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Reconstrução paleolimnológica do lago de Tota - Colômbia - durante o holocenoVargas, Angélica Yohana Cardozo 02 August 2013 (has links)
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Cardozo-Vargas_Dissertação_2011.pdf: 1507080 bytes, checksum: 6e8648483ad08f03af72a974e3d92197 (MD5) / Cnpq / Ecossistemas podem ser vistos como uma rede quase infinita de interações entre componentes bióticos e abióticos, equilibrada entre fatores internos e externos direcionadores do ambiente, fatores estes que condicionam a dinâmica do sistema (Birks e Birks 2006). O entendimento da dinâmica atual dos ecossistemas se torna mais completa quando se considera a história evolutiva do sistema, usando, para isto, técnicas paleolimnológicas (estudo dos sedimentos lacustres), que oferecem a oportunidade de reconstruir, historicamente, as respostas dos lagos às mudanças ambientais, entre elas aquelas decorrentes de atividades naturais como erupções vulcânicas, variações na radiação solar, e das atividades humanas, tais como erosão induzidas por desflorestamento, eutrofização e acidificação (Stoermer e Smol 1999; Smol 2002; Cohen 2003; Le Treu et al. 2007), as quais afetam a maioria dos aspectos do funcionamento dos lagos (Birks e Birks 2006; Lotter e Birks 2003).
As respostas às mudanças ambientais podem ser obtidas a partir de vários indicadores, tais como: anéis de crescimento de árvores, espeleotemas (Partin et al. 2008), e testemunhos, nos quais se estudam, biologicamente, alguns organismos, tais como crisófitas (Facher e Schmidt 1996), radiolários (Morley 1979), quironomídeos (Little e Smol 2001), foraminíferos (Hutson1978), pólen (Bryson e Kutzbach1974), ostrácodos (Mourguiart e Carbonel 1994) e diatomáceas (Abrantes et al. 2007; Stoermer e Smol 1999), bem como a partir das características físicas e químicas dos sedimentos (Lotter et al. 1997, Lotter et al. 1998; Bigler et al. 2006). Nos ambientes lacustres, as diatomáceas preservadas nos sedimentos têm sido utilizadas para obter informações sobre o ambiente passado dos lagos e da bacia de captação dos mesmos tais como: temperatura da água do lago (Pienitz et al. 1995), salinidade (Fritz et al. 1999), concentração de nutrientes (Lotter et al. 1998) e pH (Battarbee et al 1999) fatores que podem, algumas vezes, ser vinculados às mudanças no clima (Pienitz et al. 2000) .
Os indicadores biológicos ajudam, por exemplo, a reconstruir mudanças na quantidade e disponibilidade da água, que, por sua vez, estão relacionadas com o equilíbrio entre precipitação e evaporação (P/E); períodos mais úmidos estão associados a níveis mais elevados dos lagos e um tempo de residência menor, enquanto níveis mais baixos estão relacionados às características opostas (Wolin e Duthie 1999). A mudança no balanço P/E influencia a estrutura dos habitas marginais, a redistribuição dos sedimentos, a composição iônica e a salinidade do corpo da água, a disponibilidade de nutrientes, além de afetar os processos biogeoquímicos, tais como as taxas de intemperização de minerais, produção de carbono orgânico dissolvido e alcalinidade. Estas, por sua vez, afetam os atributos (composição, abundância e diversidade) das comunidades biológicas que habitam nos lagos (Battarbee 2000; Barker et al.1994). As flutuações no balanço da P/E também têm impactos nas sociedades humanas, e estes são sentidos em escala regional e local, principalmente (Salzmann et al. 2009). Estes são potencialmente negativos em diversos setores, tais como a disponibilidade da água para o consumo humano, a agricultura, a silvicultura, a pesca e a produção de energia (Barnett et al. 2005; Magrin et al. 2007; Villalba et al. 2009). Os impactos das alterações climáticas são múltiplos e multidimensionais, portanto é importante entender os processos e programar medidas de mitigação, reduzindo a vulnerabilidade dos sistemas naturais e da sociedade humana (IPCC 2007; Salzmann et al. 2009). Os estudos paleolimnológicos são importantes na determinação de quando, onde e como o clima variou durante o Holoceno, e quando as condições globais foram semelhantes às atuais (Abbott et al. 2000).
Na América do Sul, a maioria das economias regionais e locais são essencialmente baseadas nos recursos naturais, além disso, as catástrofes climáticas, secas e inundações, relacionados aos fenômenos El Niño são cada vez mais impactantes no continente (Magrin et al. 2007). Apesar da reconhecida fragilidade da região andina (IPCC, 2007), as pesquisas sobre as variações climáticas a partir dos estudos de sedimentos lacustres são escassas e pontuais na região (Villalba et al. 2009), pois estes estudos têm se concentrado na Europa, África, Ásia e América do Norte, principalmente, e com menos intensidade na Oceania e Américas, Central e do Sul (Barker 2000; Viau e Gajewski 2001; Villalba et al. 2009; Wanner et al. 2008). Na América do Sul, estudos sobre reconstruções paleolimnológicas aumentaram na última década (Abbott et al. 1997, 2000; Baker et al. 2001a, 2001b; Borromei et al.2009; Cross et al. 2001; Ekdahl et al. 2008; Fey et al. 2009; Haberzettl et al.2005; Hillyer et al. 2009; Markgraf et al. 2003; Mayr et al. 2005; Rodbell et al. 1999; Rowe et al. 2002; Seltzer et al. 2000, 2002; Sifeddine et al. 2003; 2004; 2011; Tapia et al. 2006; Viau e Gajewski 2001; Villalba et al. 2009; Von Gunten et al. 2009; Wille et al. 2007; Wolfe et al. 2001).
Os estudos paleolimnológicos na Colômbia têm sido tradicionalmente baseados na análise de perfis polínicos do Quaternário no altiplano da savana de Bogotá, Llanos Orientais, e Amazônia (Behling e Hooghiemstra 1998, 1999, 2000; Van der Hammen e Hooghiemstra 2000; Van‟t Veer et al. 2000; Wille et al. 2003). Mais recentemente foram
desenvolvidos estudos sobre as diatomáceas como indicadores paleambientais (Vélez et al.
