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Ágora, dêmos e laós: os modos de figuração do povo na assembléia homérica - contradições, ambigüidades e indefinições / Ágora, dêmos e laós: portraits of the people in Homeric assembly - contradictions, ambiguities and unclear settingsJulien, Alfredo 18 December 2006 (has links)
Na epopéia homérica, a ágora, a assembléia do povo, constitui espaço privilegiado de interação social, servindo de cenário para a figuração de eventos importantes para a condução da trama, tanto da Ilíada quanto da Odisséia. No âmbito dos estudos homéricos, aqueles que se dedicam à análise histórica dos poemas têm feito largo uso desses episódios, na busca de chegar a explicações coerentes a respeito dos modos de operação da sociedade retratada na narrativa. Qual seria o papel das assembléias na sociedade homérica? Qual seria a constituição social do povo presente nessas reuniões? Seria ela conformada aos moldes de uma sociedade de caráter patriarcal ou refletiria as instituições das nascentes póleis arcaicas? Ou seria pura ficção, um amálgama de elementos contraditórios, não retratando uma sociedade que tivesse tido existência fora dos textos? O principal obstáculo para o encaminhamento dessas questões encontra-se na própria natureza dos textos homéricos. Elas são caras à nossa forma de perceber o mundo, mas não encontram eco no texto. Os poemas não apresentam registros que possibilitem respostas precisas para elas. Quando as questões que animam a interpretação buscam a clara delimitação das instâncias organizacionais da sociedade figurada na Ilíada e na Odisséia, a memória preservada, no registro épico da ágora homérica, apresenta-se para nós permeada de ambigüidade e indefinições, que, para serem rompidas, necessitam de esquemas de referências que possibilitem contextos a partir dos quais se possa empreender a análise. No presente trabalho, apresentam-se reflexão sobre a forma como a crítica especializada tem contornado tais problemas de interpretação e proposta de hermenêutica das cenas de assembléia na épica, tendo como fio condutor as questões da conformação da ágora como elemento definidor do estatuto da vida civilizada; da oposição entre assunto público e privado; e da natureza social do povo presente nas assembléias / In Homeric epic poems, the ágora, the assembly of the people, constitutes a privileged space of social interaction. It serves as stage set for portraying important events for plot conduction, both in the Iliad and the Odissey. In scope of Homeric studies, those engaged in historical analysis of the epic poems have made wide use of these episodes in search of coherent explanations, regarding the operational ways of the society portrayed throughout the narrative. Which would be the role of the assemblies in the Homeric society? Which would be the social constitution of the people present in these meetings? Would it be conformed to the moulds of a society of patriarchal character or would it reflect the institutions of the rising archaic pólis? Or would it be pure fiction, an amalgam of contradictory elements, not portraying a society that had had existence out of the texts? The main obstacle for the guiding of these questions meets in the proper nature of the Homeric texts. They are so dear to the way we perceive the world, but they don\'t find any echo in the text. The poems do not present registers that make possible accurate answers for the asked questions. When the questions that liven up the interpretation search the clear delimitation of the organizational instances of the society depicted in the Iliad and in the Odyssey, the memory preserved in the epic register of the Homeric ágora comes out pervaded by ambiguity and unclear settings, that, to be breached, need design of references that make possible contexts from which the analysis can be undertaken. This work presents a reflection on the form as the specialized critic has contoured such problems of interpretation and a proposal of hermeneutics of the assembly scenes in the epic, having as conducting wire the questions related to the conformation of the ágora as defining element of civilized life; the opposition between public and private subject; and the social nature of people present in the assemblies
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Ágora, dêmos e laós: os modos de figuração do povo na assembléia homérica - contradições, ambigüidades e indefinições / Ágora, dêmos e laós: portraits of the people in Homeric assembly - contradictions, ambiguities and unclear settingsAlfredo Julien 18 December 2006 (has links)
