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Os efeitos de uma intervenção interdisciplinar, não prescritiva e pautada na abordagem \"Health at Every Size®\" nas percepções de mulheres na condição de obesidade acerca do prazer alimentar / Effects of a non-prescriptive and interdisciplinary intervention based on Health at Every Size approach in obese women perceptions about pleasure of eating

Sabatini, Fernanda 13 September 2017 (has links)
Introdução: Novas condutas terapêuticas e de prevenção frente à obesidade tornam-se objetos de estudo, entre elas a abordagem Health at Every Size® (HAES®). A abordagem HAES® aponta para o prazer em comer como crucial para a promoção de saúde e sustentabilidade no tratamento. A condenação cultural do prazer em paralelo à negligência do prazer no tratamento da obesidade forma um cenário de crítica, em que a mulher obesa é alvo de múltiplas desvantagens, entre elas a culpabilização do comer. Assumimos, para este estudo, a importância de aprofundar-se nas relações entre novas perspectivas no cuidado à mulher obesa e o estímulo ao prazer em comer. Objetivos: Investigar as percepções de mulheres na condição de obesidade acerca do prazer em comer antes e após uma intervenção interdisciplinar, não prescritiva e pautada na abordagem do HAES®. Métodos: Estudo qualitativo a partir de um ensaio clínico randomizado controlado com seguimento de sete meses nos anos de 2015 e 2016. Incluiu 97 mulheres na condição de obesidade de 25 a 50 anos de idade, com índice de massa corporal entre 30 e 39,9Kg/m², sendo alocadas em dois grupos: Intervenção e Controle. Ao final do estudo, 39 mulheres concluíram no grupo Intervenção (62,90 por cento ) e 19 concluíram no Controle (54,28 por cento ). Para os dois grupos, as atividades tiveram como linha condutora a abordagem do HAES®. O grupo Intervenção trouxe uma proposta original, com oferta de atividade física 3 vezes na semana, acompanhamento nutricional individual e oferta de discussões no formato de cinco oficinas filosóficas. O grupo Controle baseou-se ao modelo tradicional de aplicação da abordagem HAES®, com palestras expositivas bimestrais. A construção dos dados ocorreu a partir de grupos focais. Para análise das transcrições dos grupos, foi realizado o método de Análise de Conteúdo, sendo construídos temas pela técnica de Cutting e Sorting, os quais fundamentaram a argumentação teórica neste estudo. Resultados: Vinte e três temas sobre as percepções do prazer em comer das mulheres estudadas foram construídos. Após a intervenção, foram construídos de maneira significativa para o grupo Intervenção temas sobre maior autocontrole e reflexão sobre os próprios desejos; sensação de empoderamento para escolher o que e quando comer; aumento do prazer em comer acompanhada; aumento do prazer em comer comidas feitas por si própria; aumento dos discursos sobre comer sem culpa; diminuição da sensação de não sentir prazer e ainda diminuição do comer por emoções como ansiedade. Conclusão: A nova intervenção proposta promoveu efeitos positivos na relação das mulheres com o prazer em comer, evidenciando a desculpabilização do prazer em comer e melhora de outros aspectos da prática alimentar, como a comensalidade. Percebemos que este efeito se deu sobretudo a partir do estímulo a um processo reflexivo sobre corpo, comida e saúde, ficando claro que o prazer em comer sem culpa é um desfecho necessário quando falamos da saúde da mulher obesa / Introduction: New therapies and prevention practices directed to obesity become objects of study. The Health at Every Size® (HAES®) approach is one of them. The HAES® approach indicate the pleasure in eating as crucial for health promotion and sustainability of treatments. The cultural condemnation of pleasure and its disregard in the treatment of obesity created a critic scenario in which the obese woman is target of multiple disadvantages, such as blame for eating. We assume, for this study, the importance to deepen the relationship between new approaches to the care of obese woman and the encouragement of pleasure of eating. Objectives: To investigate obese women perceptions about the pleasure of eating, before and after an interdisciplinary, non-prescriptive and based on HAES® approach intervention. Methods: Qualitative study branch of a randomized controlled clinical trial, conducted over seven months in 2015 and 2016. It included 97 obese women, with 25 to 50 years old, with a body mass index between 30 and 