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Profissões médicas e violência obstétrica: expertises, monópolios, autoridades e medicalizaçãoKao Yien, Márcio André de Sousa 08 March 2016 (has links)
Submitted by Leticia Alvarenga (leticiaalvarenga@fdv.br) on 2018-08-30T18:14:24Z
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Previous issue date: 2016-03-08 / A violência obstétrica é uma das mais pérfidas formas de violência contra a mulher exatamente porque viola sua dignidade quando ela está no contexto de particular vulnerabilidade, que é o período de gestação, pré-parto, parto e puerpério. A violência obstétrica relaciona-se diretamente com a prática das profissões médicas, cujo campo profissional é marcado pela busca pelo monopólio da expertise e do
monopólio dos serviços de saúde, bem como pela existência de uma ação pedagógica nas faculdades de medicina marcada pela incorporação de um habitus profissional e de padrões de violência simbólica. A prática médica, por sua vez, também é marcada pela autoridade cultural dos médicos sobre os pacientes e sobre as demais ocupações no mercado da saúde, cuja forma de interpretar o atendimento é feito sob a ótica da medicina. A consequência é a medicalização e uma iatrogenia clínica, social e cultural, que repercute no adoecimento dos indivíduos, na perda da autonomia sobre o meio e no servilismo em relação à terapêutica. Este processo de medicalização também se verificou na história brasileira. As profissões médicas formaram um mercado monopolizado e pautado em um conhecimento especializado que na prática é lidado de forma exotérica. Na obstetrícia, o monopólio médico significou a exclusão das tradicionais parteiras, bem como a retirada do protagonismo da mulher no contexto da própria parturição. Este cenário criou margem para o estabelecimento de diversas formas de violência, objetificação e apropriação do corpo feminino, que foram combatidas posteriormente pelos movimentos de humanização do parto e por legislações como o projeto de lei 7633 de 2014, que trata sobre a violência obstétrica. No trabalho de campo buscou-se analisar as hipóteses da pesquisa e verificar a forma em que os médicos da
instituição lidam com temáticas como a lei do acompanhante, a episiotomia de rotina, as cesarianas, a reinserção das profissões paramédicas no atendimento e demais questões que envolvem a problemática da violência obstétrica. / Obstetric violence is one of the most insidious forms of violence against women precisely because it violates their dignity when they are in the context of particular vulnerability, which is the period of gestation, antenatal, delivery and postpartum. Obstetric violence is directly related to the practice of the medical professions, whose professional field is marked by the pursuit of monopoly of expertise and the monopoly of health services, as well as the existence of a pedagogical action in
medical schools marked by the incorporation of a professional habitus and symbolic violent patterns. Medical practice is also marked by cultural authority of doctors on patients and on other occupations in the health market, whose way of interpreting the service is done from the perspective of medicine. The consequence is the medicalization and a clinical, social and cultural iatrogenesis, which affects illness on
individuals, as well as loss of autonomy on the environment and servility in relation to the medical treatment. This medicalization process also took place in Brazilian history. Medical professions have formed a monopolized market that is ruled by a specialized knowledge, but in practice dealt in exoteric terms. In obstetrics, the medical monopoly meant the exclusion of traditional birth attendants, midwives, as
well as the removal of the woman's role in the context of their own parturition. This scenario has created scope for the establishment of various forms of the female body objectification and violence, which were then addressed by the movements for the humanization of childbirth and legislations such as the bill 7633 of 2014, which deals
with obstetric violence. In the fieldwork done in the institution was sought to analyze the hypotheses of this research and confirm the way the doctors of the institution deal with issues such as the law of the escort, routine episiotomy, caesarean sections, reintegration the paramedical professions in care and other issues surrounding the problem of obstetric violence.
