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Ferro e estabilidade genômica : uma análise nutrigenômica dos efeitos da deficiência e da sobrecarga

Pra, Daniel January 2008 (has links)
A deficiência de ferro, quando severa denominada de anemia, é a deficiência nutricional mais comum globalmente, em especial nos países em desenvolvimento. A deficiência de ferro há muito tempo tem sido relacionada à diminuição da atividade do sistema imunológico e da capacidade de trabalho. Mais recentemente, o excesso de ferro tem sido associado ao aumento do risco de doenças crônico-degenerativas e de câncer. Existem evidências inconclusivas de que a carência de ferro poderia elevar o nível de danos no DNA. Mais ainda, com base nesse conceito pode-se pensar na hipótese de que a carência de ferro eleve a suscetibilidade ao câncer, especialmente nos tecidos que sofrem efeitos mais severos da carência de ferro. Portanto, os primeiros objetivos deste trabalho foram: (a) avaliar experimentalmente quais as repercussões da deficiência de ferro na estabilidade genômica em crianças e adolescentes; e (b) revisar a literatura acerca da associação entre a deficiência de ferro e o risco de câncer no trato gastrintestinal. Outro aspecto que não pode ser negligenciado é o fato de que o ferro é extremamente pró-oxidante nos sistemas biológicos, como no caso da anemia falciforme, e que a toxicidade de sua sobrecarga endógena precisa ser avaliada. Com efeito, o segundo objetivo deste trabalho foi avaliar tais efeitos em humanos com anemia falciforme (sobrecarga endógena) e em camundongos suplementados com ferro (sobrecarga exógena). A resposta ao problema global de carência de ferro está centrada no tratamento com doses profiláticas de ferro e a um incremento contínuo da oferta de ferro na dieta (p.ex. programas de suplementação nas farinhas e suplementos nutricionais), o que tem impacto ainda desconhecido sobre a estabilidade genômica. Daí emerge o terceiro objetivo desse estudo: avaliar se a vitamina C, o suco de laranja ou uma dieta rica em antioxidantes poderia diminuir a toxicidade ao DNA gerada pela suplementação com ferro em camundongos. Soma-se a esse objetivo, avaliar se o composto quelante de ferro desferoxamida ou a vitamina C (vitamina chave na biodisponibilização do ferro não heme) administrados na fase adulta podem melhorar os efeitos de perda de memória e dano no DNA induzidos por um tratamento com ferro no período perinatal em ratos, uma vez que o mal de Parkinson e Alzheimer têm progressão lenta e emergência tardia e estão associados ao acúmulo de ferro no cérebro. O quarto objetivo do trabalho foi definir a concentração ideal de ferro para células em cultura, em paralelo a avaliação de marcadores nucleares e mitocondriais de estabilidade genômica e da análise da expressão de genes ferro-dependentes envolvidos no reparo de DNA. Em resumo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito para a instabilidade genômica da deficiência e do excesso de ferro em modelos murinos e grupos populacionais humanos (crianças com alta vulnerabilidade: deficiência; pacientes de anemia falciforme: excesso), testar estratégias para reduzir a toxicidade do ferro para a memória e para o DNA (pela administração de alimentos, vitaminas e medicamentos), e, finalmente, determinar qual a dose ideal de ferro para manter a estabilidade genômica de células em cultura. Para tal, as metodologias principais empregadas foram: ensaios cometa neutro e alcalino, para avaliação de danos primários ao DNA; teste de micronúcleos em medula óssea de camundongos e em células em cultura citocinese-bloqueadas para determinação de clastogenênese/aneugênese; Particle Induced X-ray Emission (PIXE) para avaliação do nível de ferro nos tecidos; polimerase chain-reaction quantitativo em tempo real (QRTPCR) para avaliação do comprimento de telômeros e do número de cópias do genoma mitocondrial e nível de expressão de genes de reparo de DNA. Adicionalmente, testes de memória foram utilizados em ratos e avaliações do consumo de nutrientes foram empregados nas crianças e adolescentes com carência de ferro. Os resultados da pesquisa apontam um aumento de danos no DNA, tanto em situações de excesso como de deficiência de ferro. Para o caso da deficiência de ferro, observou-se em crianças e adolescentes avaliados um padrão geral de má-alimentação, marcado pela carência de várias vitaminas, especialmente ácido fólico e niacina e incidência de verminoses. A revisão bibliográfica apontou evidências preliminares do aumento do risco de câncer no trato intestinal em função de baixa ingestão de ferro, bem como uma quantidade de ferro ideal para minimizar este risco (20 mg/dia Fe, valor maior do que as recomendações nutricionais atuais para humanos). Os mecanismos associados a esse aumento de risco incluem desequilíbrio nas respostas imunes contra células malignas, no metabolismo de compostos tóxicos, bem como na regulação redox e na biossíntese e reparo do DNA. Quanto às estratégias para reduzir a toxicidade do ferro, os resultados indicam que a vitamina C, comumente associada à suplementação com ferro, pode aumentar a toxicidade de ferro e é inefetiva para reduzir o déficit de memória induzido desse metal. O suco de laranja, uma alternativa saudável à vitamina C no aumento da biodisponibilidade do ferro não heme, parece ser mais adequada para reduzir a toxicidade do composto, da mesma forma que a dieta rica em antioxidantes testada. O quelante de ferro mais empregado globalmente (desferoxamida) foi efetivo em reverter o déficit de memória e os danos induzidos pelo ferro. Quanto à definição da dose ótima de ferro para o cultivo celular, evidenciou-se que a suplementação com ferro a longo-prazo, tanto na forma de sulfato ou como ferro ligado à transferrina pode contribuir no aumento da estabilidade genômica. Esses dados provêm de por metodologias de vanguarda, como comprimento de telômeros e estabilidade mitocondrial acessados por QTRTPCR, e indicam que a concentração ideal de ferro se situa numa faixa bastante estreita (6-20 μM Fe no meio de cultura). A análise da expressão de genes de reparo, executada em paralelo aos experimentos de suplementação com ferro nas células, revelou um novo mecanismo de controle pós-trascricional de genes dos genes WRN e MUTYH, que codificam, respectivamente, para uma DNA helicase e uma DNA glicosilase, ambas contendo ferro. Os resultados ora apresentados visam fornecer subsídios para manter a estabilidade genômica, reduzir o risco de câncer e maximizar a saúde dos indivíduos estudados, sendo aplicáveis globalmente pela da universalidade do cenário de desequilíbrio nutricional de ferro. Os avanços da pesquisa contribuem à incorporação do conceito de estabilidade genômica às recomendações nutricionais, que tradicionalmente sugerem níveis mínimos de nutrientes para diminuir a incidência de doenças associadas à deficiência e não visam deficiências nutricionais sutis e crônicas. Os resultados também contribuem a nutrigenômica: área incipiente de interface entre a genética e a nutrição, que aborda a interação entre os genes e os alimentos e, de uma forma particular, em estudar como os nutrientes afetam o genoma humano. Considerando a possibilidade de efeitos adversos do tratamento de ferro em indivíduos debilitados do ponto de vista bioquímico (p.ex. falta de antioxidantes) e as sugestões de associação entre o aumento da ingestão de ferro e acréscimo na incidência de câncer nos países de primeiro