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Mais que João, Joões : a trajetória de João Simões Lopes Neto (1865-1916) em seu contextoNetto, Heloisa Sousa Pinto January 2015 (has links)
O presente estudo apresenta como eixo central o percurso do escritor João Simões Lopes Neto (1865-1916). Tendo por base um levantamento geral de sua trajetória, o exame adota por procedimento estabelecer ligações entre fatos de sua vida e aspectos de sua obra e o contexto histórico, social e cultural brasileiro, numa tentativa de estabelecer uma visada de conjunto sobre as várias facetas de sua atividade como escritor. A pluralidade de seu caráter leva a crer que, acompanhando a sua trajetória de vida e sua leitura de mundo, seja possível entender melhor algumas dimensões de sua obra. O contista talentoso e o profícuo dramaturgo foi também um inventivo empreendedor e um jornalista empenhado. Em virtude de sua vocação pública, não poupou esforços no sentido de viabilizar a modernização de sua cidade, Pelotas. Do mesmo modo, sua produção em periódicos locais foi permeada por opiniões firmes e por ações de ponta, o que fez com que ocupasse uma posição arrojada para a época em que viveu. Embora tratasse preponderantemente de assuntos locais, Simões Lopes Neto discutia temas universais com desenvoltura. A condição de grande distância em relação ao centro do país pode ser considerada como um entrave para que seu trabalho fosse reconhecido em toda sua grandeza. Mesmo isso, entretanto, não impediu que absorvesse ideais modernos e arejados, difundidos dentro e fora do país. Dono de grande capacidade assimiladora, acompanhou as transformações do país e do estado, apropriando-se de muitas delas e dando-lhes função local. O acompanhamento de sua trajetória no correr deste trabalho vem entremeado por análises comparativas que envolvem sua produção literária e por análises sobre a ambientação histórica. / The central axis of this work is the trajectory of João Simões Lopes Neto (1865-1916). Based on a general survey of his trajectory, this analysis establishes connections between facts of his life and aspects of his work, and the Brazilian historical, social and cultural context, aiming at establishing an overview upon the various facets of his work as a writer. His plural personality leads us to believe that, by following his life trajectory and the way he would read the world, it is possible to better understand some dimensions of his work. The talented short-story teller and the fruitful playwright was also an ingenious entrepreneur and a committed journalist. Due to his vocation to public life, he spared no effort to modernize his hometown, Pelotas. Similarly, his work in local newspapers and magazines was filled with strong opinions and innovative actions, which led him to enjoy a high rank for his time. Even though Simões Lopes Neto would write mostly about local subjects, he discussed universal themes with great aplomb. The great distance that separated him from the center of the country can be considered an obstacle for his work to be acknowledged in its entire greatness. This distance, though, did not keep him from absorbing modern and fresh ideals that were widespread – within and outside the country. Endowed with a great assimilative capacity, he kept pace with the changes that Brazil and the state of Rio Grande do Sul went through, adopting many of them and applying them locally. The description of his trajectory throughout this work is interspersed with comparative analyses that encompass his literary work and with analyses of his historical setting.