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Violência e resistência : representação discursiva da assistência obstétrica no Brasil em relatos de parto e cartas à/ao obstetraRegis, Jacqueline Fiuza da Silva 19 December 2016 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2017-02-15T14:51:19Z
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2016_JacquelineFiuzadaSilvaRegis.pdf: 2852577 bytes, checksum: efa5a9a3bcc901bd951e7aa207017cda (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2017-03-24T18:20:41Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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2016_JacquelineFiuzadaSilvaRegis.pdf: 2852577 bytes, checksum: efa5a9a3bcc901bd951e7aa207017cda (MD5) / Nesta pesquisa qualitativa, analisei relatos de parto e cartas à/ao obstetra nos quais a mulheres abordam suas experiências com a gestação, o parto e a assistência obstétrica, muitas vezes denunciando a violência sofrida nesses eventos e se constituindo, também por isso, enquanto sujeitos de resistência na luta por seus direitos sexuais e reprodutivos. Nesses relatos e cartas é recorrente a menção direta ou indireta à violência obstétrica. Esses documentos são parte de um projeto coletivo com potencial para influenciar o fluxo do ‘rio de conhecimento’ que é o discurso sobre o parto. Por isso, minha decisão em focar analiticamente esse tipo de documento. O estudo, interdisciplinar pela natureza mesma da questão tratada, foi realizado no âmbito da Análise de Discurso Crítica (ADC) (M. Jäger, 1996; Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende, 2009; Ramalho & Resende, 2011; S. Jäger, 2012), investigando a representação, a identificação e a ação de mulheres no feixe discursivo afeto à gestação e ao parto e, por consequência, à assistência obstétrica. Entre os resultados do estudo, destaca-se o reconhecimento da escrita e da divulgação de relatos de parto e de cartas à/ao obstetra como projetos individuais dentro de uma luta coletiva, na qual mulheres se utilizam dos recursos de que dispõem para comunicar, com teor de manifesto, de conclamação, de convite à resistência, a experiência vivida e a promessa de uma assistência mais digna. / In this qualitative research project, I analyzed written birth stories and letters to the obstetrician in which women discuss their experiences of pregnancy, childbirth and obstetric care, often denouncing the violence suffered during these events, meanwhile constituting themselves also as subjects of resistance in the struggle for their sexual and reproductive rights. These stories and letters often mention obstetric violence. These documents are part of a collective project with the potential to influence the flow of the 'river of knowledge' (M. Jäger, 1996; S. Jäger, 2012) that is discourse on birth. With this intention, I decided to focus analytically on these types of document. This interdisciplinary study was mainly carried out under the Critical Discourse Analysis (CDA) approach (M. Jäger, 1996; Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende, 2009; Ramalho & Resende, 2011; S. Jäger, 2012), investigating the representation, identification and action of women in the discursive strand related to pregnancy and childbirth and therefore to obstetric care. Among the results of the study is the recognition of writing and propagation of these stories and letters as individual projects within a collective struggle in which women use the available resources to communicate their experiences as a manifesto, to call upon resistance and also as a promise for more dignified care. / En esta investigación cualitativa, analicé relatos de parto y cartas a las/a los médicas/os obstetras en las cuales las mujeres cuentan sus experiencias durante la gestación, el parto y la atención obstétrica, muchas veces denunciando la violencia sufrida en esos episodios y constituyéndose, por esa razón, en sujetos de resistencia en la lucha por sus derechos sexuales y reproductivos. En esos relatos y cartas es recurrente que se mencione directa o indirectamente la violencia obstétrica. Esos documentos forman parte de un proyecto colectivo con posibilidad de incidir en el flujo del “río del conocimiento” que es el discurso sobre el parto. Por ello, elegí trabajar con esos géneros textuales. El estudio, de carácter interdisciplinario por la misma naturaleza del tema tratado, fue realizado en el ámbito del Análisis Crítico del Discurso (ACD) (M. Jäger, 1996; Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende, 2009; Ramalho & Resende, 2011; S. Jäger, 2012), en el cual investigué la representación, la identificación y la acción de mujeres en el haz discursivo respecto a la gestación, al parto y, en consecuencia, a la asistencia obstétrica. Entre los resultados de la investigación sobresalen el reconocimiento de la escritura y de la divulgación de relatos de parto y de cartas a la/al médica/o obstetra como proyectos individuales que se incluyen en una lucha colectiva en la cual las mujeres disponen sus recursos para comunicar, a manera de manifiesto, de proclama, de invitación a la resistencia, la experiencia vivida y la promesa de una atención obstétrica más digna.
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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ACERCA DO CUIDADOSantos, Amália Lúcia Machry 20 December 2016 (has links)
Submitted by MARCIA ROVADOSCHI (marciar@unifra.br) on 2018-08-22T12:34:17Z
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Previous issue date: 2016-12-20 / Obstetric care is one that provides care, support, and protection with the minimum of interventions needed. The objective of this study was to investigate the knowledge of nursing professionals about obstetric violence in order to construct a guideline book. As specific objectives, this study considered: to identify the types of obstetric violence recognized by nursing professionals and to construct information material on humanized care for pregnant women. The study was carried out from September 2015 to November 2016 through an individual interview with thirty-one nursing professionals, of a maternity, of medium level of complexity, of the central region of the interior of Rio Grande do Sul. Data emerged two thematic categories: obstetric violence practiced by health professionals and the implications for professional practice. Obstetric violence in the interviewees' perception is not respecting the wishes of the expectant mother. This is a subjective situation involving all health professionals. Nursing can incorporate in its practices of care for women, coping and prevention of injuries in situations of violence, allowing the Humanized Childbirth premises to be respected. For this, a booklet was developed for the prevention of Obstetric Violence containing the rights of the pregnant woman in the prepartum, delivery and postpartum, as well as the attributions of the nursing professionals to the nursing care. This