Na epopéia homérica, a ágora, a assembléia do povo, constitui espaço privilegiado de interação social, servindo de cenário para a figuração de eventos importantes para a condução da trama, tanto da Ilíada quanto da Odisséia. No âmbito dos estudos homéricos, aqueles que se dedicam à análise histórica dos poemas têm feito largo uso desses episódios, na busca de chegar a explicações coerentes a respeito dos modos de operação da sociedade retratada na narrativa. Qual seria o papel das assembléias na sociedade homérica? Qual seria a constituição social do povo presente nessas reuniões? Seria ela conformada aos moldes de uma sociedade de caráter patriarcal ou refletiria as instituições das nascentes póleis arcaicas? Ou seria pura ficção, um amálgama de elementos contraditórios, não retratando uma sociedade que tivesse tido existência fora dos textos? O principal obstáculo para o encaminhamento dessas questões encontra-se na própria natureza dos textos homéricos. Elas são caras à nossa forma de perceber o mundo, mas não encontram eco no texto. Os poemas não apresentam registros que possibilitem respostas precisas para elas. Quando as questões que animam a interpretação buscam a clara delimitação das instâncias organizacionais da sociedade figurada na Ilíada e na Odisséia, a memória preservada, no registro épico da ágora homérica, apresenta-se para nós permeada de ambigüidade e indefinições, que, para serem rompidas, necessitam de esquemas de referências que possibilitem contextos a partir dos quais se possa empreender a análise. No presente trabalho, apresentam-se reflexão sobre a forma como a crítica especializada tem contornado tais problemas de interpretação e proposta de hermenêutica das cenas de assembléia na épica, tendo como fio condutor as questões da conformação da ágora como elemento definidor do estatuto da vida civilizada; da oposição entre assunto público e privado; e da natureza social do povo presente nas assembléias / In Homeric epic poems, the ágora, the assembly of the people, constitutes a privileged space of social interaction. It serves as stage set for portraying important events for plot conduction, both in the Iliad and the Odissey. In scope of Homeric studies, those engaged in historical analysis of the epic poems have made wide use of these episodes in search of coherent explanations, regarding the operational ways of the society portrayed throughout the narrative. Which would be the role of the assemblies in the Homeric society? Which would be the social constitution of the people present in these meetings? Would it be conformed to the moulds of a society of patriarchal character or would it reflect the institutions of the rising archaic pólis? Or would it be pure fiction, an amalgam of contradictory elements, not portraying a society that had had existence out of the texts? The main obstacle for the guiding of these questions meets in the proper nature of the Homeric texts. They are so dear to the way we perceive the world, but they don\'t find any echo in the text. The poems do not present registers that make possible accurate answers for the asked questions. When the questions that liven up the interpretation search the clear delimitation of the organizational instances of the society depicted in the Iliad and in the Odyssey, the memory preserved in the epic register of the Homeric ágora comes out pervaded by ambiguity and unclear settings, that, to be breached, need design of references that make possible contexts from which the analysis can be undertaken. This work presents a reflection on the form as the specialized critic has contoured such problems of interpretation and a proposal of hermeneutics of the assembly scenes in the epic, having as conducting wire the questions related to the conformation of the ágora as defining element of civilized life; the opposition between public and private subject; and the social nature of people present in the assemblies
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"Aristófanes e Platão: a justiça na pólis". / Aristophane et Platon: la justice dans la polisAna Maria César Pompeu 16 April 2004 (has links)
RÉSUMÉ Notre thèse, intitulée “Aristophane et Platon: la justice dans la polis”, porte sur l’étude de la comédie d’Aristophane, qui est l’expression légitime de la ville démocratique de la Grèce classique, confrontée avec la République de Platon, considérée comme la plus grande oeuvre de philosophie de tous les temps. Tel exercice de comparaison doit perfectionner la compréhension de la comédie d’Aristophane, et même de la philosophie de Platon; car, les deux auteurs étudiés ont été grands penseurs grecs, qui ont fait la lecture critique de la littérature qu’ils ont héritée: la littérature de Grèce classique. Platon, postérieur à Aristophane, a été aussi lecteur critique de son oeuvre. L’introduction présente un sinopsis de l’étude qui est realisé sur les ressemblances formales et de thèmes presentes dans les oeuvres d’Aristophane et de Platon, d’où nous avons déjà choisi des données interpretatives à notre étude. Ensuite, nous