mundo, faz-se necessária uma definição parcimoniosa da melhor estratégia de suplementação/tratamento com ferro, no intuito de evitar instabilidade genômica em indivíduos com alimentação depauperada em nutrientes fundamentais à estabilidade genômica. Os resultados dos estudos in vitro desenvolvidos neste trabalho auxiliam no desenvolvimento de meios de cultura fisiológicos, lançam luzes sobre o problema da definição dos níveis ótimos de ferro para maximização da estabilidade genômica (p.ex. para células-tronco e protocolos de transplante) e evidenciam um novo mecanismo de controle do ferro sobre a expressão de genes de reparo de DNA. / Iron deficiency, named anemia when severe, is the far most common micronutrient deficiency worldwide, particularly among citizens of developing countries. Iron deficiency has been linked for a long time to immune system impairment and reduction in work capacity. Iron excess has been also associated, lately, with increased risk of chronic degenerative diseases and cancer. There are inconclusive evidences iron deficiency could increase the DNA damage level. Based in this concept, one could hypothesize iron deficiency increases cancer susceptibility, especially in tissues that suffer higher effect of iron deprivation. Therefore, the first aims of this research were: (a) to evaluate experimentally the repercussions of iron deficiency over genome stability and cancer risk in gastrointestinal tract; and (b) to review the literature towards the potential association between iron deficiency and gastrointestinal cancer risk increase. Another aspect that deserves attention is the fact of iron been extremely pro-oxidant in biological systems, as in sickle cell disease. Indeed, the second aim of this research was to evaluate such effects in humans with sickle cell disease (endogenous overload) and in mice supplemented with iron (exogenous overload). The answer to the global issue of iron deficiency is centered in treatment with prophylactic or curative iron doses and there is a general increase in dietary iron levels (e.g. flour supplementation programs and nutritional supplements) which has and not fully elucidated impact over genomic stability. Form this issue, emerges the third aim of this research: to evaluate if vitamin C, orange juice or a diet rich in antioxidants could reduce iron genotoxicity associated to iron supplementation. Summed to this objective, is the evaluation if the iron chelator desferoxamide and vitamin C (vitamin has a key role in iron bioavailability) administered in adulthood could ameliorate the memory impairment and DNA damage increase induced by iron treatment during neonatal period; particularly given the fact Parkinson and Alzheimer diseases have slow progression and are associated to selective accumulation of iron in brain. The fourth objective of the research was to define the ideal concentration of iron to cell cultures, in parallel to the evaluation of nuclear and mitochondrial markers of genomic stability as well as of the analyses of expression of iron-dependent genes involved in DNA synthesis and repair. All objectives can be summarized, as to evaluate the effect over genomic stability of iron deficiency and overload in murine models and human populations (children and adolescents with low socioeconomic background: deficiency and sickle cell disease: overload), to test strategies to reduced iron toxicity to memory and DNA (through the administration of foods, vitamins and medicines, and, finally, to determine the ideal dose for genome maintenance in cell cultures. The main methods used were: neutral and alkaline comet assay, to evaluate primary DNA damages; micronucleus test in mice bone marrow and cytokinesis-block cell cultures, to determine clastogenenicity/aneugenicity; Particle Induces X-ray Emission (PIXE), to determine iron level in tissues; and quantitative polymerase chain-reaction (QRTPCR) to evaluate telomere length, mtDNA copy numbers and mRNA level of DNA repair genes. Additionally, memory tests and nutrient consumption evaluations were used. Results suggested an increase in DNA damage either for iron deficiency or overload. Regarding iron deficiency, children and adolescents with low socioeconomic status evaluated had a poor nutritional profile, marked by nutritional deficiency, particularly of folic acid and a high prevalence of parasitosis. In the review article regarding the association between iron deficiency and cancer risk increase, the review of a few experimental studies in murine animals and some epidemiological studies in humans indicated preliminary evidences towards an association between iron deficiency and increased cancer risk. Moreover, the mechanism by which iron deficiency could induce early onset and progression of tumors in gastrointestinal tract was discussed, including: impairment of iron-dependent metabolic functions (e.g. depressed immune defenses against malignant cells, reduced metabolization of toxic compounds, and unbalance in antioxidant defenses and DNA biosynthesis and repair). Regarding the strategies to reduce iron supplementation-associated toxicity, results suggest vitamin C was ineffective to reduce iron genotoxicity, could increase iron toxicity and was not able to repair ironinduced memory impairment. On the other hand, orange juice, a healthy alternative to vitamin C, could reduce iron toxicity, similarly to the also tested diet rich in antioxidants. Desferoxamide, the most used iron chelator worldwide, was effective to reverse iron induced memory deficit and DNA damages induced by iron; however, its clinical usage is difficult. Regarding the definition of the optimal dose for genomic stability for cells in culture, we observed an increase in cell proliferation and genomic stability (comet assay, telomere length and micronucleus) either for iron sulfate or holotransferrin, however in a very narrow range. The analyses of expression of iron-related genes showed a new posttranscriptional regulation mechanism for iron-containing DNA helicase WRN and DNA glycosylase MUTYH. The results herein presented aim to provide subsides to maintain genomic stability, reduce cancer risk and to maximize the health, being widely applicable in face to the universality of iron deficiency. The research advances can contribute to the incorporation of the concept of genomic stability to nutritional recommendations; which traditionally are based in minimal levels of nutrients to diminish the incidence of diseases (e.g. anemia for iron) and are not focused in subtle nutrient deficiencies that can have chronic effects. Results also contribute to nutrigenomics: incipient area of interface between nutrition and genetics, which aims to evaluate how nutrients influence human genome. Considering the potential noxious outcomes of iron treatment in nutrient deprived individuals (i.e. with low antioxidant defenses or shortage of B vitamins), and the increase of dietary iron content, there is an urgency for the definition of the best supplementation strategy to prevent genomic stability. In vitro studies to define the adequate iron concentration can be useful for the definition of the optimal levels of iron to maximize genomic stability that could also be applied in improving cell culture protocols, for example to ex vivo culture of bone marrow previous to grafting after radiotherapy. In vivo studies also shed light upon a new mechanism for iron-dependent DNA repair regulation.