theme requires frequent approaches and reflections, through lifelong education, so that more humane and dignified care can occur, capable of generating more security and confidence for nursing professionals to carry out care procedures. It has been observed that obstetrical care without scientific support, which is aggressive and often violates the basic human rights of women, is linked to the current model of childbirth care. Through obstetrical nursing, it is possible to rescue the protagonism and the empowerment of the pregnant woman in the process of gestating and giving birth. This topic requires more studies and the development of new research in this area, in order to allow important decision-making of health professionals and advise in the elaboration of new public policies. / Cuidado obstétrico é aquele que oferece assistência, apoio e proteção com o mínimo de intervenções necessárias. O presente trabalho teve como objetivo geral investigar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca da violência obstétrica no intuito de construir uma cartilha de orientações. Como objetivos específicos, este estudo considerou: identificar os tipos de violência obstétrica reconhecidos pelos profissionais de enfermagem e construir um material informativo sobre atendimento humanizado para as gestantes. O estudo foi desenvolvido no período de setembro de 2015 à novembro de 2016 através de entrevista individual com trinta e um profissionais de enfermagem, de uma maternidade, de nível médio de complexidade, da região central do interior do Rio Grande do Sul. Da análise dos dados emergiram duas categorias temáticas: violência obstétrica praticada por profissionais de saúde e as implicações para a prática profissional. Violência obstétrica na percepção dos entrevistados é não respeitar a vontade da gestante/puérpera. Trata-se de uma situação subjetiva que envolve todos os profissionais de saúde. A enfermagem pode incorporar em suas práticas de cuidado às mulheres, ações de enfrentamento e de prevenção dos agravos nas situações de violência, permitindo que as premissas do Parto Humanizado sejam respeitadas. Para isso, desenvolveu-se uma cartilha para a prevenção da Violência Obstétrica contendo os direitos da gestante no pré-parto, parto e pós-parto, e também as atribuições dos profissionais de enfermagem para a realização da assistência de enfermagem. Este tema requer abordagens e reflexões frequentes, através de educação permanente, para que ocorra uma assistência mais humana e digna, capaz de gerar mais segurança e confiança para os profissionais de enfermagem realizarem os procedimentos acerca do cuidado. Percebeu-se que a assistência obstétrica sem respaldo científico, agressiva e que em muitas vezes viola os direitos humanos básicos das mulheres está atrelada ao modelo de atenção ao parto vigente. Através da enfermagem obstétrica pode-se resgatar o protagonismo e o empoderamento da gestante no processo de gestar e parir. Este tema requer mais estudos e o desenvolvimento de novas pesquisas nesta área, a fim de permitir importantes tomadas de decisões dos profissioanis de saúde e assessorar na elaboração de novas políticas públicas.
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O parto na fronteira amazônica Brasil e Peru: etnografia sobre a assistência obstétrica no município de Benjamin Constant / Amazonas.Campos, Ana Maria de Melo, 97-99157-5234 27 February 2018 (has links)
Submitted by Divisão de Documentação/BC Biblioteca Central (ddbc@ufam.edu.br) on 2018-09-19T13:18:50Z
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Previous issue date: 2018-02-27 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This dissertation presents an ethnography on the medical-hospital assistance to pregnant women, Brazilian and Peruvian. The objective of this study was to describe the practices adopted by health professionals in the hospital during labor, delivery and postpartum in the period from 2015 to 2017. The construction of the research included bibliographical review, documentary research, semi-structured interviews and participant observation. Through these resources it was possible to understand and describe the current Public Health System in Benjamin Constant and Islandia; social relations between Brazilians and Peruvians; the relationships between health professionals and pregnant women in Benjamin Constant; the narratives of health professionals and women about childbirth. The study included a Brazilian pregnant woman and two Peruvian women who identified themselves as indigenous, and health professionals who worked in the Obstetric Ward of Benjamin Constant Hospital. I have pointed out two issues that I consider to be the main contributions of this work, the first one is that parturients do not know their rights and, therefore, most of the time do not recognize themselves as victims of obstetric violence; secondly, I have identified that professionals who work directly in the obstetrics wing, claim that they do not know about humanized labor, and doctors and nurses who would have more access to such knowledge do not put it into practice in the labor routine, especially due to prejudices rooted in the female body, their nationality, religion or ethnicity. A hegemonic conception of biomedicine that fragments the bodies and prioritizes the physical aspects prevails in the consultations. / Esta dissertação apresenta uma etnografia sobre a assistência médico-hospitalar às grávidas, brasileiras e peruanas. Teve como objetivo descrever as práticas adotadas pelos profissionais de saúde no hospital, durante o trabalho de parto, parto e pós-parto no período de 2015 a 2017. A construção da pesquisa abrangeu revisão bibliográfica, pesquisa documental, entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Por meio desses recursos foi possível compreender e descrever o atual Sistema de Saúde Pública em Benjamin Constant e Islândia; as relações sociais entre brasileiros e peruanos; as relações entre os profissionais de saúde e as mulheres grávidas em Benjamin Constant; as narrativas dos profissionais de saúde e das mulheres sobre os partos. Participaram da pesquisa uma grávida brasileira e duas peruanas que se identificam como indígenas, e profissionais de saúde que atuaram na Ala Obstétrica do Hospital de Benjamin Constant. Evidenciei duas questões que considero como as principais contribuições deste trabalho, a primeira diz respeito ao fato de que as parturientes não conhecem seus direitos e, portanto, na maioria das vezes não se reconhecem como vítimas de violência obstétrica, em segundo, identifiquei que os profissionais que atuam diretamente na ala obstétrica alegam não ter conhecimentos sobre parto humanizado e os médicos e enfermeiros que, por sua vez, teriam mais acesso a tal conhecimento, não o colocam em prática na rotina laboral, especialmente devido aos preconceitos arraigados sobre o corpo feminino, sua nacionalidade, religião ou etnia.
