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A performatividade do gaydar no livro “Cuidado! seu príncipe pode ser uma Cinderela. Guia prático para identificar um gay no armário” / The performativity of gaydar in the book "Watch out! your prince charming may be a Cinderella. A pratical guide to iden-tify a gay in the closet"Neves Júnior , Mário Martins 07 December 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-12-07 / The word gaydar has been known as a sort of “radar” which is able to identity or single out gays. Many people argue they possess this so-called “sixth sense” as they label one as gay”. The self-help book Cuidado! Seu Príncipe poder ser uma Cinderela. Guia prático para identificar um gay no armário [“Watch out! Your Prince charming may be a Cinderella. A practical guide to identify a gay in the closet”] aims to help women to out their partners. Our work, thus, is a result of a bibliographical research which sought to identify and criticize the identitary elements used by the authors in order to teach women how to perceive if their partners are gays in the closet. As analyzing the book we mainly concluded that: a) in order to validate their standpoints, the authors have employed a polyphonic discourse based upon either the “experience” or the “authority”. The book has been written with their voices (the authors‟) as well as Sofia‟s and W‟s, and with other participants‟; b) they obsessively have a passion for identifying one as gay through gender elements or stereotypes. Therefore we argue that the book considers hegemonic masculinity as a synonym for heterosexuality. Men who perform counter-hegemonic masculinity may be trapped in the closet, as they are considered gays, as well as suffer verbal and non-verbal homophobic violence; that is, their bodies become more vulnerable; c) the authors perform a “sanitization of women‟s desire”, given that they incite women who have labeled their partners as gay not to carry their relationship on if they become suspicious about their partner‟s sexuality. As concerned with gaydar itself, we have reasoned it as sort of “dispositive” that rules desire, gender and the sexuality of the bodies. Gaydar is a dispositive that forces the bodies to fit into the heteronormative world. For defining dispositive we have agreed on Michel Foucault‟s definition (2006; 2007). Thus, we have come up with eleven visible heterogenic strategies which compound part of the complexity about the dispositive gaydar. Those strategies we named as: 1) power strategy; 2) power-knowledge strategy; 3) binarist strategy; 4) heternormative and homophobic strategy; 5) stereotypical strategy; 6) historic strategy; 7) identitary strategy; 8) sexist strategy; 9) fictional strategy; 10) closet strategy; and 11) performative strategy. In order to present these strategies, we had to base our claims on some outstanding and sine qua non works which together must be figured out as the foundations for the work we carried out: the concept of performativity by Austin (AUSTIN, 1999 [1962]), identity (HALL, 2006; 2011; SILVA, 2001; 2011), sexuality (FOUCAULT, 2006; SEIDMAN, 2010); gender (BUTLER, 2007 [1991]), closet (SEDGWICK, 2007); masculinity (WELZER-LANG, 2000) and bio-power (FOUCAULT, 2006). / O tema central deste trabalho se pauta no conceito/definição e utilização do gaydar tanto num livro de autoajuda quanto na sociedade em geral. O “gaydar” tem sido definido – latu sensu – como uma espécie de radar ou “sexto sentido” que serve para identificar a homossexualidade das pessoas. Muitas pessoas acreditam possuir esse dispositivo e, por isso, se consideram capazes de dizer se determinado homem é gay ou não. A popularidade do termo promoveu a escrita e publicação do livro Cuidado! Seu Príncipe pode ser uma Cinderela. Guia prático para identificar um gay no armário. Esse guia tem como objetivo ensinar mulheres, através de dicas, a descobrirem se seus parceiros são gays no armário. Assim, este trabalho dissertativo é resultado uma pesquisa bibliográfica que teve como objetivo apresentar os elementos identitários que foram utilizados para definir e performar o “gaydar” nesse livro de autoajuda. A análise das 207 páginas do livro possibilitou reconhecer que foi escrito dentro de um discurso polifônico em que existem as vozes das autoras, Ticiana Azevedo & Consuelo Dieguez, a voz de pessoas entrevistadas, a voz de internautas e a voz de amigas e amigos como Sofia e W. Observamos que essas vozes tecem uma rede em que produzem um discurso de autoridade para a escrita e os argumentos do livro. Percebemos também uma obessessão pelas autoras para definir homossexualidade a partir dos estereótipos de gênero feminino. Por isso, o livro considera a masculinidade hegemônica como sinônimo de uma heterossexualidade, ao passo que as masculinidades contra- ou menos hegemônicas são tomadas como homossexualidade. Ainda concluimos que as autoras performam uma higienização do desejo da mulher, pois incitam o fim do relacionamento se elas duvidarem da heterossexualidade de seus parceiros. Não obstante, para compreender sobre a maneira em que o gaydar é realizado no livro, foi necessário nos apoiar no conceito de performatividade (AUSTIN, 1999 [1962]), de identidade (HALL, 2006; 2011; SILVA, 2001; 2011), de sexualidade (FOUCAULT, 2006; SEIDMAN, 2010); de Gênero (BUTLER, 2007 [1991]), de armário (SEDGWICK, 2007), masculinidade (WELZER-LANG, 2000) e biopoder (FOUCAULT, 2006). Essas obras possuem fundamental importância para o desenvolvimento do trabalho que aqui realizamos. A análise realizada sobre livro e as leituras dos temas que envolvem a identidade e performatividade nos permitiram apontar que o gaydar funciona por meio de dispositivos os quais foram chamados de: 1) estratégia de poder; 2) estratégia de poder-saber; 3) estratégia binarista; 4) estratégia heteronormativa e homofóbica; 5) estratégia de estereótipos; 6) estratégia histórica; 7) estratégia identitária; 8) estratégia sexista; 9) estratégia ficcional; 10) estratégia do armário; e 11) estratégia performativa. Por isso, são essas estratégias os caminhos necessários para analisar o ritual que o gaydar promove sobre as identidades dos indivíduos.
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