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O negativo e o positivo: a fotografia entre os Asuriní do Xingu / Negative and positive: photography among the Asuriní of Xingu

Alice Villela 15 December 2015 (has links)
O tema deste trabalho é a relação dos Asuriní do Xingu, grupo tupi que vive na margem direita do rio Xingu (Pará), com imagens produzidas pelas tecnologias dos brancos, especialmente as fotográficas. O que interessa é a maneira como essas novas imagens provocam agenciamentos e reflexões da perspectiva asuriní, ao dialogarem com conceitos nativos para o domínio da imagem tais como ynga e ayngava. A relação com as fotografias, entendidas aqui como imagens materiais, é abordada do momento do primeiro contato aos dias atuais. Se no encontro com os padres católicos a fotografia agiu de modo patogênico, causando doenças e mortes, nos dias de hoje ela pode ativar memórias e lembranças dos parentes falecidos, experiência que passa a ser vista de forma positiva pelos índios. Desse modo, procurou-se evidenciar que a relação dos Asuriní com imagens técnicas não é estanque, varia de acordo com o contexto histórico e, principalmente, conforme o tipo de relação que se estabelece com os seus produtores, os brancos. Não foi apenas como ferramenta de trabalho de campo que a fotografia se mostrou potente, mas se constituiu como um tema de pesquisa vigoroso ao possibilitar a abertura a diversos conteúdos asuriní ligados ao estatuto da imagem, à morte, ao xamanismo, à memória, às narrativas do contato, ao processo histórico e às mudanças pelas quais o grupo tem passado nos mais de quarenta anos de convívio intenso com os não-indígenas. / The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asuriní, a Tupi group living on the right bank of the Xingu River (Pará), with images produced by technologies of the non-indigenous, in particular, photographic. The study\'s emphasis is on the manner in which these new images provoke agency and reflections from the Asuriní perspective, in a dialogue with native concepts for the image domain, such as ynga and ayngava. The relationship with photos, understood here as material images, is dealt with from the moment of first contact to the present day. If in the encounter with Catholic priests photography functioned in a pathogenic way, causing illness and death, nowadays it can evoke memories of deceased relatives, an experience that has come to be seen in a positive light by indigeous people. Therefore, it can be seen that the Asuriní\'s relationship to images is not a restrictive one, but varies according to historical context and, in particular, is dependent on the type of relationship established with the non-indigenous producers of these images. It is not only as an instrument for field work that photography has demonstrated its power, but it has also become a subject for vigorous research by making possible the access to numerous Asuriní concepts related to the image, to death, shamanism, memory, stories of contact, to the historical process and to changes that the group has experienced in the more than forty years of intense interaction with nonindigenous people.
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Indo à raiz da questão: repensando o papel de plantas cultivadas no passado Amazônico através da Etnoarqueologia entre os Assurini do Rio Xingu / Getthing to the Root of the Question: Rethinking the role of cultivated plant use in the Amazonian past through Ethnoarchaeology amongst the Asurini of the Xingu River

Leandro Matthews Cascon 27 June 2017 (has links)
O presente trabalho constitui um esforço em entender de que formas as plantas cultivadas e perdidas dos Asurini do Rio Xingu (Amazônia) exercem papéis sociais, simbólicos e identitários para este povo, e como estas plantas são incorporadas pelos Asurini em narrativas sobre o seu passado recente. Através de trabalho de campo nas aldeias Itaaka e Kwatinemu Novo, a pesquisa se utilizou das seguintes abordagens: o levantamento bibliográfico sobre a agricultura Asurini; a observação de práticas agrícolas em roças atuais e a visita a roças antigas; a realização de entrevistas semi-estruturadas com mulheres e homens Asurini; a análise de microvestígios botânicos (grãos de amido e fitólitos) de etapas do processamento de mandioca (Manihot esculenta Crantz) observadas em campo, especialmente da produção de farinha. Os dados obtidos por estes diferentes métodos são discutidos tendo em vista o papel social que as plantas atualmente cultivadas e as plantas perdidas na história recente exercem entre os Asurini na atualidade. É também discutido de que forma o estudo da agricultura e o consumo de plantas cultivadas entre os Asurini no passado possa ser uma abordagem frutífera para se pensar o presente e o futuro deste povo. / The present work constitutes an effort in understanding in what ways do the cultivated and lost plants of the Asurini of the Xingu River (Amazon) play important social, symbolic and identitary roles for this people, and how these plants are incorporated by the Asurini in narratives regarding their recent past. Through fieldwork in the villages of Itaaka and Kwatinemu Novo, the research utilized the following approaches: a bibliographical survey regarding Asurini agriculture; the observation of agricultural practices in current cultivating fields and the visiting of old fields; the conducting of semi-structured interviews with Asurini women and men; the analysis of botanical microvestiges (starch grains and phyoliths) from manihot (Manihot esculenta Crantz) processing stages observed in the field, especially of flour production. The data obtained by these different methods are discussed regarding the social role that currently cultivated plants and plants lost in recent history exert on the Asurini in modern days. It is also discussed in what way can the study of agriculture and cultivated plant use amongst the Asurini in the past be a fructiferous approach for reflecting on the present and future of this people.