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Significados da violência na assistência ao parto em narrativas de mulheres atendidas na rede privadaCardoso, Isa Patrícia 09 July 2015 (has links)
Submitted by Isa Patrícia Cardoso (isa.psi@gmail.com) on 2016-03-09T14:53:08Z
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Dissertação 2015 - ISA PATRÍCIA BARBOSA CARDOSO.pdf: 2021284 bytes, checksum: 6bb7585d009727c4d55e4d3d33a97d26 (MD5) / A violência obstétrica tem sido um problema nas práticas de atenção à mulher, visto que ela se apresenta de diversas formas, muitas vezes de maneira sutil, na gestação, no parto e no pós-parto. No Brasil, esse tema vem ganhando cada vez mais visibilidade, devido às ações dos movimentos sociais em prol da humanização no parto e no nascimento. Através de redes sociais, blogs, encontros, rodas de conversas sobre a humanização, documentários, filmes, entre outros, esses movimentos têm buscado instruir as mulheres, para que elas possam identificar esse tipo de violência, ao passo que possam também lutar pelos seus direitos. O presente estudo foi conduzido a partir da Psicologia Cultural, de orientação semiótica, bem como pela Teoria do Self Dialógico. Teve como objetivo analisar o processo de construção de significados por mulheres acerca da violência obstétrica na assistência ao parto na rede privada, que entraram em contato com o discurso da humanização. Para isso, foram realizados estudos de caso, a partir de entrevistas narrativas de três mulheres que foram selecionadas através do banco de dados de uma Organização Não Governamental, que visa ao fortalecimento da autonomia da mulher e da mudança na forma de assistência ao parto no Brasil. Entre os principais resultados, são identificados aspectos da dinâmica relacional do self na organização da experiência individual, envolvendo: (a) as formas como essas mulheres estabeleceram trocas dialógicas, no âmbito de seus selves, com outros significativos (obstetra, equipe da assistência ao parto e outros sociais); (b) como construíram signos promotores - imagem do parto idealizado - que orientaram suas trajetórias; e (c) as rupturas, ambivalências e os momentos inovativos no processo de construção do signo da violência obstétrica. O contato com o discurso da humanização mostrou como o contexto é relevante para as novas reconfigurações dos seus selves e posicionamentos na esfera intra e interpessoal. / Obstetric violence has been a problem in the practices of attention to woman, as it presents itself in various ways, often subtly, in pregnancy, childbirth and postpartum. In Brazil, this issue is gaining more and more visibility, due to the actions of social movements for the sake of humanization in labor and birth. Through social networks, blogs, dating, wheels of conversations about the humanization, documentaries, movies, among others, these movements have sought to instruct women, so that they can identify this type of violence, while they can also fight for their rights. This study was conducted from the Cultural Psychology, semiotics, as well as guidance by the theory of Dialogic Self. Aimed to analyze the process of constructing meanings by women about obstetric violence in childbirth care in the private system, which came into contact with the discourse of humanization. For this, case studies were performed, from three narratives interviews women who were selected through the database of a non-governmental organization, which aims at strengthening the autonomy of women and the change in the form of assistance to labor in Brazil. Among the key findings, are identified aspects of the relational dynamics of the self in the organization of individual experience, involving (a) the ways that dialogical exchanges were established by these women, within their selves, with others significant (obstetrician, childbirth assistance team and others) (b) how they built signs promoters - labor image idealized - that guided their trajectories and (c) breaks , ambivalence, the innovative moments in the process of construction of the sign of violence obstetric. The contact with the humanization speech showed how the relevant context for the new reconfigurations of their selves and placements in intra-and interpersonal sphere.
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Experiências de parto e violações aos direitos humanos: um estudo sobre relatos de violência na assistência obstétrica / Childbirth experience and violation of human rights: a study on violence reports in obstetric careAmorim, Mariana da Costa 10 August 2015 (has links)
Submitted by Cláudia Bueno (claudiamoura18@gmail.com) on 2015-11-19T18:29:56Z
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Previous issue date: 2015-08-10 / Medical interventions used in women during childbirth have often been interpreted as violent
or dehumanized, especially when obstetric care disregards the autonomy and the role of the
mother as in control of labor. Thus, respect, dignity, and free will in childbirth are human
rights that require an interdisciplinary debate. The Research Ethics Committee of
Universidade Federal de Goiás has approved this descriptive study under Decree 738 671.