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Ferro e estabilidade genômica : uma análise nutrigenômica dos efeitos da deficiência e da sobrecarga

Pra, Daniel January 2008 (has links)
A deficiência de ferro, quando severa denominada de anemia, é a deficiência nutricional mais comum globalmente, em especial nos países em desenvolvimento. A deficiência de ferro há muito tempo tem sido relacionada à diminuição da atividade do sistema imunológico e da capacidade de trabalho. Mais recentemente, o excesso de ferro tem sido associado ao aumento do risco de doenças crônico-degenerativas e de câncer. Existem evidências inconclusivas de que a carência de ferro poderia elevar o nível de danos no DNA. Mais ainda, com base nesse conceito pode-se pensar na hipótese de que a carência de ferro eleve a suscetibilidade ao câncer, especialmente nos tecidos que sofrem efeitos mais severos da carência de ferro. Portanto, os primeiros objetivos deste trabalho foram: (a) avaliar experimentalmente quais as repercussões da deficiência de ferro na estabilidade genômica em crianças e adolescentes; e (b) revisar a literatura acerca da associação entre a deficiência de ferro e o risco de câncer no trato gastrintestinal. Outro aspecto que não pode ser negligenciado é o fato de que o ferro é extremamente pró-oxidante nos sistemas biológicos, como no caso da anemia falciforme, e que a toxicidade de sua sobrecarga endógena precisa ser avaliada. Com efeito, o segundo objetivo deste trabalho foi avaliar tais efeitos em humanos com anemia falciforme (sobrecarga endógena) e em camundongos suplementados com ferro (sobrecarga exógena). A resposta ao problema global de carência de ferro está centrada no tratamento com doses profiláticas de ferro e a um incremento contínuo da oferta de ferro na dieta (p.ex. programas de suplementação nas farinhas e suplementos nutricionais), o que tem impacto ainda desconhecido sobre a estabilidade genômica. Daí emerge o terceiro objetivo desse estudo: avaliar se a vitamina C, o suco de laranja ou uma dieta rica em antioxidantes poderia diminuir a toxicidade ao DNA gerada pela suplementação com ferro em camundongos. Soma-se a esse objetivo, avaliar se o composto quelante de ferro desferoxamida ou a vitamina C (vitamina chave na biodisponibilização do ferro não heme) administrados na fase adulta podem melhorar os efeitos de perda de memória e dano no DNA induzidos por um tratamento com ferro no período perinatal em ratos, uma vez que o mal de Parkinson e Alzheimer têm progressão lenta e emergência tardia e estão associados ao acúmulo de ferro no cérebro. O quarto objetivo do trabalho foi definir a concentração ideal de ferro para células em cultura, em paralelo a avaliação de marcadores nucleares e mitocondriais de estabilidade genômica e da análise da expressão de genes ferro-dependentes envolvidos no reparo de DNA. Em resumo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito para a instabilidade genômica da deficiência e do excesso de ferro em modelos murinos e grupos populacionais humanos (crianças com alta vulnerabilidade: deficiência; pacientes de anemia falciforme: excesso), testar estratégias para reduzir a toxicidade do ferro para a memória e para o DNA (pela administração de alimentos, vitaminas e medicamentos), e, finalmente, determinar qual a dose ideal de ferro para manter a estabilidade genômica de células em cultura. Para tal, as metodologias principais empregadas foram: ensaios cometa neutro e alcalino, para avaliação de danos primários ao DNA; teste de micronúcleos em medula óssea de camundongos e em células em cultura citocinese-bloqueadas para determinação de clastogenênese/aneugênese; Particle Induced X-ray Emission (PIXE) para avaliação do nível de ferro nos tecidos; polimerase chain-reaction quantitativo em tempo real (QRTPCR) para avaliação do comprimento de telômeros e do número de cópias do genoma mitocondrial e nível de expressão de genes de reparo de DNA. Adicionalmente, testes de memória foram utilizados em ratos e avaliações do consumo de nutrientes foram empregados nas crianças e adolescentes com carência de ferro. Os resultados da pesquisa apontam um aumento de danos no DNA, tanto em situações de excesso como de deficiência de ferro. Para o caso da deficiência de ferro, observou-se em crianças e adolescentes avaliados um padrão geral de má-alimentação, marcado pela carência de várias vitaminas, especialmente ácido fólico e niacina e incidência de verminoses. A revisão bibliográfica apontou evidências preliminares do aumento do risco de câncer no trato intestinal em função de baixa ingestão de ferro, bem como uma quantidade de ferro ideal para minimizar este risco (20 mg/dia Fe, valor maior do que as recomendações nutricionais atuais para humanos). Os mecanismos associados a esse aumento de risco incluem desequilíbrio nas respostas imunes contra células malignas, no metabolismo de compostos tóxicos, bem como na regulação redox e na biossíntese e reparo do DNA. Quanto às estratégias para reduzir a toxicidade do ferro, os resultados indicam que a vitamina C, comumente associada à suplementação com ferro, pode aumentar a toxicidade de ferro e é inefetiva para reduzir o déficit de memória induzido desse metal. O suco de laranja, uma alternativa saudável à vitamina C no aumento da biodisponibilidade do ferro não heme, parece ser mais adequada para reduzir a toxicidade do composto, da mesma forma que a dieta rica em antioxidantes testada. O quelante de ferro mais empregado globalmente (desferoxamida) foi efetivo em reverter o déficit de memória e os danos induzidos pelo ferro. Quanto à definição da dose ótima de ferro para o cultivo celular, evidenciou-se que a suplementação com ferro a longo-prazo, tanto na forma de sulfato ou como ferro ligado à transferrina pode contribuir no aumento da estabilidade genômica. Esses dados provêm de por metodologias de vanguarda, como comprimento de telômeros e estabilidade mitocondrial acessados por QTRTPCR, e indicam que a concentração ideal de ferro se situa numa faixa bastante estreita (6-20 μM Fe no meio de cultura). A análise da expressão de genes de reparo, executada em paralelo aos experimentos de suplementação com ferro nas células, revelou um novo mecanismo de controle pós-trascricional de genes dos genes WRN e MUTYH, que codificam, respectivamente, para uma DNA helicase e uma DNA glicosilase, ambas contendo ferro. Os resultados ora apresentados visam fornecer subsídios para manter a estabilidade genômica, reduzir o risco de câncer e maximizar a saúde dos indivíduos estudados, sendo aplicáveis globalmente pela da universalidade do cenário de desequilíbrio nutricional de ferro. Os avanços da pesquisa contribuem à incorporação do conceito de estabilidade genômica às recomendações nutricionais, que tradicionalmente sugerem níveis mínimos de nutrientes para diminuir a incidência de doenças associadas à deficiência e não visam deficiências nutricionais sutis e crônicas. Os resultados também contribuem a nutrigenômica: área incipiente de interface entre a genética e a nutrição, que aborda a interação entre os genes e os alimentos e, de uma forma particular, em estudar como os nutrientes afetam o genoma humano. Considerando a possibilidade de efeitos adversos do tratamento de ferro em indivíduos debilitados do ponto de vista bioquímico (p.ex. falta de antioxidantes) e as sugestões de associação entre o aumento da ingestão de ferro e acréscimo na incidência de câncer nos países de primeiro mundo, faz-se necessária uma definição parcimoniosa da melhor estratégia de suplementação/tratamento com ferro, no intuito de evitar instabilidade genômica em indivíduos com alimentação depauperada em nutrientes fundamentais à estabilidade genômica. Os resultados dos estudos in vitro desenvolvidos neste trabalho auxiliam no desenvolvimento de meios de cultura fisiológicos, lançam luzes sobre o problema da definição dos níveis ótimos de ferro para maximização da estabilidade genômica (p.ex. para células-tronco e protocolos de transplante) e evidenciam um novo mecanismo de controle do ferro sobre a expressão de genes de reparo de DNA. / Iron deficiency, named anemia when severe, is the far most common micronutrient deficiency worldwide, particularly among citizens of developing countries. Iron deficiency has been linked for a long time to immune system impairment and reduction in work capacity. Iron excess has been also associated, lately, with increased risk of chronic degenerative diseases and cancer. There are inconclusive evidences iron deficiency could increase the DNA damage level. Based in this concept, one could hypothesize iron deficiency increases cancer susceptibility, especially in tissues that suffer higher effect of iron deprivation. Therefore, the first aims of this research were: (a) to evaluate experimentally the repercussions of iron deficiency over genome stability and cancer risk in gastrointestinal tract; and (b) to review the literature towards the potential association between iron deficiency and gastrointestinal cancer risk increase. Another aspect that deserves attention is the fact of iron been extremely pro-oxidant in biological systems, as in sickle cell disease. Indeed, the second aim of this research was to evaluate such effects in humans with sickle cell disease (endogenous overload) and in mice supplemented with iron (exogenous overload). The answer to the global issue of iron deficiency is centered in treatment with prophylactic or curative iron doses and there is a general increase in dietary iron levels (e.g. flour supplementation programs and nutritional supplements) which has and not fully elucidated impact over genomic stability. Form this issue, emerges the third aim of this research: to evaluate if vitamin C, orange juice or a diet rich in antioxidants could reduce iron genotoxicity associated to iron supplementation. Summed to this objective, is the evaluation if the iron chelator desferoxamide and vitamin C (vitamin