This study aims to analyze health practices that support obstetric violence as a legal possession right by the medical-scientific knowledge-power of bodies, sexual and reproductive processes of women during their pregnancies and labor. This appropriation is a particular configuration in health care, in which the risk discourse embedded in this kind of knowledge-power that highlights biological factors, pathologizing and fragmented, making it the only way to manage the risk during pregnancy and childbirth, rather than expansion of autonomy, act producing docile bodies in the sense used by the philosopher Michel Foucault. I seek to relate relationships between risk concepts with medical and hospital discursive practices, marked by the logic of maximum production profits in the shortest time and built the scientific truth of value-legitimize the interventions on the bodies-of-women that acts reinforcing a dispossession of pregnancies and births. Expanding the locus of obstetric violence beyond the hospital, we identify their presence in some prenatal care practices in both the public or private health sector. It also emphasize gender concepts, body, human sexuality and reproduction, all common topics in our society , working in naturalization and perpetuation of obstetric violence as gender-based violence against women ;that are pregnant or have children. We also question a certain understanding of humanized birth and their individualizing, statist or marketing shots, which tend to take you to a land in which the role of women is narrowly. By endorsing labor humanisation, social movements and public policies give other senses about issues related to women's health, in which obstetric violence is of them; this notoriety, however, must be transformed into specific actions to be implemented to not only identify and criminalize those who practice obstetric violence, but also to incorporate workers, managers and users of health systems in order to exercise their protagonists to others, linking relations, accountability and sharing decisions about ways to gestate and give birth. The path of this research was born in intervention research as a methodology. in which the relationship between search object and the search engine are related by implication, that is, the ability to produce changes to each other. So, I bring experiences as a mother, activist of the Movement for Birth Humanization (MBH) woman medical health officer, medical school teacher, and the health system user; roles that mix, transform and dialogue to the practice of research involved, designing research in social, ethical and aesthetic commitment. / Este trabalho tem como objetivo a análise de práticas em saúde que sustentam a violência obstétrica como apropriação pelo saber-poder médico-científico dos corpos, dos processos reprodutivos e sexuais das mulheres durante suas gestações e partos. Tal apropriação assume especial configuração nos serviços de saúde, nos quais o discurso do risco incorporado por esse tipo de saber-poder adquire formas marcadamente centradas em fatores biológicos, patologizantes e fragmentários, configurando um modo singular de gestão dos riscos na gestação e parto, que ao invés de ampliação de autonomia, atuam produzindo corpos dóceis, no sentido utilizado pelo filósofo Michel Foucault. Busco ainda tecer relações entre conceitos de risco com práticas discursivas médico-hospitalares que, marcadas pela lógica da máxima produção de lucros no mínimo de tempo possível e embutidas do valor de verdade científica, legitimam-se nas intervenções sobre os corpos-das-mulheres-que-parem e atuam reforçando uma desapropriação das gestações e partos pelas mulheres. Ampliando o lócus da violência obstétrica para além do hospital, identificamos sua presença em algumas práticas de acompanhamento pré-natal, seja no setor público ou privado de saúde. Ressaltamos também conceitos de gênero, corpo, sexualidade e reprodução humana comuns em nossa sociedade que atuam na naturalização e perpetuação da violência obstétrica como violência de gênero contra mulheres que gestam e parem. Problematizamos ainda um certo entendimento de parto humanizado e suas capturas individualizantes, estatizantes ou mercadológicas, que tendem a leva-lo a um terreno no qual o protagonismo das mulheres ocorre de forma restrita. Ao tomar a bandeira da humanização do parto, movimentos sociais e políticas públicas conferem outros sentidos dando visibilidade a outras questões relativas à saúde das mulheres, sendo uma delas o problema da violência obstétrica; esta notoriedade, entretanto, precisa ser transformada em ações específicas a serem implementadas no sentido de não somente identificar e criminalizar quem pratica a violência obstétrica, como também de incorporar trabalhadores, gestores e usuárias dos sistemas de saúde de modo a exercerem seus protagonismos uns com os outros, apontando para relações de vínculo, responsabilização e partilha de decisões sobre os modos de gestar e parir. O percurso desta pesquisa fundou-se na pesquisa-intervenção, como metodologia na qual a relação entre objeto de pesquisa e pesquisador relacionam-se pela implicação, ou seja, pela capacidade de um produzir mudanças no outro. Assim, trago alguns relatos de experiências vividas como mãe, ativista do movimento pela humanização do parto (MPH), mulher, médica sanitarista, docente do curso médico, além de usuária do sistema de saúde; papéis que se misturam, se transformam e dialogam com a prática da pesquisa implicada, desenhando a pesquisa com compromisso social, ético e estético.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/6017 |
Date | 01 September 2015 |
Creators | Batista, Priscilla Daisy Cardoso |
Contributors | Melo, Liliana da Escóssia |
Publisher | Universidade Federal de Sergipe, Pós-Graduação em Psicologia Social, UFS, Brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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