Esta dissertação procura construir uma trajetória que atravesse pontos concernentes à enunciação em quatro livros de André Gide: La Symphonie pastorale, La Porte étroite, Les Faux-monnayeurs e Le Prométhée Mal Enchaîné. A enunciação será aqui pensada junto do artigo de Émile Benveniste intitulado Da subjetividade na linguagem, em que o autor propõe que a subjetividade não seja vista como a substância psíquica sujeito, mas como um posicionamento tomado diante da língua. Não existiria, em outras palavras, sujeito anterior às coordenadas linguísticas que indicam o seu lugar de habitação donde a tentativa de construção, em minha dissertação, de um espaço enunciativo em Gide. Levando em conta as publicações mencionadas, dividi as questões enunciativas em duas principais regiões: a primeira será lida do ponto de vista do pronome eu (La Symphonie pastorale e La Porte étroite) e a segunda, escrita sobretudo com o emprego da dita terceira pessoa (Les Faux-monnayeurs e Le Prométhée Mal Enchaîné), será pensada como, ela também, uma possibilidade enunciativa isto é, como uma possibilidade de presença a partir da emergência do conector mas. O foco na enunciação designa aqui um esforço em deslocar o olhar de determinados jargões que habitam os estudos literários (como o autor ou o narrador), de modo a fundar um campo em que a enunciação possa ser pensada em suas próprias condições de emergência. Ademais, pensar essas condições é também e sobretudo não ignorar o ponto de vista crítico, mas assumi-lo como parte integrante do espaço enunciativo gideano. Assim, junto da reflexão em torno da enunciação em Gide, elabora-se uma tentativa integrada de reflexão de minhas próprias condições para enunciar qualquer coisa que seja dentro desta dissertação. / This dissertation aims at building a path that would cross some points concerning the enunciation in four of André Gides books: La Symphonie pastorale, La Porte étroite, Les Faux-monnayeurs e Le Prométhée Mal Enchaîné. The enunciation will be thought with Émile Benvenistes article Subjectivity in language, in which the author proposes that subjectivity would rather be seen as position taken towards language than as a psychical subject. In other words, there is not a possible subject preceding the language coordinates that indicate its dwelling place from this point, I attempt to build, in this dissertation, an enunciative space in Gide. Taking into consideration the referred publications, I divided the enunciative issues in two main regions: the first will be read under the perspective of the I (La Symphonie pastorale and La Porte étroite) and the second, written mostly with the use of the third person (Les Faux-monnayeurs and Le Prométhée Mal Enchaîné), will be thought such as an enunciative possibility which means a possibility of presence from the emergence of the connector but. The focus on enunciation designates in this text an effort to dislocate the point of view of some jargons occupying today the literary studies (such as author or narrator) in order to establish a field in which the enunciation can be thought in its own emergence conditions. Moreover, thinking this conditions is also and above all not to overlook the critics point of view, but to assume it as an integral part of Gides enunciative space. So with the reflection on Gide, I elaborate an integrated attempt of thinking about my own conditions of enunciating anything within this dissertation.

Esta dissertação procura construir uma trajetória que atravesse pontos concernentes à enunciação em quatro livros de André Gide: La Symphonie pastorale, La Porte étroite, Les Faux-monnayeurs e Le Prométhée Mal Enchaîné. A enunciação será aqui pensada junto do artigo de Émile Benveniste intitulado Da subjetividade na linguagem, em que o autor propõe que a subjetividade não seja vista como a substância psíquica sujeito, mas como um posicionamento tomado diante da língua. Não existiria, em outras palavras, sujeito anterior às coordenadas linguísticas que indicam o seu lugar de habitação donde a tentativa de construção, em minha dissertação, de um espaço enunciativo em Gide. Levando em conta as publicações mencionadas, dividi as questões enunciativas em duas principais regiões: a primeira será lida do ponto de vista do pronome eu (La Symphonie pastorale e La Porte étroite) e a segunda, escrita sobretudo com o emprego da dita terceira pessoa (Les Faux-monnayeurs e Le Prométhée Mal Enchaîné), será pensada como, ela também, uma possibilidade enunciativa isto é, como uma possibilidade de presença a partir da emergência do conector mas. O foco na enunciação designa aqui um esforço em deslocar o olhar de determinados jargões que habitam os estudos literários (como o autor ou o narrador), de modo a fundar um campo em que a enunciação possa ser pensada em suas próprias condições de emergência. Ademais, pensar essas condições é também e sobretudo não ignorar o ponto de vista crítico, mas assumi-lo como parte integrante do espaço enunciativo gideano. Assim, junto da reflexão em torno da enunciação em Gide, elabora-se uma tentativa integrada de reflexão de minhas próprias condições para enunciar qualquer coisa que seja dentro desta dissertação. / This dissertation aims at building a path that would cross some points concerning the enunciation in four of André Gides books: La Symphonie pastorale, La Porte étroite, Les Faux-monnayeurs e Le Prométhée Mal Enchaîné. The enunciation will be thought with Émile Benvenistes article Subjectivity in language, in which the author proposes that subjectivity would rather be seen as position taken towards language than as a psychical subject. In other words, there is not a possible subject preceding the language coordinates that indicate its dwelling place from this point, I attempt to build, in this dissertation, an enunciative space in Gide. Taking into consideration the referred publications, I divided the enunciative issues in two main regions: the first will be read under the perspective of the I (La Symphonie pastorale and La Porte étroite) and the second, written mostly with the use of the third person (Les Faux-monnayeurs and Le Prométhée Mal Enchaîné), will be thought such as an enunciative possibility which means a possibility of presence from the emergence of the connector but. The focus on enunciation designates in this text an effort to dislocate the point of view of some jargons occupying today the literary studies (such as author or narrator) in order to establish a field in which the enunciation can be thought in its own emergence conditions. Moreover, thinking this conditions is also and above all not to overlook the critics point of view, but to assume it as an integral part of Gides enunciative space. So with the reflection on Gide, I elaborate an integrated attempt of thinking about my own conditions of enunciating anything within this dissertation.

