com idade ≤ 27 anos pontuaram maior afastamento que os mais velhos (0,14 ± 1 vs. -0,21 ± 0,9; P=0,019). Os pacientes casados induziram nos terapeutas mais sentimentos de afastamento (0,20 ±1 vs. -0,19 ± 0,9; P = 0,016) e tristeza (0,18 ±1 vs. -0,17 ± 1; P = 0,049) que os que vivem sozinhos. Nas variáveis clínicas, as vítimas de trauma indireto e de múltiplos traumas despertaram mais tristeza (0,38 ± 1 e 0,76 ± 0,4, respectivamente), comparadas às vítimas de violência sexual (0,03 ± 0,9) e urbana (-0,3 ± 1) (P = 0,039). A mediana de consultas realizadas foi 5 [4; 8], faltas 1 [0; 1] e a taxa de abandono foi de 34,4%. Na análise multivariada, identificou-se que os pacientes com relato de história de trauma na infância abandonaram menos o tratamento (OR = 0,39; P = 0,039; CI 95% 0,16- 0,95). Não foi detectada associação entre sentimentos contratransferenciais iniciais com os desfechos do tratamento. Conclusões: A EACT apresentou propriedades psicométricas consistentes, demonstrando ser um instrumento confiável para acessara contratransferência inicial de terapeutas de vítimas de trauma psíquico. Os sentimentos contratransferenciais no atendimento inicial destes pacientes associaram-se a parâmetros demográficos e clínicos, mas não se associaram ao abandono do tratamento. Estudos futuros devem avaliar a modificação dos sentimentos contratransferenciais ao longo do tratamento e o seu impacto sobre os desfechos do tratamento. / Introduction: The concept of countertransference (CT) evolved from an “obstacle to treatment” to "an useful tool to understand patients within a bi-personal relationship". Currently, evidences of its specificity are searched for, correlating specific CT patterns to patients and therapists’ features, diagnostic classes, and treatment outcomes. Due to the intensity of emotional reactions aroused in therapists caring for trauma victims, it is believed that the study of CT in this population will help self-knowledge of therapists and contribute for a better patient care. The development of studies in this field is hindered by the reduced number of validated scales to assess CT. In Brazil, the Assessment of Countertransference Scale and the translated versions of the Inventory of Countertransference Behavior and Mental States Rating System are available, however, none of them has been validated. The Assessment of Countertransference Scale (ACS) has been created in our department with high face validity, built around three conceptual dimensions of feelings. However, its psychometric properties have not been assessed yet. Objectives: To investigate the construct validity of the ACS answered by therapists of psychological trauma victims (Article 1). Then, to assess the correlation between initial CT with victims of psychological trauma and the clinical and demographic data of therapists and patients and the type of trauma, and to investigate the association between initial countertransference and patients’ adherence to treatment and its outcome, defined as discharge or drop-out (Article 2). Methods: A Cross-sectional study (Article 1) and secondary analysis with longitudinal data (Article 2) were carried out. The sample was formed by 50 psychiatrists in the second year of training in their internship in the Center for Study and Treatment of Traumatic Stress in Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brazil. These therapists cared for 131 patients consecutively recruited for 4 years, including the first and second appointment with victims of sexual abuse, kidnapping, robbery, physical assault, homicide attempt, torture and indirect trauma, regardless of the time elapsed between the current appointment and the trauma event. We have excluded patients that arrived in the first appointment with severe suicidal ideation, psychotic symptoms and/or referral for psychiatric hospitalization. Patients have been selected after screening, which assessed the clinical variables and the diagnoses according to DSM-IV-TR criteria. In the first appointment, demographic and clinical data were collected and CT, identified by therapists through the ACS, was assessed. Patients were followed-up during psychiatric treatment to determine the number of appointments, absences, and the outcome: discharge or drop-out. ACS is a self-applied scale composed by 23 items scored for 3 moments of the session (start, midpoint and end) in a Likert-type scale (0=absence to 3=very), and distributed into 3 dimensions: closeness (10 items), distance (10 items) and indifference (3 items). The construct validity of ACS in the care for this population was assessed through the Exploratory Factor Analysis (EFA) and the internal consistency (α de Cronbach). The sample size was calculated for at least 5 applications of ACS for each item of the scale (minimum N = 115). The Confirmatory Factor Analysis (CFA) was used to determine the goodness of fit parameters of the ACS version in the care for trauma victims obtained in the EFA compared to the original version. Results: EFA showed 3 factors with consistent homogeneity, but the correlation between the items and the third factor were different from the original version, in the following: rejection (9 items with 24% of variance; α = 0.88), closeness (7 items with 15% of variance; α = 0.82) and sadness (6 items with 9% of variance; α = 0.72). The item “happiness”, with low factorial load, was withdrawn from the analysis because it was considered to be irrelevant in this context. CFA showed better goodness of fit criteria in all tested parameters for the present version of ACS compared to the original version. Secondly, the demographic and clinical characteristics of therapists and patients of the discharge and drop-out groups were similar. Therapists with ages ≤ 27 years scored more rejection than older therapists (0.14 ± 1 vs. -0.21 ± 0.9; P = 0.019). Married patients induced in therapists more feelings of rejection (0.20 ± 1 vs. -0.19 ± 0.9; P = 0.016) and sadness (0.18 ± 1 vs. -0.17 ± 1; P = 0.049) than those patients living alone. In the clinical variables, the victims of indirect trauma and of several traumas aroused more feelings of sadness (0.38 ± 1 and 0.76 ± 0.4, respectively) compared to sexual violence (0.03 ± 0.9) and urban violence victims (-0.3 ± 1) (P = 0.039). Median of appointments performed was 5 [4; 8], absences 1 [0; 1] and the drop-out rate was 34.4%. In the multivariate analysis, we have identified that patients with reported history of childhood trauma were less likelihood of dropping out treatment (OR=0.39; P = 0.039; CI 95% 0.16-0.95). Association between the initial CT feelings and the treatment outcomes has not been detected. Conclusions: ACS presented sound psychometric properties, and it has been demonstrated to be a reliable instrument to access initial CT of therapists in victims of psychological trauma. Countertransference feelings in the initial care of patients were associated with clinical and demographic parameters, but it were not associated with treatment drop-out. Further studies should assess the changes in CT feelings over treatment and their impact on treatment outcomes.