39, 9 kg/m². The women were randomized to two groups: intervention and control. At the end, 39 women concluded in the Intervention Group (62.90 per cent ) and 19 in Control Group (54.28 per cent ). The two groups received activities based on HAES® approach. The Intervention Group, however, brought an original proposal, with physical activity 3 times a week, individual nutritional counseling and philosophical discussions in form of workshops. The Control Group received traditional model of HAES® approach application, with bimonthly expository lectures. The data construction occurred from Focus Groups. Analysis of the Focus Groups transcripts was conducted with Analysis of Content method, in which themes were built of Cutting and Sorting technique, and were used to theoretical arguments that substantiated this study. Results: Twenty-three themes about the perceptions of pleasure in eating of the studied women were built. After the intervention, more significantly for the Intervention Group, themes manifested greater self-control on the own desires; increased hunger and satiety response; sense of empowerment to choose what and when to eat; increase of the pleasure in eating accompanied; increase of the pleasure in eating food made by herself; increase of speeches about \"eat without guilt\"; decreased perception of not feeling pleasure and even decreased eating by emotions such as anxiety. Conclusion: The new proposed intervention promoted positive effects on women\'s relationship with pleasure in eating, showing decrease of guilt on pleasure in eating and improvements of other aspects of the eating practices, such as commensality. We realize that this effect occurred mainly due to stimulus to a reflection about body, food and health, becoming clear that the pleasure in eating without guilt is a necessary outcome when we talk about obese woman health
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Os efeitos de uma intervenção interdisciplinar, não prescritiva e pautada na abordagem \"Health at Every Size®\" nas percepções de mulheres na condição de obesidade acerca do prazer alimentar / Effects of a non-prescriptive and interdisciplinary intervention based on Health at Every Size approach in obese women perceptions about pleasure of eating

Fernanda Sabatini 13 September 2017 (has links)
Introdução: Novas condutas terapêuticas e de prevenção frente à obesidade tornam-se objetos de estudo, entre elas a abordagem Health at Every Size® (HAES®). A abordagem HAES® aponta para o prazer em comer como crucial para a promoção de saúde e sustentabilidade no tratamento. A condenação cultural do prazer em paralelo à negligência do prazer no tratamento da obesidade forma um cenário de crítica, em que a mulher obesa é alvo de múltiplas desvantagens, entre elas a culpabilização do comer. Assumimos, para este estudo, a importância de aprofundar-se nas relações entre novas perspectivas no cuidado à mulher obesa e o estímulo ao prazer em comer. Objetivos: Investigar as percepções de mulheres na condição de obesidade acerca do prazer em comer antes e após uma intervenção interdisciplinar, não prescritiva e pautada na abordagem do HAES®. Métodos: Estudo qualitativo a partir de um ensaio clínico randomizado controlado com seguimento de sete meses nos anos de 2015 e 2016. Incluiu 97 mulheres na condição de obesidade de 25 a 50 anos de idade, com índice de massa corporal entre 30 e 39,9Kg/m², sendo alocadas em dois grupos: Intervenção e Controle. Ao final do estudo, 39 mulheres concluíram no grupo Intervenção (62,90 por cento ) e 19 concluíram no Controle (54,28 por cento ). Para os dois grupos, as atividades tiveram como linha condutora a abordagem do HAES®. O grupo Intervenção trouxe uma proposta original, com oferta de atividade física 3 vezes na semana, acompanhamento nutricional individual e oferta de discussões no formato de cinco oficinas filosóficas. O grupo Controle baseou-se ao modelo tradicional de aplicação da abordagem HAES®, com palestras expositivas bimestrais. A construção dos dados ocorreu a partir de grupos focais. Para análise das transcrições dos grupos, foi realizado o método de Análise de Conteúdo, sendo construídos temas pela técnica de Cutting e Sorting, os quais fundamentaram a argumentação teórica neste estudo. Resultados: Vinte e três temas sobre as percepções do prazer em comer das mulheres estudadas foram construídos. Após a intervenção, foram construídos de maneira significativa para o grupo