Ce travail propose une histoire de l’école de Genève à travers l’étude comparée des œuvres de Georges Poulet, Jean Starobinski et Jean-Pierre Richard. Une première partie retrace l’histoire intellectuelle du groupe à une époque marquée par l’influence de la phénoménologie, puis par la pensée structuraliste ; ainsi que par les tensions entre une nouvelle critique extrauniversitaire et une critique universitaire. En s’appuyant sur la correspondance inédite entre ces trois auteurs, ce récit historique permet de découvrir l’histoire du groupe de l’intérieur, et s’efforce de nouer la pensée à la vie. Une deuxième partie analyse les études de Poulet, Starobinski et Richard pour tenter de cerner la spécificité de leur démarche critique au-delà de leurs singularités de style et des différentes théories et méthodes auxquelles ces trois auteurs ont pu être associés. La notion de « geste critique » permet de proposer une analyse immanente de leurs textes, en se focalisant sur les mouvements de la pensée interprétative. Ces auteurs mobilisent images et métaphores pour penser l’acte et la relation critique, et cet imaginaire influe sur leurs gestes herméneutiques. Ceci rapproche leur pratique d’une pensée rêvante qui transforme l’interprétation des textes en un acte d’« imagination critique », compris comme la conjonction entre identification et prise de distance, discernement et force créatrice, logique et sensibilité. / This dissertation proposes a history of the Geneva School through the comparative study of the works of Georges Poulet, Jean Starobinski and Jean-Pierre Richard. The first part traces the intellectual history of the group at a period in time marked by the influence of phenomenology and later, of structuralism; and by tensions between the new extra-academic criticism and traditional academic criticism. Based on the unpublished correspondence between these three authors, this historical account allows for the discovery of the group from within, and endeavors to link thought to life. The second part analyzes the works of Poulet, Starobinski and Richard in an attempt to grasp the specificity of the critical process, looking beyond their stylistic singularities and different theories and methods to which the three authors have been associated. The notion of “critical gesture” allows for an immanent analysis of their texts, focusing on the movements of interpretive thought. These authors employ images and metaphors to reflect on the critical act and on critical relations, and this imagination in turn influences their hermeneutic gestures. This brings their practice of dreamlike thought that transforms the interpretation of texts into an act of “critical imagination”, understood as the convergence between identification and distancing, discernment and creative force, logic and sensitivity.

Les palimpsestes poétiques de Johann Jakob Bodmer (1698–1783) se caractérisent incontestablement par des dialogues socratiques et ironiques. À un moment de l’histoire des sciences et de la critique, les parodies littéraires et les satires polémiques confirmèrent la position de l’auteur zurichois dans la querelle littéraire allemande ce que ma thèse met à jour. Le programme rationaliste des réformes éducatives qui se profilait dans ces fictions innovatrices de critique littéraire, est mon premier axe d’étude. À quel point la pédagogie de Rousseau, basée sur un modèle d’ « éducation négative », pouvait être considérée comme un dispositif du programme pédagogique et politique de Bodmer est un deuxième axe d’étude.Le choix des textes prend en compte toute une gamme de pratiques diverses et variées de la parodie et de la satire. En se fondant sur une analyse exemplaire du démontage des adversaires, les relations de la critique, c’est-à-dire les relations et mouvements de la poésie, se dévoilent. Nous avons utilisé une méthode comparatiste pour l’analyse des palimpsestes de Bodmer ; cette enquête s’est fondée sur les approches de l’intertextualité et du dialogue en rapport avec la notion dialectique de Jean Starobinski (*1920) ainsi que sur les théories de l’esthétique de la réception de l’École de Constance. / Certainly the poetic palimpsests of Johann Jakob Bodmer (1698–1783) are characterised by Socratic and ironic dialogues. At a certain point in the history of sciences and of critics and as my thesis demonstrates, the literary parodies as well as polemic satires confirmed Bodmer's point of view with reference to the German literary dispute. One axis of my investigation was the rationalistic programme of educational reforms, which profiled those innovative fictions of literary criticism. Another axis, examined at what point the pedagogy of Rousseau, based on the model of a "negative education" could possibly be an instrument for Bodmer's pedagogic and political programme. My choice of texts and works took a whole series of genres into consideration all of which make use of the different styles and variations of parody and satire. Based on an exemplary analysis of the adversaries’ dismantlement, the critical interactions, meaning the movements of poetry are becoming visible. In order to be able to analyse the poetic palimpsests of Bodmer, a comparing method has been instrumentalized. This method is based on intertextual and dialogue approaches with reference to the dialectical notion of Jean Starobinski (*1920) as well as the theories of the reader-response criticism of the School of Constance.