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A resistência nos discursos femininos da campanha da anistia em Sergipe (1978-1988)

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The present work consists of an analysis of the speeches of Sergipe women who worked in
the campaign of amnesty in the Brazilian military dictatorship, from 1978 to 1988. Our
interest was to verify, in these discourses, evidence and forms of resistance to repression and
torture To which they were submitted, as well as evidence of their contributions to Sergipe
and Brazilian politics, in the redemocratization and development of the country. It was also
important to identify the role of Sergipe women in questioning the feminine condition of the
time and to defend women's freedom in their speeches. As a theoretical contribution, we take
into account the studies of French Speech Discourse Analysis, which have the main
theoretician Michel Pêcheux (1997), and followers such as Eni Orlandi (2007; 2012), as well
as the historical sources of Ibarê Dantas (2014) and Napolitano (2014) on the History of the
Military Dictatorship in Brazil and in Sergipe. Given our object of study and the theories that
support it, we chose, for this work, the methodology of qualitative research. Our corpus is
composed of interviews with women who worked in the Amnesty Campaign in Sergipe;
Newspaper articles circulated during the period proposed for analysis and testimonies given
by the State Truth Commission. In order to carry out the analyzes, we selected discursive
sequences that revealed to us that, at a time when intense censorship dictated what could be
said, women did not back down and took over one of the most important popular movements
in the country's history. This non-silencing is marked by demonstrations of resistance, whose
goal was the release of political prisoners and exiles. It is, therefore, based on the struggles
and the social role that these women exerted in the society in the time of dictatorship that this
research justifies its importance. As a conclusion, we find that women's resistance and
struggle contributed to the enactment of the Amnesty Law in 1979 (Law 6,683) and to the
country's redemocratization. Other fruits of this movement were the creation of the Municipal
Council for Women's Condition and the Women's Police Station in Sergipe, both in 1988,
which lead us to understand that we still benefit from this planting started in 1978. / O presente trabalho consiste em uma análise de discursos das mulheres sergipanas que
atuaram na campanha da anistia, na ditadura militar brasileira, no período de 1978 a 1988.
Nosso interesse foi verificar, nesses discursos, indícios e formas de resistência ante a
repressão e as torturas a que foram submetidas, bem como evidenciar suas contribuições para
a política sergipana e brasileira, na redemocratização e desenvolvimento do país. Coube,
ainda, identificar o protagonismo das mulheres sergipanas em questionar a condição feminina
da época e defender, em seus discursos, a liberdade das mulheres. Como aporte teórico,
levamos em consideração os estudos da Análise do Discurso de linha francesa, que têm como
principal teórico Michel Pêcheux (1997), e seguidores como Eni Orlandi (2007; 2012), além
das fontes históricas de Ibarê Dantas (2014) e Napolitano (2014) sobre a História da Ditadura
Militar no Brasil e em Sergipe. Dado nosso objeto de estudo e as teorias que o sustentam,
escolhemos, para esse trabalho, a metodologia da pesquisa qualitativa. Nosso corpus é
composto por entrevistas feitas com mulheres que atuaram na Campanha da Anistia em
Sergipe; artigos de jornais que circularam no período proposto para análise e depoimentos
cedidos pela Comissão Estadual da Verdade. Para proceder às análises, selecionamos
sequências discursivas que nos revelaram que, num tempo em que a intensa censura ditava o
que podia ser dito, as mulheres não recuaram e tomaram a frente de um dos movimentos
populares mais importantes na história do país. Esse não silenciamento é marcado por
manifestações de resistência, cujo objetivo era a libertação dos presos políticos e exilados. É,
portanto, baseado nas lutas e no papel social que essas mulheres exerciam na sociedade no
tempo de ditadura que esta pesquisa justifica a sua importância. Como resultado, verificamos
que a resistência e luta das mulheres contribuíram para a promulgação da Lei da Anistia, em
1979 (Lei 6.683), e para a redemocratização do país. Outros frutos desse movimento foram a
criação do Conselho Municipal da Condição Feminina e da Delegacia da Mulher em Sergipe,
ambos em 1988, que nos levam compreender que ainda hoje nos beneficiamos desse plantio
iniciado em 1978.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/5703
Date31 January 2017
CreatorsSilva, Meyre Jane dos Santos
ContributorsCarvalho, Maria Leônia Garcia Costa
PublisherUniversidade Federal de Sergipe, Pós-Graduação em Letras, UFS, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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