Intervenção temas sobre maior autocontrole e reflexão sobre os próprios desejos; sensação de empoderamento para escolher o que e quando comer; aumento do prazer em comer acompanhada; aumento do prazer em comer comidas feitas por si própria; aumento dos discursos sobre comer sem culpa; diminuição da sensação de não sentir prazer e ainda diminuição do comer por emoções como ansiedade. Conclusão: A nova intervenção proposta promoveu efeitos positivos na relação das mulheres com o prazer em comer, evidenciando a desculpabilização do prazer em comer e melhora de outros aspectos da prática alimentar, como a comensalidade. Percebemos que este efeito se deu sobretudo a partir do estímulo a um processo reflexivo sobre corpo, comida e saúde, ficando claro que o prazer em comer sem culpa é um desfecho necessário quando falamos da saúde da mulher obesa / Introduction: New therapies and prevention practices directed to obesity become objects of study. The Health at Every Size® (HAES®) approach is one of them. The HAES® approach indicate the pleasure in eating as crucial for health promotion and sustainability of treatments. The cultural condemnation of pleasure and its disregard in the treatment of obesity created a critic scenario in which the obese woman is target of multiple disadvantages, such as blame for eating. We assume, for this study, the importance to deepen the relationship between new approaches to the care of obese woman and the encouragement of pleasure of eating. Objectives: To investigate obese women perceptions about the pleasure of eating, before and after an interdisciplinary, non-prescriptive and based on HAES® approach intervention. Methods: Qualitative study branch of a randomized controlled clinical trial, conducted over seven months in 2015 and 2016. It included 97 obese women, with 25 to 50 years old, with a body mass index between 30 and 39, 9 kg/m². The women were randomized to two groups: intervention and control. At the end, 39 women concluded in the Intervention Group (62.90 per cent ) and 19 in Control Group (54.28 per cent ). The two groups received activities based on HAES® approach. The Intervention Group, however, brought an original proposal, with physical activity 3 times a week, individual nutritional counseling and philosophical discussions in form of workshops. The Control Group received traditional model of HAES® approach application, with bimonthly expository lectures. The data construction occurred from Focus Groups. Analysis of the Focus Groups transcripts was conducted with Analysis of Content method, in which themes were built of Cutting and Sorting technique, and were used to theoretical arguments that substantiated this study. Results: Twenty-three themes about the perceptions of pleasure in eating of the studied women were built. After the intervention, more significantly for the Intervention Group, themes manifested greater self-control on the own desires; increased hunger and satiety response; sense of empowerment to choose what and when to eat; increase of the pleasure in eating accompanied; increase of the pleasure in eating food made by herself; increase of speeches about \"eat without guilt\"; decreased perception of not feeling pleasure and even decreased eating by emotions such as anxiety. Conclusion: The new proposed intervention promoted positive effects on women\'s relationship with pleasure in eating, showing decrease of guilt on pleasure in eating and improvements of other aspects of the eating practices, such as commensality. We realize that this effect occurred mainly due to stimulus to a reflection about body, food and health, becoming clear that the pleasure in eating without guilt is a necessary outcome when we talk about obese woman health
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Os efeitos de uma intervenção interdisciplinar baseada na abordagem \"Health at Every Size®\": uma avaliação das escolhas alimentares utilizando o modelo de métodos mistos / The effects of an interdisciplinary intervention based on the \"Health at Every Size®\" approach: an evaluation of food choices using the mixed methods model

Ulian, Mariana Dimitrov 05 October 2018 (has links)