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Teatro e variação : a colocação pronominal em duas versões de A viúva Pitorra, de João Simões Lopes NetoMambrini, Ester January 2004 (has links)
Esta pesquisa investiga a colocação pronominal em duas versões da peça A Viúva Pitorra, de João Simões Lopes Neto, tendo por perspectiva problematizar o texto teatral como fonte de estudos da sociolingüística variacionista em função do caráter oral e coloquial atribuído a estes textos, tanto pela lingüística, como pela crítica teatral e literária. Temos como hipótese geral que os arranjos promovidos na colocação pronominal na segunda versão da peça refletem uma reescrita orientada para a variedade falada, indicando, por extensão, o comportamento de próclises e ênclises no plano geral da língua e a sensibilidade lingüística do autor não só para a linguagem em uso, mas também para a força coercitiva da norma gramatical. Como hipóteses específicas, temos que 1) a ocorrência de próclises e ênclises na peça reflete as características do português falado no Brasil e que 2) sobre as formas enclíticas, atua fortemente a coerção da norma cultuada. A revisão teórica propõe um diálogo entre a crítica literária e a teatral, identificando as (in)definições da área para os termos oral e coloquial; na área da lingüística, resenhamos as pesquisas cujos corpora são formados de peças teatrais e nos apoiamos nos estudos de variação e mudança que abordam diacronicamente a colocação pronominal, instituindo especificidades do sistema gramatical do português brasileiro em relação ao português europeu. Os dados são analisados descritivamente em relação aos arranjos promovidos na segunda versão e quantitativamente (programas Varbrul/Varbwin) em relação aos fatores definidos para análise. No geral, os resultados indicam 1) o favorecimento da próclise em ambas as versões, refletindo as características do português brasileiro falado e 2) a incidência da norma nas formas enclíticas. Dos quatro fatores selecionados como estatisticamente significativos, destacamos os fatores a) gênero do personagem e b) sujeito expresso x sujeito nulo, ambos ausentes na literatura lingüística resenhada. O fator a) acrescenta um dado sociolingüístico às pesquisas cujos corpora são formados a partir de peças teatrais, e o fator b) indica a necessidade de pesquisas pontuais sobre a relação indicada como estatisticamente significativa. Acrescentamos à discussão a colocação pronominal em dois outros textos do autor gaúcho: um drama e duas versões de um conto, objetivando fundamentar a inadequação do termo oralidade e oferecer o termo “linguagem verossímil” para caracterizar traços lingüísticos da variedade falada em diferentes gêneros literários.
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Entre infiéis e chirus : a representação do indígena nas obras de José Hernández e João Simões Lopes NetoGuimarães, Rafael Eisinger January 2008 (has links)
A literatura gauchesca configura um dos elementos-chave para o processo de mitificação do gaúcho histórico e a conseqüente transformação desse mito na base para a construção do pertencimento identitário de uma significativa parcela dos sujeitos argentino e sul-rio-grandense. Tendo em vista esse aspecto e a inegável relevância que o índio assumiu na formação étnica e cultural da identidade gaúcha, tanto no lado brasileiro como no lado argentino, investiga-se o papel que essa etnia assume nas obras literárias gauchescas. Este trabalho descreve e analisa a forma como a imagem do indígena é elaborada nos poemas El gaucho Martín Fierro e La vuelta de Martín Fierro, de José Hernández, e nos contos Os cabelos da china e Melancia – coco verde, de João Simões Lopes Neto, contrapondo a representação dos autóctones argentino e sul-rio-grandense respectivamente às imagens do gaucho e do gaúcho. Uma vez que a análise está focada no contraponto que se estabelece entre identidade e alteridade, o referencial teórico escolhido compreende tanto as concepções da imagologia, corrente teórica dedicada ao estudo da imagem literária do estrangeiro, quanto as contribuições de pensadores dedicados à compreensão do processo de construção da identidade. Para alcançar os objetivos estabelecidos, a metodologia adotada segue as propostas do teórico francês Daniel-Henri Pageaux, e inicialmente analisa a representação do autóctone nos níveis lexical e discursivo para, posteriormente, verificar o grau de conformidade da imagem literária às ideologias e ao imaginário dominantes no contexto de produção da obra. A partir da abordagem do corpus, observa-se de imediato uma explícita distinção entre as representações do autóctone que Martín Fierro e Blau Nunes – narradores dos referidos textos de José Hernández e Simões Lopes Neto, fazem, uma diferença que, como se verifica, está diretamente relacionada aos projetos de construção de uma identidade nacional sustentados por esses dois escritores. / La literatura gauchesca configura uno de los elementos clave para el proceso de mitificación del gaucho histórico y la consecuente transformación de ese mito en la base para la construcción de la identidad de una significativa parcela de los sujetos argentino y sul-riograndense. Considerando ese aspecto y la innegable relevancia que el indio asumió en la formación étnica y cultural de la identidad gaucha, tanto en el lado brasileño como en el lado argentino, investigase el rol que esa etnia asume en las obras literarias gauchescas. Este trabajo describe y analiza la manera como el imagen del indígena es elaborada en los poemas El gaucho Martín Fierro y La vuelta de Martín Fierro, de José Hernández, y en los cuentos Os cabelos da china y Melancia – coco verde, de João Simões Lopes Neto, contraponiendo la representación de los autóctonos argentino y sul-rio-grandense respectivamente a los imágenes del gaucho y del gaúcho. Una vez que el análisis enfoca la oposición entre identidad y alteridad, el referencial teórico escogido contiene tanto las concepciones de la imagologia, corriente teórica dedicada al estudio de la imagen literaria del extranjero, cuanto las contribuciones de pensadores dedicados a la comprensión del proceso de construcción de la identidad. Para alcanzar los objetivos establecidos, la metodología adoptada siegue las propuestas del teórico francés Daniel-Henri Pageaux, y inicialmente analiza la representación del autóctono en los niveles léxico y discursivo para, posteriormente, verificar el grado de conformidad del imagen literario a las ideologías y al imaginario dominantes en el contexto de producción de la obra. A partir del abordaje de las obras, observase de inmediato una explícita diferencia entre las representaciones del indígena hechas por Martín Fierro y Blau Nunes – narradores de los referidos textos de José Hernández y Simões Lopes Neto –, una diferencia que, como se puede verificar, está directamente relacionada a los proyectos de construcción de una identidad nacional, sustentados por esos dos escritores.
