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Caminhos teóricos para a leitura literária de práticas de resistência subalterna. / Theoretical paths for the literary reading of subaltern resistance practices.

Ribeiro, Giselle Rodrigues 24 August 2010 (has links)
A elaboração deste trabalho foi motivada pela percepção de que as vozes de indivíduos subalternizados, embora muitas vezes explicitadas no texto literário, passam freqüentemente despercebidas no processo analítico desses textos. A crença de que isto se deve não a uma negligência preconcebida, mas antes a uma colonização das [nossas] perspectivas cognitivas (QUIJANO, 2005, p.237), motivou-nos, conseqüentemente, a realizar um trabalho de natureza propositiva. Um trabalho, cabe dizer, que torne legível, para o estudioso de literatura, um arcabouço teórico capaz de auxiliá-lo na estruturação de análises literárias que abracem uma perspectiva descolonizada. E que assim sendo, auxilie o leitor e/ou crítico literário a transcender o enfoque dado à caracterização da opressão que demarca a existência subalternizada, ao potencializar a atenção para com as estratégias de resistência postas em movimento, pelo indivíduo marginalizado, para garantir as condições necessárias à sua sobrevivência. Desse modo, e entendendo a desconstrução das subalternidades como opção ético-políticoepistemológica, tratamos de recuperar a perspectiva bakhtiniana do outro; os conceitos de Relação e de Crioulização, propostos por Édouard Glissant; as reflexões sobre o homo situs e os sítios simbólicos de pertencimento, elaboradas por Hassan Zaoual; e a razão cosmopolita proposta por Boaventura de Sousa Santos. Isto se deu, porque o consenso intelectual percebido nos textos teóricos considerados quanto à existência, à capacidade e ao valor do papel de pessoas historicamente outremizadas mostrou-se adequado ao modelo teórico que desejávamos propor. Mas também porque nossa intenção era a de somar em conjunto os esforços das diferentes disciplinas acadêmicas, para interpretar e documentar diferenças e construir pontos de vista plurais (DIAS, 1998, p.128). Cumpre, ainda, dizer que o desenvolvimento desta dissertação se apoiou no intuito de contribuir para com a difusão da noção de existência subalterna, memoravelmente trabalhada por Spivak nos anos 1980, e recentemente transcendida por pesquisadores latino-americanos, quando se atêm ao exame da colonialidade do poder e de uma geopolítica do conhecimento, e por intelectuais portugueses ao considerarem os estudos e movimentos desenvolvidos a partir do Sul Global. / By recognizing that the voices of subaltern characters were often overlooked in the study of literary texts, we decided to carry out a theoretical work that could assist the student of literature to structure his/her literary analysis by following a decolonized perspective. We wanted the scholar of literature to transcend the focus on the characterization of the oppression that marks the subaltern existence by paying more attention to the strategies of resistance carried out by marginalized individuals in a way to ensure the necessary conditions for their survival. Thus, we decide to consider the Bakhtinian perspective of the other; the concepts of Relation and of Creolization, considered by Edouard Glissant; the concepts of homo situs and of symbolic sites of belonging, developed by Hassan Zaoual, and the idea of a cosmopolitan reason, as it is proposed by Boaventura de Sousa Santos. This was done because the intellectual consensus revealed in these texts, regarding the existence, the capacity and the value of the role of subaltern people was adequate to the theoretical model that we wanted to propose. It is also important to mention that the development of this work contributed to the diffusion of the concept of subaltern existence, remarkably crafted by Spivak in 1980s, and recently surpassed by Latin American researchers, when they stick to the examination of the coloniality of power and of a geopolitics of knowledge, and by Portuguese intellectuals when they tend to consider the studies and the resistance movements developed from the South.
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Caminhos teóricos para a leitura literária de práticas de resistência subalterna. / Theoretical paths for the literary reading of subaltern resistance practices.