2001; 2003, 2005a,b; 2006).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a evolução paleolimnológica (pH e estado
trófico) e paleohidrológicas (balanço P/E) milenares do lago de Tota a partir das alterações das assembléias das diatomáceas e das características do sedimento (granulometria, geoquímica elementar e isotópica ). / Salvador
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Contribuições à paleontologia de Terópodes não-avianos do Mesocretáceo do Nordeste do BrasilSales, Marcos André Fontenele January 2017 (has links)
A Região Nordeste do Brasil apresenta um importante registro fóssil de dinossauros mesocretáceos, especialmente do clado Theropoda, popularmente referidos como terópodes. A quase totalidade dos espécimes é oriunda de dois depósitos sedimentares, a Formação Romualdo, Albiano da Bacia do Araripe, e a Formação Alcântara, Cenomaniano da Bacia de São Luís-Grajaú. A presente tese apresenta o estado da arte referente aos terópodes não-avianos das formações supracitadas, contextualizando-os do ponto de vista paleogeográfico e paleoecológico. A revisão dos principais achados é acompanhada por resultados inéditos obtidos pelo pós-graduando ao longo de seu Doutorado, dos quais os principais estão sumarizados a seguir: (1) a obtenção de evidência estatística para a associação positiva entre espinossaurídeos e paleoambientes costeiros; (2) o primeiro registro inequívoco do táxon Abelisauridae na Formação Alcântara; (3) o reconhecimento de uma distinção faunística entre a diversidade dinossauriana das formações Romualdo e Alcântara; (4) a identificação das coroas dentárias maxilares do espinossaurídeo Irritator challengeri; (5) a obtenção de uma nova hipótese para as relações filogenéticas entre os espinossaurídeos brasileiros e os demais táxons. Estes resultados, acompanhados de outros, possuem implicações taxonômicas, evolutivas, paleobiogeográficas e paleoecológicas. Por exemplo, a maior abundância de somatofósseis de espinossaurídeos nas formações mencionadas provavelmente está relacionada à associação positiva entre estes terópodes e os paleoambientes costeiros. Por outro lado, a identificação das coroas dentárias maxilares de I. challengeri, em conjunto com os resultados cladísticos, permitiram a reapreciação de detalhes relativos à evolução das narinas externas de espinossaurídeos, bem como a refutação da hipótese de que o holótipo desta espécie é parte do mesmo espécime do holótipo de Angaturama limai. Ademais, a análise cladística realizada sugere que o clado Baryonychinae não é monofilético. Por fim, o reconhecimento da presença de abelissaurídeos na Formação Alcântara está de acordo com a abundância deste táxon em depósitos sedimentares gondwânicos durante o mesocretáceo, reforçando as semelhanças existentes com os depósitos mesocretáceos africanos, ao mesmo tempo em que salienta as diferenças entre esta unidade e a Formação Romualdo quanto à diversidade de dinossauros. Isto sugere que a fauna dinossauriana da América do Sul era mais heterogênea do que previamente assumido por outros autores, o que deve ser levado em consideração quando de análises futuras de similaridade de faunas. No entanto, a despeito do que já se conhecia e dos novos dados aportados por esta tese, muitas outras questões ainda permanecem por serem investigadas mais a fundo. Desta forma, esta contribuição se constitui em um passo adicional – porém nunca definitivo – no propósito de expandir o conhecimento sobre os terópodes não-avianos do mesocretáceo do Nordeste do Brasil. / The northeastern Brazil has yielded an important fossil record of Mid- Cretaceous dinosaurs, especially the clade Theropoda. Almost all specimens come from two fossiliferous deposits, the Romualdo Formation, Albian of the Araripe Basin, and the Alcântara Formation, Cenomanian of the São Luis-Grajaú Basin. This thesis presents the state of the art relative to the nonavian theropods from the aforementioned formations, contextualizing them paleobiogeographically and paleoecologically. The review of the findings is followed by the inedit results gathered by the PhD candidate during his Doctorate, among which the main ones are summarized below: (1) the obtention of statistical evidence of the positive association between spinosaurids and coastal paleoenvironments; (2) the first unequivocal record of Abelisauridae from the Alcântara Formation; (3) the recognition of a faunal distinction between the dinosaur diversity of the Alcântara and Romualdo formations; (4) the identification of the maxillary tooth crowns of the spinosaurid Irritator challengeri; (5) the obtention of a new hypothesis of the phylogenetic relationships between the Brazilian spinosaurids and the other taxa. These results, along with others, have taxonomic, evolutionary, paleobiogeographic and paleoecological implications. For example, the greater abundance of spinosaurid body fossils in the those formations are likely related to the positive association between these theropods and coastal paleoenvironments. On the other hand, the identification of the maxillary tooth crowns of I. challengeri, along with the cladistic results, enabled the reanalysis of some details of the evolution of the external nares of spinosaurids, as well as the refutation of the hypothesis of the holotypes of this species and Angaturama limai belonging to the same specimen. Furthermore, the cladistic analysis suggests that Baryonychinae is not monophyletic. Finally, the record of abelisaurids from the Alcântara Formation is in agreement with the abundance of this taxon in Gondwanan deposits during the mid-Cretaceous, which strengthens the similarities with African mid-Cretaceous deposits, whereas it emphasizes the differences in dinosaur diversity between this unity and the Romualdo Formation. This suggests that the dinosaur fauna of South America was more heterogeneous than previously assumed by other authors, which must be taken into account by future analyses of similarities. Despite what was previously known and the new findings provided by this thesis, many other issues are still to be further investigated. Thus, this contribution is actually an additional step – although not the definite one – towards the expansion of the knowledge on mid-Cretaceous nonavian theropods from northeastern Brazil.
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Um novo e peculiar cinodonte traversodontídeo para o triássico médio do rio grande do sul e suas implicações para a paleoecologia de cynodontiaReichel, Miriam January 2006 (has links)
A falta de consenso acerca da filogenia dos cinodontes parece sugerir que muitas das características usadas para estabelecer hipóteses filogenéticas para os mesmos podem representar convergências adaptativas, decorrentes da grande diversificação deste grupo ao longo do Triássico. Apesar da separação entre Probainognathia e Cynognathia, um mosaico de caracteres primitivos e derivados ocorre em ambos os clados, dificultando a interpretação de suas relações filogenéticas. A mesma situação ocorre dentro da Família Traversodontidae (Cynognathia), onde algumas formas (e.g. Exaeretodon), em algumas análises, aparecem mais próximas aos mamíferos do que muitos Probainognathidae. A descrição de uma nova forma de traversodontídeo, aqui apresentada, fornece dados adicionais para esta discussão, especialmente do ponto de vista da paleoecologia. No crânio do novo táxon, o desgaste dos póscaninos, a morfologia do quadrado e a expansão antero-posterior das fossas paracaninas indicam um movimento postero-dorsal da mandíbula e uma oclusão bastante precisa, que poderia ser empregada na maceração de plantas No pós-crânio, a lâmina ilíaca e as costelas apresentam protuberâncias ósseas semiglobulares ao longo de sua borda dorsal. A lâmina ilíaca apresenta ainda uma área ampla para origem de músculos, as vértebras da região lombar são fusionadas e as costelas apresentam placas costais, similares às presentes em Thrinaxodon, Cynognathus e Diademodon. Este reforço ósseo na região lombar indica que este traversodontídeo tinha uma estrutura forte o bastante para suportar uma postura mais ereta nos membros posteriores. As protuberâncias nas costelas e ílio indicam uma adaptação extrema, provavelmente relacionada à defesa contra predadores ou hábitos sociais (disputas intra-específicas). A oclusão dentária precisa e a postura ereta dos membros posteriores são características derivadas do novo táxon que reforçam a idéia de que algumas características “mamalianas” surgiram bastante anteriormente à origem dos mamíferos (e mais de uma vez entre os cinodontes não-mamalianos). Por outro lado, a morfologia dentária e a presença de placas costais são caracteres primitivos, confirmando o padrão em mosaico da evolução do grupo.