This paper aimed at analyzing the reports of 33 participants who underwent childbirth
experience from 2009 to 2014, assessing the occurrence of violation of rights, and promoting
an interdisciplinary debate grounded on human rights. Moreover, we sought to discuss
violence against women, their conformity at birth, and lack of dignity and human rights. We
also sought to determine the study group’s concept of "decent labor", along with women’s
expectations on childbirth and their actual experiences. Foucault's view of power and
discourse in the theoretical line of Fairclough has contributed to the qualitative analysis of the
reports. According to this study, 45% of the participants were involved in unreasonable
situations during childbirth, or in situations that caused a sense of outrage, for lack of dignity
and human rights. Results show that, when experiencing violence in childbirth, participants
have had temporary or permanent after-effects. Interviewed women strongly relate
humanization with feeling embraced, informed, safe and close to the medical team. When
asked to give meaning to "decent labor", the group of interviewees brought forth terms such
as 'warm treatment', 'respect', 'information', 'safety', 'autonomy', 'guaranteed rights' and 'the
presence of a partner.' / As intervenções direcionadas à mulher em trabalho de parto frequentemente têm sido
interpretadas como violentas ou desumanizadas, especialmente quando a assistência obstétrica
desconsidera a autonomia e o protagonismo da parturiente como condutora do trabalho de
parto. Diante disso, o respeito, a dignidade e a livre-escolha no parto são questões de direitos
humanos e necessitam de discussões sob a ótica da interdisciplinaridade. Esta é uma pesquisa
descritiva, autorizada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, cujo
parecer está registrado com o nº 738.671. O objetivo foi analisar os relatos das 33
participantes que passaram pela experiência de parto nos anos de 2009 a 2014, verificar a
incidência de violação de direitos e discutir com base na perspectiva dos direitos humanos e
da interdisciplinaridade. Busquei, ademais, discutir sobre a violência e a heteronomia
feminina no momento do parto, a ausência de dignidade e os direitos humanos. Também
procurei identificar o significado de “parto digno” no grupo pesquisado, a expectativa das
mulheres em relação ao parto e as experiências vivenciadas. A visão foucaultiana de poder e
do discurso na linha teórica de Fairclough contribuíram para uma análise qualitativa dos
relatos. Ao final deste estudo, foi possível observar que 45% das participantes passaram por
situações injustas durante o parto ou que despertaram sentimento de revolta com relação à
dignidade e aos direitos humanos. Os resultados demonstraram que as participantes que
sofreram violência no parto convivem com consequências temporárias ou permanentes. Para
as entrevistadas, o sentido de humanização esteve fortemente relacionado ao fato de se
sentirem acolhidas, informadas, seguras e próximas da equipe médica. O significado de “parto
digno” para o grupo de mulheres pesquisadas compreendeu palavras como ‘tratamento
acolhedor’, ‘respeito’, ‘informação’, ‘segurança’, ‘autonomia’, ‘direitos assegurados’ e
‘presença de acompanhante’.
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A experiência de gravidez, parto e pós-parto das imigrantes bolivianas e seus desencontros na cidade de São Paulo - Brasil / The experience of pregnancy, childbirth and postpartum of Bolivian immigrants and their clashes in the city of São Paulo - BrazilAvellaneda Yajahuanca, Rosario del Socorro 30 September 2015 (has links)
Os deslocamentos de pessoas ou grupos dentro dos países e para fora destes podem ser motivados por fatores ambientais, econômicos, políticos ou religiosos. Atualmente, os bolivianos representam o grupo mais numeroso entre os hispano-americanos que vivem na cidade de São Paulo, com grande contingente de mulheres em idade reprodutiva. Elas neste processo migratório trazem consigo costumes de tradições culturais. Objetivos: Compreender as experiências vividas pelas mulheres bolivianas durante a assistência à saúde na sua gravidez, parto e pós-parto na cidade de São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo de base etnográfica que busca compreender os significados do contexto pesquisado. Foi realizada observação de plantões em ambientes do hospital na cidade de São Paulo, onde as mulheres bolivianas geralmente dão à luz. Os registros empíricos foram complementados com entrevistas individuais, realizadas na casa das mulheres depois da alta hospitalar. Resultado: Os cuidados de atenção do parto estão centrados em intervenções de rotina (episiotomia, cesárea, utilização de fórceps, manobras de Kristeller) diferentes dos procedimentos geralmente adotados no país de origem das mulheres entrevistadas. Os cuidados pós-parto (práticas alimentares, autocuidado no pós-parto) também contradizem os cuidados próprios de sua cultura. Referem que são ignoradas pela maioria dos profissionais durante o atendimento e que as informações sobre os procedimentos realizados e sobre a evolução do bebê não são claras. As peculiaridades culturais e linguísticas constituem barreiras adicionais à utilização dos serviços de saúde. Apesar de o direito universal à saúde ser reconhecido, na prática as mulheres enfrentam dificuldades no acesso aos serviços de saúde durante o processo de gravidez, parto e pós-parto. Conclusões: A pesquisa permitiu conhecer o contexto social e cultural de alguns saberes e práticas tradicionais das mulheres bolivianas e suas diferenças quanto à cultura do Brasil. A adaptação da assistência às especificidades culturais, a oferta de um ambiente mais acolhedor e a garantia do direito ao acompanhante no parto podem reduzir os medos e desconfianças pelos quais passam as usuárias e contribuir para uma melhor assistência a este grupo populacional. / The displacement of people or groups within countries and out of these may be motivated