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O negativo e o positivo: a fotografia entre os Asuriní do Xingu / Negative and positive: photography among the Asuriní of Xingu

Villela, Alice 15 December 2015 (has links)
O tema deste trabalho é a relação dos Asuriní do Xingu, grupo tupi que vive na margem direita do rio Xingu (Pará), com imagens produzidas pelas tecnologias dos brancos, especialmente as fotográficas. O que interessa é a maneira como essas novas imagens provocam agenciamentos e reflexões da perspectiva asuriní, ao dialogarem com conceitos nativos para o domínio da imagem tais como ynga e ayngava. A relação com as fotografias, entendidas aqui como imagens materiais, é abordada do momento do primeiro contato aos dias atuais. Se no encontro com os padres católicos a fotografia agiu de modo patogênico, causando doenças e mortes, nos dias de hoje ela pode ativar memórias e lembranças dos parentes falecidos, experiência que passa a ser vista de forma positiva pelos índios. Desse modo, procurou-se evidenciar que a relação dos Asuriní com imagens técnicas não é estanque, varia de acordo com o contexto histórico e, principalmente, conforme o tipo de relação que se estabelece com os seus produtores, os brancos. Não foi apenas como ferramenta de trabalho de campo que a fotografia se mostrou potente, mas se constituiu como um tema de pesquisa vigoroso ao possibilitar a abertura a diversos conteúdos asuriní ligados ao estatuto da imagem, à morte, ao xamanismo, à memória, às narrativas do contato, ao processo histórico e às mudanças pelas quais o grupo tem passado nos mais de quarenta anos de convívio intenso com os não-indígenas. / The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asuriní, a Tupi group living on the right bank of the Xingu River (Pará), with images produced by technologies of the non-indigenous, in particular, photographic. The study\'s emphasis is on the manner in which these new images provoke agency and reflections from the Asuriní perspective, in a dialogue with native concepts for the image domain, such as ynga and ayngava. The relationship with photos, understood here as material images, is dealt with from the moment of first contact to the present day. If in the encounter with Catholic priests photography functioned in a pathogenic way, causing illness and death, nowadays it can evoke memories of deceased relatives, an experience that has come to be seen in a positive light by indigeous people. Therefore, it can be seen that the Asuriní\'s relationship to images is not a restrictive one, but varies according to historical context and, in particular, is dependent on the type of relationship established with the non-indigenous producers of these images. It is not only as an instrument for field work that photography has demonstrated its power, but it has also become a subject for vigorous research by making possible the access to numerous Asuriní concepts related to the image, to death, shamanism, memory, stories of contact, to the historical process and to changes that the group has experienced in the more than forty years of intense interaction with nonindigenous people.
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A imagem do índio na câmera do vídeo: o efêmero e o mosaico no cruzamento do índio com o não índio, durante a produção documentária “Xingu” em 1984 e 2006, no Parque Nacional do Xingu

Garcia, Orlando 04 December 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-12-15T11:37:25Z No. of bitstreams: 1 Orlando Garcia.pdf: 2571449 bytes, checksum: 158387d0cd4a9798fda0cf505480ce93 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-12-15T11:37:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Orlando Garcia.pdf: 2571449 bytes, checksum: 158387d0cd4a9798fda0cf505480ce93 (MD5) Previous issue date: 2017-12-04 / We develop here an analysis of the relations between some groups of Indians of the Xingu and the production of a documentary series made on these same Indians by the journalist Washington Novaes in 1984 and in 2006, with the titles: Xingu - The Magical Land and Xingu - Earth Endangered , whose films we have as object of study. Our intention is to point out the possible way to break with the construction of preconceived ideas about a supposed "identity purism" in the life of the Indian, which developed in two ways: by the image that was built historically on it, aiming at the maintenance of a pretended Indian identity through the "preservation of a primitive culture" that certainly does not exist anymore, like that which existed in the sixteenth century, and through a discourse that puts it in the condition of acculturated and disappearing, from the absorption of elements of non-Indian culture. If we do not agree with either position, we present a third one, which places it as having developed historically and socially, merging with non-Indian culture through peaceful and violent encounters, but without prejudice to its degradation or of his disappearance as a people. The series of documentaries produced by Washington Novaes brings in a strong criticism to the introduction of non-Indian elements in their culture, and defends about them, as if it were possible, the maintenance of an archaic and primitive cultural life, as the only way to prevent their total "disappearance" as an identity group. In this context, we propose to subvert the ideas of this "identity purism", supporting us in the theoretical