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Entre infiéis e chirus : a representação do indígena nas obras de José Hernández e João Simões Lopes NetoGuimarães, Rafael Eisinger January 2008 (has links)
A literatura gauchesca configura um dos elementos-chave para o processo de mitificação do gaúcho histórico e a conseqüente transformação desse mito na base para a construção do pertencimento identitário de uma significativa parcela dos sujeitos argentino e sul-rio-grandense. Tendo em vista esse aspecto e a inegável relevância que o índio assumiu na formação étnica e cultural da identidade gaúcha, tanto no lado brasileiro como no lado argentino, investiga-se o papel que essa etnia assume nas obras literárias gauchescas. Este trabalho descreve e analisa a forma como a imagem do indígena é elaborada nos poemas El gaucho Martín Fierro e La vuelta de Martín Fierro, de José Hernández, e nos contos Os cabelos da china e Melancia – coco verde, de João Simões Lopes Neto, contrapondo a representação dos autóctones argentino e sul-rio-grandense respectivamente às imagens do gaucho e do gaúcho. Uma vez que a análise está focada no contraponto que se estabelece entre identidade e alteridade, o referencial teórico escolhido compreende tanto as concepções da imagologia, corrente teórica dedicada ao estudo da imagem literária do estrangeiro, quanto as contribuições de pensadores dedicados à compreensão do processo de construção da identidade. Para alcançar os objetivos estabelecidos, a metodologia adotada segue as propostas do teórico francês Daniel-Henri Pageaux, e inicialmente analisa a representação do autóctone nos níveis lexical e discursivo para, posteriormente, verificar o grau de conformidade da imagem literária às ideologias e ao imaginário dominantes no contexto de produção da obra. A partir da abordagem do corpus, observa-se de imediato uma explícita distinção entre as representações do autóctone que Martín Fierro e Blau Nunes – narradores dos referidos textos de José Hernández e Simões Lopes Neto, fazem, uma diferença que, como se verifica, está diretamente relacionada aos projetos de construção de uma identidade nacional sustentados por esses dois escritores. / La literatura gauchesca configura uno de los elementos clave para el proceso de mitificación del gaucho histórico y la consecuente transformación de ese mito en la base para la construcción de la identidad de una significativa parcela de los sujetos argentino y sul-riograndense. Considerando ese aspecto y la innegable relevancia que el indio asumió en la formación étnica y cultural de la identidad gaucha, tanto en el lado brasileño como en el lado argentino, investigase el rol que esa etnia asume en las obras literarias gauchescas. Este trabajo describe y analiza la manera como el imagen del indígena es elaborada en los poemas El gaucho Martín Fierro y La vuelta de Martín Fierro, de José Hernández, y en los cuentos Os cabelos da china y Melancia – coco verde, de João Simões Lopes Neto, contraponiendo la representación de los autóctonos argentino y sul-rio-grandense respectivamente a los imágenes del gaucho y del gaúcho. Una vez que el análisis enfoca la oposición entre identidad y alteridad, el referencial teórico escogido contiene tanto las concepciones de la imagologia, corriente teórica dedicada al estudio de la imagen literaria del extranjero, cuanto las contribuciones de pensadores dedicados a la comprensión del proceso de construcción de la identidad. Para alcanzar los objetivos establecidos, la metodología adoptada siegue las propuestas del teórico francés Daniel-Henri Pageaux, y inicialmente analiza la representación del autóctono en los niveles léxico y discursivo para, posteriormente, verificar el grado de conformidad del imagen literario a las ideologías y al imaginario dominantes en el contexto de producción de la obra. A partir del abordaje de las obras, observase de inmediato una explícita diferencia entre las representaciones del indígena hechas por Martín Fierro y Blau Nunes – narradores de los referidos textos de José Hernández y Simões Lopes Neto –, una diferencia que, como se puede verificar, está directamente relacionada a los proyectos de construcción de una identidad nacional, sustentados por esos dos escritores.