by environmental, economic, political or religious. Currently, the Bolivian represent the largest group among Latin-americam foreigner sliving in the city of São Paulo, with a large proportion of women of reproductive age. They bring with them in this migration process customs of cultural traditions. Objective: To understand the experiences lived by the Bolivian women at health care in your pregnancy, childbirth and postpartum in the city of São Paulo. Methodology: This is a qualitative ethnographic study that seeks to understand the meanings of the researched context. Shifts observation was carried out in hospital environments in the city of São Paulo, where the Bolivian women often give birth. Empirical data were supplemented with individual interviews conducted in their homes after discharge from hospital. Result: The birth care care are centered in routine interventions (episiotomy, cesarean section, use of forceps, Kristeller maneuvers) customary generally adopted in the country of origin of the women interviewed. Postpartum care (eating habits, self-care in the postpartum) also contradict the very care of their culture. Report that are ignored by most professionals in the service and the information on the procedures performed and the evolution of the baby are unclear. Cultural and linguistic peculiarities constitute additional barriers to utilization of health services. Despite the universal right to health is recognized in practice women face difficulties in access to health services during the process of pregnancy stage, childbirth and postpartum. Conclusions: The research allowed knowing the social and cultural context of some traditional knowledge and practices of Bolivian women and their differences in the culture of Brazil. The adaptation of assistance to cultural, offering a more welcoming environment and guaranteeing the right to escort at birth can reduce the fears and suspicions which pass by the users and contribute to better care for this population group.
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O desafio do direito à autonomia: uma experiência de Plano de Parto no SUS / The challenge of the right to autonomy: an experience of birth plan in the health public sectorHalana Faria de Aguiar Andrezzo 04 October 2016 (has links)
Na assistência ao parto no Brasil, predominam intervenções desnecessárias em detrimento de valores como o cuidado. Algumas políticas públicas têm sido desenvolvidas com o intuito de alterar tal cenário, porém, com lentos resultados. Há também algumas estratégias e ferramentas desenvolvidas e difundidas entre as próprias mulheres. Uma destas é a construção do plano de parto, que objetiva informar e promover uma maior participação durante o parto. Apesar de mais difundida entre camadas médias, tal ferramenta tem sido utilizada em alguns serviços de atenção primária do país como a UBS Thérsio Ventura/São Paulo, campo de estágio para o curso de Obstetrícia EACH/USP. Este estudo objetivou descrever e analisar o uso de plano de parto entre usuárias do SUS e médicos/gestores. De metodologia qualitativa, os dados empíricos foram produzidos a partir de entrevistas com mulheres que vivenciaram a experiência de plano de parto no SUS; entrevistas com médicos/gestores; observação de uma consulta de orientação para o plano e parto; observação de dois grupos de apoio à gestação e ao parto realizados na UBS, e análise documental de material educativo, e de documentos referentes às políticas de saúde materna municipal e nacional. O material foi submetido à análise de conteúdo, da qual emergiram as seguintes categorias: (a) Não é uma incapacidade sua, e sim do sistema; (b) De coitada a poderosa; (c) Intervenção que era ajuda; (d) Resistência e negociação do encontro; (e) Plano de parto como mobilizador do cuidado como valor; (f) A segurança do bebê como chantagem; (g) Sobre comandantes, aviões e a necessidade de novas analogias; (h) Plano de parto como provocação: negligência e retaliação; (i) Limites para a decisão informada no SUS. O plano de parto funciona como uma ferramenta educativa que provoca rupturas simbólicas na relação hierárquica das mulheres com os profissionais. Como não há uma cultura que promova a tomada conjunta de decisões e porque há uma clara contradição entre o tipo de cuidado que as mulheres demandam e a atenção que os profissionais estão preparados e dispostos a oferecer, o plano de parto pode resultar em negligência e retaliação. Pode ser útil na construção de linhas de cuidado entre as instituições. Um modelo a ser discutido deveria garantir espaço para singularidades socioculturais, para a explicação dos momentos em que procedimentos podem ser necessários e também espaço para divulgação de locais de assistência mais amigáveis às mulheres e aos quais a mulher pode recorrer no caso de violação de direitos. / Birth care in Brazil is marked by strong predominance of unnecessary interventions at the expense of values such as care. Some policies have been developed in order to change such a scenario but with slow results. There are also some strategies and tools developed and disseminated among women themselves. One of those is the construction of the birth plan, which aims to inform and expand participation and decision making during childbirth. Widespread among middle class women, this tool has been used in some primary care services in the country such as UBS Thérsio Ventura/São Paulo, a training field for the course of Midwifery EACH/USP. This study aimed to understand and analyse the use of birth plan between women who use the public health system and doctors/managers. Using qualitative methodology, empirical data was produced from interviews with women who experienced birth plan in the public system; interviews with doctors/managers; observation of a guidance for the birth plan construction; observation of two support groups at the studied health center, and document analysis of educational materials and documents relating to municipal and national