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Contribuições à paleontologia de Terópodes não-avianos do Mesocretáceo do Nordeste do BrasilSales, Marcos André Fontenele January 2017 (has links)
A Região Nordeste do Brasil apresenta um importante registro fóssil de dinossauros mesocretáceos, especialmente do clado Theropoda, popularmente referidos como terópodes. A quase totalidade dos espécimes é oriunda de dois depósitos sedimentares, a Formação Romualdo, Albiano da Bacia do Araripe, e a Formação Alcântara, Cenomaniano da Bacia de São Luís-Grajaú. A presente tese apresenta o estado da arte referente aos terópodes não-avianos das formações supracitadas, contextualizando-os do ponto de vista paleogeográfico e paleoecológico. A revisão dos principais achados é acompanhada por resultados inéditos obtidos pelo pós-graduando ao longo de seu Doutorado, dos quais os principais estão sumarizados a seguir: (1) a obtenção de evidência estatística para a associação positiva entre espinossaurídeos e paleoambientes costeiros; (2) o primeiro registro inequívoco do táxon Abelisauridae na Formação Alcântara; (3) o reconhecimento de uma distinção faunística entre a diversidade dinossauriana das formações Romualdo e Alcântara; (4) a identificação das coroas dentárias maxilares do espinossaurídeo Irritator challengeri; (5) a obtenção de uma nova hipótese para as relações filogenéticas entre os espinossaurídeos brasileiros e os demais táxons. Estes resultados, acompanhados de outros, possuem implicações taxonômicas, evolutivas, paleobiogeográficas e paleoecológicas. Por exemplo, a maior abundância de somatofósseis de espinossaurídeos nas formações mencionadas provavelmente está relacionada à associação positiva entre estes terópodes e os paleoambientes costeiros. Por outro lado, a identificação das coroas dentárias maxilares de I. challengeri, em conjunto com os resultados cladísticos, permitiram a reapreciação de detalhes relativos à evolução das narinas externas de espinossaurídeos, bem como a refutação da hipótese de que o holótipo desta espécie é parte do mesmo espécime do holótipo de Angaturama limai. Ademais, a análise cladística realizada sugere que o clado Baryonychinae não é monofilético. Por fim, o reconhecimento da presença de abelissaurídeos na Formação Alcântara está de acordo com a abundância deste táxon em depósitos sedimentares gondwânicos durante o mesocretáceo, reforçando as semelhanças existentes com os depósitos mesocretáceos africanos, ao mesmo tempo em que salienta as diferenças entre esta unidade e a Formação Romualdo quanto à diversidade de dinossauros. Isto sugere que a fauna dinossauriana da América do Sul era mais heterogênea do que previamente assumido por outros autores, o que deve ser levado em consideração quando de análises futuras de similaridade de faunas. No entanto, a despeito do que já se conhecia e dos novos dados aportados por esta tese, muitas outras questões ainda permanecem por serem investigadas mais a fundo. Desta forma, esta contribuição se constitui em um passo adicional – porém nunca definitivo – no propósito de expandir o conhecimento sobre os terópodes não-avianos do mesocretáceo do Nordeste do Brasil. / The northeastern Brazil has yielded an important fossil record of Mid- Cretaceous dinosaurs, especially the clade Theropoda. Almost all specimens come from two fossiliferous deposits, the Romualdo Formation, Albian of the Araripe Basin, and the Alcântara Formation, Cenomanian of the São Luis-Grajaú Basin. This thesis presents the state of the art relative to the nonavian theropods from the aforementioned formations, contextualizing them paleobiogeographically and paleoecologically. The review of the findings is followed by the inedit results gathered by the PhD candidate during his Doctorate, among which the main ones are summarized below: (1) the obtention of statistical evidence of the positive association between spinosaurids and coastal paleoenvironments; (2) the first unequivocal record of Abelisauridae from the Alcântara Formation; (3) the recognition of a faunal distinction between the dinosaur diversity of the Alcântara and Romualdo formations; (4) the identification of the maxillary tooth crowns of the spinosaurid Irritator challengeri; (5) the obtention of a new hypothesis of the phylogenetic relationships between the Brazilian spinosaurids and the other taxa. These results, along with others, have taxonomic, evolutionary, paleobiogeographic and paleoecological implications. For example, the greater abundance of spinosaurid body fossils in the those formations are likely related to the positive association between these theropods and coastal paleoenvironments. On the other hand, the identification of the maxillary tooth crowns of I. challengeri, along with the cladistic results, enabled the reanalysis of some details of the evolution of the external nares of spinosaurids, as well as the refutation of the hypothesis of the holotypes of this species and Angaturama limai belonging to the same specimen. Furthermore, the cladistic analysis suggests that Baryonychinae is not monophyletic. Finally, the record of abelisaurids from the Alcântara Formation is in agreement with the abundance of this taxon in Gondwanan deposits during the mid-Cretaceous, which strengthens the similarities with African mid-Cretaceous deposits, whereas it emphasizes the differences in dinosaur diversity between this unity and the Romualdo Formation. This suggests that the dinosaur fauna of South America was more heterogeneous than previously assumed by other authors, which must be taken into account by future analyses of similarities. Despite what was previously known and the new findings provided by this thesis, many other issues are still to be further investigated. Thus, this contribution is actually an additional step – although not the definite one – towards the expansion of the knowledge on mid-Cretaceous nonavian theropods from northeastern Brazil.