formulations related to the field of communication, anthropology and historiography. As a result of this, we have obtained, from the analysis of the texts on Amerindian perspectivism and others, a theoretical support to question the points of view quoted above. We analyze the associations between these groups of Indians in the region with the technologies and tools introduced in the villages, their connections with the feast of Kuarup and with the shamanism, in order to show the possible ways to break with the construction of ideas around the identity conception of the Xingu Indians / Desenvolvemos aqui uma análise das relações entre alguns grupos de índios do Xingu e a produção de uma série documentária realizada sobre esses mesmos índios pelo jornalista Washington Novaes, em 1984 e em 2006, com os títulos: Xingu – A Terra Mágica e Xingu – A Terra Ameaçada, cujos filmes temos como objeto de estudo. Nosso intuito é apontar a maneira possível de se romper com a construção de ideias preconcebidas em torno de um suposto “purismo identitário” na vida do índio, que se desenvolveu de duas maneiras: pela imagem construída historicamente sobre ele, objetivando a manutenção de uma pretensa identidade índia por intermédio da “preservação de uma cultura primitiva”, que certamente não existe mais (como teria existido no século XVI), e por meio de um discurso que o coloca na condição de aculturado e em desaparecimento, a partir da absorção de elementos da cultura não índia. Não concordando com nenhuma das duas posições, apresentamos uma terceira, a que o coloca como quem vem desenvolvendo-se histórica e socialmente, mesclando-se com a cultura não índia por meio de encontros pacíficos e violentos, mas sem prejuízo de sua degradação ou de seu desaparecimento enquanto cultura ou povo. A série de documentários produzida por Washington Novaes traz em seu conteúdo uma crítica contundente à introdução de elementos não índios na cultura destes, e defende, para os mesmos – como se fosse possível –, a manutenção de uma vida cultural arcaica e primitiva, como sendo a única via para impedir seu “desaparecimento” total enquanto grupo identitário. Nesse contexto, propomos subverter as ideias desse “purismo identitário”, nos apoiando nas formulações teóricas ligadas ao campo da comunicação, da antropologia e da historiografia. Como desdobramento disso tudo, obtivemos, a partir da análise dos textos sobre o perspectivismo ameríndio e outros, um suporte teórico para questionar os pontos de vista citados acima. Analisamos as associações entre esses grupos de índios e as tecnologias e ferramentas introduzidas nas aldeias, suas ligações com a festa do Kuarup e com o xamanismo, para mostrar as formas possíveis de se romper com a construção de ideias em torno da concepção identitária sobre os índios xinguanos
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Proveniência e retrabalhamento sedimentar das areias da Volta Grande do rio Xingu, PA

Mineli, Rodolfo Carlos 10 May 2013 (has links)
O rio Xingu na região de Altamira (PA) destaca-se pela diversidade de sua dinâmica sedimentar e geomorfologia fluvial. Essa região é conhecida como a Volta Grande do rio Xingu devido ao seu curso fluvial atípico. Destaca-se ainda que esta diversidade fluvial passará por grandes modificações com a implantação do empreendimento hidroelétrico de Belo Monte. Análises granulométrica, de minerais pesados e de luminescência do quartzo e feldspato, combinadas com geomorfologia por sensoriamento remoto, foram utilizadas para avaliação da proveniência e dinâmica de transporte dos sedimentos da Volta Grande do rio Xingu. Em relação à morfologia fluvial e características dos sedimentos arenosos, a Volta Grande do rio Xingu pode ser dividida nos seguintes setores: 1. setor com fisiografia de canal afogado faminto, dominado por sedimentos lamosos e com acúmulo de sedimentos arenosos (areia média) somente nas porções marginais do canal, assembléia de minerais pesados caracterizada por andaluzita, estaurolita, turmalina e zircão; 2. setor de canal único encaixado, com complexo de barras em forma de delta, areias finas a muito finas, com assembléia de minerais pesados caracterizada por hornblenda, piroxênio, epidoto, turmalina e zircão, baixo teor de feldspato (média: IR=500) e sensibilidade da luminescência do quartzo moderada (médias: TL=175000 e A-LOE=20000); 3. setor com canais múltiplos e alta densidade de barras arenosas, com areias de granulação bimodal (muito fina a fina e grossa a muito grossa), assembléia de minerais pesados constituída por hornblenda, estaurolita, epidoto, turmalina e limonita, baixa quantidade de feldspato (média: IR=500) e quartzo com sensibilidade de luminescência moderada (médias: TL=180000 e A-LOE= 19000); 4. setor caracterizado pela confluência dos rios Xingu e Iriri, com predomínio de areias grossas, assembléia de minerais pesados constituída por hornblenda, granada, zircão e limonita, elevada quantidade de feldspatos (média: IR=1800) e quartzo com sensibilidade da luminescência relativamente baixa (média: TL=50000 e A-LOE=9000); 5. setor do rio Xingu a montante do rio Iriri, com predomínio de barras formadas por areia média a fina, assembléia de minerais pesados caracterizada por hornblenda, estaurolita, epidoto, turmalina, zircão e limonita, baixo teor de feldspato (média: IR=500) e quarzto com sensibilidade da iv luminescência elevada (média: TL=270000 e A-LOE=30000). A sensiblidade