Introdução: A abordagem \"Health at Every Size®\" (HAES®) vem sendo utilizada para o cuidado de pessoas com obesidade. Objetivo: Compreender os efeitos de uma nova intervenção interdisciplinar baseada na abordagem HAES®, especialmente acerca dos processos de escolhas alimentares. Métodos: Este foi um ensaio clínico prospectivo randomizado controlado, de sete meses, que empregou o desenho de métodos mistos. Cinquenta e oito mulheres obesas compuseram a amostra e foram alocadas aleatoriamente nos grupos intervenção (I-HAES®, n = 39) ou controle (CTRL, n = 19). A intervenção do grupo I-HAES® consistiu em uma nova proposta de cuidado baseada na abordagem HAES®, consistindo de atividade física três vezes por semana, atendimento nutricional individual quinzenal e cinco oficinas filosóficas. Já a intervenção do grupo CTRL consistiu em uma intervenção tradicional baseada nesta abordagem, consistindo de palestras bimestrais. Para ambos os grupos foram feitos ao início e final da intervenção exames de sangue, testes de função muscular, aferição de peso corporal e das circunferências da cintura e quadril, além do preenchimento de escalas e questionários autoaplicados. Duas entrevistas individuais semiestruturadas e dois grupos focais foram conduzidos com todas as participantes. Os dados qualitativos foram analisados pela técnica da análise de conteúdo e os quantitativos pelos softwares estatísticos SAS e SPSS. Resultados: Embora ambos os grupos tenham reportado melhoras na qualidade da alimentação, estas foram mais expressivas no grupo I-HAES®. Essa melhora se relacionou com o maior engajamento com experiências culinárias e com o aumento no planejamento da alimentação. Outras estratégias que impactaram positivamente nas escolhas alimentares desse grupo foram comer com atenção, com tempo adequado e de acordo com as sensações de fome e saciedade. Inicialmente, as participantes de ambos os grupos relataram que seus corpos traziam consequências físicas e psicológicas negativas, impactavam na sua autoavaliação e eram alvo de estigmatização. Posteriormente, grande parte do grupo I-HAES® reportou que, embora a perda de peso ainda fosse uma expectativa, elas estavam satisfeitas com outros ganhos que tiveram, não colocavam mais a perda de peso como central para sua felicidade e entenderam que as mudanças se dariam em longo prazo. O peso corporal, o índice de massa corporal e as circunferências da cintura e quadril não diferiram significativamente intra ou entre grupos (p > 0,05). O grupo I-HAES® apresentou aumento no consumo de oxigênio máximo e no teste funcional -timed-stand? (P = 0,004 e P = 0,004, comparação entre grupos). Não foram observadas diferenças intra ou entre grupos para as medidas objetivas de atividade física, embora a maioria das participantes do grupo I-HAES® tenha reportado estar engajadas ou ter planos para incluir atividades físicas em suas rotinas. Ambos os grupos apresentaram melhoras relacionadas à qualidade de vida, mas no grupo I-HAES® estas foram mais expressivas. Conclusões: Uma nova intervenção baseada na abordagem HAES® pareceu superior a uma intervenção tradicional. Embora não tenham sido observadas mudanças no peso corporal e em níveis de atividade física, essa nova intervenção melhorou as escolhas, atitudes e práticas alimentares das participantes, sua percepção de imagem corporal, capacidade física e qualidade de vida. / Introduction: The \"Health at Every Size®\" (HAES®) approach is being more and more used to the care of people with obesity. Objective: To understand the effects of a new interdisciplinary intervention based on the HAES® approach, especially regarding food choice processes. Methods: This was a prospective, seven-month, randomized, controlled, mixed-method, clinical trial. Fifty-eight obese women composed the sample and were randomly allocated into the intervention (I-HAES®) or control (CTRL) groups. The I-HAES® intervention consisted of a new proposal of care based on the HAES® approach, comprising physical activity classes three times a week, biweekly individual nutritional sessions, and five philosophical workshops. The CTRL intervention consisted of a traditional intervention based on this approach, comprising bimonthly lectures. Both groups were assessed at the beginning and after the intervention for blood tests, aerobic condition, body weight and waist and hip circumferences, muscle function, in addition to the filling of scales and questionnaires self-administered. Two semi-structured individual interviews and two focus groups were conducted with all participants. The qualitative data were analyzed using the content analysis technique, whereas the quantitative data were analyzed using the statistical software SAS and SPSS. Results: Although both groups