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Um novo e peculiar cinodonte traversodontídeo para o triássico médio do rio grande do sul e suas implicações para a paleoecologia de cynodontiaReichel, Miriam January 2006 (has links)
A falta de consenso acerca da filogenia dos cinodontes parece sugerir que muitas das características usadas para estabelecer hipóteses filogenéticas para os mesmos podem representar convergências adaptativas, decorrentes da grande diversificação deste grupo ao longo do Triássico. Apesar da separação entre Probainognathia e Cynognathia, um mosaico de caracteres primitivos e derivados ocorre em ambos os clados, dificultando a interpretação de suas relações filogenéticas. A mesma situação ocorre dentro da Família Traversodontidae (Cynognathia), onde algumas formas (e.g. Exaeretodon), em algumas análises, aparecem mais próximas aos mamíferos do que muitos Probainognathidae. A descrição de uma nova forma de traversodontídeo, aqui apresentada, fornece dados adicionais para esta discussão, especialmente do ponto de vista da paleoecologia. No crânio do novo táxon, o desgaste dos póscaninos, a morfologia do quadrado e a expansão antero-posterior das fossas paracaninas indicam um movimento postero-dorsal da mandíbula e uma oclusão bastante precisa, que poderia ser empregada na maceração de plantas No pós-crânio, a lâmina ilíaca e as costelas apresentam protuberâncias ósseas semiglobulares ao longo de sua borda dorsal. A lâmina ilíaca apresenta ainda uma área ampla para origem de músculos, as vértebras da região lombar são fusionadas e as costelas apresentam placas costais, similares às presentes em Thrinaxodon, Cynognathus e Diademodon. Este reforço ósseo na região lombar indica que este traversodontídeo tinha uma estrutura forte o bastante para suportar uma postura mais ereta nos membros posteriores. As protuberâncias nas costelas e ílio indicam uma adaptação extrema, provavelmente relacionada à defesa contra predadores ou hábitos sociais (disputas intra-específicas). A oclusão dentária precisa e a postura ereta dos membros posteriores são características derivadas do novo táxon que reforçam a idéia de que algumas características “mamalianas” surgiram bastante anteriormente à origem dos mamíferos (e mais de uma vez entre os cinodontes não-mamalianos). Por outro lado, a morfologia dentária e a presença de placas costais são caracteres primitivos, confirmando o padrão em mosaico da evolução do grupo.
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A evolução dos Metatheria: sistemática, paleobiogeografia, paleoecologia e implicações paleoambientaisCARNEIRO, Leonardo de Melo 06 March 2017 (has links)
Submitted by Pedro Barros (pedro.silvabarros@ufpe.br) on 2018-07-03T22:03:30Z
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Previous issue date: 2017-03-06 / FACEPE / Os marsupiais sul-americanos, dentre os quais se incluem os atuais “gambás” e “cuícas”, consistiram em dos grupos de mamíferos de maior diversidade no Paleogeno sul-americano. A literatura apresenta diversos estudos que enfocam na sistemática e paleobiogeografia dos taxa sul-americanos, entretanto, poucos apresentam resultados bem suportados. Essa incerteza sistemática resultou na análise de quase todas as famílias já descritas para a linhagem dos marsupiais (excluindo as quatro ordens endêmicas do continente Australiano) com o intuito de validar as características consideradas diagnósticas para as mesmas. Os resultados mostram que os Metatheria sul-americanos originaram-se durante o Cretáceo Inicial na América do Norte. A filogenia demonstrou que as grandes linhagens de Metatheria já haviam se diversificado na América do Norte antes da chegada à América do Sul, entretanto foi neste continente que a linhagem atingiu a sua maior diversidade. A provável rota de chegada a América do Sul envolveu a região do Caribe e América Central, constituindo os arcos-de-ilha e as regressões marinhas importantes fatores ambientais para a evolução do grupo. A paleoecologia do grupo demonstrou que os Metatheria sul-americanos evoluíram para ocupar diferentes nichos tróficos durante todo o Paleogeno-Neogeno, estando sua maior diversidade relacionada ao Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno (MTPE). A redução das temperaturas globais durante o início do Oligoceno foi provavelmente o principal evento de extinção para a maioria das linhagens no Hemisfério Sul. / The South American marsupials, which include the extant opossums, represented a diverse group in South America during the Paleogene. Most published studies focus on systematic and paleobiogeography of South American taxa, however, few present consistent results. This problematic resulted on the analysis of almost all described families of marsupials (excluding Australidelphia four endemic orders), in order to validate the characters considered as diagnostic for them. The results demonstrate that South American metatherians evolved in North America since Early Cretaceous, with almost all major lineages present in North America prior to the arrival in South America; nevertheless, the lineage reached its major diversity in the last continent. The probable dispersal rout was the Caribbean Plate, with ‘aves ridge’ and sea-level regressions during the Late Cretaceous representing important environmental events for the evolution of this group. The paleoecology demonstrated that South American taxa evolved to occupy different trophic niches during Paleogene and Neogene, with the greater diversity being recorded during the Paleocene-Eocene Thermal Maximum (PETM). The global cooling during the early Oligocene probably was the main environmental event for the extinction of the majority of Southern lineages.
