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Representações culturais no giramundo teatro de bonecos: um olhar de brincante sobre os textos, personagens e trilhas sonoras de um baú de fundo fundo, Cobra Norato e os orixás

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Previous issue date: 2010-03-20 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In this dissertation I observed the ways the artists of Giramundo Teatro de Bonecos , group of puppet theater of Belo Horizonte city, Minas Gerais State, appropriated the Brazilian cultural representations ― such as causos and stories, songs, dances, dialects and local accents, legends, myths, characters, beliefs, backgrounds, customs and doings ― for the elaboration/composition of the texts, characters, and soundtracks of the shows Um Baú de Fundo Fundo (1975), Cobra Norato (1979) and Os Orixás (2001). In the first play, which is analyzed in the opening chapter, I noticed that not only in its text but also in its soundtracks, the oral and written figurations of the speaking, thinking and living ways of inland inhabitants of Minas Gerais State. Besides that, I noticed musical representations of the popular songbook that are deep-seated inside of the imagination of many Brazilians: nursery, work, leisure, satirical, mischievous and sentimental rhymes and also one congada . Furthermore, among the puppets of the play Um Baú de Fundo Fundo , I observed the figuration of unreal characters, of storytellers, of hickies, of characters of military Brazilian dictatorship and the desire for freedom of thinking and expression. At last, still in this initial chapter, I have brought the concepts of representation, cultures and iconography. In Cobra Norato , montage analyzed in the second chapter, Brazil is praised by the Giramundo group, which goes deeper in its interests regarding hybrid national culture and mix ― for the conception of some puppets in this play ― forms of the Brazilian arts craft with international artistic shapes and ideas. Moreover, the categories miscegenation, mestizo, hybridism and syncretism are clashed with the iconography of these puppets. Cobra Norato brings us symbolizations of legendary and mythological creatures which inhabit Brazilian imagination,
specially of the northern population. In Cobra Norato script, I pointed out several peculiar linguistic features of the inhabitants of the Amazon region and I came across superstitions and popular beliefs, causos and animal stories, and again with the censorship. On the other hand, in the soundtrack of this play I can hear songs like the toada and the wailing of the viola, and several noises that suggest the animalistic, extraordinary and unreal world of the Amazon jungle. Finally, in the Os Orixás , play studied in the third chapter, Giramundo celebrates the afro-brazilian cultures. Therefore, the group appropriates artistic-cultural, ritualistic, mythological aspects of the cult to orishas. Here, a mythological pantheon of afrobrazilian gods is represented, from where I extracted a representative sampling of the beauty and richness of the accessories, clothes, weapons, jewelry, as well as gestures that occur in its dances and its relationships with the daily life of humans. Alvaro Apocalypse s text narrates to us about the origins, legends, passions and rites of some of these gods. In the soundtrack of this play, I noticed the presence of songs, rhythms and instruments of umbanda and candomble ; as well as syncretic songs from the clash between afro-brazilian cults with christian, indigenous and spiritist beliefs. Lastly, from these songs on, the concept of syncretism is deepened / Nesta dissertação observo de que maneira os artistas do Giramundo Teatro de Bonecos, grupo de Teatro de Animação de Belo Horizonte, Minas Gerais, se apropriaram de representações culturais brasileiras tais como causos e histórias, canções, danças, falares e regionalismos lingüísticos, lendas, mitos, personagens, crenças, práticas, costumes e fazeres para a elaboração/composição dos textos, personagens e trilhas sonoras dos espetáculos Um Baú de Fundo Fundo (1975), Cobra Norato (1979) e Os Orixás (2001). No primeiro espetáculo, que é analisado no capítulo de abertura, noto tanto em seu texto, quanto em sua trilha sonora, a figuração escrita e oral do modo de falar, de pensar e de viver típicos dos habitantes do interior de Minas Gerais. Além disso, percebo representações de músicas do cancioneiro popular que se encontram entranhadas no imaginário de muitos brasileiros: cantigas de roda, de trabalho, de diversão, cantigas satíricas, brejeiras e sentimentais e também uma congada. Não obstante, dentre os bonecos dessa peça observo a figuração de personagens fantásticos, de contadores de histórias, de caipiras, de figuras representantes da ditadura militar brasileira e do desejo de liberdade de expressão e de pensamento. Enfim, ainda neste capítulo inicial, trago os conceitos de representação, culturas e iconografia. Já no Cobra Norato, montagem examinada no segundo capítulo, o Brasil é exaltado pelo grupo mineiro, que também aprofunda seus interesses em relação às culturas mestiças nacionais e hibridiza ― para a concepção de certos bonecos desta peça ― formas do artesanato brasileiro com formas e idéias artísticas internacionais. Aliás, as categorias mestiçagem, mestiço, hibridismo e sincretismo são confrontadas com a iconografia desses bonecos. Ademais, Cobra Norato traz ainda simbolizações de criaturas lendárias e mitológicas que habitam a imaginação dos brasileiros, em particular dos nortistas. Sem demora, no seu texto aponto vários regionalismos lingüísticos característicos dos habitantes da região do Amazonas e deparo-me com superstições e crenças populares, causos e histórias de animais, e, novamente, com as censuras. Por outro lado, na trilha sonora desta peça, ouço cantigas como a toada e o chorado na viola, e vários ruídos que sugerem o mundo animalesco, extraordinário e irreal da floresta amazônica. Por último, em Os Orixás, peça estudada no terceiro capítulo, o Giramundo celebra as culturas afro-brasileiras. Ademais, se apropria de aspectos artísticoculturais, ritualísticos e mitológicos do culto aos orixás. Aqui, encontra-se representado um panteão mitológico de deuses afro-brasileiro , do qual extraí uma amostragem representativa da beleza e riqueza dos seus paramentos, indumentárias, armas e jóias, assim como das gestualidades recorrentes em suas danças e de suas relações com o cotidiano dos humanos. O texto de Álvaro Apocalypse nos conta sobre as origens, lendas, paixões e ritos de alguns destes deuses. Por sua vez, na trilha sonora desta peça, percebo a presença de cantigas, ritmos e instrumentos da umbanda e do candomblé; assim como escuto canções sincréticas oriundas do choque entre cultos afro-brasileiros com práticas e crenças cristãs, ameríndias e espíritas. Finalmente, a partir destas canções, o conceito de sincretismo é aprofundado

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.udesc.br #179.97.105.11:handle/1344
Date20 March 2010
CreatorsOliveira, Luciano Flávio de
ContributorsFaleiro, José Ronaldo
PublisherUniversidade do Estado de Santa Catarina, Mestrado em Teatro, UDESC, BR, Teatro
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UDESC, instname:Universidade do Estado de Santa Catarina, instacron:UDESC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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