da luminescência do quartzo indica variação do grau de retrabalhamento das areias da Volta Grande do rio Xingu. Estas características indicam dinâmica fluvial distinta nos diferentes domínios morfológicos descritos, que propicia deposição de fácies distintas e variação do tempo de estocagem e retrabalhamento de sedimentos. Isto indica que a fisiografia do rio Xingu relaciona-se ao transporte e deposição de modas granulométricas distintas. As areias grossas com menor grau de retrabalhamento são supridas pelo rio Iriri. Areias provenientes do rio Iriri tem dificuldade de se misturar com areias derivadas de setores à montante do rio Xingu. Isto pode causar interpretação equivocada das fontes e modo de transferência dos sedimentos da Volta Grande do rio Xingu. / The Xingu river in the region of Altamira (PA) stands out due to its diversity of sedimentary dynamics and atypical geomorphological features. This region is known as the Volta Grande do rio Xingu,. We also highlitghted that this fluvial diversity may suffer changes due to the building of dams for the Belo Monte hydroelectric achievement. Grain size, heavy minerals and quartz and feldspar luminescence analysis, combined with remote sensing geomorphological analysis, were used to interpret the mode of sediment transport and deposition throughout the Volta Grande do rio Xingu. The studied stretch of the Xingu river can be divided in the following sectors: 1. sector with drowned channel physiography, dominated by muddy sediments and with medium sand concentrated in the channel margins, heavy mineral assemblage characterized by andalusite, staurolite, tourmaline and zircon; 2. inlet single-channel with delta-shaped bars dominated by fine and very fine sands, heavy mineral assemblage characterized by hornblende, pyroxene, epidote, tourmaline and zircon, low feldspar content (mean: IR=500) and sands with quartz of moderate sensitivity (mean: TL=175000 and A-LOE=20000); 3. multi-channel sector with dense bars deposits and sands with bimodal grain size (fine to very fine and coarse to very coarse sands), with heavy mineral assemblage characterized by hornblende, staurolite, epidote, v tourmaline and limonite, low feldspar content (mean: IR=500) and quartz with moderate luminescence sensitivity (TL=180000 and A-LOE=19000); 4. the Iriri river\'s sector, with thicker sandy facies, heavy mineral assemblage characterized by hornblende, garnet, zircon and limonite, high feldspar content (mean: IR=1800) and quartz with low luminescence sensitivity (mean: TL=50000 and A-LOE=9000); 5. Xingu river upstream the Iriri river mouth comprises medium to fine sand facies, heavy mineral assemblage characterized by hornblende, staurolite, epidote, tourmaline, zircon and limonite, low feldspar content (mean: IR=500) and quartz with high luminescence sensitivity (mean: TL=270000 and A-LOE=30000). The fluvial morphology and characteristics of sands from these sectors indicate variation in fluvial dynamics and sediment provenance throughout the Volta Grande of the Xingu river. This gives origin to distinct facies deposition and degree of sediment recycling and storage. Thus, there is great relation between fluvial dynamics and Xingu river physiography, which dificult the mixing of coarse and finse sands determining the grain size and provenance of sands distributed throughout the lower Xingu river. This complex sedimentary dynamics should be considered in environmental impact studies dealing with changes in sedimentation.
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Evolução sedimentar do tabuleiro do embaubal baixo rio Xingu / not available

Souza, Diego Fróes e 24 September 2015 (has links)
Este trabalho estabelece a cronologia da evolução do Tabuleiro do Embaubal (TE), situado no baixo rio Xingu (Pará). O TE corresponde ao arquipélago fluvial formado por complexo de barras arenosas estabilizadas por vegetação ripariana. O TE ocorre no trecho em que o rio Xingu adquire morfologia de ria, com ampliação do canal e redução da velocidade do fluxo d\'água. Durante o período de setembro a novembro, ocorre redução do nível do rio e formam-se uma série de praias nas margens das ilhas do TE. Estas praias destacam-se por serem um dos principais locais de nidificação da tartaruga-daamazônia (Podocnemis-expansa) em desova gregária. O TE também destacase pela localização, pois está situado a 32 km a jusante de onde está localizada a barragem hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. O modelo de evolução sedimentar para a gênese do complexo de barras do TE foi estabelecido utilizando-se as metodologias de datação por OSL (Optically Stimulated Luminescence) e \'ANTPOT.14C\'. O substrato sedimentar do TE apresenta uma organização estratigráfica regular: camadas de areia fina a média silto-argilosa (A1) ou areia muito fina siltosa na base (A2), e silte grosso arenoso cinza-claro no topo (S2). De forma que os depósitos A1 e A2, de alta variabilidade granulométrica, estão associados à deposição de barras ativas, enquanto que os depósitos S2 à planície de inundação, fixados pela vegetação. Na interface entre as fácies A1/A2 e S2 ocasionalmente ocorrem camadas de silte médio argiloso cinzaescuro (S1), sendo este associado aos lagos internos das ilhas. O modelo proposto demonstra que a evolução das ilhas é resultado da emersão de barras em episódios de baixa vazão, seguidos pela ocupação dessas ilhas pela vegetação. A presença da