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Mudanças paleoambientais na região dos cerrados do Planalto Central durante o Quaternário tardio: o estudo da Lagoa Bonita, DF / Not available.Maira Barberi 16 August 2001 (has links)
A presente pesquisa versa sobre a evolução paeloambiental, principlamente paleoclimática, no decorrer do Pleistoceno tardio - Holoceno, de uma área atualmente recoberta por cerrados, localizada no Planalto Central Brasileiro, a nordeste do Distrito Federal. As interpretações paleoecológicas foram baseadas nas análises palinológica e mineralógica do sedimento contido em um testemunho de sondagem obtido na seqüência estratigráfica depositada na Lagoa Bonita, DF. As datações radiocarbônicas permitiram estabelecer as idades das diferentes fases da sedimentação e o início de formação da lagoa, há aproximadamente 26.000 anos AP - Antes do Presente (idade extrapolada). A análise palinológica, baseada em diagramas de porcentagem e de concentração dos palinomorfos preservados no sedimento, permitiu estabelecer, através de procedimentos estatísticos, sete ecozonas que evidenciam modificações na composição e distribuição da vegetação durante o Quaternário tardio - Holoceno, provocadas provavelmente por mudanças paleoclimáticas. A análise mineralógica por difratometria de raios-X, possibilitou a identificação dos argilominerais, complementando as informações palinológicas, principalmente em intervalos onde não há registro de palinomorfos. Esta abordagem interdisciplinar mostrou-se bastante eficiente em estudos paleoecológicos. A evolução paleoambiental da região da Lagoa Bonita é marcada por dois intervalos com caracterísitcas distintas quanto ao conteúdo e distribuição da vegetação, separados por uma fase quando vigoravam condições mais secas que no presente. Embora ocorram oscilações nos dois intervalos identificados, as quais possibilitaram a definição das ecozonas, a seqüência inferior, posicionada no Pleniglacial superior, é representada por um cojunto com predominância de elementos arbóreos e palustres, indicando um clima mais úmido e frio que o atual. A seqüência superior, depositada a partir do Glacial tardio é ) marcada pelo predomínio de elementos de cerrado indicando um clima com duas estações (bissazonal), com a implantação da vereda, identificada a partir da ocorrência de Mauritia, na parte superior, por volta de 6.300 \'+ OU -\' 40 AP.As alterações ocorridas durante o Pleistoceno tardio no Planalto Central, são correlacionáveis às mudanças registradas em outras áreas das terras baixas tropicais e estão associadas às modificações climáticas da fase final da última glaciação Würm (Wisconsin) do Hemisfério Norte. / This research deals with the palaeoenvironmental, mainly palaeoclimatic evolution, during the Late Pleistocene - Holocene, of an area, presently covered by savannas, and located in the Central Brazilian High Plains, in the northeastern region of the Federal District, Brazil. The palaeoecological interpretations of this research were based on the palynological and mineralogical analyses of lake sediment samples from a 3.5m long core of Lagoa Bonita, Central Brazil. The ages of the different sedimentation phases, as well as that of the onset of the lake about 26,000 yrs BP, were obtained by radiocarbon analyses. The palynological analysis, based on concentration and percentage diagrams of the palynomorphs preserved in the sediment, coupled with statistical procedures, permitted the establishment of seven ecological zones. They show variations in the composition and distribution of different vegetation types, during the Late Pleistocene and Holocene, which were probably caused by climatic changes. The X-ray diffraction analysis of sediment samples allowed the identification of the clay minerals, complementing the palynological information, mainly in intervals without pollen record. This interdisciplinary approach has been efficiently used in various palaeoecological studies. The palaeoenvironmental evolution of Lagoa Bonita is marked by sedimentary episodes, characterized by two different phases of vegetational composition and distribution, separed by a phase during which semi-arid conditions were present. Although there were fluctuations in the two identified periods, the lower sequence, located in the Upper Pleniglacial, is represented by a set of predominantly arboreal and swamp elements, indicative of a more humid and cold climate than at present. The upper sequence, deposited after the Late Glacial Maximum, is marked by savanna elements, and by the establishment of Mauritia palm swamp vegetation, around 6,300 \'+ OU -\' 40 BP. The changes occurred during the Late Pleistocene, can be correlated with changes recorded in other areas of tropical lowlands and are associated to the last glacial period Würm (Wisconsin) of the Northern Hemisphere.
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Estudo microbiofaciológico da formação Amapá (Terciário), Bacia da Foz do Amazonas: interpretações bioestratigráficas e paleoecológicas / Not available.Silvia Helena de Mello e Sousa 10 November 1994 (has links)
A Formação Amapá, depositada entre o Paleoceno Superior e Mioceno Médio, na Bacia da Foz do amazonas, constitui-se de espesso pacote de rochas carbonáticas. Estas rochas compõem-se de rica associação fossilífera, destacando-se em abundância, as algas vermelhas e os macroforaminíferos. A análise petrográfica dos carbonatos e o estudo paleontológico detalhado de seus componentes biogênicos permitiram identificar 31 microbiofácies na Formação Amapá. Adicionalmente, o estudo de cortes orientados de macroforaminíferos propiciou o estabelecimento de dez biozonas informais de intervalo superior (T1 a T10) no Terciário da Bacia da Foz do amazonas. O comportamento vertical e lateral das microbiofácies permitiu o reconhecimento de sequência progradante rumo ao topo. O modelo deposicional poderia ser representado por rampa homoclinal ou plataforma regional/rampa com declividades suaves. No Paleoceno Superior e Eoceno Inferior, os seguintes ambientes foram reconhecidos: bancos em plataforma externa, depósitos de plataforma interna, baixios colíticos e depósitos lagunares. Após o Eoceno Inferior, estabelece-se na região compreendida entre as plataformas interna e externa, um complexo sistema de bancos, formados de rodolitos e macroforaminíferos, cujas características morfológicas refletem distintas condições ambientais do meio deposicional. Estes bancos gradam lateralmente a depósitos antebanco e à retaguarda de bancos. A partir do Eoceno Superior, as lagunas se instalam nas áreas proximais da plataforma, e os depósitos de plataforma externa e talude tornam-se mais extensos. A deposição da Formação Amapá, ocorrida em período de relativa estabilidade tectônica e climática, foi comandada, principalmente, por variações do nível do mar, que se refletiram na sedimentação cíclica das rochas carbonáticas. Foram identificados cinco grandes ciclos deposionais, limitados por superfícies de descontinuidade, que corresponderiam às grandes fases regressivas do nível do mar, ocorridas no final do Eoceno Inferior, Eoceno Médio, Oligoceno Inferior e Oligoceno Superior. Estes ciclos encontram-se subdivididos em ciclos menores agradacionais e progradacionais. Os limites das sequências carbonáticas são marcados por eventos de extinção de macroforaminíferos, pela ocorrência de vales entalhados, pelo aumento expressivo de grãos siliciclásticos associados a grãos de glauconita, e pela presença de pequenos foraminíferos preenchidos por glauconita e de moldes de moluscos. / The Amapá Formation, deposited in the Foz do Amazonas Basin between the Late Paleocene and Middle Miocene, is mainly composed of carbonate rocks. These rocks show a rich fossiliferous assemblage, calcareous red algae and large foraminifera, being especially abundant. On the basis of petrographic and detailed paleontological analysis, thirty-one microbiofacies have been recognized in the Amapá Formation. Examination of the large forams in oriented sections led to the establishement of ten informal Tertiary biozones (T1 a T10). In the Late Paleocene and Early Eocene, the lateral and vertical succession of microbiofacies allows recognition of the following environments, from offshore to onshore: outer bank, inner platform, oolitic shoals and laggons. After the Early Eocene, a complex sequence of banks, composed of rodoliths and large foraminifera, became established on the inner and outer platforms. After the Late Eocene, the backbank deposits grade landward to lagoonal deposits. During this period, the outer platform and slope deposits became more extensive. The Amapá Formation was deposited under stable tectonic and climatic conditions. Sedimentation was mainly controlled by sea-level changes, which are reflected by the cyclic behaviour of the carbonate rocks. Five depositional cycles have been identified. These cycles are bounded by unconformities related to rapid sea-level falls, which occurred at the end of the Early Eocene, Middle Eocene, Early Oligocene and Late Oligocene. These may be further subdivided into smaller aggradational and progradational cycles. The boundaries of the carbonate sequences are indicated by one or more of the following features: extinction events involving large forams; the occurrence of incised valleys; the increase of terrigenous and glauconite grains; the presence of glauconite-filled forams and molluscs preserved as molds.