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Simões Lopes Neto : uma Salomé no pampaVieira, Osvaldo Arthur Menezes January 2006 (has links)
Este trabalho tem por finalidade analisar a representação mítica de Salomé e suas ressonâncias na obra de Simões Lopes Neto e defender a idéia de que o autor, ao reler o mito, ambientando-o nos pampas do Rio Grande, transcende o mero pitoresco e a mera cor local, colocando-os a serviço da releitura desse mito. É objetivo principal deste estudo, portanto, ver nessa releitura um dos elementos responsáveis por tal transcendência. A fim de qualificar o estudo, são feitas uma reflexão sobre mito e literatura e uma investigação sobre a Salomé histórica, bem como as suas releituras. A análise dos contos Cabelos da china, Jogo do osso, No manantial, Contrabandista e O Negro Bonifácio, de Contos Gauchescos, e da obra Cancioneiro Guasca permite constatar nas personagens femininas dos referidos textos elementos que comprovam a releitura do mito de Salomé. / Este trabajo tiene por finalidad analizar la representación mítica de Salomé y sus resonancias en la obra de Simões Lopes Neto y defender la idea de que el autor, al releer el mito, ambientandolo en las pampas de Rio Grande, transciende lo pintoresco y el simple color local, poniendolos a servicio de la relectura del mito. Es objetivo principal de este estúdio, por lo tanto, ver en esta relectura uno de los elementos responsables por tal transcendencia. A fin de calificar el estúdio, son hechas una reflexión sobre mito y literatura y una investigación sobre la Salomé histórica, así como sus relecturas. El análisis de los cuentos Cabelos da china, Jogo do osso, No manantial, Contrabandista y O Negro Bonifácio, de Contos Gauchescos, y de la obra Cancioneiro Guasca permite constatar en los personajes femeninos de los referidos textos elementos que comprueban la relectura del mito de Salomé.
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De traduções, intermediações e transcrições : o regionalismo borgeano para além das fronteirasVallerius, Denise Mallmann January 2009 (has links)
O presente estudo analisou as traduções existentes no mercado editorial brasileiro de alguns contos orilleros - radicados no arrabalde buenairense - do escritor argentino Jorge Luis Borges, propondo uma nova alternativa de tradução para esses textos. Entre as justificativas do estudo está o surgimento de uma inquietação frente aos esforços que grande parte da crítica faz por postular a obra de Jorge Luis Borges como sinônimo de uma literatura completamente desvinculada da realidade e alheia à história. Conseqüentemente, para que esse discurso seja coerente, faz-se necessário ignorar ou, ainda, desvalorizar os textos borgeanos exemplares de seu comprometimento com a tradição e a realidade de seu país, classificando o escritor em fases distintas e irreconciliáveis: um primeiro Borges, nacionalista, de preocupações localistas, que viria a ser posteriormente negado e suplantado por um segundo Borges, cosmopolita e universal. Perante tal constatação, procurou-se, primeiramente, questionar essa classificação artificiosa, a qual tem como resultado um número quase ínfimo de trabalhos críticos que se dedicam à suposta primeira fase. Essa indiferença da crítica para com parte significativa da produção literária do escritor argentino é corroborada, também, pela constatação de que as traduções de seus contos de temática regional, para o sistema literário brasileiro, acabam homogeneizando o falar característico das personagens à variante padrão da língua portuguesa. Destarte, propusemos uma nova tradução para o conto "Hombre de la Esquina Rosada" a partir de uma aproximação do universo lingüístico e temático do escritor sul-rio-grandense Simões Lopes Neto - tradução que não se pretende definitiva, eis que nenhuma o pode ser, mas que, levando em consideração tanto os elementos do texto e da cultura-fonte quanto da língua e da cultura-receptora, permita ao leitor brasileiro vislumbrar um pouco da riqueza desse universo orillero. / This study examined the