expliquons la méthode qui sera appliqué à notre recherche. Ce sont onze chapitres; chacun se réfère à une des onze scènes que nous a léguées Aristophane. Dans ce chapitres, d’abord, nous faisons l’interprétation de l’oeuvre, selon la notre lecture, et nous la confrontons avec l’élaboration de la ville ideále de Platon dans la République. / RESUMO Nossa tese, intitulada “Aristófanes e Platão: por uma pólis mais justa”, consiste no estudo da comédia de Aristófanes, que é a expressão legítima da cidade democrática da Grécia clássica, confrontada com a República de Platão, considerada a maior obra de filosofia política de todos os tempos. Tal exercício de comparação deve aprimorar o entendimento da comédia de Aristófanes, e mesmo da filosofia de Platão. Pois os dois autores ora estudados foram grandes pensadores gregos, que fizeram a leitura crítica da literatura que herdaram: a da Grécia clássica. Platão, sendo posterior a Aristófanes, também foi leitor crítico de sua obra. A introdução apresenta uma sinopse do estudo que se vem fazendo sobre as semelhanças formais e de temas existentes nas obras de Aristófanes e Platão, de onde já selecionamos dados interpretativos para o nosso estudo. Em seguida, explicamos o método que aplicaremos para a nossa investigação. São onze capítulos, cada um referente a uma das onze peças que nos restaram de Aristófanes. Neles, primeiro fazemos a interpretação da obra, segundo a leitura que dela fazemos, confrontando-a com a elaboração da cidade ideal de Platão na República.
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Um deus a céu aberto: Diônisos e a expressão material do teatro na paisagem da pólis na Grécia arcaica e clássica - séc. VI-III a.C. / A God of the open sky: Dionysus and the expression of theatre in the landscape of the polis in archaic and classical Greece - VI-III BCAlmeida, João Estevam Lima de 07 April 2014 (has links)
Na contemporaneidade nenhum deus da Grécia antiga exerce tanto fascínio quanto o deus do vinho, Diônisos. Filho de Zeus e de Sêmele, perseguido por Hera, protegido por Hermes e duas vezes nascido, estranho estrangeiro, veste máscaras, é coroado de hera, senhor da videira, impera nas Antestérias e nas Lenéias, está representado nos textos antigos, em vasos, frisos, frontões e nos legou o lugar de sua identidade, o teatro. O teatro é por excelência o espaço de Diônisos. Livre e libertador, o deus a céu aberto, com o passar do tempo tem para si um espaço singular. A presente pesquisa se detém na arquitetura teatral como uma tecnologia simbólica e sua disposição na paisagem para tentar compreender os códigos implícitos que denotam indícios de uma comunicação não verbal, presente no ambiente construído. Entendemos lugar como um conceito relacional, repositório de sequências e ações que se torna parte da tradição de um povo. Aliamos documentação textual às fontes materiais e, para desenvolver nosso tema, selecionamos um repertório com dezesseis teatros do mundo grego. Na Grécia situam-se nas seguintes cidades: Atenas, Argos, Delfos, Delos, Dodona, Epidauro, Mileto, Priene e Sicione. Na Itália eles estão localizados em Heracleia Minoa, Lócris, Metaponto, Morgantina, Segesta, Siracusa e Taormina. Utilizamos o nosso corpus documental como um registro a revelar aspectos do culto dionisíaco na pólis grega do séc. VI ao III a.C. / In the contemporary world, there is no other ancient Greek god who is found as fascinating as Dionysus, the god of wine. Son of Zeus and Semele, pursued by Hera, protected by Hermes and twice-born, strange foreigner, wearer of masks, crowned with ivy, lord of the vines, he is represented in ancient texts, vases and friezes, and he bequeathed to us the home of his identity: the theatre. The theatre is the Dionysian space par excellence. Liberated and liberating, the god of the open sky, with the passing of time he comes to possess a singular space for himself. This research project focuses on theatrical architecture as a symbolic technology, and on its use within the landscape, with the aim of understanding the implicit codes that denote the indices of a non-verbal communication present in the built environment. Space is understood as a relational concept, a repository of sequences and actions that become part of a people\'s tradition. We will link textual documents to material sources and, in order to develop the subject further, we have made a selection of sixteen theatres in the Greek world. In Greece, they are situated in the following cities: Athens, Argos, Delphi, Delos, Dodona, Epidaurus, Miletus, Priene and Sicione. In Italy, they are located in Heracleia Minoa, Locri, Metaponto, Morgantina, Segesta, Syracuse and Taormina. We will use our body of documents as a register through which to reveal aspects of the Dionysian cult in the Greek polis during the period VI-III BC.