maternal health policies. The material was subjected to content analysis of which the following categories emerged: (a) It is not your disability, but the systems; (b) From poor thing to powerful; (c) Intervention that once was \'help\'; (d) Resistance and negotiation of the encounter; (e) Birth Plan as a mobilizer of care as a value; (e) The safety of the baby as blackmail; (f) About commanders, airplanes and the need for new analogies; (g) Birth plan as defiance: negligence and retaliation; (h) Limits for \'informed decision\' in the public health system. Birth plan functions as an educational tool that causes fissures in the symbolic hierarchical relationship of women in relation to professionals. As there isnt a culture that promotes joint decision-making and because there is a clear contradiction between the type of care women require and what professionals are ready and willing to offer, birth plan can end in neglect and retaliation. It could be useful in building protocols and care between the institutions. A model to be discussed should ensure space for socio-cultural singularities, to the explanation of times that procedures may be required and also space for disclosure of sites to which woman can turn in case of violation of rights.
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A experiência de gravidez, parto e pós-parto das imigrantes bolivianas e seus desencontros na cidade de São Paulo - Brasil / The experience of pregnancy, childbirth and postpartum of Bolivian immigrants and their clashes in the city of São Paulo - BrazilRosario del Socorro Avellaneda Yajahuanca 30 September 2015 (has links)
Os deslocamentos de pessoas ou grupos dentro dos países e para fora destes podem ser motivados por fatores ambientais, econômicos, políticos ou religiosos. Atualmente, os bolivianos representam o grupo mais numeroso entre os hispano-americanos que vivem na cidade de São Paulo, com grande contingente de mulheres em idade reprodutiva. Elas neste processo migratório trazem consigo costumes de tradições culturais. Objetivos: Compreender as experiências vividas pelas mulheres bolivianas durante a assistência à saúde na sua gravidez, parto e pós-parto na cidade de São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo de base etnográfica que busca compreender os significados do contexto pesquisado. Foi realizada observação de plantões em ambientes do hospital na cidade de São Paulo, onde as mulheres bolivianas geralmente dão à luz. Os registros empíricos foram complementados com entrevistas individuais, realizadas na casa das mulheres depois da alta hospitalar. Resultado: Os cuidados de atenção do parto estão centrados em intervenções de rotina (episiotomia, cesárea, utilização de fórceps, manobras de Kristeller) diferentes dos procedimentos geralmente adotados no país de origem das mulheres entrevistadas. Os cuidados pós-parto (práticas alimentares, autocuidado no pós-parto) também contradizem os cuidados próprios de sua cultura. Referem que são ignoradas pela maioria dos profissionais durante o atendimento e que as informações sobre os procedimentos realizados e sobre a evolução do bebê não são claras. As peculiaridades culturais e linguísticas constituem barreiras adicionais à utilização dos serviços de saúde. Apesar de o direito universal à saúde ser reconhecido, na prática as mulheres enfrentam dificuldades no acesso aos serviços de saúde durante o processo de gravidez, parto e pós-parto. Conclusões: A pesquisa permitiu conhecer o contexto social e cultural de alguns saberes e práticas tradicionais das mulheres bolivianas e suas diferenças quanto à cultura do Brasil. A adaptação da assistência às especificidades culturais, a oferta de um ambiente mais acolhedor e a garantia do direito ao acompanhante no parto podem reduzir os medos e desconfianças pelos quais passam as usuárias e contribuir para uma melhor assistência a este grupo populacional. / The displacement of people or groups within countries and out of these may be motivated by environmental, economic, political or religious. Currently, the Bolivian represent the largest group among Latin-americam foreigner sliving in the city of São Paulo, with a large proportion of women of reproductive age. They bring with them in this migration process customs of cultural traditions. Objective: To understand the experiences lived by the Bolivian women at health care in your pregnancy, childbirth and postpartum in the city of São Paulo. Methodology: This is a qualitative ethnographic study that seeks to understand the meanings of the researched context. Shifts observation was carried out in hospital environments in the city of São Paulo, where the Bolivian women often give birth. Empirical data were supplemented with individual interviews conducted in their homes after discharge from hospital. Result: The birth care care are centered in routine interventions (episiotomy, cesarean section, use of forceps, Kristeller maneuvers) customary generally adopted in the country of origin of the women interviewed. Postpartum care (eating habits, self-care in the postpartum) also contradict the very care of their culture. Report that are ignored by most professionals in the service and the information on the procedures performed and the evolution of the baby are unclear. Cultural and linguistic peculiarities constitute additional barriers to utilization of health services. Despite the universal right to health is recognized in practice women face difficulties in access to health services during the process of pregnancy stage, childbirth and postpartum. Conclusions: The research allowed knowing the social and cultural context of some traditional knowledge and practices of Bolivian women and their differences in the culture of Brazil. The adaptation of assistance to cultural, offering a more welcoming environment and guaranteeing the right to escort at birth can reduce the fears and suspicions which pass by the users and contribute to better care for this population group.