has a key role in iron bioavailability) administered in adulthood could ameliorate the memory impairment and DNA damage increase induced by iron treatment during neonatal period; particularly given the fact Parkinson and Alzheimer diseases have slow progression and are associated to selective accumulation of iron in brain. The fourth objective of the research was to define the ideal concentration of iron to cell cultures, in parallel to the evaluation of nuclear and mitochondrial markers of genomic stability as well as of the analyses of expression of iron-dependent genes involved in DNA synthesis and repair. All objectives can be summarized, as to evaluate the effect over genomic stability of iron deficiency and overload in murine models and human populations (children and adolescents with low socioeconomic background: deficiency and sickle cell disease: overload), to test strategies to reduced iron toxicity to memory and DNA (through the administration of foods, vitamins and medicines, and, finally, to determine the ideal dose for genome maintenance in cell cultures. The main methods used were: neutral and alkaline comet assay, to evaluate primary DNA damages; micronucleus test in mice bone marrow and cytokinesis-block cell cultures, to determine clastogenenicity/aneugenicity; Particle Induces X-ray Emission (PIXE), to determine iron level in tissues; and quantitative polymerase chain-reaction (QRTPCR) to evaluate telomere length, mtDNA copy numbers and mRNA level of DNA repair genes. Additionally, memory tests and nutrient consumption evaluations were used. Results suggested an increase in DNA damage either for iron deficiency or overload. Regarding iron deficiency, children and adolescents with low socioeconomic status evaluated had a poor nutritional profile, marked by nutritional deficiency, particularly of folic acid and a high prevalence of parasitosis. In the review article regarding the association between iron deficiency and cancer risk increase, the review of a few experimental studies in murine animals and some epidemiological studies in humans indicated preliminary evidences towards an association between iron deficiency and increased cancer risk. Moreover, the mechanism by which iron deficiency could induce early onset and progression of tumors in gastrointestinal tract was discussed, including: impairment of iron-dependent metabolic functions (e.g. depressed immune defenses against malignant cells, reduced metabolization of toxic compounds, and unbalance in antioxidant defenses and DNA biosynthesis and repair). Regarding the strategies to reduce iron supplementation-associated toxicity, results suggest vitamin C was ineffective to reduce iron genotoxicity, could increase iron toxicity and was not able to repair ironinduced memory impairment. On the other hand, orange juice, a healthy alternative to vitamin C, could reduce iron toxicity, similarly to the also tested diet rich in antioxidants. Desferoxamide, the most used iron chelator worldwide, was effective to reverse iron induced memory deficit and DNA damages induced by iron; however, its clinical usage is difficult. Regarding the definition of the optimal dose for genomic stability for cells in culture, we observed an increase in cell proliferation and genomic stability (comet assay, telomere length and micronucleus) either for iron sulfate or holotransferrin, however in a very narrow range. The analyses of expression of iron-related genes showed a new posttranscriptional regulation mechanism for iron-containing DNA helicase WRN and DNA glycosylase MUTYH. The results herein presented aim to provide subsides to maintain genomic stability, reduce cancer risk and to maximize the health, being widely applicable in face to the universality of iron deficiency. The research advances can contribute to the incorporation of the concept of genomic stability to nutritional recommendations; which traditionally are based in minimal levels of nutrients to diminish the incidence of diseases (e.g. anemia for iron) and are not focused in subtle nutrient deficiencies that can have chronic effects. Results also contribute to nutrigenomics: incipient area of interface between nutrition and genetics, which aims to evaluate how nutrients influence human genome. Considering the potential noxious outcomes of iron treatment in nutrient deprived individuals (i.e. with low antioxidant defenses or shortage of B vitamins), and the increase of dietary iron content, there is an urgency for the definition of the best supplementation strategy to prevent genomic stability. In vitro studies to define the adequate iron concentration can be useful for the definition of the optimal levels of iron to maximize genomic stability that could also be applied in improving cell culture protocols, for example to ex vivo culture of bone marrow previous to grafting after radiotherapy. In vivo studies also shed light upon a new mechanism for iron-dependent DNA repair regulation.
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Ferro e estabilidade genômica : uma análise nutrigenômica dos efeitos da deficiência e da sobrecarga

Pra, Daniel January 2008 (has links)
A deficiência de ferro, quando severa denominada de anemia, é a deficiência nutricional mais comum globalmente, em especial nos países em desenvolvimento. A deficiência de ferro há muito tempo tem sido relacionada à diminuição da atividade do sistema imunológico e da capacidade de trabalho. Mais recentemente, o excesso de ferro tem sido associado ao aumento do risco de doenças crônico-degenerativas e de câncer. Existem evidências inconclusivas de que a carência de ferro poderia elevar o nível de danos no DNA. Mais ainda, com base nesse conceito pode-se pensar na hipótese de que a carência de ferro eleve a suscetibilidade ao câncer, especialmente nos tecidos que sofrem efeitos mais severos da carência de ferro. Portanto, os primeiros objetivos deste trabalho foram: (a) avaliar experimentalmente quais as repercussões da deficiência de ferro na estabilidade genômica em crianças e adolescentes; e (b) revisar a literatura acerca da associação entre a deficiência de ferro e o risco de câncer no trato gastrintestinal. Outro aspecto que não pode ser negligenciado é o fato de que o ferro é extremamente pró-oxidante nos sistemas biológicos, como no caso da anemia falciforme, e que a toxicidade de sua sobrecarga endógena precisa ser avaliada. Com efeito, o segundo objetivo deste trabalho foi avaliar tais efeitos em humanos com anemia falciforme (sobrecarga endógena) e em camundongos suplementados com ferro (sobrecarga exógena). A resposta ao problema global de carência de ferro está centrada no tratamento com doses profiláticas de ferro e a um incremento contínuo da oferta de ferro na dieta (p.ex. programas de suplementação nas farinhas e suplementos nutricionais), o que tem impacto ainda desconhecido sobre a estabilidade genômica. Daí emerge o terceiro objetivo desse estudo: avaliar se a vitamina C, o suco de laranja ou uma dieta rica em antioxidantes poderia diminuir a toxicidade ao DNA gerada pela suplementação com ferro em camundongos. Soma-se a esse objetivo, avaliar se o composto quelante de ferro desferoxamida ou a vitamina C (vitamina chave na biodisponibilização do ferro não heme) administrados na fase adulta podem melhorar os efeitos de perda de memória e dano no DNA induzidos por um tratamento com ferro no período perinatal em ratos, uma vez que o mal de Parkinson e Alzheimer têm progressão lenta e emergência tardia e estão associados ao acúmulo de ferro no cérebro. O quarto objetivo do trabalho foi definir a concentração ideal de ferro para células em cultura, em paralelo a avaliação de marcadores nucleares e mitocondriais de estabilidade genômica e da análise da expressão de genes ferro-dependentes envolvidos no reparo de DNA. Em resumo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito para a instabilidade genômica da deficiência e do excesso de ferro em modelos murinos e grupos populacionais humanos (crianças com alta vulnerabilidade: deficiência; pacientes de anemia falciforme: excesso), testar estratégias para reduzir a toxicidade do ferro para a memória e para o DNA (pela administração de alimentos, vitaminas e medicamentos), e, finalmente, determinar qual a dose ideal de ferro para manter a estabilidade genômica de células em cultura. Para tal, as metodologias principais empregadas foram: ensaios cometa neutro e alcalino, para avaliação de danos primários ao DNA; teste de micronúcleos em medula óssea de camundongos e em células em cultura citocinese-bloqueadas para determinação de clastogenênese/aneugênese; Particle Induced X-ray Emission (PIXE) para avaliação do nível de ferro nos tecidos; polimerase chain-reaction quantitativo em tempo real (QRTPCR) para avaliação do comprimento de telômeros e do número de cópias do genoma mitocondrial e nível de expressão de genes de reparo de DNA. Adicionalmente, testes de memória foram utilizados em ratos e avaliações do consumo de nutrientes foram empregados nas crianças e adolescentes com carência de ferro. Os resultados da pesquisa apontam um aumento de danos no DNA, tanto em situações de excesso como de deficiência de ferro. Para o caso da deficiência de ferro, observou-se em crianças e adolescentes avaliados um padrão geral de má-alimentação, marcado pela carência de várias vitaminas, especialmente ácido fólico e niacina e incidência de verminoses. A revisão bibliográfica apontou evidências preliminares do aumento do risco de câncer no trato intestinal em função de baixa ingestão de ferro, bem como uma quantidade de ferro ideal para minimizar este risco (20 mg/dia Fe, valor maior do que as recomendações nutricionais atuais para humanos). Os mecanismos associados a esse aumento de risco incluem desequilíbrio nas respostas imunes contra células malignas, no metabolismo de compostos tóxicos, bem como na regulação redox e na biossíntese e reparo do DNA. Quanto às