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Pelecipodes da Formação Palermo (Permiano) de São Sepe (RS) e Guiratinga (MT): implicações na evolução da fauna neopaleozoica da Bacia do Paraná, Brasil / Not available.Marcello Guimarães Simões 23 October 1992 (has links)
Em sua clássica revisão taxonômica dos pelecípodes do Grupo Passa Dois (Neopermiano) da Bacia do Paraná, Runnegar & Newell (1971) concluíram que, do ponto de vista evolutivo, a malacofauna sofreu uma irradiação adaptativa intrabacial, em condições de águas salobras e de extremo isolamento geográfico, de modo semelhante a das faunas de moluscos do Neógeno do Paratétis. Embora, nesse trabalho, Runnegar & Newell (1971) tenham resolvido grande parte dos problemas taxonômicos da malacofauna, persistia uma antiga objeção ao modelo de evolução associado ao isolamento geográfico progressivo da Bacia do Paraná (Leanza, 1948; Mendes, 1941, 1952ª, 1954, 1967; Beurlen, 1954), em razão da inexplicável ausência de pelecípodes morfologicamente intermediários na porção superior do Grupo Tubarão, subjacente ao Grupo Passa Dois. Além disso, haveria grande dificuldade de sobrevivência da fauna bentônica, durante o episódio euxínico da Bacia do Paraná, representado pelos folhelhos negros da Formação Irati, situados na base do Grupo Passa Dois. Para explicar essas questões, Runnegar & Newell (1971), compararam a distribuição dos pelecípodes da Bacia do Paraná, no \"tempo\" de Irati, com a dos invertebrados bentônicos do mar Negro, onde condições anaeróbicas restringem os organismos do fundo às partes marginais do mar. Assim, se a malacofauna do Gruo Passa Dois tivesse tido uma distribuição similar, no decorrer da deposição da Formação Irati, é provável que a maior parte, senão todo registro sedimentar, tivesse sido perdido por erosão das margens da bacia. Os sedimentos fóssilíferos da região de São Sepé, RS, conhecidos desde a década de 1950, foram atribuídos à Formação Rio Bonito (Zingano & Cauduro, 1959; Cauduro & Zingano, 1965; Cauduro, 1970) e, mais recentemente, com base em mapeamento geológico de semi-detalhe (Sartori, 1978; Bortoluzzi & Veiga, 1981), à Formação Palermo. Grande parte dessa controvérsia surgiu, dada à situação isolada das rochas portadoras dos dósseis dificultar a sua correlação com os sedimentos neopaleozóicos que ocorrem na área de São Sepé. Aparentemente, contudo, esses sedimentos fossilíferos podem ser atribuídos à Formação Palermo ou ao \"tempo\" Palermo por comparação litológica e pelo domínio de grãos bissacados estriados e dos micrósporos Lueckisporites, Striatopodocarpites, Protohaploxypinus e Vittatina no siltito de São Sepé, que são comuns na Zona de Lueckisporites virkkiae (Toigo, 1988) e no intervalo K de Daemon & Quadros (1970). Esta interpretação, porém, não é destituída de dúvidas, já que conglomerado arcosiano do tipo presente nos afloramentos de São Sepé não constitui litologia comum na Formação Palermo. Além da malacofauna de São Sepé, outra fauna de pelecípode em posição estratigráfica possivelmente intermediária entre a da assembleia da Formação Rio Bonito e a da clássica assembleia \"endêmica\" do Grupo Passa Dois, é a que ocorre no calcário pisolítico da região de Guiratinga, MT, atribuído por Schneider et al. (1974) à Formação Palermo. As malacofauna de São Sepé e Guiratinga são importantes para o esclarecimento da história evolutiva das faunas de pelecípodes do Grupo Passa Dois porque possuem formas similares às deste encontradas na porção norte da Bacia do Paraná. Desse modo, podem representa assembleias em parte predecessoras das faunas de pelecípodes do Grupo Passa Dois, intermediárias entre estas e os estoques marinhos encontrados no Grupo Tubarão (Subgrupo Itararé e Formação Rio Bonito) e em outras sequências neopaleozóicas mais antigas da Bacia do Paraná e de outras partes da América do Sul. A malacofauna de São Sepé é composta por pelecípodes marinhos, escavadores rasos [Astartila clossi sp. N., Megadesmus bortoluzzii sp. N., Jacquesia guataensis sp. N., Myonia riograndensis sp. N., Pyramus cf. P. cowperesioides (Mendes), Edmondia sp.], escavadores intermediários (gen. Et sp. Indet. A) e da semi-infauna bissada (Stutchburia sepeensis sp. N., gen. Et sp. Indet. B). A assembleia de Guiratinga é monoespecífica, sendo representada por Pyramus mendesi (petri & Fúlfaro), comb. N., uma forma escavadora rasa. Os pelecípodes estudados devem ter ocupado habitats de águas rasas, relativamente agitadas, de fundo inconsolidado (mole) de inframaré a plataforma rasa. Os pelecípodes de São Sepé são encontrados preferencialmente em arenitos finos, sendo que a semelhança entre a porcentagem de valvas esquerdas (34%) e direitas (32%), o número relativamente alto de valvas articuladas (34%), as diversas classes de tamanho presentes, a distribuição caótica de bioclastos na matriz, a ausência de incrustações e bioerosão, sugerem que estes sofreram rápida seleção, reorientação e redeposição, provavelmente durante um evento de sedimentação episódica. O pelecípode de Guiratinga ocorre em calcário pisolítico coquinóide, possivelmente depositado em ambiente de alta energia. Embora as formas presentes na fauna de São Sepé e Guiratinga não sejam diagnósticas do ponto de vista geocronológico, a composição da assembleia é compatível com uma idade neopermiana. A análise da distribuição, composição e possíveis afinidades dos pelecípodes presentes nas assembleias dos grupos Tubarão e Passa Dois demonstra que a sua evolução ocorreu em um mar epicontinental, cuja história neopaleozóicas compreendeu fases de sedimentação glacial (terrestre/glácio-marinha), flúvio-deltáica, marinha e continental, associadas a um grande ciclo transgressivo - regressivo. As variações ambientais envolveram, também, um aquecimento geral em direção ao final do Permiano e flutuações nos ambientes bentônicos disponíveis, na salinidade das águas, na disponibilidade de alimentos etc. Durante o \"tempo\" Tubarão, foram particularmente importantes para o desenvolvimento da malacofauna, os pulsos transgressivos que favoreceriam a imigração de diferentes gêneros, inicialmente com marcante caráter cosmopolita (parte média do Subgrupo Itararé, assembleias de Capivari, SP, Hortolândia, SP, Itaporanga, SP, Mafra, SC) e, posteriormente, com acentuado caráter gondvânico (formações Rio Bonito e Palermo, assembleias de Taió, SC, e São Sepé, RS, respectivamente). As assembleias da parte superior do Subgrupo Itararé, Formação Rio do Sul, intercaladas entre as da parte média do Itararé e as das formações Rio Bonito e Palermo, apresentam mistura de elementos cosmopolitas e gondvânicos. Um padrão oposto é apresentado pelas assembleias de pelecípodes que se desenvolveram na Bacia do Paraná, durante a fase regressiva da parte final do Permiano (Grupo Passa Dois) e que, em parte, parecem ter evoluído in situ. E curioso notar que muitos processos e fatores envolvidos na evolução dos pelecípodes neopaleozóicos da Bacia do Paraná (e.g., presença de uma malacofauna