existing translated texts of some 'orillero' stories, penned by the Argentinean writer Jorge Luis Borges in the Brazilian editorial market and proposed a new alternative translation for these texts. Among the reasons for this study, there is the emergence of some concern as a response to efforts made by a significant number of critics to claim the work of Jorge Luis Borges as a synonym for some kind of literature, which is completely disconnected from reality and outside history. Consequently, for this speech to be consistent, it is necessary to ignore, or even undervalue those Borges's texts, which are examples of his commitment to the tradition and the reality of his country, describing the writer in different and irreconcilable stages. Firstly, there was a nationalist Borges with local worries. That writer would be denied by then and replaced by a second Borges, who was cosmopolitan and universal. In view of such finding, we tried, in the first place, to question this artificial classification, which has lead to an almost negligible number of critical work devoted to the so-called first stage. This indifference from the critics towards a significant part of the Argentinean writer's literary production is also supported by the fact that his translated short stories, dealing with regional issues, for the Brazilian literary system, homogenize the peculiar speech of his characters to the Portuguese language and speech pattern. Therefore, we proposed a new translation for the story "Hombre de la Esquina Rosada" by approximating the linguistic and thematic universe of the Argentinean writer to that of the Riograndense writer, Simões Lopes Neto. Notwithstanding, this translation does not intend to be final here, since none could be, but it allows the Brazilian reader to glimpse a bit of the richness of the 'orillero' universe, by taking into account the elements of the text and cultural source, as well as those of the target language and culture.
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Entre infiéis e chirus : a representação do indígena nas obras de José Hernández e João Simões Lopes NetoGuimarães, Rafael Eisinger January 2008 (has links)
A literatura gauchesca configura um dos elementos-chave para o processo de mitificação do gaúcho histórico e a conseqüente transformação desse mito na base para a construção do pertencimento identitário de uma significativa parcela dos sujeitos argentino e sul-rio-grandense. Tendo em vista esse aspecto e a inegável relevância que o índio assumiu na formação étnica e cultural da identidade gaúcha, tanto no lado brasileiro como no lado argentino, investiga-se o papel que essa etnia assume nas obras literárias gauchescas. Este trabalho descreve e analisa a forma como a imagem do indígena é elaborada nos poemas El gaucho Martín Fierro e La vuelta de Martín Fierro, de José Hernández, e nos contos Os cabelos da china e Melancia – coco verde, de João Simões Lopes Neto, contrapondo a representação dos autóctones argentino e sul-rio-grandense respectivamente às imagens do gaucho e do gaúcho. Uma vez que a análise está focada no contraponto que se estabelece entre identidade e alteridade, o referencial teórico escolhido compreende tanto as concepções da imagologia, corrente teórica dedicada ao estudo da imagem literária do estrangeiro, quanto as contribuições de pensadores dedicados à compreensão do processo de construção da identidade. Para alcançar os objetivos estabelecidos, a metodologia adotada segue as propostas do teórico francês Daniel-Henri Pageaux, e inicialmente analisa a representação do autóctone nos níveis lexical e discursivo para, posteriormente, verificar o grau de conformidade da imagem literária às ideologias e ao imaginário dominantes no contexto de produção da obra. A partir da abordagem do corpus, observa-se de imediato uma explícita distinção entre as representações do autóctone que Martín Fierro e Blau Nunes – narradores dos referidos textos de José Hernández e Simões Lopes Neto, fazem, uma diferença que, como se verifica, está diretamente