estratégias para reduzir a toxicidade do ferro, os resultados indicam que a vitamina C, comumente associada à suplementação com ferro, pode aumentar a toxicidade de ferro e é inefetiva para reduzir o déficit de memória induzido desse metal. O suco de laranja, uma alternativa saudável à vitamina C no aumento da biodisponibilidade do ferro não heme, parece ser mais adequada para reduzir a toxicidade do composto, da mesma forma que a dieta rica em antioxidantes testada. O quelante de ferro mais empregado globalmente (desferoxamida) foi efetivo em reverter o déficit de memória e os danos induzidos pelo ferro. Quanto à definição da dose ótima de ferro para o cultivo celular, evidenciou-se que a suplementação com ferro a longo-prazo, tanto na forma de sulfato ou como ferro ligado à transferrina pode contribuir no aumento da estabilidade genômica. Esses dados provêm de por metodologias de vanguarda, como comprimento de telômeros e estabilidade mitocondrial acessados por QTRTPCR, e indicam que a concentração ideal de ferro se situa numa faixa bastante estreita (6-20 μM Fe no meio de cultura). A análise da expressão de genes de reparo, executada em paralelo aos experimentos de suplementação com ferro nas células, revelou um novo mecanismo de controle pós-trascricional de genes dos genes WRN e MUTYH, que codificam, respectivamente, para uma DNA helicase e uma DNA glicosilase, ambas contendo ferro. Os resultados ora apresentados visam fornecer subsídios para manter a estabilidade genômica, reduzir o risco de câncer e maximizar a saúde dos indivíduos estudados, sendo aplicáveis globalmente pela da universalidade do cenário de desequilíbrio nutricional de ferro. Os avanços da pesquisa contribuem à incorporação do conceito de estabilidade genômica às recomendações nutricionais, que tradicionalmente sugerem níveis mínimos de nutrientes para diminuir a incidência de doenças associadas à deficiência e não visam deficiências nutricionais sutis e crônicas. Os resultados também contribuem a nutrigenômica: área incipiente de interface entre a genética e a nutrição, que aborda a interação entre os genes e os alimentos e, de uma forma particular, em estudar como os nutrientes afetam o genoma humano. Considerando a possibilidade de efeitos adversos do tratamento de ferro em indivíduos debilitados do ponto de vista bioquímico (p.ex. falta de antioxidantes) e as sugestões de associação entre o aumento da ingestão de ferro e acréscimo na incidência de câncer nos países de primeiro mundo, faz-se necessária uma definição parcimoniosa da melhor estratégia de suplementação/tratamento com ferro, no intuito de evitar instabilidade genômica em indivíduos com alimentação depauperada em nutrientes fundamentais à estabilidade genômica. Os resultados dos estudos in vitro desenvolvidos neste trabalho auxiliam no desenvolvimento de meios de cultura fisiológicos, lançam luzes sobre o problema da definição dos níveis ótimos de ferro para maximização da estabilidade genômica (p.ex. para células-tronco e protocolos de transplante) e evidenciam um novo mecanismo de controle do ferro sobre a expressão de genes de reparo de DNA. / Iron deficiency, named anemia when severe, is the far most common micronutrient deficiency worldwide, particularly among citizens of developing countries. Iron deficiency has been linked for a long time to immune system impairment and reduction in work capacity. Iron excess has been also associated, lately, with increased risk of chronic degenerative diseases and cancer. There are inconclusive evidences iron deficiency could increase the DNA damage level. Based in this concept, one could hypothesize iron deficiency increases cancer susceptibility, especially in tissues that suffer higher effect of iron deprivation. Therefore, the first aims of this research were: (a) to evaluate experimentally the repercussions of iron deficiency over genome stability and cancer risk in gastrointestinal tract; and (b) to review the literature towards the potential association between iron deficiency and gastrointestinal cancer risk increase. Another aspect that deserves attention is the fact of iron been extremely pro-oxidant in biological systems, as in sickle cell disease. Indeed, the second aim of this research was to evaluate such effects in humans with sickle cell disease (endogenous overload) and in mice supplemented with iron (exogenous overload). The answer to the global issue of iron deficiency is centered in treatment with prophylactic or curative iron doses and there is a general increase in dietary iron levels (e.g. flour supplementation programs and nutritional supplements) which has and not fully elucidated impact over genomic stability. Form this issue, emerges the third aim of this research: to evaluate if vitamin C, orange juice or a diet rich in antioxidants could reduce iron genotoxicity associated to iron supplementation. Summed to this objective, is the evaluation if the iron chelator desferoxamide and vitamin C (vitamin has a key role in iron bioavailability) administered in adulthood could ameliorate the memory impairment and DNA damage increase induced by iron treatment during neonatal period; particularly given the fact Parkinson and Alzheimer diseases have slow progression and are associated to selective accumulation of iron in brain. The fourth objective of the research was to define the ideal concentration of iron to cell cultures, in parallel to the evaluation of nuclear and mitochondrial markers of genomic stability as well as of the analyses of expression of iron-dependent genes involved in DNA synthesis and repair. All objectives can be summarized, as to evaluate the effect over genomic stability of iron deficiency and overload in murine models and human populations (children and adolescents with low socioeconomic background: deficiency and sickle cell disease: overload), to test strategies to reduced iron toxicity to memory and DNA (through the administration of foods, vitamins and medicines, and, finally, to determine the ideal dose for genome maintenance in cell cultures. The main methods used were: neutral and alkaline comet assay, to evaluate primary DNA damages; micronucleus test in mice bone marrow and cytokinesis-block cell cultures, to determine clastogenenicity/aneugenicity; Particle Induces X-ray Emission (PIXE), to determine iron level in tissues; and quantitative polymerase chain-reaction (QRTPCR) to evaluate telomere length, mtDNA copy numbers and mRNA level of DNA repair genes. Additionally, memory tests and nutrient consumption evaluations were used. Results suggested an increase in DNA damage either for iron deficiency or overload. Regarding iron deficiency, children and adolescents with low socioeconomic status evaluated had a poor nutritional profile, marked by nutritional deficiency, particularly of folic acid and a high prevalence of parasitosis. In the review article regarding the association between iron deficiency and cancer risk increase, the review of a few experimental studies in murine animals and some epidemiological studies in humans indicated preliminary evidences towards an association between iron deficiency and increased cancer risk. Moreover, the mechanism by which iron deficiency could induce early onset and progression of tumors in gastrointestinal tract was discussed, including: impairment of iron-dependent metabolic functions (e.g. depressed immune defenses against malignant cells, reduced metabolization of toxic compounds, and unbalance in antioxidant defenses and DNA biosynthesis and repair). Regarding the strategies to reduce iron supplementation-associated toxicity, results suggest vitamin C was ineffective to reduce iron genotoxicity, could increase iron toxicity and was not able to repair ironinduced memory impairment. On the other hand, orange juice, a healthy alternative to vitamin C, could reduce iron toxicity, similarly to the also tested diet rich in antioxidants. Desferoxamide, the most used iron chelator worldwide, was effective to reverse iron induced memory deficit and DNA damages induced by iron; however, its clinical usage is difficult. Regarding the definition of the optimal dose for genomic stability for cells in culture, we observed an increase in cell proliferation and genomic stability (comet assay, telomere length and micronucleus) either for iron sulfate or holotransferrin, however in a very narrow range. The analyses of expression of iron-related genes showed a new posttranscriptional regulation mechanism for iron-containing DNA helicase WRN and DNA glycosylase MUTYH. The results herein presented aim to provide subsides to maintain genomic stability, reduce cancer risk and to maximize the health, being widely applicable in face to the universality of iron deficiency. The research advances can contribute to the incorporation of the concept of genomic stability to nutritional recommendations; which traditionally are based in minimal levels of nutrients to diminish the incidence of diseases (e.g. anemia for iron) and are not focused in subtle nutrient deficiencies that can have chronic effects. Results also contribute to nutrigenomics: incipient area of interface between nutrition and genetics, which aims to evaluate how nutrients influence human genome. Considering the potential noxious outcomes of iron treatment in nutrient deprived individuals (i.e. with low antioxidant defenses or shortage of B vitamins), and the increase of dietary iron content, there is an urgency for the definition of the best supplementation strategy to prevent genomic stability. In vitro studies to define the adequate iron concentration can be useful for the definition of the optimal levels of iron to maximize genomic stability that could also be applied in improving cell culture protocols, for example to ex vivo culture of bone marrow previous to grafting after radiotherapy. In vivo studies also shed light upon a new mechanism for iron-dependent DNA repair regulation.
