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Mulheres soropositivas para HIV : sentimentos associados a maternidade e a orfandade

Orientador: Ellen E. Hardy / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-05T07:34:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2005 / Resumo: Este trabalho de tese, composto por dois artigos, busca desvelar os sentimentos de mulheres HIV positivas em relação à maternidade e à orfandade, e identificar as providências planejadas ou tomadas por elas em relação ao cuidado de seus filhos, em caso de doença ou óbito materno por Aids. Realizou-se um estudo qualitativo utilizando a técnica de depoimentos pessoais. Foram entrevistadas mulheres que estavam grávidas quando se souberam soropositivas e mulheres que se sabendo soropositivas não quiseram ter ou optaram por ter um filho, totalizando 12 entrevistas. Foi feita análise temática do conteúdo a partir da transcrição das entrevistas. Os resultados mostram que as mulheres entendiam a maternidade como um atributo essencial da mulher. É a razão que mantém o desejo de viver, representando a continuidade da vida para além da morte. A percepção delas de que a maternidade é um direito da mulher legitimava seus sentimentos de quererem ser mães. As mulheres grávidas e as que planejaram filhos após o diagnóstico, temiam transmitir o HIV para o bebê. Esse mesmo temor foi determinante na decisão das mulheres que não quiseram filhos após o diagnóstico. Amamentar foi sentido como componente fundamental da função materna; não fazê-lo gerou sentimentos de culpa. Foi observado despreparo em relação a lidarem com as conseqüências físicas e emocionais da proibição da amamentação. Quanto à orfandade, o sentimento depressivo de abandono dos filhos mobilizava, nas entrevistadas, sentimentos de culpa e impotência, suscitando sofrimento. Para minimizar esse sofrimento, elas recorriam a alguns mecanismos de defesa, como os de compensação, projeção, racionalização e negação. Muitas das soropositivas estudadas referiram dificuldade em planejar e tomar providências quanto aos cuidados dos filhos para situações de doença ou óbito da mãe. Elas sentiam-se culpadas e não queriam pensar no assunto. Entendiam que se preocupar com a doença e a morte era dar chance para que essas coisas acontecessem mais depressa. Nos casos em que uma gravidez foi planejada após o diagnóstico, era mais freqüente que o planejamento incluísse o cuidado e o amparo do filho, que era negociado com a família. Observou-se que a relação com a família pode ser uma importante fonte de apoio ou de estresse. Conclui-se que a atenção às conseqüências do HIV na vida de mulheres soropositivas necessita ser revista porque embora a doença possa ser controlada seguindo-se indicações médicas específicas, isto não é suficiente para garantir tranqüilidade nem segurança emocional às mulheres afetadas. É necessário também melhorar o acesso à assistência ao puerpério a fim de orientar as mulheres em relação à sua saúde física e emocional, bem como à de seus bebês neste período de adaptação à maternidade, nas condições de desvantagem que representa a soropositividade da mãe. Isto inclui a necessidade de se estenderem as orientações relativas ao HIV/Aids também aos familiares das mulheres / Abstract: This dissertation, composed of two articles, seeks to disclose the feelings of HIV-positive women associated to motherhood and orphanhood and identify the course of action planned or taken by them regarding the care of their children in case of maternal illness or death caused by Aids. A qualitative study was carried out using the technique of personal testimonies. The interviewees were women who were pregnant when informed that they were HIV positive and women who, knowing that they were HIV positive did not want to have a child or decided to have one. A total of 12 women were interviewed. A thematic content analysis was carried out through the interviews transcription. The results show that the women understood the motherhood as an essential attribute of women, perceived as the reason that maintains the desire to live, representing continuity of life beyond death. Their perception of motherhood as a woman¿s right made legitimate their desire to become mothers. The pregnant women and those who planned on having children after being diagnosed HIV positive were afraid of transmitting the virus to the baby. This same fear determined the decision of the women who did not want to have children once they hear the diagnosis. Breastfeeding was felt as a fundamental component of the maternal role and not being able to breastfeed caused guilt feelings. A lack of preparation was observed with regard to dealing with the physical and emotional consequences of being urged not to breastfeed. The potential orphanhood of their children gave rise to a depressive sensation having abandoned them, mobilizing feelings of impotence and guilt, which led to distress. In order to minimize such feelings they resorted to defense mechanisms like compensation, projection, rationalization and denial. Many of the HIV positive women had difficulty in planning and taking steps regarding the care of their children in case of maternal illness or death. They felt guilty and did not want to even think about this issue. They understood that worrying about the disease and death was the same as giving the opportunity for these things to happen sooner. When a pregnancy was planned after they were informed of the diagnosis, planning would include the care and support of the child, which was negotiated with the family. It was observed that family relationships may be an important source of support or stress. Concluded that the the attention to HIV consequences in the lives of seropositives women must be reviewed, because, althought the disease can be controlled by following specific medical recommendations, this is not sufficient to guarantee either tranquility or emotional balance to the women affected. They require continuous support to guide them regarding their own physical and emotional health as well as that of their children, in the situation of disadvantage represented by the mother being HIV positive. It includes the need to extend the information on HIV/Aids to the members of the women¿s families / Doutorado / Ciencias Biomedicas / Doutor em Tocoginecologia

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/311555
Date24 October 2005
CreatorsHebling, Eliana Maria
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Hardy, Ellen Elizabeth, 1939-
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format99f., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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