relacionada aos projetos de construção de uma identidade nacional sustentados por esses dois escritores. / La literatura gauchesca configura uno de los elementos clave para el proceso de mitificación del gaucho histórico y la consecuente transformación de ese mito en la base para la construcción de la identidad de una significativa parcela de los sujetos argentino y sul-riograndense. Considerando ese aspecto y la innegable relevancia que el indio asumió en la formación étnica y cultural de la identidad gaucha, tanto en el lado brasileño como en el lado argentino, investigase el rol que esa etnia asume en las obras literarias gauchescas. Este trabajo describe y analiza la manera como el imagen del indígena es elaborada en los poemas El gaucho Martín Fierro y La vuelta de Martín Fierro, de José Hernández, y en los cuentos Os cabelos da china y Melancia – coco verde, de João Simões Lopes Neto, contraponiendo la representación de los autóctonos argentino y sul-rio-grandense respectivamente a los imágenes del gaucho y del gaúcho. Una vez que el análisis enfoca la oposición entre identidad y alteridad, el referencial teórico escogido contiene tanto las concepciones de la imagologia, corriente teórica dedicada al estudio de la imagen literaria del extranjero, cuanto las contribuciones de pensadores dedicados a la comprensión del proceso de construcción de la identidad. Para alcanzar los objetivos establecidos, la metodología adoptada siegue las propuestas del teórico francés Daniel-Henri Pageaux, y inicialmente analiza la representación del autóctono en los niveles léxico y discursivo para, posteriormente, verificar el grado de conformidad del imagen literario a las ideologías y al imaginario dominantes en el contexto de producción de la obra. A partir del abordaje de las obras, observase de inmediato una explícita diferencia entre las representaciones del indígena hechas por Martín Fierro y Blau Nunes – narradores de los referidos textos de José Hernández y Simões Lopes Neto –, una diferencia que, como se puede verificar, está directamente relacionada a los proyectos de construcción de una identidad nacional, sustentados por esos dos escritores.
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Simões Lopes Neto : uma Salomé no pampaVieira, Osvaldo Arthur Menezes January 2006 (has links)
Este trabalho tem por finalidade analisar a representação mítica de Salomé e suas ressonâncias na obra de Simões Lopes Neto e defender a idéia de que o autor, ao reler o mito, ambientando-o nos pampas do Rio Grande, transcende o mero pitoresco e a mera cor local, colocando-os a serviço da releitura desse mito. É objetivo principal deste estudo, portanto, ver nessa releitura um dos elementos responsáveis por tal transcendência. A fim de qualificar o estudo, são feitas uma reflexão sobre mito e literatura e uma investigação sobre a Salomé histórica, bem como as suas releituras. A análise dos contos Cabelos da china, Jogo do osso, No manantial, Contrabandista e O Negro Bonifácio, de Contos Gauchescos, e da obra Cancioneiro Guasca permite constatar nas personagens femininas dos referidos textos elementos que comprovam a releitura do mito de Salomé. / Este trabajo tiene por finalidad analizar la representación mítica de Salomé y sus resonancias en la obra de Simões Lopes Neto y defender la idea de que el autor, al releer el mito, ambientandolo en las pampas de Rio Grande, transciende lo pintoresco y el simple color local, poniendolos a servicio de la relectura del mito. Es objetivo principal de este estúdio, por lo tanto, ver en esta relectura uno de los elementos responsables por tal transcendencia. A fin de calificar el estúdio, son hechas una reflexión sobre mito y literatura y una investigación sobre la Salomé histórica, así como sus relecturas. El análisis de los cuentos Cabelos da china, Jogo do osso, No manantial, Contrabandista y O Negro Bonifácio, de Contos Gauchescos, y de la obra Cancioneiro Guasca permite constatar en los personajes femeninos de los referidos textos elementos que comprueban la relectura del mito de Salomé.