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Um deus a céu aberto: Diônisos e a expressão material do teatro na paisagem da pólis na Grécia arcaica e clássica - séc. VI-III a.C. / A God of the open sky: Dionysus and the expression of theatre in the landscape of the polis in archaic and classical Greece - VI-III BCJoão Estevam Lima de Almeida 07 April 2014 (has links)
Na contemporaneidade nenhum deus da Grécia antiga exerce tanto fascínio quanto o deus do vinho, Diônisos. Filho de Zeus e de Sêmele, perseguido por Hera, protegido por Hermes e duas vezes nascido, estranho estrangeiro, veste máscaras, é coroado de hera, senhor da videira, impera nas Antestérias e nas Lenéias, está representado nos textos antigos, em vasos, frisos, frontões e nos legou o lugar de sua identidade, o teatro. O teatro é por excelência o espaço de Diônisos. Livre e libertador, o deus a céu aberto, com o passar do tempo tem para si um espaço singular. A presente pesquisa se detém na arquitetura teatral como uma tecnologia simbólica e sua disposição na paisagem para tentar compreender os códigos implícitos que denotam indícios de uma comunicação não verbal, presente no ambiente construído. Entendemos lugar como um conceito relacional, repositório de sequências e ações que se torna parte da tradição de um povo. Aliamos documentação textual às fontes materiais e, para desenvolver nosso tema, selecionamos um repertório com dezesseis teatros do mundo grego. Na Grécia situam-se nas seguintes cidades: Atenas, Argos, Delfos, Delos, Dodona, Epidauro, Mileto, Priene e Sicione. Na Itália eles estão localizados em Heracleia Minoa, Lócris, Metaponto, Morgantina, Segesta, Siracusa e Taormina. Utilizamos o nosso corpus documental como um registro a revelar aspectos do culto dionisíaco na pólis grega do séc. VI ao III a.C. / In the contemporary world, there is no other ancient Greek god who is found as fascinating as Dionysus, the god of wine. Son of Zeus and Semele, pursued by Hera, protected by Hermes and twice-born, strange foreigner, wearer of masks, crowned with ivy, lord of the vines, he is represented in ancient texts, vases and friezes, and he bequeathed to us the home of his identity: the theatre. The theatre is the Dionysian space par excellence. Liberated and liberating, the god of the open sky, with the passing of time he comes to possess a singular space for himself. This research project focuses on theatrical architecture as a symbolic technology, and on its use within the landscape, with the aim of understanding the implicit codes that denote the indices of a non-verbal communication present in the built environment. Space is understood as a relational concept, a repository of sequences and actions that become part of a people\'s tradition. We will link textual documents to material sources and, in order to develop the subject further, we have made a selection of sixteen theatres in the Greek world. In Greece, they are situated in the following cities: Athens, Argos, Delphi, Delos, Dodona, Epidaurus, Miletus, Priene and Sicione. In Italy, they are located in Heracleia Minoa, Locri, Metaponto, Morgantina, Segesta, Syracuse and Taormina. We will use our body of documents as a register through which to reveal aspects of the Dionysian cult in the Greek polis during the period VI-III BC.