vegetação adaptada aos episódios de inundação estimula deposição de silte e argila sobre a fácies de areia, prolongando o crescimento das barras para setores de jusante e amalgamando as ilhas. Segundo os resultados cronológicos, processos de fixação das barras pela vegetação ocorrem em escala secular. A ilhas do TE teriam se formado a partir do Holoceno médio, durante os últimos 5000 anos. A deposição de quase a totalidade das barras ocorreu nos últimos 1100 anos, sendo que ainda está ativa, especialmente no norte do TE. Foi observada forte correlação entre as idades de deposição das barras e variações pluviométricas do Holoceno na região da cabeceira da bacia do Xingu, no centro-oeste do Brasil. Durante a MCA (Medieval Climate Anomaly) e LIA (Little Ice Age) houve intensificação das monções na América do Sul, mesmo período da deposição de grande parte (setor noroeste) das barras do TE. As alterações da dinâmica sedimentar decorrentes das barragens da hidrelétrica de Belo Monte poderão causar interrupção do ciclo secular a milenar de formação de praias e crescimento de ilhas. Este impacto terá reflexo direto no ambiente de nidificação das tartarugas, pois as areias são provenientes de regiões de montante da barragem principal na calha do rio Xingu. A redução do aporte de areia e da variação sazonal do nível d\'água na região do TE poderão gerar cenário onde novas barras serão menos frequentes e menores, com altura de topo inferior e com variabilidade granulométrica inferior a usual e maior proporção de areia fina a muito fina. Isto pode provocar impactos na sexagem das tartarugas (praias de granulação mais fina tendem a estimular nascimento de fêmeas) e no espaço de acomodação das tartarugas. / This study aims to establish the sedimentary chronology of Tabuleiro do Embaubal (TE), located in the lower Xingu river (eastern Amazônia). The TE is a fluvial archipelago represented by a complex of active or stabilized sand bars covered by riparian vegetation. The TE develops in a sector where the Xingu river acquires a \"ria\" morphology, with channel widening and water flow velocity reducing. During the period of low river level from September to November, the emersion of sand bars tops forms a series of beaches. These sandy beaches are among the most important gregarious nesting sites of Tartaruga-daamazônia turtle (Podocnemis expansa). The TE also stands out due to its location at 32 km downstream from the main dam of the Belo Monte hydropwer plant in the Xingu river channel. The sedimentary evolution model for the genesis of the complex of bars forming the TE was established using the OSL (Optically Stimulated Luminescence) and \'ANTPOT.14C\' dating methods combined with sedimentary facies and geomorphological analysis. The substrate of TE islands has a regular stratigraphy represented by silty-clay fine to medium sand (A1) or silty very fine sand layers at the base (A2), and light gray sandy coarse silt at the top (S2). The A1 and A2 deposits have high grain size variability and are associated to the deposition of active bars, while the S2 facies corresponds to floodplain deposits fixed by vegetation. Occasional layers of dark gray clay medium silt (S1) occur between facies A1/A2 and S2. Facies S1 is associated with perennial lakes formed within bar or inter-bars depressions. According to the evolution model proposed for TE development, the islands result from the emergence of bar tops during major episodes of low river level, followed by riparian vegetation occupation. The development of riparian vegetation favors deposition of silt and clay over sand bar tops. Stabilized bars can be elongated through downstream growth and amalgamate to adjacent bars forming wider and longer islands. According to the OSL and 14C ages, stabilization processes of sand bars by vegetation growth and muddy sediments deposition occur in secular timescale. The obtained deposition ages indicates that the TE was formed since the Middle Holocene (last 5000 years). Nearly all the bars of the northwest sector of TE formed in the last 1100 years. Deposition of sand bars in the TE is still active, especially in the north sector of the TE. Strong correlation was observed between the chronology of island development and Holocene rainfall variations in the head region of the Xingu Basin in the central-western Brazil. During the MCA (Medieval Climate Anomaly) and LIA (Little Ice Age) periods, it is registered monsoon intensification in South America, same deposition period of most of the sediments forming the substrate of TE islands. Changes in sediment transport and deposition due to the dams of the Belo Monte hydropower plant should affect the secular dynamics responsible for the deposition of sand bars and formation of beaches and islands in the TE. It is expected that this impact will directly affect the turtles nesting environment because most of the TE sands are supplied by sector of the Xingu river upstream the dams. In the future, new sand bars are expected to be less frequent, smaller, with lower bar tops and reduced grain size variability (incrase of fine to very fine sand). These changes should cause impacts on turtles sexing (finer sand grain sizes tend to encourage birth of females) and the accommodation space for the turtles.
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Análise da paisagem e estrutura das comunidades vegetais das formações pioneiras do Baixo Xingu, Pará.