Giselle Rodrigues Ribeiro 24 August 2010 (has links)
A elaboração deste trabalho foi motivada pela percepção de que as vozes de indivíduos subalternizados, embora muitas vezes explicitadas no texto literário, passam freqüentemente despercebidas no processo analítico desses textos. A crença de que isto se deve não a uma negligência preconcebida, mas antes a uma colonização das [nossas] perspectivas cognitivas (QUIJANO, 2005, p.237), motivou-nos, conseqüentemente, a realizar um trabalho de natureza propositiva. Um trabalho, cabe dizer, que torne legível, para o estudioso de literatura, um arcabouço teórico capaz de auxiliá-lo na estruturação de análises literárias que abracem uma perspectiva descolonizada. E que assim sendo, auxilie o leitor e/ou crítico literário a transcender o enfoque dado à caracterização da opressão que demarca a existência subalternizada, ao potencializar a atenção para com as estratégias de resistência postas em movimento, pelo indivíduo marginalizado, para garantir as condições necessárias à sua sobrevivência. Desse modo, e entendendo a desconstrução das subalternidades como opção ético-políticoepistemológica, tratamos de recuperar a perspectiva bakhtiniana do outro; os conceitos de Relação e de Crioulização, propostos por Édouard Glissant; as reflexões sobre o homo situs e os sítios simbólicos de pertencimento, elaboradas por Hassan Zaoual; e a razão cosmopolita proposta por Boaventura de Sousa Santos. Isto se deu, porque o consenso intelectual percebido nos textos teóricos considerados quanto à existência, à capacidade e ao valor do papel de pessoas historicamente outremizadas mostrou-se adequado ao modelo teórico que desejávamos propor. Mas também porque nossa intenção era a de somar em conjunto os esforços das diferentes disciplinas acadêmicas, para interpretar e documentar diferenças e construir pontos de vista plurais (DIAS, 1998, p.128). Cumpre, ainda, dizer que o desenvolvimento desta dissertação se apoiou no intuito de contribuir para com a difusão da noção de existência subalterna, memoravelmente trabalhada por Spivak nos anos 1980, e recentemente transcendida por pesquisadores latino-americanos, quando se atêm ao exame da colonialidade do poder e de uma geopolítica do conhecimento, e por intelectuais portugueses ao considerarem os estudos e movimentos desenvolvidos a partir do Sul Global. / By recognizing that the voices of subaltern characters were often overlooked in the study of literary texts, we decided to carry out a theoretical work that could assist the student of literature to structure his/her literary analysis by following a decolonized perspective. We wanted the scholar of literature to transcend the focus on the characterization of the oppression that marks the subaltern existence by paying more attention to the strategies of resistance carried out by marginalized individuals in a way to ensure the necessary conditions for their survival. Thus, we decide to consider the Bakhtinian perspective of the other; the concepts of Relation and of Creolization, considered by Edouard Glissant; the concepts of homo situs and of symbolic sites of belonging, developed by Hassan Zaoual, and the idea of a cosmopolitan reason, as it is proposed by Boaventura de Sousa Santos. This was done because the intellectual consensus revealed in these texts, regarding the existence, the capacity and the value of the role of subaltern people was adequate to the theoretical model that we wanted to propose. It is also important to mention that the development of this work contributed to the diffusion of the concept of subaltern existence, remarkably crafted by Spivak in 1980s, and recently surpassed by Latin American researchers, when they stick to the examination of the coloniality of power and of a geopolitics of knowledge, and by Portuguese intellectuals when they tend to consider the studies and the resistance movements developed from the South.
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[en] THE FATE OF THE WEAKEST: SUBORDINATE INCLUSION: A STUD OF STUDENTS PLACED IN LEARNING ACCELERATION CLASSES / [pt] O DESTINO DOS MAIS FRACOS: A INCLUSÃO SUBALTERNA: UM ESTUDO SOBRE ALUNOS INSERIDOS EM CLASSES DE ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM

RAPHAEL CELESTINO DE ALMEIDA 18 March 2016 (has links)
[pt] Esta pesquisa investiga o destino de alunos do Ensino Médio em defasagem idade-série em uma escola da rede estadual de educação do Rio de Janeiro, analisando a experiência de inserção em duas classes de aceleração da aprendizagem do Programa Autonomia da Fundação Roberto Marinho. A partir da conjugação de observações com entrevistas, busca, na fronteira entre etnografia e educação, aproximar-se da perspectiva destes alunos para tentar construir um conhecimento sob novos ângulos. Investiga o sentido do que pensam estes alunos sobre seu atraso escolar, sobre a transição para o programa de aceleração, sobre a experiência de estudar nestas classes e sobre os ganhos simbólicos e concretos percebidos por eles. Identifica nos problemas de comportamento dos alunos a principal explicação escolar para o fracasso, explicação internalizada pelos próprios estudantes. Caracteriza a ênfase dada no Programa Autonomia à socialização e adequação dos comportamentos, e não à aprendizagem, o que acaba por assegurar uma inclusão subalterna no sistema escolar. / [en] This study investigates the fate of high school students with an age-grade gap at a state school in Rio de Janeiro, analyzing the placement experience in two learning acceleration classes in the Roberto Marinho Foundation Autonomy Program. From a set of observations through interviews, it aims, on the boundary between ethnography and education, to get a closer perspective of these students to try to build knowledge from new angles. It investigates the meaning of the reflections that these students make about their educational delay and the transition to the accelerated program on the experience of studying in these classes and the symbolic and concrete gains they perceived. It identifies the main reason for school failure as the students behavior problems, an explanation internalized by the students themselves. It characterizes the acceleration classes as a space for socialization and behavior suitability at the expense of learning, which ultimately ensures subordinate inclusion in the school system.
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Disputas Territoriales, Movimientos Étnicos y Estado : El caso de las comunidades negras de Jiguamiandó y Curvaradó en Colombia