reported improvements in food quality, they were more expressive in the I-HAES® group. It seems that this improvement was related to this group higher engagement with culinary experiences and the increase in food planning. Other strategies that positively impacted on the food choices of this group were eating mindfully, deliberately, and in response to hunger and satiety cues. Initially, participants of both groups reported that their bodies had negative physical and psychological consequences, impacted their self-assessment, and were subject to stigmatization. After the intervention, most of the I-HAES® group reported that although weight loss was still an expectation, they were satisfied with other gains they had, no longer placed weight loss as central to their happiness and understood that the changes would take place in the long term. Body weight, body mass index, and waist and hip circumferences did not differ significantly within or between groups (p > 0.05). I-HAES® showed increased peak oxygen uptake and improved performance in the timed-stand test (P = 0.004 and P = 0.004, between-group comparisons). No significant within- or between-group differences were observed for objectively measured physical activity levels, although most participants in the I-HAES® group reported that they were engaged in or had plans to include physical activities in their routines. Both groups presented improvements related to quality of life, but in the I-HAES® group these were more expressive. Conclusions: A new intervention based on the HAES® approach seemed superior to a traditional intervention. Although no changes were observed in body weight and physical activity levels, this new intervention improved participants\' food choices, eating attitudes and practices, their perception of body image, physical capacity and quality of life.
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Os efeitos de uma intervenção interdisciplinar baseada na abordagem \"Health at Every Size®\": uma avaliação das escolhas alimentares utilizando o modelo de métodos mistos / The effects of an interdisciplinary intervention based on the \"Health at Every Size®\" approach: an evaluation of food choices using the mixed methods model

Mariana Dimitrov Ulian 05 October 2018 (has links)
Introdução: A abordagem \"Health at Every Size®\" (HAES®) vem sendo utilizada para o cuidado de pessoas com obesidade. Objetivo: Compreender os efeitos de uma nova intervenção interdisciplinar baseada na abordagem HAES®, especialmente acerca dos processos de escolhas alimentares. Métodos: Este foi um ensaio clínico prospectivo randomizado controlado, de sete meses, que empregou o desenho de métodos mistos. Cinquenta e oito mulheres obesas compuseram a amostra e foram alocadas aleatoriamente nos grupos intervenção (I-HAES®, n = 39) ou controle (CTRL, n = 19). A intervenção do grupo I-HAES® consistiu em uma nova proposta de cuidado baseada na abordagem HAES®, consistindo de atividade física três vezes por semana, atendimento nutricional individual quinzenal e cinco oficinas filosóficas. Já a intervenção do grupo CTRL consistiu em uma intervenção tradicional baseada nesta abordagem, consistindo de palestras bimestrais. Para ambos os grupos foram feitos ao início e final da intervenção exames de sangue, testes de função muscular, aferição de peso corporal e das circunferências da cintura e quadril, além do preenchimento de escalas e questionários autoaplicados. Duas entrevistas individuais semiestruturadas e dois grupos focais foram conduzidos com todas as participantes. Os dados qualitativos foram analisados pela técnica da análise de conteúdo e os quantitativos pelos softwares estatísticos SAS e SPSS. Resultados: Embora ambos os grupos tenham reportado melhoras na qualidade da alimentação, estas foram mais expressivas no grupo I-HAES®. Essa melhora se relacionou com o maior engajamento com experiências culinárias e com o aumento no planejamento da alimentação. Outras estratégias que impactaram positivamente nas escolhas alimentares desse grupo foram comer com atenção, com tempo adequado e de acordo com as sensações de fome e saciedade. Inicialmente, as participantes de ambos os grupos relataram que seus corpos traziam consequências físicas e psicológicas negativas, impactavam na sua autoavaliação e eram alvo de estigmatização. Posteriormente, grande parte do grupo I-HAES® reportou que, embora a perda de peso ainda fosse uma expectativa, elas estavam satisfeitas