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Percepção e conhecimento sobre o açúcar : sua relação com o excesso de peso em servidores de uma instituição de ensino superior de Brasília-DF

Silva, João Gabriel Marques de Brito e 24 February 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, Programa de Pós-Graduação em Nutrição Humana, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-05-19T17:35:04Z No. of bitstreams: 1 2016_JoãoGabrielMarquesdeBritoeSilva.pdf: 1906167 bytes, checksum: b022940313359e4ad90b06d47c57ad0c (MD5) / Approved for entry into archive by Marília Freitas(marilia@bce.unb.br) on 2016-05-26T18:42:02Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_JoãoGabrielMarquesdeBritoeSilva.pdf: 1906167 bytes, checksum: b022940313359e4ad90b06d47c57ad0c (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-26T18:42:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_JoãoGabrielMarquesdeBritoeSilva.pdf: 1906167 bytes, checksum: b022940313359e4ad90b06d47c57ad0c (MD5) / Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que mais de 1,9 bilhões de adultos no mundo apresentavam excesso de peso (IMC > 25,0 kg/m2) em 2014. No mesmo período no Brasil, mais de 50% da população adulta se encontrava com sobrepeso ou obesidade. O acúmulo de gordura corporal, especialmente na região abdominal, está diretamente associado a alterações metabólicas, incluindo resistência à insulina, hipertensão e doenças cardiovasculares. O aumento exponencial no consumo de açúcar nas últimas décadas coincidiu com a progressão nas prevalências de sobrepeso e obesidade, sendo que os efeitos sobre a palatabilidade dos alimentos, a desregulação de mecanismos de saciedade e a indução do “vício alimentar” seriam possíveis explicações para a influência do açúcar sobre o ganho de peso. Além disso, evidências recentes sugerem que o conhecimento e a percepção que a população possui sobre a alimentação podem estar associados à ingestão de açúcar. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a relação entre percepção e conhecimento sobre o açúcar e o excesso de peso em servidores de uma instituição de ensino superior de Brasília-DF. Para isso, um estudo exploratório do tipo transversal, com aplicação de um questionário que contemplou consumo, conhecimento e percepção sobre o açúcar, foi conduzido com uma amostra aleatória simples de 407 indivíduos adultos. Dados sociodemográficos, antropométricos e de saúde foram coletados. A análise estatística foi realizada por regressão logística binária. Foi verificado que os indivíduos com pré-diabetes, em relação àqueles sem a doença, possuíam maior conhecimento específico sobre a relação entre a ingestão de açúcar e o desenvolvimento de doenças crônicas. Além disso, esses participantes demonstraram uma percepção mais negativa sobre a influência do açúcar na saúde. Por outro lado, foi verificado que os participantes com hipertensão apresentaram um menor conhecimento geral sobre o açúcar. Portanto, apesar de o excesso de peso, avaliado por IMC ou circunferência da cintura, não ter sido consistentemente relacionado ao conhecimento ou à percepção sobre o açúcar, os resultados para os indivíduos pré-diabéticos e hipertensos sugerem que essas são populações que podem devem ser alvo de intervenções que visem conhecimento e percepção sobre o açúcar. _______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / World Health Organization estimates that over 1.9 billion adults were overweight (BMI > 25,0 kg/m2) in 2014. At the same time period in Brazil, more than 50% of the adult population was overweight. Body fat accumulation, especially in the abdominal re-gion, is directly associated with metabolic abnormalities, including insulin resistance, hypertension and cardiovascular diseases. Sugar intake exponentially increased in par-allel with the rise in overweight and obesity rates, with food palatability, impairment of satiety mechanisms and development of “food addiction” as possible explanations for the relationship between sugar intake and weight gain. Furthermore, emerging evidence suggest that knowledge and perception about nutrition might be associated with sugar intake. Therefore, the objective of this study was to evaluate the relation-ship between knowledge and perception about sugar and excess weight in employees at a university in Brasília-DF. A cross-sectional exploratory study, with a survey ques-tionnaire related to consumption, knowledge and perception about sugar, was con-ducted with random sample of 407 adult individuals. Sociodemographic, anthropomet-ric and health-related information were collected. Data were analyzed by binary lo-gistic regression. Results show that participants with prediabetes were more likely to have greater knowledge specifically about the relationship between sugar intake and development of chronic diseases. Moreover, these individuals were also more likely to have a negative perception about the influence of sugar on health-related issues. On the other hand, individuals with hypertension were more likely to have a lower score of general knowledge about sugar. In conclusion, although there was a lack of con-sistent association between excess weight, assessed by BMI and waist circumference, and knowledge or perception about sugar, the results from this study suggest that in-dividuals with prediabetes and hypertension are important targets for interventions aiming to improve knowledge and perception about sugar.
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Excesso de peso e obesidade abdominal em trabalhadores terceirizados do setor de reflorestamento: prevalência e fatores associados.