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Formas políticas e urbanismo grego: a arquitetura monumental como representação do poder entre os séculos VI e IV a.C. / Political forms and Greek urbanism: the monumental architecture as a representation of power between 6th and 4th centuries BCLemos, Gláucia Gajardoni de 11 February 2016 (has links)
Esta pesquisa pretende examinar a consolidação de formas urbanísticas e arquitetônicas como representação do espaço político na Grécia antiga. O objetivo central é o de analisar em que medida o poder político - ou seu formato - interfere no disciplinamento do espaço, especialmente no que se refere à incorporação da ideologia tirânica nas grandes obras monumentais do Ocidente grego. Assim, os dados reunidos acerca da monumentalização do espaço primordialmente de Atenas, na Península Balcânica, e de Siracusa, na Sicília, entre os séculos VI e IV a.C., nos servirão para delimitar um quadro comparativo entre as diferentes formas de organização política e social e o planejamento urbano dessas poleis, de modo a elucidar a chamada paisagem do poder. Em tempo, dados de outras poleis como as de Metaponto, Camarina, Himera, Tasos e Cirene serão incorporados ao conjunto estudado de sorte a dar maior densidade às conclusões esperadas. Para tanto, far-se-á uso de referências metodológicas pertencentes à Arqueologia da Paisagem e critérios inspirados na linha de pesquisa desenvolvida por Amos Rapoport que lida com a questão da especialização do espaço como marca de \"complexificação\" das sociedades. / This research aims to examining the consolidation of urban and architectural forms as a representation of Greek political space. The central goal is analyze how political power - or its format - interferes in the disciplining of space, especially with regard to the incorporation of tyrannical ideology in large monumental buildings of the Greek West. Thus, the data gathered about the monumentalization primarily of two Greek cities (Athens and Syracuse), between 6th and 4th centuries BC, serve to delimit a comparative analyse between different forms of political organization and social and urban planning, in order to elucidate the landscape of power. In time, data from other poleis as Metaponto, Kamarina, Himera, Tasos and Cyrene will be incorporated to give more density to the expected conclusions. For that, use will be made of the methodology pertaining to the Landscape Archaeology and criteria inspired by the line of research developed by Amos Rapoport dealing with the issue of specialization of space as a feature of complex societies.
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Os santuários de Hera enquanto elementos do espaço políade / The sanctuaries of the goddess Hera as elements of ho polis spaceDiniz, Silvana 06 July 2011 (has links)
As últimas décadas têm testemunhado contínuos debates acerca dos papéis que os santuários desempenhavam para a formação e desenvolvimento das pólis e das comunidades gregas em geral. As políticas de posicionamento dos santuários, questão esta vinculada com as motivações e interesses para uma dada divindade ser cultuada em determinado local, têm sido objetos de várias discussões. Assim, selecionamos um grupo de santuários dedicados a Hera (chamados Heraia/ sing. Heraion), de modo a analisá-los enquanto contextualizados nas respectivas comunidades a que cada um pertencia, dentro de um recorte cronológico que vai do séc. VIII ao séc. V. Os Heraia em questão situam-se em Samos, Corinto (Peracora), Argos, Metaponto, Crotona, Poseidônia e Selinonte. Para a condução da pesquisa, focalizamos as funções dos santuários de Hera e as esferas de atuação da deusa em relação às pólis pertinentes. Igualmente, consideramos os aspectos espaciais dos Heraia e das pólis. Enfim, procedemos à comparação com base em alguns critérios gerais que escolhemos. Valemo-nos de uma ampla variedade de documentação, sobretudo arqueológica, não desconsiderando, entretanto, as contribuições que os textos antigos puderam trazer. O estudo dos Heraia que realizamos