com outros ganhos que tiveram, não colocavam mais a perda de peso como central para sua felicidade e entenderam que as mudanças se dariam em longo prazo. O peso corporal, o índice de massa corporal e as circunferências da cintura e quadril não diferiram significativamente intra ou entre grupos (p > 0,05). O grupo I-HAES® apresentou aumento no consumo de oxigênio máximo e no teste funcional -timed-stand? (P = 0,004 e P = 0,004, comparação entre grupos). Não foram observadas diferenças intra ou entre grupos para as medidas objetivas de atividade física, embora a maioria das participantes do grupo I-HAES® tenha reportado estar engajadas ou ter planos para incluir atividades físicas em suas rotinas. Ambos os grupos apresentaram melhoras relacionadas à qualidade de vida, mas no grupo I-HAES® estas foram mais expressivas. Conclusões: Uma nova intervenção baseada na abordagem HAES® pareceu superior a uma intervenção tradicional. Embora não tenham sido observadas mudanças no peso corporal e em níveis de atividade física, essa nova intervenção melhorou as escolhas, atitudes e práticas alimentares das participantes, sua percepção de imagem corporal, capacidade física e qualidade de vida. / Introduction: The \"Health at Every Size®\" (HAES®) approach is being more and more used to the care of people with obesity. Objective: To understand the effects of a new interdisciplinary intervention based on the HAES® approach, especially regarding food choice processes. Methods: This was a prospective, seven-month, randomized, controlled, mixed-method, clinical trial. Fifty-eight obese women composed the sample and were randomly allocated into the intervention (I-HAES®) or control (CTRL) groups. The I-HAES® intervention consisted of a new proposal of care based on the HAES® approach, comprising physical activity classes three times a week, biweekly individual nutritional sessions, and five philosophical workshops. The CTRL intervention consisted of a traditional intervention based on this approach, comprising bimonthly lectures. Both groups were assessed at the beginning and after the intervention for blood tests, aerobic condition, body weight and waist and hip circumferences, muscle function, in addition to the filling of scales and questionnaires self-administered. Two semi-structured individual interviews and two focus groups were conducted with all participants. The qualitative data were analyzed using the content analysis technique, whereas the quantitative data were analyzed using the statistical software SAS and SPSS. Results: Although both groups reported improvements in food quality, they were more expressive in the I-HAES® group. It seems that this improvement was related to this group higher engagement with culinary experiences and the increase in food planning. Other strategies that positively impacted on the food choices of this group were eating mindfully, deliberately, and in response to hunger and satiety cues. Initially, participants of both groups reported that their bodies had negative physical and psychological consequences, impacted their self-assessment, and were subject to stigmatization. After the intervention, most of the I-HAES® group reported that although weight loss was still an expectation, they were satisfied with other gains they had, no longer placed weight loss as central to their happiness and understood that the changes would take place in the long term. Body weight, body mass index, and waist and hip circumferences did not differ significantly within or between groups (p > 0.05). I-HAES® showed increased peak oxygen uptake and improved performance in the timed-stand test (P = 0.004 and P = 0.004, between-group comparisons). No significant within- or between-group differences were observed for objectively measured physical activity levels, although most participants in the I-HAES® group reported that they were engaged in or had plans to include physical activities in their routines. Both groups presented improvements related to quality of life, but in the I-HAES® group these were more expressive. Conclusions: A new intervention based on the HAES® approach seemed superior to a traditional intervention. Although no changes were observed in body weight and physical activity levels, this new intervention improved participants\' food choices, eating attitudes and practices, their perception of body image, physical capacity and quality of life.

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