CUNHA, Denise de Andrade January 2009 (has links)
The hydroelectric Belo Monte Project will be built in the lower curse of the Xingu River in the Pará State. This will be second largest Brazilian hydroelectric, with a capacity of production of energy around 11.000 MW. In this project will be built a reservoir of the 400 km2, resulting in the flooding of the two forest types subject to inundation cycle of Xingu river. This vegetation is classified such as alluvial forests and pioneer formations, being the last vegetation analyzed in this dissertation and divided in two types: arboreal/shrub and herbaceus pioneer formations. This vegetation is subject to long periods of inundation and grows mainly in the islands of rock almost without substrate in the Xingu river channel. The objective of this study is estimate the habitat loss and characterized the species richness, diversity, structure and floristic composition of the pioneer formations in the Belo Monte Project. The Belo Monte Project is divided in the three sections in relation to levei of environmental impacts: Section 1 (without impact - control arca), section 2 (Xingu river reservoir, with impact of permanent flooding) and section 3 (with impact caused by reduced of the river flow due to construct of dam of the reservoir). The calculation of habitat loss was done with vegetation digital maps in the arca of the Belo Monte Project using Are view 3.3 software. The floristic inventory was carrying out using plots of 5 x 20 m in the arboreal/shrub pioneer formations and plots of 1 x 1 m in the herbaceous pioneer formation. The levei of habitat loss varied between the pioneer formation types. The construction of the Xingu river reservoir will lead to loss of habitat for up to 40% in vegetation (phytophysiognomie) subject to flooding at the section 2, which may reflect directly the reduetion of specimens of flora and fauna in the region. The variation of the habitat loss among the pioneer formation types included in the section 3 varied from 43% to 74%. In this case the main impact in the vegetation will be change of the reproduetion patterns that are related to the variation on inundation cycle of the Xingu river are will modified by construction of the dam. The total number of species found in the arboreal/shrub pioneer formations was 77 species varied from 37 to 43 species between the sections. There is significantly variation in the species richness, diversity, total density and total basal arca between the sections. However, the coefficients of regression are extremely low, explaining less that 8% of variation. In this case, to avoid type II error, these results should are use with precaution, being better considered the threes section equivalent in relation to parameters analyzed. There is no significantly variation of the floristic composition between the sampled plots in relation to three sections. The 10 more important species found in the in the arboreal/shrub pioneer formations in relation to relative density, frequency and dominance, totally more than 85%, 72% and 84%, respectively, being Myrciria florihunda. Conepia cataractea, Vitex cf. dukei, Campsiandra comosa, Acosmium nitens and Licania leptostachya found in the three sections. The 10 more important herbaceous species in relation to relative density and frequency totally more that 86% and 73%, respectively. There was no change in floristic composition pioneer formations between section sampled, thus, section 1, which will not suffer impact of enterprise, can offset the impact that will be submitted the pioneer formations herbaceous and arboreal-shrub found at the section 2 and 3. / O projeto de Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte projetado no baixo curso do rio Xingu, Pará, será a 2a maior hidrelétrica exclusivamente brasileira, com uma capacidade de produção de energia de cerca de 11.000 MW. Esse projeto prevê a construção de um reservatório de 440 km2, que resultará no alagamento de habitats colonizados por dois tipos de vegetação adaptadas a variação cíclica do nível do rio Xingu. Estas vegetações são classificadas como florestas ombrófilas aluviais e formações pioneiras, sendo esta última a vegetação analisada nesta dissertação. As formações pioneiras crescem sobre ilhas de substrato rochoso e estão sujeitas a longos períodos de inundações. O objetivo desta dissertação foi calcular a perda de habitat e caracterizar a riqueza, diversidade, estrutura e composição de espécies nas formações pioneiras na área do Projeto Belo Monte. A área do Projeto Belo Monte é dividida em três locais, em função do tipo de impacto do empreendimento: local 1 (área controle), local 2 (reservatório do rio Xingu) e local 3 (trecho de vazão reduzida). O cálculo da perda de habitat foi feita a partir do mapa digital da área do Projeto Belo Monte. A amostragem das formações arbustiva/arbórea foi realizada usando parcelas de 5x20 m e parcelas de Ixlm para as formações herbáceas. O nível da perda de habitat variou entre os tipos de formações pioneiras. A construção do reservatório do rio Xingu implicará em perda de habitat de até 40% nas fitofisionomias sujeitas à inundação no local 2, o que pode refletir diretamente na diminuição de espécimes da flora e fauna presentes na região. A perda de habitat no local 3 variou de 43% à 74% entre os tipos de formações pioneiras. Neste caso o principal impacto será a mudança nos padrões de reprodução que estão relacionados com o ciclo de inundação do rio Xingu. A riqueza da formação pioneira arbustivo/arbórea variou de 37 à 43 entre os locais amostrados. Houve diferença significativa de riqueza, diversidade, densidade e área basal entre os três locais de amostragem. Contudo os coeficientes de regressão são extremamente baixos explicando somente 8% da variação. Neste caso, para evitar erros do tipo II, estes resultados devem ser usados com precaução, considerando-se melhor a equivalência entre os três locais. As dez espécies das formações pioneiras arbustivo/arbóreas mais importantes em relação à densidade, freqüência e dominância relativas totalizam mais de 85%, 72 % e 84%, respectivamente, entre as quais Myrciaria florihunda. Conepia cataractae, Vitex cf. duckei, Campsiandra comosa var. laurifolia, Acosmium niten, e Licania leptostachya foram comuns aos três locais de amostragem. As dez espécies herbáceas mais importantes com relação à densidade relativa e freqüência totalizam mais de 86% e 73%, respectivamente. Não houve variação na composição florística das formações pioneiras entre os locais amostrados, assim o local 1 que não sofrerá impacto do empreendimento pode compensar os impactos a que serão submetidas as formações pioneiras herbáceas e arbóreo-arbustiva encontradas nos locais 2 e 3.