permitiu que constatássemos, a partir de casos específicos, a multiplicidade de funções e papéis dos santuários no mundo grego. Enfim, nossa pesquisa contribuiu para entender o culto de uma divindade como fenômeno histórico engastado em práticas sociais. / The past decades have witnessed ongoing debates on the roles Greek sanctuaries exerted on the formation and development of the polis and the Greek communities in general. Sanctuary placement policies- an issue that is also related to the motivations and interests backing the location of the cult to a given deity- are also themes that have drawn the attention of several scholars. Thus we picked a group of sanctuaries dedicated to Hera (called Heraia/ sing. Heraion), so as to analise them as contextualised and embedded in their respective communities to which they belonged, within a period that goes from the VIII century up to the V century. The Heraia in question were located in Samos, Corynth (Perachora), Argos, Metaponto, Croton, Poseidonia and Selinonte. In order to carry out this research, we focused on the functions of Hera´s sanctuaries as well as on the the actuation spheres of this goddess as far as the polis are concerned. Likewise, we payed due regard for the spatial aspects of the Heraia. Finally, we proceeded to a comparison according to some criteria we selected. We made use of a broad range of documentation, especially archaeological sources, also considering the contributions the ancient texts could make. The study of the sanctuaries of Hera we conducted enabled us to notice the multiplicity of functions and roles of sanctuaries across the Greek world. Therefore, our research contributed to the understanding of the cult of a Greek deity as a historical phenomenon embedded in social practices.
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A expansão urbanística de Siracusa nos séculos VI e V a.C. / The Urban Expansion of Syracuse in sixth and fifth centuries BCHora, Juliana Figueira da 07 February 2013 (has links)
Esta pesquisa tem como objetivo analisar o papel dos governos tirânicos siracusanos na reestruturação urbanística desta cidade, fundada pelos gregos em meados do século VII a.C. Para tanto, vamos explorar em fontes escritas autores que relatam aspectos importantes da Sicília, são eles : Diodoro Sículo, principal referência para Siracusa, Heródoto, Tucídides, Estrabão, Cícero, Políbio, Píndaro e Pausânias. Trabalhamos com o levantamento dos dados arqueológicos nas áreas importantes da pólis (ásty e khóra), bem como nas suas sub-colônias, com a finalidade de compreender o seu espaço urbano, seu dinamismo de expansão desde a fundação até o século V a.C e sua monumentalidade. O confronto entre o documento escrito e o documento material, metodologia do trabalho, será a base para que compreendamos melhor as relações políticas, sociais, econômicas e espaciais. Os remanejamentos compulsórios de populações promovidos pelos tiranos são analisados no contexto das mudanças observadas no espaço da pólis siracusana. / This research has the objective to analyse the influence of the tyrannical governments of Syracuse in the urbanistic restructuration of this city, founded by Greeks in the middle of VII century B.C. For so, we are going to explore the written sources for writers who tells important aspects of Sicily. They are: Diodoro Sículo, first reference for Siracuse, Heródoto, Tucídides, Estrabão, Cícero, Políbio, Píndaro and Pausânias. We\'ve been working with the archeological data at the very important areas in the \"polis\" (ásty and khora), and the sub-colonies, with the objective of understanding the urban space, its dynamism of expansion since the foundation until the V century B.C. and its monumentality. The confrontation between the written and the material source, methodology of work, will be the base for better understanding the political, social, economic and spacial relations. The compulsory populational reallocations made by the tyrants are analysed in the context of the changes observed at the syracusean \"polis\".