reliquial, originada a partir de estoques marinhos; certo grau de endemismo; evolução in situ, com diversificação, durante períodos de caráter regressivo, associada ao isolamento geográfico), particularmente do Grupo Passa Dois, são similares aos já descritos para outros mares epicontinentais do Cretáceo da América do Norte (Kauffman, 1977) e do Cenozóico da URSS (Nevesskaya et al., 1987). Após o \"tempo\" Palermo nota-se um acentuado aumento no grau de endemismo das assembleias do neopaleozóico da Bacia do Paraná. Embora não se disponha ainda de metodologia adequada para se propor províncias paleobiogeográficas, Bambach (1990) sugere um índice de 30% de endemismo ao nível genérico para a subdivisão das unidades biogeográficas do Paleozóico. Assim, a Bacia do Paraná poderia ter constituído uma província paleobiogeográfica distinta, no Neopaleozóico, somente após o \"tempo\" Palermo. Contundo, os pelecípodes da assembleia de Palaeomutela? Platinensis, da porção média da Formação Rio do rasto, parecem não ter pertencido a essa província, pois abrangem formas de água doce, restritas aos ambientes continemtais da época (Simões & Rocha-Campos, 1992). Torna-se evidente, pois, que os esquemas paleobiogeográficos de Archbold (1983), Runnegar (1984) e Gonzalez (1989), \"comprimem\" temporalmente a informação paleobiogeográfica. / The taxonomic description and revision of pelecypodes from São Sepé, RS, and Guiratinga, MT, have furnished important evidence for the understanding of the evolution of the Late Paleozoic fauna of the Paraná Basin. Both assemblages occur in sediments assigned to the Palermo Formation and are thus stratigraphically intermediate between the marine pelecypod fauna of the Tubarão Group (Late Carboniferous-Early Permian) and the classical endemic pelecypod assemblages of the Passa Dois Group (Late Permian). Pelecypods described from the São Sepé assemblage include: Astartila clossi sp. N., Megadesmus bortoluzzii sp. N., Jacquesia guataensis sp. N., Myonia riograndensis sp. N., Pyramus cf. P. cowperesioides (Mendes), Stutchburia sepeensis sp. N., Edmondia sp., gen. et sp. Ind. A and B. Pyramus mendesi (Petri & Fúlfaro), comb. N., is the only taxon yet identified from the Guiratinga assemblage. The São Sepé assemblage is dominated by shallow burrowing pelecypods (Astartila clossi, Myonia riograndensis, Pyramus cf. P. cowperesioides, Megadesmus bortoluzzii, Jacquesia guataensis, Edmondia sp.). Bissally attached semi-infaunal forms (Stutchburia sepeensis, gen. et sp. Ind. B) are common, and intermediate burrowing species (gen. et sp. Ind. A) are rare. The São Sepé pelecypods probably occupied shallow marine subtidal to inner shelf, unstable silty bottoms. The pelecypods are found concentrated in fine sandstone exhibiting biostratinomic characteristics indicative of deposition under high energy conditions. Pyramus mendesi from Guiratinga was probably also a shallow, silty bottom burrowing animal. It is found as an allochthonous element in silicified oolite deposite under high energy. The two assemblages include taxa belonging to marine genera also recorded in faunas from the underlying Itararé Subgroup and Rio Bonito Formation (e.g., Stutchburia, Myonia), and are associated as well with typical components of the Passa Dois Group assemblages (Pyramus cf. P. cowperesioides). Additionaly, Astartilaclossi and Megademus bortoluzzii strongly resemble Casterella and Plesyociprinella, respectively. These affinities and predominance of megadesmids in the two faunas suggest their common ancestry from a megadesmid stock. Comparative study of the Paraná Basin and other Permian megadesmids, particularly from Australia, improved the knowledge of such important morphological features as the pedial musculature with important implications for the systematics of the group. Several of the components of the assemblages studied, such as Pyramus, Myonia, Astartila, Megadesmus and Stutchburia, are typical elements in the Carboniferous-Permian marine faunas from Australia and Argentina. Although none of these elements is truly geochronologically diagnostic, the composition of the assemblages is compatible with the Late Permian age assigned to the Palermo Formation on palynological grounds. Analysis of the distribution, composition, and possible affinities of the pelecypods from assemblages of the Tubarão and Passa Dois groups show that they have evolved in an epicontinental sea with a Late Paleozoic history comprising glacial (terrestrial/glacial-marine), fluvial-deltaic, marine and continental sedimentation, associated with a broad transgressive-regressive cycle. The environmental alterations also included a general warming towards the end of the Permian and fluctuations in ecologically important factors such as the availability of benthic habitats, water salinity and food resources. During Tubarão Group time, transgressive pulses favored the immigration of different genera initially remarkably cosmopolitan (assemblages from Capivari, Hortolância, Itaporanga and Mafra; middle part of the Itararé Subgroup). Assemblages from the upper portion of the Itararé Subgroup (Rio do Sul Formation) and those of the Rio Bonito (Taió) and Palermo (São Sepé and Guiratinga) Formations already show a misture of cosmopolitan and gondwanic elements. These assemblages are dominated by shallow burrowing pelecypods, but epifaunal species are also common. A contrasting pattern is shown by the pelecypods assemblages that developed in the Paraná basin during the Late Permian regressive phase (Passa Dois Group) which seem to have in great part evolved in situ. It is noteworthy that many processes and factors involved in this evolution (e.g., the presence of a relict molluscan fauna derived from marine stocks; presence of endemics; in situ evolution with diversification during regressive periods associated with geographical isolation), are similar to those already described for other epicontinental seas from the Cretaceous of North America and the Cenozoic of the former USSR. Shallow burrowing pelecypods dominated the Passa Dois assemblages together with rare epifaunal, bissaly attached species. They commonly form dense concentrations as coquinas, possibly deposited by storm waves. After Palermo time, a significant increase in the number of endemics is noted in the assemblages. In spite of the fact that available methodologies are still inadequate for the discrimination of paleobiogeographic provinces, data on hand suggest that the Paraná Basin could have been a distinct paleobiogeographical province during the Late Paleozoic only after Palermo time. Pelecypods of the Palaeomutela? Platinensis assemblage, from the middle portion of the Rio do rasto Formation, however, do not belong to this province since they include freshwater forms restricted to continental environments. It becomes evident from this analysis that previous paleobiogeographical schemes have overly simplified and temporally compressed available paleobiogeographical information.