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De como cincoenta e duas pessoas reproduzem uma sociedade indigena : os Asurini do Xingu

Muller, Regina Aparecida Polo January 1987 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade de São Paulo, Departamento de Ciencias Sociais / Made available in DSpace on 2012-10-16T00:55:40Z (GMT). No. of bitstreams: 0
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Paisagem fluvial amazônica: geoecologia do Tabuleiro do Embaubal - Baixo Rio Xingu / Amazon river landscape: geocology of Tabuleiro do Embaubal, Xingu river

Paula, Eder Mileno Silva de January 2017 (has links)
PAULA, Eder Mileno Silva de. Paisagem fluvial amazônica: geoecologia do Tabuleiro do Embaubal - Baixo Rio Xingu. 2017. 154 f. Tese (Doutorado em Geografia)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017. / Submitted by Erandi Araujo (erandiaraujo@gmail.com) on 2017-06-22T15:33:55Z No. of bitstreams: 1 2017_tese_emspaula.pdf: 23651047 bytes, checksum: 3a697b7bef93ea3a36a5ad10148c9c3d (MD5) / Approved for entry into archive by Jairo Viana (jairo@ufc.br) on 2017-06-27T22:28:13Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2017_tese_emspaula.pdf: 23651047 bytes, checksum: 3a697b7bef93ea3a36a5ad10148c9c3d (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-27T22:28:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2017_tese_emspaula.pdf: 23651047 bytes, checksum: 3a697b7bef93ea3a36a5ad10148c9c3d (MD5) Previous issue date: 2017 / It is essential to plan the landscape-modifying activities promoted by society,organizing sustainable interventions within the limits and potential of theenvironment. Therefore, it is of great relevance to understanding the functional and evolutionary behavior of the landscapes, as it allows visualizing tendential scenarios, corroborating with the environmentally sustainable planning and management. The study area is a fluvial landscape known locally as “Tabuleiro do Embaubal”, in a section of the lower Xingu River that constitutes a drowned mouth, and has its uses and occupations correlated with the occupational advances of the Amazonian forest, permeating the initiatives of the Company of Jesus of Jesuit priests and the recent Growth Acceleration Program (PAC) of the Brazilian Federal Government. The production of energy through hydroelectric plants appears as the new challenge to understand the landscape of the lower Xingu River, which with the installation of the Belo Monte Power Plant in the archipelago will modify the flow of energy and matter of the river landscape, with consequent changes In regional and local geoecological dynamics. The research analyzed the geoecology of the “Tabuleiro do Embaubal” with the intention of subsidizing the planning and environmental management of Amazonian river landscapes. The construction, analysis, and discussion of the results were guided by the geostematic methodology, disseminated in Brazil by Tricart (1977), Souza (1981, 1998, 2000), Silva (1998), Ross (2006), Rodriguez, Silva and Cavalcanti (2013) and Rodriguez and Silva (2013). The analyses were constructed at a regional and typological level because they had an integrative and holistic methodology of the landscape components, with horizontal and vertical structure analysis, functioning, geoecological evolution, ecodynamics and environmental vulnerability, which allowed to understand the geoecological tendency of the “Tabuleiro do Embaubal” and to support proposals for the management plan of the Vitoria de Souzel Sustainable Development Reserve (RDS) and the Tabuleiro do Embaubal Wildlife Refuge (RVS). / É essencial planejar as atividades modificadoras da paisagem promovidas pela sociedade, organizando intervenções sustentáveis dentro dos limites e potencialidades do ambiente. Para tanto, e de grande relevância entender o comportamento funcional e evolutivo das paisagens, pois possibilita visualizar cenários tendenciais, corroborando com o planejamento e gestão ambientalmente sustentável. A area de estudo e uma paisagem fluvial conhecida localmente como Tabuleiro do Embaubal, em trecho do baixo rio Xingu que se constitui uma foz afogada, e tem seus usos e ocupações correlacionados aos avanços ocupacionais da floresta amazônica, perpassando pelas iniciativas da Companhia de Jesus dos padres Jesuítas e ao recente Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) do Governo Federal brasileiro. A produção de energia, através de usinas hidrelétricas, surge como o novo desafio para o entendimento da paisagem do baixo rio Xingu, que, com a instalação da Usina de Belo Monte a montante do arquipélago, modificara o fluxo de energia e matéria da paisagem fluvial, com consequentes mudanças na dinâmica geoecológica regional e local. A pesquisa analisou, a geoecologia do Tabuleiro do Embaubal, com o intuito de subsidiar o planejamento e a gestão ambiental de paisagens fluviais amazônicas. Sendo que a construção, analise e discussão dos resultados foram norteadas pela metodologia geossitêmica, difundida no Brasil por Tricart (1977), Souza (1981; 1998; 2000), Silva (1998), Ross (2006), Rodriguez, Silva e Cavalcanti (2013) e Rodriguez e Silva (2013). As analises foram construídas a nivel regional e tipológico por ter metodologia integrativa e holística dos componentes da paisagem, com analises da estrutura horizontal e vertical, funcionamento, evolução geoecológica, ecodinâmica e vulnerabilidade ambiental, as quais permitiram compreender a tendência geoecológica do Tabuleiro do Embaubal, e subsidiar proposições para o plano de manejo das Unidades de Conservação Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Vitoria de Souzel e o Refugio de Vida Silvestre (RVS) Tabuleiro do Embaubal.