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O desafio do direito à autonomia: uma experiência de Plano de Parto no SUS / The challenge of the right to autonomy: an experience of birth plan in the health public sectorAndrezzo, Halana Faria de Aguiar 04 October 2016 (has links)
Na assistência ao parto no Brasil, predominam intervenções desnecessárias em detrimento de valores como o cuidado. Algumas políticas públicas têm sido desenvolvidas com o intuito de alterar tal cenário, porém, com lentos resultados. Há também algumas estratégias e ferramentas desenvolvidas e difundidas entre as próprias mulheres. Uma destas é a construção do plano de parto, que objetiva informar e promover uma maior participação durante o parto. Apesar de mais difundida entre camadas médias, tal ferramenta tem sido utilizada em alguns serviços de atenção primária do país como a UBS Thérsio Ventura/São Paulo, campo de estágio para o curso de Obstetrícia EACH/USP. Este estudo objetivou descrever e analisar o uso de plano de parto entre usuárias do SUS e médicos/gestores. De metodologia qualitativa, os dados empíricos foram produzidos a partir de entrevistas com mulheres que vivenciaram a experiência de plano de parto no SUS; entrevistas com médicos/gestores; observação de uma consulta de orientação para o plano e parto; observação de dois grupos de apoio à gestação e ao parto realizados na UBS, e análise documental de material educativo, e de documentos referentes às políticas de saúde materna municipal e nacional. O material foi submetido à análise de conteúdo, da qual emergiram as seguintes categorias: (a) Não é uma incapacidade sua, e sim do sistema; (b) De coitada a poderosa; (c) Intervenção que era ajuda; (d) Resistência e negociação do encontro; (e) Plano de parto como mobilizador do cuidado como valor; (f) A segurança do bebê como chantagem; (g) Sobre comandantes, aviões e a necessidade de novas analogias; (h) Plano de parto como provocação: negligência e retaliação; (i) Limites para a decisão informada no SUS. O plano de parto funciona como uma ferramenta educativa que provoca rupturas simbólicas na relação hierárquica das mulheres com os profissionais. Como não há uma cultura que promova a tomada conjunta de decisões e porque há uma clara contradição entre o tipo de cuidado que as mulheres demandam e a atenção que os profissionais estão preparados e dispostos a oferecer, o plano de parto pode resultar em negligência e retaliação. Pode ser útil na construção de linhas de cuidado entre as instituições. Um modelo a ser discutido deveria garantir espaço para singularidades socioculturais, para a explicação dos momentos em que procedimentos podem ser necessários e também espaço para divulgação de locais de assistência mais amigáveis às mulheres e aos quais a mulher pode recorrer no caso de violação de direitos. / Birth care in Brazil is marked by strong predominance of unnecessary interventions at the expense of values such as care. Some policies have been developed in order to change such a scenario but with slow results. There are also some strategies and tools developed and disseminated among women themselves. One of those is the construction of the birth plan, which aims to inform and expand participation and decision making during childbirth. Widespread among middle class women, this tool has been used in some primary care services in the country such as UBS Thérsio Ventura/São Paulo, a training field for the course of Midwifery EACH/USP. This study aimed to understand and analyse the use of birth plan between women who use the public health system and doctors/managers. Using qualitative methodology, empirical data was produced from interviews with women who experienced birth plan in the public system; interviews with doctors/managers; observation of a guidance for the birth plan construction; observation of two support groups at the studied health center, and document analysis of educational materials and documents relating to municipal and national maternal health policies. The material was subjected to content analysis of which the following categories emerged: (a) It is not your disability, but the systems; (b) From poor thing to powerful; (c) Intervention that once was \'help\'; (d) Resistance and negotiation of the encounter; (e) Birth Plan as a mobilizer of care as a value; (e) The safety of the baby as blackmail; (f) About commanders, airplanes and the need for new analogies; (g) Birth plan as defiance: negligence and retaliation; (h) Limits for \'informed decision\' in the public health system. Birth plan functions as an educational tool that causes fissures in the symbolic hierarchical relationship of women in relation to professionals. As there isnt a culture that promotes joint decision-making and because there is a clear contradiction between the type of care women require and what professionals are ready and willing to offer, birth plan can end in neglect and retaliation. It could be useful in building protocols and care between the institutions. A model to be discussed should ensure space for socio-cultural singularities, to the explanation of times that procedures may be required and also space for disclosure of sites to which woman can turn in case of violation of rights.
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