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O manejo da transferência e contratransferência na relação, professor e aluno adolescente : sua função no processo de aprendizagemOliveira, Maria Helena Peixoto de 27 April 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-04-27 / The research articulates Psychoanalysis and Education, approaches the teacher-teenager student relationship and discusses its importance for an effective learning. As a central theme, the process of transference and counter-transference is highlighted into the psychoanalytic perspective. The study of transference has as theorical reference Freud s writings in the evolutive context of his work. As the concept of counter-transference has
been little explored by Freud, we resorted to some post-Freudian in order to base our study among them we highlight the contributions of Sandor Ferenczi, Paula Heimann, Pierre Fèdida and Luis Cláudio Figueiredo. The transference and counter-transference that con be observed in any interpersonal relationship, gains differentiated importance in the teacher-teenager student context. Based on the conviction that the management of transference and counter-transference in the teacher-teenager student relationship has a positive or negative impact on the learning process, we developed the current
qualitative- nature research, by watching and listening teachers and students about their experiences into the school context. The locus of the research was the school of
reference in High School Madeiros Francisco of Garanhuns (PE) in Magano neighborhood. As for reached results, according to the teacher s narratives, we found
facts indicating positive relationships, based on respect, admiration and friendship bonds. The greatest difficulties pointed by the teachers to establish a good relationship
with students were lack of respect, rebellion and aggression. As for teenagers students affectivity permeates their relationship with the teacher and builds positive bonds of admiration, but there also those ones who set apart from the teacher due to the way they are treated and the suspicion provoked by this treatment. Most students show a better performance in subjects with which they have a good relationship with the teacher. The research also intends to contribute to the school community , by promoting a new
understanding of factors that may contribute to a better efficiency of the learning process / A pesquisa articula Psicanálise e Educação, trata da relação professor-aluno adolescente e discute sua importância para a efetivação da aprendizagem. Como temática central,
destaca-se o processo da transferência e da contratransferência na perspectiva psicanalítica. O estudo da transferência teve como referencial teórico os textos de Freud
no contexto evolutivo de sua obra. Como o conceito de contratransferência foi pouco trabalhado por Freud, recorremos a alguns pós-freudianos para fundamentar nosso
estudo; dentre estes ressaltamos as contribuições de Sándor Ferenczi, Paula Heimann, Pierre Fèdida e Luís Cláudio Figueiredo. Os processos da transferência e da
contratransferência, que podem ser observados em qualquer relacionamento interpessoal, ganham importância diferenciada no âmbito da relação professor-aluno adolescente. Partindo da convicção de que o manejo da transferência e da
contratransferência, na relação professor-aluno adolescente, tem um impacto positivo, ou negativo, sobre o processo da aprendizagem, desenvolvemos a presente pesquisa de
natureza qualitativa, observando e escutando professores e alunos acerca de suas experiências no contexto escolar. O locus da pesquisa foi a Escola de Referência em
Ensino Médio Francisco Madeiros, localizada no município de Garanhuns (PE), no bairro Magano. Quanto aos resultados alcançados, verificamos, nas narrativas dos professores, fatos que indicam relações positivas, alicerçadas no respeito, admiração e vínculos de amizade. As maiores dificuldades indicadas pelos professores para o estabelecimento de uma boa relação com os alunos foram a falta de respeito, a rebeldia
e a agressividade. Quanto aos alunos adolescentes, a afetividade permeia suas relações com os professores e constrõe vínculos positivos de admiração, mas existem também
aqueles que se distanciam dos professores devido à rigidez com que são tratados e à desconfiança que este tratamento provoca. A maioria dos alunos apresenta um melhor
desempenho nas disciplinas com as quais mantêm um bom relacionamento com o professor. A pesquisa pretende também contribuir para a comunidade escolar, favorecendo uma nova forma de entendimento dos fatores que podem concorrer para
uma melhor eficácia do processo de aprendizagem
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