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O desempenho da UHE Belo Monte em um cenário de mudanças climáticas de longo prazo

Brito, Adriane Michels 24 January 2018 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2018-05-02T20:20:46Z No. of bitstreams: 1 2017_AdrianeMichelsBrito.pdf: 13909510 bytes, checksum: efc6d41fdc2595725529eb2b1612d3e7 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-05-29T19:46:35Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2017_AdrianeMichelsBrito.pdf: 13909510 bytes, checksum: efc6d41fdc2595725529eb2b1612d3e7 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-29T19:46:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2017_AdrianeMichelsBrito.pdf: 13909510 bytes, checksum: efc6d41fdc2595725529eb2b1612d3e7 (MD5) Previous issue date: 2018-05-29 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). / Esta pesquisa desenvolveu uma análise sobre os potenciais efeitos das mudanças climáticas no desempenho energético da UHE Belo Monte, na Bacia do Rio Xingu, abordando as dimensões ambiental e econômica para avaliar a sustentabilidade da operação da usina. Para isso, utilizou-se o resultado das projeções de temperatura e precipitação geradas pelo modelo climático regional Eta e projeções de vazão geradas pelo Modelo Hidrológico Distribuído-MHD, ambos do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais – INPE. As projeções de precipitação e temperatura foram forçadas pelas simulações dos modelos globais HadGEM2-ES e MIROC5 nos cenários de emissão RCP4.5 e RCP 8.5. Para gerar as projeções de vazões, o MHD-INPE foi alimentado com o modelo atmosférico Eta, com dados dos modelos globais HadGEM2- -ES e MIROC5 e com os cenários de RCP 4.5 e 8.5. A análise do desempenho de produção de energia seguiu uma técnica exploratória, onde se utilizou as especificações técnicas da usina e as restrições aplicadas nos diferentes cenários hidroclimáticos futuros, para estimar o desempenho da usina, e seus impactos ambientais e econômicos. As projeções climáticas futuras, indicam redução da precipitação e aumento de temperatura, caracterizando um clima mais quente e seco na região da Bacia do Xingu. As projeções de vazões apresentam reduções no volume de vazões em toda extensão da bacia, de forma progressiva, até o final do século. Os resultados sugerem que UHE Belo Monte terá dificuldades para garantir a energia firme para a qual foi desenhada, o que poderá exigir o acionamento das usinas térmicas para suprir a demanda. Esse acionamento acarretará aumento nas emissões de gases de efeito estufa, e aumento no preço da energia, podendo influenciar negativamente nos compromissos de redução assumidos pelo Brasil na Contribuição Nacionalmente Determinada – NDC. / This research developed an analysis about the potencial effects of climate change on the energy performance of the Belo Monte hydroeletric power plants, in the Xingu River Basin, adressing the environmental and economic dimensions to avaluate the sustaintability of the hydroeletric plant operation. The results of the projections of temperature and precipitations generated by the regional climatic model Eta and flow projections generated by the Distributed Hydrological Model-MHD, both of the National Institute of Space Research-INPE were used. The projections of preciptation and temperature were forced by the simulations of global climate models HadGEM2-ES and MIROC5 on emission scenarios RCP4.5 and RCP 8.5. The Eta atmospheric model was introduced, with data from the global climate models HadGEM2-ES and MIROC5, in the MHD-INPE, under the scenarios of RCP 4.5 and 8.5, to generate the flow projections. The analysis of the energy production performance followed a exploratory tecnique, which used technical specifications of the plants and the restrictions applied in the different future hydroclimatic scenarios, to estimate the performance of the plant, and the economic and enviromental impacts. The future climatic projections, indicated reduced precipitation and increased temperature, characterizing a warmer and drier weather in Xingu Basin region. Until the end of the century, the flow projections will present progressively reductions of the flow volume on all of the basin extension. The results suggest that the Belo Monte hydroeletric power plants will have difficulties to guarantee a firm energ for which it was designed, which may require the the activation of thermal plants to supply the demand. This activation will lead to an increase of greenhouse gas emissions and an increase in the price of energy, which may negativelly influence the reduction commitments assumed by Brazil in The Nationally Determined Contribution.

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