Souza, Tatiane Torres January 2014 (has links)
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto. / Submitted by Maurílio Figueiredo (maurilioafigueiredo@yahoo.com.br) on 2014-07-17T21:24:16Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) DISSERTAÇÃO_ExcessoPesoObesidade.pdf: 1217438 bytes, checksum: f3ce67e7adbf040028d1af940c5aa43c (MD5) / Approved for entry into archive by Gracilene Carvalho (gracilene@sisbin.ufop.br) on 2014-07-18T17:57:29Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) DISSERTAÇÃO_ExcessoPesoObesidade.pdf: 1217438 bytes, checksum: f3ce67e7adbf040028d1af940c5aa43c (MD5) / Made available in DSpace on 2014-07-18T17:57:29Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) DISSERTAÇÃO_ExcessoPesoObesidade.pdf: 1217438 bytes, checksum: f3ce67e7adbf040028d1af940c5aa43c (MD5) Previous issue date: 2014 / Introdução: A ocorrência, cada vez mais frequente, de excesso de peso e de obesidade abdominal na população economicamente ativa evidencia a necessidade de se conhecer e monitorar seus fatores associados, principalmente em trabalhadores do setor de reflorestamento, uma vez que, estudos sobre essa população são raros na literatura científica. Objetivo: Estimar a prevalência de excesso de peso e de obesidade abdominal e identificar seus fatores associados a trabalhadores do setor de reflorestamento em Minas Gerais. Metodologia: Estudo de delineamento transversal, realizado com 699 homens adultos, trabalhadores de uma empresa de reflorestamento, por meio da utilização do banco de dados do projeto denominado “Avaliação das condições de vida, saúde, de nutrição e de trabalho de trabalhadores florestais - Fase I”. O processo de regressão logística multinomial foi utilizado para estimar os valores de razões de chances e respectivos intervalos de 95 % de confiança considerando as categorias: excesso de peso corporal sem obesidade abdominal e obesidade abdominal. O processo de modelagem foi fundamentado em duas etapas. Inicialmente, as variáveis que apresentaram um p-valor < 0,25 na análise univariada foram selecionadas. Posteriormente, realizou-se a análise múltipla da regressão logística multinomial e foram mantidas no modelo as variáveis que apresentaram níveis de significância estatística menor do que 5 %. Todas as análises foram realizadas utilizando o software estatístico STATA versão 11.0. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 23,3 % de excesso de peso e uma prevalência de obesidade abdominal de 15,7 %. A idade variou entre 18 a 65 anos. A maioria dos trabalhadores (69 %) relatou viver com o companheiro. Em relação à renda, observou-se que 65 % dos trabalhadores ganhavam menos que dois salários mínimos. Em relação à renda utilizada na compra de alimentos, verificou-se que o gasto mediano era de R$ 200,00, e que 60 % dos trabalhadores despendiam um valor igual ou superior a esse. Em relação aos aspectos comportamentais, 20 % dos trabalhadores declararam consumir bebidas alcoólicas e 29,5 % deles declararam fazer uso do cigarro. Considerando os macronutrientes, maiores frequências de consumo dentro do recomendado foram observadas para proteínas. Observou-se que a maioria dos indivíduos realizava entre três e quatro refeições por dia. Quanto à investigação dos grupos de alimentos, destacou-se o grupo de leite e derivados, o qual apresentou uma frequência de 99 % de trabalhadores com consumo dentro do recomendado. Após a realização da regressão logística multinomial múltipla, foi encontrado que a idade superior a 32 anos associou-se ao excesso de peso (odds ratio ajustada: 2,58; IC95 % 1,68; 3,95). Trabalhadores que vivem com o companheiro apresentaram uma chance 2,48 vezes maior de desenvolver obesidade abdominal, comparados com os trabalhadores que vivem sem companheiro (IC95 % 1,33; 4,65). A não ingestão de lanche mostrou-se associada à obesidade abdominal (odds ratio ajustada: 1,77 IC95 % 1,03; 3,04). Conclusão: Futuros estudos devem ser desenvolvidos sobre o papel da dieta e de outros fatores associados na identificação do excesso de peso e da obesidade abdominal em trabalhadores do setor de reflorestamento. __________________________________________________________________________________________ / ABSTRACT: Introduction: The increasingly frequent occurrence of overweight and abdominal obesity in economically active population highlights the need to understand and monitor their associated factors, especially among workers in the forestry sector, since studies of this population are rare in the literature science. Objective: To estimate the prevalence of overweight and abdominal obesity and identify associated factors among workers in the forestry sector in Minas Gerais. Methodology: Cross-sectional study, conducted with 699 adult male workers of a reforestation company, by using the database of a project entitled "Evaluation of living conditions, health, nutrition and forestry workers work - Phase I". A multinomial logistic regression process was used to estimate the values of the odds ratios and corresponding 95 % confidence considering two categories as outcome: excess body weight without abdominal obesity and abdominal obesity. The modeling process is based on two steps. Initially, we selected variables that had a p-value < 0,25 in the univariate analysis. Subsequently, we performed multiple analyzes of multinomial logistic regression and were kept in the model variables that showed statistical significance levels less than 5 %. All analyzes were performed using STATA statistical software version 11.0. Results: It was found a prevalence of 23,3 % of overweight and 15,7 % to abdominal obesity. Ages ranged from 18 to 65 years. Most workers (69 %) reported living with a partner. Concerning income, it was observed that 65 % of workers earned less than two minimum wages. Analyzing the income used to purchase food, it was found that the median value was 90,96 US$, and that 60 % of workers would spend an amount equal to or greater than this, in the acquisition of food. Regarding behavioral, 20 % of workers reported consuming alcohol and 29,5 % of them reported being smokers. Considering the macronutrients, higher frequencies of consumption within the recommended were observed for proteins. It was observed that the majority of subjects performed between three and four meals per day. Regarding the investigation of food groups, the group of milk and dairy products, which had a frequency of 99 % for workers with consumption within the recommended stood out. Upon completion of the multiple multinomial logistic regression, we found that age over 32 years was associated with overweight (adjusted odds ratio: 2,58; 95 % CI 1,68; 3,95). Workers living with partners were 2,48 times more likely to develop abdominal obesity compared with workers living without a partner (95%CI 1,33; 4,65). Failure snack intake was associated with abdominal obesity (adjusted odds ratio: 1,77 95 % CI 1,03; 3,04). Conclusion: Future studies should be conducted on the role of diet and other factors associated with the identification of overweight and abdominal obesity among workers in the forestry sector.
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Associação entre fatores socioeconômicos, maternos e biológicos com o excesso de peso em menores de cinco anos de uma região semiárida do nordeste brasileiro

de Arruda Moreira, Marcella 31 January 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T22:57:49Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo3059_1.pdf: 993313 bytes, checksum: 804a17c11e5a5b59ac534475d733e151 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O estado de Alagoas é o que apresenta os piores indicadores econômicos e sociais, quando comparado aos demais estados brasileiros. Sua região semiárida sem dúvida é uma região de maior vulnerabilidade, onde os problemas inerentes ao estado são agravados. Apesar das condições adversas, a prevalência de desnutrição infantil diminuiu na região, ao passo que houve um aumento nos casos de obesidade. O aumento na prevalência do excesso de peso infantil é preocupante devido ao risco elevado que essas crianças têm de tornarem-se adultos obesos, além de várias condições mórbidas associadas à obesidade e suas consequências em termos de saúde e qualidade de vida, tanto em curto como em longo prazo. Estudos têm buscado identificar entre as variáveis econômicas, sociais, ambientais e biológicas os fatores associados à ocorrência do excesso de peso, possibilitando desta maneira, delinear o ambiente em que a criança vive. O presente estudo é apresentando sob a forma de artigo original com objetivo de avaliar a associação entre o excesso de peso e fatores socioeconômicos, maternos e biológicos em menores de cinco anos em uma região semiárida do nordeste brasileiro. Estudo do tipo transversal analítico. A amostra foi composta por 963 crianças de ambos os sexos com idade média de 27,7 meses (DP ± 17,3). O excesso de peso nas crianças foi definido com base no índice peso/estatura ³ 1 escore z e de suas mães, o Índice de Massa Corporal (IMC) ³ 25 kg/m2 e Circunferência da Cintura (CC) ³ 80 cm. A prevalência do excesso de peso nas crianças foi de 28,5% (275) e mostrou estar diretamente associado a CC elevada na mãe (RP=1,31; IC95% 1,06-1,61) e inversamente ao sobrepeso da mãe (RP= 0,75; IC95% 0,61-0,93). Verificou-se que não houve associação significativa entre o excesso de peso e as variáveis como escolaridade, renda familiar bruta, procedência, fumo durante a gestação, prematuridade e peso ao nascer. Foi evidenciado o efeito protetor do aleitamento materno no período &#8805; 6 meses contra o excesso de peso entre crianças (RP = 1,53; IC95% 1,22-1,91), enquanto a duração do aleitamento materno exclusivo não obteve diferença estatística (p= 0,97). Pode-se concluir que os menores de cinco anos da região semiárida de Alagoas estão expostos ao fenômeno de transição nutricional e a promoção da alimentação saudável deve ser uma estratégia prioritária para a prevenção do excesso de peso em crianças
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"Prevalência de excesso de peso em adolescentes de escolas públicas e privadas da cidade de Guarapuava-PR" / Prevalence of overweight among adolescents at public and private schools in Guarapuava

Gatti, Raquel Rosalva 16 September 2005 (has links)
O excesso de peso é um grave problema de saúde pública na atualidade e vem sendo considerado uma epidemia nos países desenvolvidos. Este quadro predispõe os indivíduos a risco de desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis e quando instaladas na adolescência, são agravantes para perpetuação na idade adulta. O presente estudo teve como objetivo estimar a prevalência de excesso de peso em 386 adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 10 e 14 anos, de duas escolas públicas e duas escolas privadas da cidade de Guarapuava-PR. A análise foi realizada com dados de peso e altura e cálculo do Índice de Massa Corporal, levando em consideração a idade, sexo, rede de ensino e a presença de maturação sexual. Como resultados, encontrou-se prevalência de sobrepeso de 13,0% e obesidade de 3,4% com níveis mais elevados em meninos do que em meninas. Praticamente a metade dos adolescentes apresentava sinais de maturação sexual e desses, 70,0% tinham sobrepeso. Porém, naqueles com obesidade, a distribuição em relação à maturação sexual foi igual. Analisando-se pela origem da escola, os alunos da rede privada apresentaram índices mais elevados (16,2% de sobrepeso e 3,8% de obesidade) em relação aos da rede pública (10,0% de sobrepeso e 3,0% de obesidade). Concluiu-se que a alta prevalência de sobrepeso encontrada pode evoluir para obesidade justificando assim, a necessidade de políticas públicas que incentivem mudanças de hábitos de vida envolvendo a prática de atividade física e alimentação mais saudável. / Nowadays, overweight is a serious public health problem, which has been considered as an epidemic in developed countries. This situation predisposes individuals to the risk of non-transmissible chronic diseases which, when developed during adolescence, constitute aggravating circumstances for perpetuation into adulthood. This study aimed to estimate the prevalence of overweight in 386 male and female adolescents between 10 and 14 years old from two public and two private schools in Guarapuava-PR, Brazil. The analysis was based on weight, height and Body Mass Index data, considering age, gender, education network and sexual maturity. Prevalence rates amounted to 13.0% for overweight and 3.4% for obesity, with higher levels among boys than among girls. Practically half of the adolescents displayed signs of sexual maturity, 70.0% of whom suffered from overweight. However, overweight students were equally distributed in terms of sexual maturity. As to the origin of the school, students from the private network presented higher levels (16.2% for overweight and 3.8% for obesity) in comparison with those from the public network (10.0% overweight and 3.0% obesity). The high prevalence rates for overweight found in this study can evolve to obesity, which justifies the need for public policies that encourage changes in life habits involving physical exercise and healthier food habits.