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Khóra e Ásty nas pólis gregas do Ocidente: o caso de Selinonte / Khora and Asty in the western greek poleis: SelinusCustodio, Christiane Teodoro 08 March 2012 (has links)
Esta pesquisa tem como objetivo analisar o desenvolvimento urbanístico de Selinonte desde a implantação do assentamento colonial em meados do século VII a.C. na costa ocidental da Sicília até o final do século VI a.C. focalizando especialmente a especialização dos espaços que compõem a khóra e a ásty desta pólis. Interessa-nos sobretudo compreender os mecanismos de apropriação de territórios e estratégias de reivindicação de soberania de áreas conquistadas mediante projeção de uma paisagem de poder. As mudanças na inscrição de espaços sagrados da paisagem, a definição das áreas de habitação e necrópoles e por fim o traçado da malha urbana são os dados materiais fundamentais desta pesquisa. Posteriormente opera-se uma analise que contrasta elementos da urbanística das pólis Mégara Hibléia e Mégara Nisea, tidas como cidades-mãe de Selinonte a fim de compreender possíveis replicações de paisagem urbana e respectiva importância para o desenvolvimento da pólis colonial. / This research aims to analyze the urban development of Selinus in a period that goes from the mid-7th Century BC, with the beginning of the colonial settlement on the Western coast of Sicily, until the end of the 6th Century BC, focusing the specialization of the spaces that compound the khóra and the ásty of this polis. Our main intention is to understand the mechanisms of appropriation of territories as well as the strategies of sovereignty claim in conquered areas through the projection of a landscape of power. The changes on the inscription of sacred spaces, the urban landscape and the definition of inhabitation and necropolis areas are the fundamental material data of this research. Thereafter, we follow with a contrastive analyses of the poleis Megara Hyblaea and Megara Nisaea, seen as mother-cities of Selinunte, in order to understand possible replications of the urban landscape and its respective importance to the development of the colonial polis.
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"Aristófanes e Platão: a justiça na pólis". / Aristophane et Platon: la justice dans la polisPompeu, Ana Maria César 16 April 2004 (has links)
RESUMO Nossa tese, intitulada “Aristófanes e Platão: por uma pólis mais justa”, consiste no estudo da comédia de Aristófanes, que é a expressão legítima da cidade democrática da Grécia clássica, confrontada com a República de Platão, considerada a maior obra de filosofia política de todos os tempos. Tal exercício de comparação deve aprimorar o entendimento da comédia de Aristófanes, e mesmo da filosofia de Platão. Pois os dois autores ora estudados foram grandes pensadores gregos, que fizeram a leitura crítica da literatura que herdaram: a da Grécia clássica. Platão, sendo posterior a Aristófanes, também foi leitor crítico de sua obra. A introdução apresenta uma sinopse do estudo que se vem fazendo sobre as semelhanças formais e de temas existentes nas obras de Aristófanes e Platão, de onde já selecionamos dados interpretativos para o nosso estudo. Em seguida, explicamos o método que aplicaremos para a nossa investigação. São onze capítulos, cada um referente a uma das onze peças que nos restaram de Aristófanes. Neles, primeiro fazemos a interpretação da obra, segundo a leitura que dela fazemos, confrontando-a com a elaboração da cidade ideal de Platão na República. / RÉSUMÉ Notre thèse, intitulée “Aristophane et Platon: la justice dans la polis”, porte sur l’étude de la comédie d’Aristophane, qui est l’expression légitime de la ville démocratique de la Grèce classique, confrontée avec la République de Platon, considérée comme la plus grande oeuvre de philosophie de tous les temps. Tel exercice de comparaison doit perfectionner la compréhension de la comédie d’Aristophane, et même de la philosophie de Platon; car, les deux auteurs étudiés ont été grands penseurs grecs, qui ont fait la lecture critique de la littérature qu’ils ont héritée: la littérature de Grèce classique. Platon, postérieur à Aristophane, a été aussi lecteur critique de son oeuvre. L’introduction présente un sinopsis de l’étude qui est realisé sur les ressemblances formales et de thèmes presentes dans les oeuvres d’Aristophane et de Platon, d’où nous avons déjà choisi des données interpretatives à notre étude. Ensuite, nous expliquons la méthode qui sera appliqué à notre recherche. Ce sont onze chapitres; chacun se réfère à une des onze scènes que nous a léguées Aristophane. Dans ce chapitres, d’abord, nous faisons l’interprétation de l’oeuvre, selon la notre lecture, et nous la confrontons avec l’élaboration de la ville ideále de Platon dans la République.
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