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De traduções, intermediações e transcrições : o regionalismo borgeano para além das fronteirasVallerius, Denise Mallmann January 2009 (has links)
O presente estudo analisou as traduções existentes no mercado editorial brasileiro de alguns contos orilleros - radicados no arrabalde buenairense - do escritor argentino Jorge Luis Borges, propondo uma nova alternativa de tradução para esses textos. Entre as justificativas do estudo está o surgimento de uma inquietação frente aos esforços que grande parte da crítica faz por postular a obra de Jorge Luis Borges como sinônimo de uma literatura completamente desvinculada da realidade e alheia à história. Conseqüentemente, para que esse discurso seja coerente, faz-se necessário ignorar ou, ainda, desvalorizar os textos borgeanos exemplares de seu comprometimento com a tradição e a realidade de seu país, classificando o escritor em fases distintas e irreconciliáveis: um primeiro Borges, nacionalista, de preocupações localistas, que viria a ser posteriormente negado e suplantado por um segundo Borges, cosmopolita e universal. Perante tal constatação, procurou-se, primeiramente, questionar essa classificação artificiosa, a qual tem como resultado um número quase ínfimo de trabalhos críticos que se dedicam à suposta primeira fase. Essa indiferença da crítica para com parte significativa da produção literária do escritor argentino é corroborada, também, pela constatação de que as traduções de seus contos de temática regional, para o sistema literário brasileiro, acabam homogeneizando o falar característico das personagens à variante padrão da língua portuguesa. Destarte, propusemos uma nova tradução para o conto "Hombre de la Esquina Rosada" a partir de uma aproximação do universo lingüístico e temático do escritor sul-rio-grandense Simões Lopes Neto - tradução que não se pretende definitiva, eis que nenhuma o pode ser, mas que, levando em consideração tanto os elementos do texto e da cultura-fonte quanto da língua e da cultura-receptora, permita ao leitor brasileiro vislumbrar um pouco da riqueza desse universo orillero. / This study examined the existing translated texts of some 'orillero' stories, penned by the Argentinean writer Jorge Luis Borges in the Brazilian editorial market and proposed a new alternative translation for these texts. Among the reasons for this study, there is the emergence of some concern as a response to efforts made by a significant number of critics to claim the work of Jorge Luis Borges as a synonym for some kind of literature, which is completely disconnected from reality and outside history. Consequently, for this speech to be consistent, it is necessary to ignore, or even undervalue those Borges's texts, which are examples of his commitment to the tradition and the reality of his country, describing the writer in different and irreconcilable stages. Firstly, there was a nationalist Borges with local worries. That writer would be denied by then and replaced by a second Borges, who was cosmopolitan and universal. In view of such finding, we tried, in the first place, to question this artificial classification, which has lead to an almost negligible number of critical work devoted to the so-called first stage. This indifference from the critics towards a significant part of the Argentinean writer's literary production is also supported by the fact that his translated short stories, dealing with regional issues, for the Brazilian literary system, homogenize the peculiar speech of his characters to the Portuguese language and speech pattern. Therefore, we proposed a new translation for the story "Hombre de la Esquina Rosada" by approximating the linguistic and thematic universe of the Argentinean writer to that of the Riograndense writer, Simões Lopes Neto. Notwithstanding, this translation does not intend to be final here, since none could be, but it allows the Brazilian reader to glimpse a bit of the richness of the 'orillero' universe, by taking into account the elements of the text and cultural source, as well as those of the target language and culture.
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Simões Lopes Neto : uma Salomé no pampaVieira, Osvaldo Arthur Menezes January 2006 (has links)
Este trabalho tem por finalidade analisar a representação mítica de Salomé e suas ressonâncias na obra de Simões Lopes Neto e defender a idéia de que o autor, ao reler o mito, ambientando-o nos pampas do Rio Grande, transcende o mero pitoresco e a mera cor local, colocando-os a serviço da releitura desse mito. É objetivo principal deste estudo, portanto, ver nessa releitura um dos elementos responsáveis por tal transcendência. A fim de qualificar o estudo, são feitas uma reflexão sobre mito e literatura e uma investigação sobre a Salomé histórica, bem como as suas releituras. A análise dos contos Cabelos da china, Jogo do osso, No manantial, Contrabandista e O Negro Bonifácio, de Contos Gauchescos, e da obra Cancioneiro Guasca permite constatar nas personagens femininas dos referidos textos elementos que comprovam a releitura do mito de Salomé. / Este trabajo tiene por finalidad analizar la representación mítica de Salomé y sus resonancias en la obra de Simões Lopes Neto y defender la idea de que el autor, al releer el mito, ambientandolo en las pampas de Rio Grande, transciende lo pintoresco y el simple color local, poniendolos a servicio de la relectura del mito. Es objetivo principal de este estúdio, por lo tanto, ver en esta relectura uno de los elementos responsables por tal transcendencia. A fin de calificar el estúdio, son hechas una reflexión sobre mito y literatura y una investigación sobre la Salomé histórica, así como sus relecturas. El análisis de los cuentos Cabelos da china, Jogo do osso, No manantial, Contrabandista y O Negro Bonifácio, de Contos Gauchescos, y de la obra Cancioneiro Guasca permite constatar en los personajes femeninos de los referidos textos elementos que comprueban la relectura del mito de Salomé.
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