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Tafoflora das camadas Nova Iorque, depósitos neógenos do Rio Parnaíba, município de Nova Iorque (MA), Brasil / Not available.Patricia de Souza Cristalli 22 October 1997 (has links)
Através de estudos morfológicos, sistemático e tafonômico, acurado de fitofósseis procedentes das camadas Nova Iorque (cobertura cenozóica da bacia sedimentar do Parnaíba, no Estado do Maranhão), é descrita e registrada a única tafoflora neógena documentada do Nordeste Ocidental brasileiro. Tenta-se estabelecer sua composição taxonômica e ambiente deposicional, inferir sua idade e suas possíveis interpretações paleoclimáticas, paleoecológicas e paleogeográficas. Trata-se do resgate de documentário palaeontológico cujo jazigo encontra-se atualmente submerso nas águas da represa formada pela barragem de Boa Esperança. A assembléia consta de 83 espécimes depositados, desde 1936, na Seção de Paleontologia do DNPM - Rio de Janeiro. A maioria foi preservada como compressões carbonosas. Através de análise sistemática, vinte e oito espécimes puderam ser identificados em seis ordens: Fabales (dez folíolos em cinco parataxa e um fruto), Laurales (oito folhas em um parataxon), Sapindales (seis foliolos em dois parataxon), Malvales (uma folha em um parataxon), Ebenales (uma folha em um parataxon) e Liliales (uma folha em um parataxon). Além de 55 espécimes em 17 parataxa e um grupo de restos foliares irreconhecíveis. Através de análise florística detecta-se a presença de floresta pouco fechada, próxima de um corpo aquoso e provavelmente a uma certa altitude que não ultrapassaria os 800 metros, num clima regional de umidade não muito alta. Os dados palinológicos obtidos por Lima (no prelo) sugerem a existência de uma vegetação rasteira, tipo campo, sob condições climáticas quentes e provavelmente secas dada a presença de grande quantidade de gramíneas e compostas. A aparente contradição entre as análises florísticas macro e microfitofossilíferas é interpretada no texto. A análise tafonômica revela que os fitofósseis das camadas Nova Iorque sofreram pequeno transporte e ataque biológico, antes da deposição. A grande maioria das folhas teria atingido direta ou rapidamente um corpo aquoso. Permite estabelecer ainda o ambiente lacustre como o ambiente deposicional mais provável para as camadas Nova Iorque. Através de análise multivariada de caracteres morfológicos e biométricos foliares de quatorze tafofloras da América Neotropical foram realizadas inferências paleoclimáticas. A flora miocena do leste da Colômbia e as pliocenas das camadas Nova Iorque-MA e de Ouriçanguinhas- BA sugerem ter estado sujeitas a maior equabilidade de condições climáticas (Tropical), sendo que a primeira e a última em condições mais úmidas. Infere-se para a tafoflora de Nova Iorque, paleoecologicamente, uma vegetação de caráter não decíduo, de dossel parcialmente fechado e a presença de, no máximo, dois estratos: um arbóreo e outro arbustivo. Do ponto de vista paleogeográfico pode-se inferir que, durante o Plioceno, a Floresta Atlântica se estendesse até o Maranhão. A área hoje é dominada por flora de caatinga mas ocorrem ainda refúgios na forma de flora residual dos \"brejos\" considerada como dependências mediterrâneas da Floresta Atlântica também denominada de Floresta Tropical Ripária com suas matas de galeria e capões. A idade pliocena é sugerida pelos palinomorfos Striasyncolpites, zwaardi, Psilatricolporites divisus e Echitricolporites mcneillyi, cujas presenças foram detectadas por Lima (no prelo). A associação tafoflorística é compatível com essa idade. / The Neogene tafoflora of Nova Iorque beds (06°45\'56\'\'S/44°03\'00\'\'MA-Brazil) whithin of Parnaiba basin cover, are considered to be the only record of Neogene tafoflora of meridional part of Northeastern Brazil. The purpose of this study is establish its taxonomic composition and environmental deposition, infer its age and the possible palaeoclimatic, palaeoecologic and palaeogeographic interpretations. This work is the ransom of the palaeontologic documentation which has been flooded by the Boa Esperança barrage.The assemblage has 83 speciments deposited, since 1936, at the Departament National of Mineral Production (DNPM-RJ), section of Palaeotology. The most of them has been preserverd as compression. Sistematic analysis detected the presence of Lauraceae, Malvaceae, Ebenaceae, Fabales, Meliaceae and Smilacaceae.This assemblage suggests an open forest, not far from the drainages and situated in slopes which were no more than 800m height. The taphonomic analysis has shown that the leavers of Nova Iorque beds had little transport and biological attack before the deposition. They were quickly deposited in lacustrine sediments. A multivaried analysis of morphological and biometric characters allows paleoclimatic inferences for the Neotropical Area. The comparison of fourteen tafofloras results in a Tropical climate for Nova Iorque, Colombia and Ouriçanguinhas-BA, the last two in more umid conditions. The Nova Iorque\'s vegetation has a canopy partialy close, without deciduous and two strata: arborescent and the shrubs. This conclusion permits the inference that during the Pliocene, the Atlantic Forest was as far as the Maranhão\'State. At the present time, this area is dominated by the Caatinga, but occurs remainders of tropical forest- the \"brejos\"- considered as Mediterranean dependences of Atlantic Forest. The Pliocene age is infered by the palinomorphs Striasyncolpites zwaardi, Psilatricolporites divisus e Echitricolporites mcneillyi.
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