Tovar Cortés, Adriana January 2009 (has links)
<p>El interés de este estudio es examinar las relaciones entre movimientos étnicos y estado en torno a una disputa territorial. En América Latina, los derechos colectivos territoriales étnicos inscritos en las nuevas constituciones abrieron un nuevo marco legal e institucional. El análisis se centra en tratar de entender si el terreno legal e institucional derivado del multiculturalismo facilita la resolución de los conflictos territoriales. Para esto se observa cómo la interacción entre estado y movimientos étnicos guía la elección de las estrategias. Desde esta perspectiva, se estudia el caso de la relación entre el estado colombiano y las comunidades negras de Jiguamiandó y Curvaradó. La información sobre el caso se recolectó a través de entrevistas semi-estructuradas y del análisis de documentos. En 2001, las comunidades huyeron de sus territorios colectivos debido al conflicto armado interno, los cuales fueron ocupados ilegalmente por empresas de palma africana. Por medio de las instituciones del estado, las comunidades han buscado la restitución de sus territorios. En un contexto legal e institucional marcado por alianzas entre grupos paramilitares y élites locales y nacionales, la resolución del conflicto territorial deviene un proceso complejo. Para el análisis del caso se hacen preguntas sobre la influencia de las reformas multiculturales y del terreno legal e institucional estatal sobre las estrategias legales de las comunidades de Jiguamiandó y Curvaradó. También se analiza la intervención de Organizaciones No Gubernamentales (ONG) en la relación entre el estado colombiano y las comunidades. En el estudio se concluye que el complejo contexto legal e institucional limita el margen de acción nacional de las comunidades pero también las provee de estrategias legales que combinan diferentes niveles (local, nacional y transnacional). Las ONG tienen un rol primordial en el planteamiento de tales estrategias que traspasan las fronteras del Estado-Nación, así como en la consolidación a nivel local de la identidad colectiva del movimiento étnico.</p> / C
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Disputas Territoriales, Movimientos Étnicos y Estado : El caso de las comunidades negras de Jiguamiandó y Curvaradó en Colombia

Tovar Cortés, Adriana January 2009 (has links)
El interés de este estudio es examinar las relaciones entre movimientos étnicos y estado en torno a una disputa territorial. En América Latina, los derechos colectivos territoriales étnicos inscritos en las nuevas constituciones abrieron un nuevo marco legal e institucional. El análisis se centra en tratar de entender si el terreno legal e institucional derivado del multiculturalismo facilita la resolución de los conflictos territoriales. Para esto se observa cómo la interacción entre estado y movimientos étnicos guía la elección de las estrategias. Desde esta perspectiva, se estudia el caso de la relación entre el estado colombiano y las comunidades negras de Jiguamiandó y Curvaradó. La información sobre el caso se recolectó a través de entrevistas semi-estructuradas y del análisis de documentos. En 2001, las comunidades huyeron de sus territorios colectivos debido al conflicto armado interno, los cuales fueron ocupados ilegalmente por empresas de palma africana. Por medio de las instituciones del estado, las comunidades han buscado la restitución de sus territorios. En un contexto legal e institucional marcado por alianzas entre grupos paramilitares y élites locales y nacionales, la resolución del conflicto territorial deviene un proceso complejo. Para el análisis del caso se hacen preguntas sobre la influencia de las reformas multiculturales y del terreno legal e institucional estatal sobre las estrategias legales de las comunidades de Jiguamiandó y Curvaradó. También se analiza la intervención de Organizaciones No Gubernamentales (ONG) en la relación entre el estado colombiano y las comunidades. En el estudio se concluye que el complejo contexto legal e institucional limita el margen de acción nacional de las comunidades pero también las provee de estrategias legales que combinan diferentes niveles (local, nacional y transnacional). Las ONG tienen un rol primordial en el planteamiento de tales estrategias que traspasan las fronteras del Estado-Nación, así como en la consolidación a nivel local de la identidad colectiva del movimiento étnico. / C

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