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"Prevalência de excesso de peso em adolescentes de escolas públicas e privadas da cidade de Guarapuava-PR" / Prevalence of overweight among adolescents at public and private schools in Guarapuava

Raquel Rosalva Gatti 16 September 2005 (has links)
O excesso de peso é um grave problema de saúde pública na atualidade e vem sendo considerado uma epidemia nos países desenvolvidos. Este quadro predispõe os indivíduos a risco de desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis e quando instaladas na adolescência, são agravantes para perpetuação na idade adulta. O presente estudo teve como objetivo estimar a prevalência de excesso de peso em 386 adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 10 e 14 anos, de duas escolas públicas e duas escolas privadas da cidade de Guarapuava-PR. A análise foi realizada com dados de peso e altura e cálculo do Índice de Massa Corporal, levando em consideração a idade, sexo, rede de ensino e a presença de maturação sexual. Como resultados, encontrou-se prevalência de sobrepeso de 13,0% e obesidade de 3,4% com níveis mais elevados em meninos do que em meninas. Praticamente a metade dos adolescentes apresentava sinais de maturação sexual e desses, 70,0% tinham sobrepeso. Porém, naqueles com obesidade, a distribuição em relação à maturação sexual foi igual. Analisando-se pela origem da escola, os alunos da rede privada apresentaram índices mais elevados (16,2% de sobrepeso e 3,8% de obesidade) em relação aos da rede pública (10,0% de sobrepeso e 3,0% de obesidade). Concluiu-se que a alta prevalência de sobrepeso encontrada pode evoluir para obesidade justificando assim, a necessidade de políticas públicas que incentivem mudanças de hábitos de vida envolvendo a prática de atividade física e alimentação mais saudável. / Nowadays, overweight is a serious public health problem, which has been considered as an epidemic in developed countries. This situation predisposes individuals to the risk of non-transmissible chronic diseases which, when developed during adolescence, constitute aggravating circumstances for perpetuation into adulthood. This study aimed to estimate the prevalence of overweight in 386 male and female adolescents between 10 and 14 years old from two public and two private schools in Guarapuava-PR, Brazil. The analysis was based on weight, height and Body Mass Index data, considering age, gender, education network and sexual maturity. Prevalence rates amounted to 13.0% for overweight and 3.4% for obesity, with higher levels among boys than among girls. Practically half of the adolescents displayed signs of sexual maturity, 70.0% of whom suffered from overweight. However, overweight students were equally distributed in terms of sexual maturity. As to the origin of the school, students from the private network presented higher levels (16.2% for overweight and 3.8% for obesity) in comparison with those from the public network (10.0% overweight and 3.0% obesity). The high prevalence rates for overweight found in this study can evolve to obesity, which justifies the need for public policies that encourage changes in life habits involving physical exercise and healthier food habits.
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Implementação de um sistema integrado de previsão e gestão de stocks na Medlog

Oliveira, Pedro Miguel Sousa de January 2012 (has links)
Estágio realizado na Medlog e orientado pela Eng. Raquel Miranda / Tese de mestrado integrado. Engenharia Industrial e Gestão. Faculdade de Engenharia. Universidade do Porto. 2012
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Perfil alimentar de mulheres de baixa renda com excesso de peso/obesidade

Ferraz, Izabela Aparecida Rodrigues January 2013 (has links)
Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2015-04-13T22:06:25Z No. of bitstreams: 1 Izabela Aparecida Rodrigues Ferraz.pdf: 1148682 bytes, checksum: c7f92944fbdb1d4a281986510303ee02 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-04-13T22:06:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Izabela Aparecida Rodrigues Ferraz.pdf: 1148682 bytes, checksum: c7f92944fbdb1d4a281986510303ee02 (MD5) Previous issue date: 2013 / O aumento da prevalência do excesso de peso/obesidade, principalmente entre as mulheres de baixa classe socioeconômica tem gerado inúmeros questionamentos devido tamanha complexidade. A compreensão deste paradoxo desperta interesse em relação às praticas alimentares e estratégias de consumo alimentar os quais este grupo é submetido. Objetivo: Descrever o perfil alimentar de mulheres com excesso de peso/obesidade e baixa classe socioeconômica do ambulatório de Pesquisa de Pessoas com Excesso de Peso (PEPE), na Escola Bahiana de Medicina (EBMSP). Metodologia: Estudo transversal com amostra de conveniência com 103 mulheres, idade>18 anos, circunferência da cintura > 80 cm. Foi realizada entrevista direta através de Questionário de Frequência Alimentar Qualitativo (QFA) para avaliar a frequência de consumo de cada grupo alimentar e dois recordatórios de 24h(R24h) em dias não consecutivos para avaliar o consumo alimentar em relação aos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), micronutrientes (vitaminas e minerais), fibras e energia. Resultados: Houve predomínio de não brancos, baixa escolaridade, com idade média de (46,08±11,08, IMC=34,68Kg/m2, CC=106,29cm). Observou-se que o preço era o fator determinante na escolha do alimento, ingestão inadequada de frutas, verduras e legumes; monotonia alimentar. Observou-se consumo energético total insuficiente (mediana= 1423,01 Kcal), consumo elevado de gordura saturada (>7% do VET) (n= 84, 81,6%) e proteínas (>15% do VET)(n=64 62,1%), por outro lado consumo insuficiente de fibras (>21g) (n=3). Altas prevalências de inadequação de consumo para vitamina E (91,26%), D (100%), A (67,96%) e cálcio (97,08%) além de consumo excessivo de sódio (29,1%). Conclusão: Observou-se um desbalanceamento na dieta, havendo baixo consumo energético e fibras, alto consumo de gorduras saturadas, proteínas, e alta prevalência de inadequação de vitaminas e minerais na alimentação, fatores influenciam o estado de saúde.

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